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Felicidade
É inerente ao ser humano, o estado mais desejado, um conceito relativo, e não tem relação
direta com o dinheiro. No nível externo ou de resultados, segundo Fredy Kofman, a felicidade
Liberdade
Dá asas ao espírito empreendedor. No sentido literal da palavra, é o sentimento de se poder
fazer o que quiser, sem restrições ou impedimentos de qualquer natureza, para se conseguir
o que se deseja. O fato de se gozar da liberdade não garante êxito nem sobrevivência, pois
depende da forma como é utilizada. Ser livre significa poder perseguir a felicidade utilizando-
se de todos os recursos à sua disposição sem interferir, obviamente, na liberdade alheia.
Considero o maior valor a ser perseguido pelo empreendedor quando utilizado de forma
ética, a serviço do bem comum. Viver livremente numa sociedade significa ter o direito
inalienável de viver uma vida digna, isenta de agressões e ameaças, independentemente da
cor, credo ou ideologia política. Liberdade é o estado de espírito alcançado pelo elevado grau
de confiança em si mesmo. Tem a ver com a fé, a livre consciência e, principalmente, com o
sentido de realização dentro da sociedade. É o que moveu George Washington, Nelson
Mandela, Thomas Edison, Mahatma Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, Chico Mendes, Zilda
Arns e outros ilustres que mudaram os acontecimentos ao seu redor.
Plenitude
É a sensação de viver com total intensidade e paixão, experimentando cada momento como
se fosse único. É o sentimento de inclusão e aceitação no meio onde se vive por fazer parte de
uma corrente de acontecimentos. A plenitude também provoca oscilações pelas mesmas
razões que a felicidade. O ser empreendedor alterna entre momentos de alegria e de
frustração, porém sabe que tudo é vida, tudo é trabalho, tudo é realização, portanto,
aproveita os momentos de plenitude para criar ainda mais e nos momentos de menor grau de
plenitude refaz o caminho, corrige a rota, recua, se necessário. Quando há empenho e
trabalho sério envolvido, é apenas questão de tempo para que as coisas retornem ao seu
devido lugar. A plenitude tem a ver com o êxtase e a máxima satisfação, pressupõe um estado
mais avançado de espírito. A plenitude implica uma boa dose de energia e comprometimento
por parte dos empreendedores e deve ser associada a uma conquista, uma meta a ser
perseguida. A plenitude é o encontro da preparação e da oportunidade, movida por um
sentimento único de realização em todos os sentidos.
Excelência
É o compromisso com a efetividade e com o aprendizado, operada em harmonia com os
demais valores. Significa a realização do melhor produto ou quantidade possível de serviços
para a melhoria do ambiente em que vive. O empreendedor eficaz é movido pela excelência,
pela obtenção dos melhores resultados. Não tem nada a ver com "ser o melhor", mas com
melhorar as coisas ao seu redor, por meio da contribuição efetiva na melhoria das pessoas.
Infelizmente, a excelência não se mostrou efetiva na evolução da sociedade. A diferença de
cores, credos e sistemas de governos é um obstáculo a ser superado na conquista da
Autonomia e Independência
É a capacidade de assumir o protagonismo na determinação dos valores e objetivos pessoais.
Significa assumir o comando de si mesmo e dar vazão à criação para os desejos mais
duradouros. A autonomia pressupõe o desenvolvimento de uma visão, uma missão e a
fundamentação de valores e virtudes pessoais. Viver com autonomia significa operar no
mundo possível com determinada liberdade de ideias e pensamentos, guiando-se pelos seus
próprios valores e não pelos valores coletivos. O contrário da autonomia é a subordinação do
critério pessoal às convenções coletivas, o que muitas vezes provoca uma subordinação
irresponsável. O massacre dos judeus na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, reflete a
natureza humana subordinada a uma "obediência devida" ao alto comando alemão e a
história determinou que toda atrocidade cometida de forma desmedida é de
responsabilidade única do próprio ser humano. Quando a autonomia fere e ultrapassa os
limites da ética, atinge o estágio do abuso e este, por sua vez, caminha em lado
diametralmente oposto ao espírito empreendedor.
Sentido de Realização/Reconhecimento
O sentido de realização vai além da necessidade de sobrevivência e reflete a extrema
ansiedade humana por reconhecimento perante a sociedade. Imprimir uma boa dose de
energia em determinado projeto pessoal ou profissional sem a justa e correspondente
recompensa tende a gerar insatisfação absoluta e seus respectivos malefícios. Ninguém
produz simplesmente por produzir. Em qualquer modelo de agrupamento, há necessidade
premente de reconhecimento, de admiração e de conforto do ego. Os seres empreendedores
são automaticamente recompensados pela excelência dos seus resultados. O seu empenho é
tão efetivo que chegam a ficar espantados no momento em que são agraciados por títulos de
qualquer natureza. O sentido de realização é uma característica de quem percebe o mundo
como um vasto campo de ideias e oportunidades e por esse motivo dá vazão à criação. O ser
empreendedor não foge à responsabilidade de fazer a parte que lhe cabe nesse grande
latifúndio chamado Terra. No sentido mais amplo, é o realizador, o ser integral, capaz de
dedicar uma existência inteira em benefício de uma causa nobre.
Outros valores poderiam ser mencionados, como paz e amor, por exemplo, destinados para
causas ainda mais nobres no contexto geral da humanidade, o que não significa menos
importância na escala dos valores adotados pelos empreendedores. Eles entendem esses
valores como consequência de um trabalho bem realizado e, portanto, estão arraigados no
caráter individual de cada um e na realização do seu projeto pessoal.
O desenvolvimento dos valores é apoiado por determinadas virtudes e comportamentos que
promovem espaços férteis de convivência na vida pessoal e profissional do empreendedor. Na
sociedade em que vivemos, comportar-se de acordo com essas virtudes produz uma existência
digna e impele o homem a manifestar seu verdadeiro potencial. O resultado é uma vida plena,
que ao mesmo tempo expressa e promove os valores mais fundamentais do ser humano.
Os valores orientam a conduta humana e indicam, do ponto de vista moral, o que pode ser
feito e o que não pode ser feito, o que é justo e o que é injusto, quais os meios e os fins
aceitáveis e quais não o são. As virtudes são construídas durante toda uma existência e atuam
como agentes catalisadores da consciência humana. Em geral, expressam a realidade interior
Responsabilidade
O ser empreendedor assume total responsabilidade sobre seus atos. E o que é ser
responsável? É ter plena consciência de que todas as ações do homem giram em torno de
causa e efeito. Quando decide assumir o protagonismo da sua vida, o empreendedor entende
e aceita que é capaz de responder às circunstâncias, segundo seus próprios valores. Ser o
"dono de si mesmo" implica ter a noção exata da cobrança imposta pela sociedade sem
possibilidade de atribuir a culpa aos outros. Ser responsável significa prestar contas de suas
ações, primeiro a si mesmo e depois à sociedade. O legítimo empreendedor não se vê como
vítima das circunstâncias nem leva a responsabilidade ao extremo, afinal os resultados estão
atrelados a um conjunto de fatores, muitas vezes de ordem incontrolável. Determinados
acontecimentos não dependem do ser humano e dessa forma escapam à sua
responsabilidade: os desejos alheios, as características físicas, o decorrer do tempo, os
fenômenos meteorológicos e as decisões alheias sem a respectiva negociação. Portanto, não
existe uma responsabilidade universal, afinal, não somos deuses. "A responsabilidade pessoal
é uma atitude que indica o grau de compromisso que temos com nosso próprio crescimento
como seres humanos e como profissionais."(Schumpeter, 1982)
Disciplina
Disciplina é uma virtude determinante na condição de vida do ser empreendedor. Está ligada
ao método, ao compromisso, à integridade e à paixão pela realização de uma ideia. Kofman a
define como a capacidade de subordinar qualquer gratificação imediata visando obter uma
gratificação mais importante (ou sublime) no longo prazo? É diferente da complacência ou da
indulgência, que se referem à subordinação de valor transcendente ao prazer momentâneo.
Diz respeito à capacidade que o empreendedor possui de hierarquizar seus objetivos de longo
prazo, atribuindo-lhes maior ou menor grau de importância em relação às tentações
instantâneas para não se perder na atração do momento. A disciplina pressupõe sacrifício,
palavra geralmente associada a dor ou penúria. A palavra sacrifício tem a mesma raiz de
Honestidade
É a expressão consciente da verdade mais profunda. A honestidade é a base da credibilidade
e da autoridade moral que difere o legítimo empreendedor dos demais homens ou mulheres
de negócios comuns. Em princípio, é uma virtude que quase todos reclamam dos demais e
poucos estão dispostos a praticá-las até as últimas consequências. O empreendedor que exige
honestidade de seus colaboradores, fornecedores e do governo deve ter uma conduta
inquestionável, consequente com o seu discurso. Ser honesto consigo mesmo é viver em
estado permanente de autoreflexão, autoavaliação e reciclagem. Ser honesto com o mundo e
com a sociedade significa abrir mão de ganhos puramente unilaterais em benefício do bem
comum. A honestidade é a promessa cumprida, ligada ao senso de responsabilidade. É
honesto o empreendedor que se vale das prerrogativas da lei para recolher seus impostos,
não de arranjos ou falcatruas para cobrira ausência de disciplina financeira. É honesto o pai
que repreende o filho e assume a responsabilidade por um atropelamento ou um delito
cometido por ele em vez de tentar encobri-lo valendo-se de certo prestígio ou status social. É
honesto o empreendedor que remunera corretamente seus colaboradores diretos ou
indiretos sem a necessidade de regatear o excedente de trabalho realizado em benefício do
próprio sucesso financeiro do patrão. É honesto todo aquele que admite seus erros e não
recorre ao autoengano para se sentir tranquilo ou satisfeito em relação a qualquer ato ilícito
cometido em detrimento de terceiros.
Humildade
Para se tornar uma pessoa responsável, todo empreendedor deve ter uma dose razoável de
humildade. A sociedade entende a humildade como uma atitude positiva e, nesse sentido,
nada tem a ver com a condição socioeconômica dos indivíduos. Em geral, é a capacidade de
aceitar ou ignorar que o próprio conhecimento a respeito das coisas é insuficiente e por essa
razão há de se respeitar e escutar quem sabe mais ou tem maior experiência sobre
determinado assunto. O fato de alguém pedir esclarecimentos ou escutar uma sugestão,
independentemente do nível de graduação do interlocutor, não desmerece sua capacidade
intelectual nem diminui o prestígio ou autoridade de alguém perante a sociedade. O exercício
permanente da humildade conduz ao crescimento intelectual e espiritual pelo fato de
permitir a troca entre diferentes perspectivassem, necessariamente, comprometer
determinado ponto de vista. O empreendedor sabe que o julgamento está sujeito a diferentes
interpretações, portanto, não sente necessidade de mostrar que tem sempre razão, e cada
conflito, desentendimento ou mal-entendido representa uma oportunidade de ampliar a
compreensão a respeito do mundo e das dificuldades que o cercam. Ser humilde significa
recuar temporariamente e reconstruir o modelo de pensamento. Nesse sentido, os
empreendedores são experts, e ainda que sustentem uma ideia preconcebida a respeito do
futuro, aproveitam as oportunidades que se abrem gratuitamente no inconsciente coletivo e
deixam de ser captadas pela maioria daqueles que se predispõem a fazer negócios. A
natureza cobra essa humildade espalhada voluntariamente aos quatro cantos sem a devida
correspondência considerando a mudança de padrão de vida que, invariavelmente, o
Respeito
Todos os seres humanos têm o direito inalienável de viver como bem entenderem com a
restrição única de respeito ao mesmo direito inalienável dos outros. Respeitar a decisão de
outros não significa necessariamente subserviência ou estar de acordo com a opinião alheia.
Quando existe a predisposição de escutar a opinião alheia, a pessoa torna-se vulnerável
quanto à sua opinião e talvez tenha de modificá-la. Por mais convicto que o ser
empreendedor possa parecer, sempre haverá momentos de dúvida ou de discordância em
relação aos colaboradores e patrocinadores, portanto, a possibilidade de mudança é uma
variável praticamente inevitável. O respeito aos contratos pressupõe a adoção de valores e
virtudes compatíveis com a maneira de pensar e agir do empreendedor. Em qualquer
empreendimento, o respeito se faz presente quando existe liberdade para o diálogo, para a
opinião alheia e para o convívio com as adversidades. Para que haja respeito absoluto, a
humildade é uma precondição. São virtudes, complementares, de importância vital para o
enriquecimento mútuo em todas às formas de organização.
Equanimidade
É o perfeito equilíbrio entre a razão e a emoção. Significa ainda o tratamento justo e
igualitário, respeitadas as diferenças de cada um em particular. Ser equânime pressupõe
caráter e grandeza de espírito suficiente para a ausência de julgamento. Em situações de
relativa tensão emocional, a equanimidade tem o poder de reavivar o compromisso assumido
consigo mesmo para o controle da situação e das palavras. A equanimidade pode ser
ofuscada pela falta de serenidade ou pela volatilidade. O empreendedor desequilibrado
dificilmente conseguirá tomar uma decisão sensata em momentos de dificuldade. Essa
virtude requer senso de justiça. “A justiça é a virtude mais completa no mais próprio e pleno
sentido do termo porque a pessoa que a possui pode exercer sua virtude não só em relação a
si mesma, como também em relação ao próximo.” (DRUCKER, 1987). O legítimo
empreendedor entende e pratica essa virtude de forma natural e inequívoca.
O Não-julgamento
Praticar o não-julgamento é uma atitude nobre. Os seres humanos, condicionados por
Atitudes empreendedoras
- Procure honrar seus compromissos perante fornecedores, colaboradores e clientes.
- Seja honesto consigo mesmo e com os outros sem medo de expressar sua verdade mais
profunda.
- Respeite os diferentes pontos de vista mesmo quando não concorda com eles.
- Pratique o não-julgamento ou o julgamento com base somente nos resultados.
- Utilize toda sua experiência de vida (erros e acertos) como uma oportunidade de
aprendizado constante.
- Mantenha o equilíbrio emocional perante as adversidades.
- Apoie o crescimento pessoal e profissional de todos aqueles que fazem parte do seu círculo
de relacionamentos.
- Pratique a excelência e empenhando todos os esforços para a construção de um mundo
melhor para a família e a sociedade através do seu empreendimento. Faça o melhor esforço
O líder empreendedor
O que faz uma pessoa comum se tomar um líder? O que faz um líder se tornar empreendedor?
O que faz o empreendedor se tomar um líder? Todos os empreendedores são líderes? Todo
líder deve ser empreendedor? A liderança pode ser ensinada nas escolas?
Se perguntarmos a definição de líder para profissionais em cargos de comando ouviremos
diferentes respostas: líderes são motivadores, carismáticos, inspiradores, estabelecem metas e
objetivos, criam uma missão e uma visão, têm valores bem definidos, influenciam pessoas e
gerações, estabelecem novas culturas e assim por diante. Entretanto, se a pergunta for "o que
os líderes devem fazer?", provavelmente a resposta será: o papel do líder é extrair os melhores
resultados da sua equipe.
Embora seja um conceito mal compreendido e adotado de maneira equivocada, a liderança
tornou-se uma característica indispensável no mundo dos negócios. Associar Bill Gates, Lee
Iaccoca, Winston Churchill, Jack Welch, Antonio Ermírio de Moraes, Henry Ford e outras
personalidades ao espírito de liderança não está totalmente errado, mas o fato de alguém
adotar suas qualidades na tentativa de se tomar líder não garante a sua transformação em
líder absoluto.
No exercício da profissão, constato a triste realidade de dezenas de executivos que
desperdiçam tempo e energia vital simplesmente para causar boa impressão e para mostrar
aos superiores uma liderança que conflita com os seus princípios e valores, em vez de
dedicarem esforços para fazer as coisas da maneira mais simples e correta possível para seus
liderados.
Contrários à recomendação de Deepak Chopra, quando afirma que um líder precisa entender a
hierarquia das necessidades dos seguidores para dar as respostas certas que possam satisfazê-
los, os líderes se perdem em receitas prontas que não trazem resultados efetivos. Não estou
afirmando que os executivos dessas empresas sejam maus líderes, porém existem
características que distinguem bons líderes de líderes medianos.
Neste começo de século é possível encontrar uma verdadeira indústria de experts em
liderança que se dizem capazes de testar e treinar executivos em todos os níveis hierárquicos
de uma organização. Entretanto, a liderança confunde e ilude muitas pessoas e organizações
pelo fato de existirem poucas pesquisas sobre os resultados positivos provocados por
determinados estilos de liderança utilizados por pessoas em cargos de comando. Em geral, o
que se lê nas revistas e nos livros diz respeito ao impacto negativo provocado pela ausência de
liderança nas empresas e suas consequências desastrosas.
Apesar de "misterioso e ilusório", alguns dos principais "gurus" da administração moderna têm
a definição de liderança na “pontada língua", sob diferentes ângulos ou pontos de vista. A
Autor Conceito
Deepak Chopra É a decisão de sair das trevas. Somente alguém capaz de ter sabedoria em
As 7 Leis Espirituais meio ao caos será lembrado como grande líder.
do Sucesso
Emiliano Gómez É a arte de se relacionar construtivamente com outras pessoas e
Liderança Ética conseguir que se mobilizem para atingir determinados objetivos comuns.
Hanz Finzel É a capacidade de reconhecer as habilidades especiais e as limitações dos
Dez Erros que o Líder outros, associada à capacidade de introduzir cada um dentro do serviço
Não Pode cometer
que desempenhará melhor.
James Hunter É a capacidade de influenciar pessoas para trabalharem
O Monge e o Executivo entusiasticamente, visando atingir objetivos comuns e inspirando
confiança por meio da força do caráter.
Ken Blanchard É o processo de influenciar pessoas.
O Gerente Minuto
A primeira coisa que caracteriza a liderança é o trabalho. O alicerce da
Peter Drucker liderança eficaz é criar missão, defini-Ia, estabelecê-la de forma clara e
A Profissão de visível. O líder estabelece metas, define prioridades, determina padrões e
Administrador
os mantém.
Peter Senge A capacidade de facilitar o aprendizado dos indivíduos e das equipes.
A Quinta Disciplina
Stephen Covey A liderança está em comunicar às pessoas seu valor de modo tão claro
O Hábito nº 8 que elas possam vê-lo como próprio.
Tom Peters A verdadeira liderança é um processo conjunto de descoberta.
Vencendo a Crise
O espírito de liderança está diretamente atrelado ao fato de que sem iniciativa, sem paixão e
sem "riscar o fósforo", não existe liderança capaz de "incendiar o empreendimento" e levar
qualquer negócio adiante. Com todas essas atribuições, certos empreendimentos ainda se
tornam inviáveis e, apesar das justificativas, raramente sabemos os principais motivos que
levaram ao fracasso. Quando o inverso ocorre, torna-se mais fácil.
Em determinados casos, a liderança é atropelada pelo desejo de obter resultados imediatos. É
o caso de empreendedores que se empenham em alcançá-los de maneira alucinada e se
perdem na gestão dos colaboradores porque alimentam o ego na mesma proporção. Para
incorporar o espírito da liderança, o empreendedor deve deixar de lado os mecanismos rígidos
de defesa e aceitar as críticas de maneira receptiva.
Por sua natureza realizadora, empreendedores têm dificuldades em aceitar ideias e críticas de
pessoas mais próximas, principalmente quando à frente de um negócio de natureza familiar. A
liderança de uma empresa familiar difere razoavelmente da empresa tradicional. Na empresa
familiar o foco é a manutenção da unidade familiar e a administração das emoções. Na
empresa convencional o foco concentra-se prioritariamente nos resultados.
Para extrair um conceito mais adequado ao empreendedor do terceiro milênio, é oportuno
associar os componentes da inteligência emocional idealizados por Daniel Goleman, os quais
se aplicam diretamente aos objetivos propostos neste tópico. Inteligência Emocional é a
habilidade de dirigir eficazmente a nós mesmos e a nossos relacionamentos, segundo
Goleman, e pode ser construída mediante a absorção de cinco componentes distintos. Cada
um é composto por uma lista de capacidades e suas correspondentes características pessoais.
O maior obstáculo do empreendedor é a dificuldade de lidar com o próprio ego e evitar que
isso interfira na sua capacidade de realização. Quando olhar para dentro de si mesmo, ele deve
lutar com os desafios da liderança para dominá-la e fazer uma diferença positiva na vida das
pessoas que se aproximam dele, não somente pelo interesse de conquistar o emprego e
ganhar dinheiro. As recompensas e as alegrias da liderança não são imunes à dor e suportá-la
provoca mudanças positivas na sua vida e na vida dos liderados.
A Teoria da Contingência diz que a liderança depende de urna situação em particular, o que é
fundamentalmente verdade considerando que durante a vida é possível enfrentar uma
variedade de contingências, portanto, existe também uma gama razoável de lideranças
utilizadas por diferentes pessoas de diferentes culturas em modelos variados de negócios.
Deve-se partir sempre do pressuposto de que quem inicia um negócio por conta própria possui
algumas características fundamentais para o exercício da liderança, dentre elas a tomada de
decisões, o desejo de sair da inércia, a necessidade de autorrealização e a predisposição para o
compartilhamento, muito além da vontade de ganhar dinheiro ou enriquecer.
Empreendedores com excelente iniciativa nos negócios fracassam quando se veem diante da
difícil tarefa de liderar pessoas e inspirá-las a realizar coisas maiores ainda. O inverso também
é verdadeiro. Excelentes líderes podem se tornar péssimos empreendedores.
Líderes conscientes torcem pela empresa e pelo empreendimento que será levado adiante
para o bem de todos os envolvidos. Um empreendimento bem-sucedido gera uma cadeia de
Líderes levam a resultados. Nem sempre. Se os resultados fossem sempre uma questão de
boa liderança, seria fácil escolher um líder. Em todos os casos, a melhor estratégia seria ir
atrás de pessoas nas empresas com os melhores resultados. Mas, claramente, as coisas são
tão simples dessa forma. Negócios com indústrias quase monopolistas geralmente se dão
muito bem com uma gerência competente, melhor que com grandes lideranças. Da mesma
forma, algumas empresas bem lideradas não necessariamente produzem resultados,
especialmente em curto prazo.
- Isso explica o fato de encontrarmos empreendedores com formação, cultura e valores
completamente diferentes, porém alguns fracassam e outros obtêm sucesso nos negócios e
não se pode afirmar que alguns sejam mais ou menos líderes do que outros. Durante a minha
pesquisa de mestrado, foi possível encontrar empreendedores que venceram nos negócios
mais pela persistência do que pela sua capacidade de liderança inspiradora.
Pessoas que chegam ao topo são líderes. Não necessariamente. Uma das mais persistentes
confusões é pensar que as pessoas em posição de liderança são líderes. As pessoas que
chegaram ao topo podem ter conseguido devido a conchavos e não necessariamente graças a
qualidades verdadeiras de liderança. Além disso, verdadeiros líderes podem ser vistos em
toda a organização, desde a suíte executiva até o andar das lojas. Por definição, os líderes são
simplesmente pessoas que têm seguidores e a posição não tem muito a ver com isso.
Organizações militares importantes, como a marinha norte-americana, há muito se deram
conta da importância de desenvolver líderes por meio da organização.
• O sucesso nos negócios não está associado ao espírito de liderança, mas ao espírito
empreendedor. No caso dos empreendedores, o estilo self made man é o mais utilizado e
premia o esforço, a perseverança e a vontade de vencer. A liderança não está presente na
totalidade dos empreendedores e nem por isso alguns deixam de obter êxito nos negócios, o
Líderes são grandes coaches. Raramente. Toda uma atividade cresceu em torno do
ensinamento de que bons líderes devem ser bons coaches. Mal tal pensamento diz que uma
pessoa pode ao mesmo tempo inspirar as tropas e ensinar habilidades técnicas. É claro que é
possível que bons líderes sejam bons coaches, mas isso acontece só ocasionalmente. São mais
típicos aqueles líderes como Steve Jobs, fundador da Apple, cuja força distintiva está na
habilidade de entusiasmar os outros mais por sua visão do que com seu talento para
coaching.
• O mesmo vale para o empreendedorismo. Milhares de empresas não resistem à segunda,
terceira ou quarta geração apesar de todos os esforços de seus fundadores para perpetuar o
negócio por meio de seus descendentes. Na maioria dos casos, o líder era o patriarca, o pai
patrão, principalmente na empresa familiar, e o seu exemplo de vida não foi suficiente para
neutralizar o risco do negócio, a falta de visão de futuro, a disputa de poder e a dilapidação do
patrimônio pelos sucessores.
Liderança exige respeito: tratar as pessoas com a devida importância. Quem está ao redor do
líder percebe que ele é capaz de respeitar os outros, já que o vê a todo instante recebendo
pessoas importantes. Delegar responsabilidade é um modo maravilhoso de demonstrar
confiança e respeito.
Liderança exige altruísmo: atender às necessidades dos outros, uma bela definição de
altruísmo. A vontade de servir e se sacrificar pelos outros ao abrir mão do próprio anseio pelo
bem maior.
Liderança exige perdão: as pessoas vão cometer erros quando você for o líder, portanto, é
essencial aceitar as limitações alheias e ter uma enorme capacidade de tolerar a imperfeição.
Perdoar significa deixar o ressentimento de lado.
Liderança exige honestidade: não tentar enganar ninguém. Poucos discordam que a
honestidade e integridade são qualidades essenciais de um líder. Sem confiança, uma
organização é um castelo de cartas.
Liderança exige compromisso: "ser fiel à sua escolha". Compromisso é uma das importantes
qualidades de caráter que um líder pode possuir e, é claro, só se torna possível com uma boa
dose de força de vontade e de comprometimento.
Depois de analisar mais de 30 livros de liderança, o que serviu de base para a elaboração do
livro Liderança Orientada para Resultados (Ed. Campus), David Ulrich e Tony Rucci concluíram
que existem sete fatores que ajudam o líder a construir o envolvimento dos funcionários,
denominado de sistema VOI C E (ver Quadro 2.8). O sistema é pertinente ao assunto explorado
neste livro e considero uma ferramenta importante no exercício da liderança empreendedora.
Segundo os autores, cada profissional prioriza elementos distintos do sistema. Alguns se
sentem mais motivados por recompensas em dinheiro do que pela visão ou pelo impacto e
existe a possibilidade constante de que as prioridades mudem durante o desenvolvimento de
suas carreiras.
Em princípio, isso acontece naturalmente. Profissionais em início de carreira tendem a
priorizar o dinheiro, em seguida a profissão, depois a carreira e mais adiante começam a
pensar em qualidade de vida, a qual está relacionada com a cultura e o desenvolvimento
econômico de cada país.
Cabe aos líderes empreendedores identificarem os fatores capazes de motivar os funcionários
de maior potencial. O negócio em si não é tão complexo quanto a administração de interesses
em todos os níveis, motivo pelo qual o interesse dos colaboradores - os que acreditam no
empreendimento tanto quanto o próprio dono - deve ser levado em consideração.
Há uma dose de subjetividade na essência da liderança definida por Tom Peters. Entretanto,
autoconhecimento, confiança, foco e determinação podem torná-las objetivas se forem
conquistadas para aumentar o valor e o bem-estar da sociedade.
Lembre-se de que liderar significa conquistar as pessoas, envolvê-las de forma que coloquem
alma, criatividade e excelência a serviço de um propósito de vida. Um simples pedido não
provoca o efeito necessário na equipe.
Não é preciso entender de responsabilidade social para adotar um credo como esse, mas ao
fazê-lo Robert Johnson definiu claramente os critérios que fundamentaram o espírito de
desenvolvimento, de comprometimento com a sustentabilidade dos negócios e de
solidariedade da Johnson & Johnson. Qualquer pessoa pode adotar um credo semelhante e
tornar a empresa um negócio lucrativo sem ignorar as necessidades mais urgentes do planeta.
A partir da década passada, o mundo testemunhou a criação de inúmeras normas,
regulamentos, padrões, referências e diretrizes que tratam da conduta e das práticas
empresariais que dizem respeito à ética, ao relacionamento com os públicos de interesse, ao
desempenho nos planos econômicos, social e ambiental e a outros aspectos relativos à
contribuição das organizações para o desenvolvimento sustentável. Para disseminar tal
conduta, empresários de renome, artistas, esportistas e políticos em todo o mundo abraçaram
essa causa.
Uma das justificativas mais comuns adotadas por pequenos e médios empreendedores é a que
um documento dessa natureza e amplitude não se aplica ao tamanho do seu
empreendimento, o que não é verdade. Nenhuma empresa está livre de se sujeitar a leis,
políticas, normas e procedimentos que valem para toda a sociedade. A igualdade de direitos
também pressupõe a igualdade de obrigações em todas as camadas da sociedade: religiosa,
política, empresarial.
Atrocidades como trabalho escravo, trabalho forçado, trabalho infantil, maus-tratos, assédio
moral, assédio sexual, abuso de poder, desrespeito ao meio ambiente e desrespeito aos
direitos básicos do trabalhador são passíveis de acontecimento em qualquer organização. Sem
conscientização e sem um código de ética pessoal capaz de exprimir com firmeza os valores
associados à natureza do empreendedor, não há como exercer a responsabilidade social.
Nesse caso, o empreendedor nem deveria se habilitar a entrar no mundo dos negócios.
1. Será que as responsabilidades dos gestores de empresas vão além da geração dos lucros?
2. Quais são as responsabilidades das empresas perante os empregados, suas famílias, a
comunidade onde vivem e a sociedade em geral?
3. Será que basta pagar salários justos, oferecer benefícios competitivos e produzir produtos e
serviços necessários?
4. Que informações devem ser divulgadas sobre as decisões e as responsabilidades da
empresa para as partes que nela detêm algum interesse?
5. Como será que os líderes da empresa devem levar em conta os pontos de vista e as
preocupações de todos os envolvidos ou detentores de interesses?
6. Como criar consciência interna e tornar a empresa uma referência em termos de
responsabilidade social e sustentabilidade?
7. Quais são os valores centrais que se constituirão nos pilares da responsabilidade social na
minha empresa?
8. Queremos ser empreendedores socialmente responsáveis ou ganhar dinheiro nos basta?
Uma empresa que assumiu uma posição responsável no mundo dos negócios foi a General
Electric (GE), sob o comando de Jeffrey Immelt, o qual sinalizou o que seria importante a partir
"O mundo gera atualmente mais de 4,2 bilhões de quilos de lixo por dia, ou uma média de 700
gramas por habitante, uma estatística alarmante. No Brasil, são 140 milhões de quilos diários,
metade enviada para lixões a céu aberto. O chorume, líquido gerado pela decomposição do
lixo orgânico, contamina o solo e o lençol freático. O gás metano, outro resultado da
decomposição, contribui vezes mais para o efeito estufa que o próprio CO2.
Quando se inicia um empreendimento, de qualquer natureza, por mais simples e menos
pretensioso que pareça, algumas perguntas são fundamentais para a disseminação da
consciência no ambiente da empresa: sua empresa vai ajudar a combater o aquecimento
global? Criar produtos ecologicamente corretos? Gerar menos resíduos? Combater o
desperdício? Respeitar o interesse dos vizinhos? Os sócios estão comprometidos com a causa
ambiental?
Uma das maneiras de estimular a sustentabilidade nos negócios é associar o espírito da
responsabilidade social na visão e na missão da empresa. Assumir essa premissa não significa
negligenciar o lucro ou comprometer os resultados financeiros, mas assumir a consciência de
que as empresas também existem para atender outros interessados, não somente o
empreendedor. Jeffrey Immelt percebeu isso muito mais rápido do que seu antecessor Jack
Welch na GE e criou uma iniciativa de desenvolvimento de tecnologias limpas que já rende
bilhões de dólares por saber ouvir o que a sociedade tinha a dizer.
Agir de acordo com a responsabilidade social significa ir além das obrigações legais e dos
interesses imediatos. Empreendedores devem levar em conta os impactos de suas atividades
em seus clientes, fornecedores e na sociedade. Dependendo da estratégia utilizada na gestão,
a empresa pode tomar-se fonte de geração de pobreza ou evitar que isso ocorra.
Empreendedores comprometidos coma melhoria da sociedade têm a obrigação de não fechar
os olhos para os grandes dilemas da humanidade.
No mundo essencialmente globalizado, até os mais pobres canalizam investimentos na
educação de crianças e jovens para que conquistem, através de melhores oportunidades de
aproveitamento da vocação, uma qualidade de vida superior à de seus pais e avós, mediante
sacrifícios que impõem a si mesmos por conta de uma possível recompensa no futuro ou
satisfação pessoal.
Uma sociedade que se preocupa com a responsabilidade social deve fazer o que for necessário
para que seus jovens tenham o máximo de opções e a maior liberdade possível para se
realizarem como pessoas, através de uma melhor inserção no mercado de trabalho,
especialmente em regiões onde o desemprego, a desigualdade e a pobreza afetam homens e
mulheres em idade economicamente ativa. O investimento familiar em educação não é
suficiente. O importante é que os jovens tenham oportunidades para progredir e sejam
capazes de aproveitá-las, exercendo responsavelmente suas liberdades.
o empreendedorismo é um caminho saudável pelo fato de promover a inclusão mediante o
aproveitamento do potencial dos indivíduos para a geração de riqueza. Fazer propostas para
Miséria, pobreza, em sentido mais amplo, não significa a imagem do mendigo sujo, mal
vestido, a dormir no meio da rua ou a pedir esmolas, mas o fato de o ser humano não possuir
renda suficiente para cobrir suas necessidades básicas.
O empreendedor ideal deve trabalhar duro para lucrar e viver confortavelmente, mas não
deve ser furtar de fazer a sua parte para reduzir o desequilíbrio social, a começar pelo meio
onde vive e faz negócios.
Nesse caso, a construção de uma visão duradoura foi fundamental. O sonho conjunto de Dom
Paulo Arns, Zilda Arns e James Grant continua transformando a vida de milhares de pessoas
em diferentes países do mundo com o mais nobre dos empreendimentos: salvar vidas.
Atitudes socialmente responsáveis independem do tamanho da empresa. No caso da Pastoral
da Criança, um número razoável de empresas participa do programa porque acredita na
missão da organização, na prática da solidariedade humana e na partilha do saber. Para que
isso ocorra é necessário ao empreendedor ter uma visão clara de responsabilidade social e
sustentabilidade, não somente dos seus negócios em particular, mas do mundo.
Com as pressões sociais e ambientais do mundo globalizado, diversos setores da sociedade
estão redefinindo seus papéis. Adotar um comportamento socialmente responsável, por
exemplo, faz cada vez mais parte da visão e da missão das empresas, pelo fato de pressupor
Pensar nesses princípios desde o início do empreendimento é uma atitude que demonstra
preocupação e comprometimento com o futuro do planeta e da própria humanidade. A
responsabilidade social e ambiental deve ser pensada em todos os aspectos. Liderar pelo
exemplo desde o início está nas possibilidades de qualquer empreendedor.
Quando Anita Roddick fundou a Body Shop, há 32 anos, no interior da Inglaterra, o espírito
empreendedor não inibiu sua vontade de continuar lutando pelas causas sociais em que
acreditava. Apesar de ter construído um império de cosméticos ao redor do mundo, Anita
deixou mais do que uma história de sucesso nos negócios: deixou legado e uma lição de vida.
Tomei muito cuidado ao organizar e escrever esse tópico para não comprometera ideia central
do livro, tornando-o um cabedal de ideias e atitudes empreendedoras inatingíveis. O discurso
adotado desde o início não tem a pretensão de transformar o empreendedor num missionário,
mas a de sustentar a hipótese de que as pessoas - homens de negócios, pais e mães de família,
políticos, religiosos e governantes - são as únicas responsáveis por seus atos e os resultados
que alcançam estão diretamente relacionados ao desempenho e à determinação de cada um
para o melhor aproveitamento da própria vocação.
Não há motivo para orgulho dessas estatísticas, porém, é oportuno levantar a reflexão. O
capitalismo em si não é mau, mas o uso que a humanidade faz dele traz consequências
irreversíveis em todos os sentidos e a pressão exercida pela busca incessante do lucro e da
acumulação parece pouco preocupada com o fato. E o ser humano, obstinado na sua luta por
melhores condições de vida ou por necessidade absoluta de sobrevivência, se curva à maioria
das imposições do mundo essencialmente materialista, sob pena de viver à margem da
sociedade.
A incerteza é um elemento frequente na vida do empreendedor. Isso não é novidade, e ele
não pode negar que o trabalho tem um efeito poderoso, positivo ou negativo, sobre a sua vida
privada, mas a questão essencial é: onde o comportamento responsável termina e onde
começa a interferência? Esses dois universos são interdependentes e difíceis de ser
conciliados.
As atitudes pessoais são parte e consequência da personalidade, tanto na vida pessoal corno
na vida profissional, portanto, o equilíbrio é que determina a melhor forma de utilizá-las em
qualquer ambiente. As atitudes também ditam o conteúdo e a forma do nosso discurso, a
qualidade de nossas ações e, em grande medida, os resultados que obtemos.