Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
o
m
/
a
r
t
i
c
l Ética: Do particular para o universal
e
s
/ Enquanto mais utilitarista a sociedade em que vivemos mais distantes
4
1 estamos de encontrar no outro uma perspectiva de descobrimento, onde o autor
9 deste processo se encontrar como um sistema aberto e misterioso diante do
8
/ mundo. (Dostoiévski)
1 O desafio de buscar os princípios da ação humana é um desafio que a muito
/
O tempo povoa a mente do ser humano. Afinal de contas como entender o que é bom
- para todos? Aristóteles trava um “tenso diálogo1” com a sociedade de sua época
Q
u tentando apresentar um sentido para o Bem da pólis. Segundo ele, na obra Ética a
e Nicômaco, “toda arte e todo método, assim como toda a ação e escolha, parece
-
e tender para um certo bem; por isso tem se dito com acerto, que o bem é aquilo para
- o que todas as coisas tendem.” Assim toda atividade humana carrega em si o bem
e
t do homem.
i No mundo globalizado em que vivemos se torna difícil encontrar um
c
a significado universal para ética. Na etimologia da palavra ética, que vem do
/ grego,ethos, encontramos a ideia de morada da alma e esta por ser única aborda o
p
a Cosmo de forma diferenciada, onde cada qual com seu processo histórico, sonhos,
g ideologias e verdades tenta dar um sentido de bondade segundo a sua socialização.
i
n A ética diante da diferenciação de cada povo, de cada religião, de cada sistema
a político, talvez nunca possa ser vista como universal diante desta diversidade, mas
1
. sendo vista sob a ótica do conceito aristotélico, sempre buscará o BEM da
h humanidade em seu processo de vida e morte.( Àlvaro Valls, 1994)
t
m O grande desafio de toda essa trajetória é enxergar o individual imerso no
l social. Onde a estranheza do eu diante de tantos outros exteriores, nos coloca em
#
i crise com o mundo, onde a existência que é nossa condenação a liberdade, defronta
x com os projetos do mundo inteiro (Sartre2). Este cosmo no qual o indivíduo se
z 1
z Usamos diálogo entre aspas porque quando Aristóteles formulou seu conceito de lógica fez uma crítica ao
diálogo proposto por Platão para chegarmos ao conhecimento, para Aristóteles haverá conhecimento se criarmos
1 um padrão de regras da estrutura do pensamento para chegarmos ao conhecimento por verdades demonstráveis.
B (fonte)
I 2
Nos discurso o existencialismo é um humanismo, Sartre, aborda a questão do projeto pessoal como a tomada de
E responsabilidade pela humanidade inteira e a isso
8
E
V
s
I
encontra inserido, entendemos o termo mundo como lugar onde ritualizamos nossas
práticas e buscamos por assim dizer um desvelamento do outro para amenizar
nossa condição de livres e sós no mundo. (Dussel, 1976)
Segundo Descartes, quando estamos diante do mundo dos fenômenos a
primeira consciência que temos é de nós mesmos. Quando explodimos para nossa
existência já racionalizamos aquilo que somos (auto consciência). Neste contexto
nossa corporeidade (res extensa) apreende o conceito de Bem para nós, o outro e
para o mundo, por isso agimos eticamente buscando o bem para o mundo inteiro.
( os pensadores, 1996)
Não devemos esquecer que o ser humano, contratuou com o outro para
viver, em um estado de tolerância na sociedade civil. Daí a noção de ética deixa de
estar apenas no fórum íntimo para se tornar uma moral universal onde o valor à vida
é absoluto.(Rousseau, 1989)
Princípio da autonomia
3
http://www.pucrs.br/bioetica/cont/joao/principiosdebioetica.pdf
A morte em nossas sociedades
4
Parusia: Segunda vinda de Cristo, Segundo Advento ou Parusia (grego
transliterado=parousia, com o significado imediato e simples de "presença") é termo
usualmente empregado com a significação religiosa de "volta gloriosa de Jesus Cristo, no
final dos tempos, para presidir o Juízo Final", conforme crêem as várias religiões cristãs e
muçulmanas, inclusive sincréticas e esotéricas.
5
O sagrado: Das Heilige
O lado técnico da morte
Até agora a morte foi abordada como um fato social e religioso, mas o que a
define como tal? Seria a morte encefálica? Uma ideia mecanicista de morte seria
que ela é a parada de nossas funções sociais afetivas e efetivas, mas a nossa
própria corporeidade faz do momento da morte uma reflexão sobre o respeito da
vontade de quem se foi. A autonomia tanto prezada em vida ainda pede um suspiro
a mais de dignidade, atendendo a vontade de quem morre. Não existe nenhuma
prova científica que a morte é o fim de tudo, essa visão é rebatida pela critica dos
céticos que por sua vez tentam nos levar a acreditar que nada existe onde a razão
não alcança. Entendemos aqui que cabe o questionamento sobre a vida depois da
morte, mas independente de qualquer coisa, se existir ou não o assunto em
questão, a busca do bem para os que vivem não deve parar diante da morte, porque
o nosso compromisso com a humanidade inteira não para aí. E independente da
forma que passamos, mesmo se no momento for um fechamento de portas e não
transição para outros estágios de consciência, valera o Bem que deixamos.
Emanuel Levinás foi um filósofo que trouxe uma nova abordagem à forma que
nos relacionamos com o mundo como um processo onde devemos nos encontrar e
descobrir no outro uma perspectiva amorosa e humanizada, o contrario disto foi
como esta questão, a da alteridade pôde ser vista, direcionada para o lado ateu,
humanista, existencial, onde o outro (alter) está-aí buscando satisfazer projetos
numa prisão chamada livre-arbítrio.
Teoricos como Levinás, Dussel buscaram refletir sobre o nosso papel na
descoberta do outro (alter). Dussel aprofundou esta questão buscando abordar a
questão da alteridade na pessoa que sofre. Lógicamente esta idéia busca dar um
rosto ao sofrimento e isto pede um processo ativo onde este sofrimento seja
amenizado. Daí observamos que nossos questionamentos sobre a nossa condição
de livres nos leva ao compromisso como outro, que por sua vez embora autonomo é
carente de nossa atividade para leva´- lo a praticas que amenizem o seu sofrimento.
No contexto da autonomia, asseguramos nossa dignidade enquanto nosso
sofrimento é amenizado pelo outro, aqui entendido não mais como o inferno
proposto por Sartre, mas sim como principal ator que garante a autonomia do que
sofre em seu processo de morte.
Se Ética é a busca do Bem social e pessoal, entendemos aqui, o cuidado
paliativo como a Ética que garante a nossa autonomia mesmo quando não podemos
mais fazê-lo por nós mesmos.
Podemos aprofundar nessa questão buscando entender o lado Bioético das
práticas paliativas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) , Cuidados Paliativos são
uma abordagem que objetiva a melhoria na qualidade de vida do paciente e seus familiares diante de
uma doença que ameaça a vida, através da prevenção e alívio de sofrimento, através da identificação
precoce e avaliação impecável, tratamento de dor e outros problemas físicos, psicológicos e
espirituais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), Cuidados Paliativos são uma abordagem que objetiva a melho
na qualidade de vida do paciente e seus familiares diante de uma doença que ameaça a vida, através da prevenç
alívio de sofrimento, através da identificação precoce e avaliação impecável, tratamento de dor e outros problema
físicos, psicológicos e espirituais.
1.Fiodor Dostoievski, in 'Cartas Seleccionadas'
2.Aristóteles – Ética a Nicômaco
3.VALLS, Álvaro L. M. O. O que é ética -9º ed. São Paulo: Brasilense, 1994. (coleção
primeiros passos: 177).
4.DUSSEL, Enrique D.. Filosofia da libertação. São Paulo/Piracicaba:
Loyola/UNIMEP, 1976.
5.________. Filosofia da libertação: crítica à ideologia da exclusão. São Paulo:
Paulus, 1995.
6.________. Método para uma filosofia da libertação. São Paulo: Loyola, 1986.
7.DESCARTES, René. Discurso do Método. São Paulo: Nova Cultural, 1996. Col. Os
Pensadores.
Internet