Psicologia Histórico-Cultural:relação entre coletividade e individualidade
Dorimar dal bosco Backes
Qual a relação entre coletividade e individualidade quando a Psicologia
Histórico-Cultural analisa a apropriação histórica de cultura (produção humana)?
A coletividade é compreendida como todos os agrupamentos sociais que
durante o processo de transformação foram se organizando segundo as necessidades e tomando características próprias e comuns, ao mesmo tempo, influenciando e sendo influenciada pelos próprios indivíduos. A coletividade não existe projetada com algo delimitado onde os sujeitos são colocados fisicamente e ali vão se adaptando. Ela é fruto das relações sociais entre os sujeitos, a cultura e a história. O homem tem uma natureza social, ele não e somente fruto de estrutura biológica que sofre a influência do meio, pois tudo aquilo que cada vez mais o distancia dos outros animais é decorrente da sua vivência e experiência na sociedade na qual se desenvolveu a cultura construída pelo conjunto de todos os homens, “pois a existência do homem não é dada pela natureza, mas é criada pelo próprio homem.” (SILVA,2009), o qual não apenas se adapta à natureza, mas se apropria e provoca modificações, a fim de garantir a sobrevivência. É como se ele imprimisse sua marca que traz nela a característica das gerações que o antecederam para então tornar-se individuo. É no processo da vida social coletiva que se constituem e se desenvolvem todas as formas mais aprimoradas da atividade especializadas próprias do homem.
Qual a diferença de optar por uma concepção de escola que defenda o
que o “aluno quer aprender”(vontade individual) de uma que defende “o que o aluno precisa aprender”(necessidade coletiva), considerando as diferentes abordagens do “meio” para Piaget e Vigotski?
Aprender pela vontade individual implica, segundo a teoria de Piaget,
depende de“aguardar” os mecanismos de maturação, se desenvolverem para que determinado conhecimento seja aprendido, e que esse aprendizado não se beneficia da ação do outro. Tanto esta concepção como os preceitos da Escola Nova, influenciaram a construção de práticas pedagógicas no interior das escolas, as quais desconsiderando o ensino de conteúdos formais organizados a partir das experiências acumuladas historicamente, deixaram o aluno a mercê dos seus próprios desejos Tornou-se tabu no meio pedagógico falar em transmissão de conhecimentos já existentes. Aceita-se até que tal transmissão possa existir, desde que seja apenas um momento para se alcançar o mais desejável, a aprendizagem por si só. Não há dúvidas de que tal concepção revela a força que o ideário escolanovista tem até hoje. DUARTE, 1998, s/p.
Aprender é necessário para que se viva em qualquer sociedade, até porque
todos os indivíduos podem aprender em diferentes momentos, espaços e situações e de forma direcionada ou espontânea. Porém aprender conhecimentos científicos é uma necessidade que muitas vezes requer dos indivíduos esforço além do que simplesmente desejo de aprender porque é preciso acionar diferentes mecanismos das funções humanas. e a escola tem o papel primordial de transmitir sim conhecimentos historicamente acumulado, pois dessa forma o aluno vai ter contato com a produção cientifica cultural e social conquistada pela humanidade desde até o momento .