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INTRODUÇÃO
Este trabalho é objeto de uma breve exposição sobre o instituto da Intervenção de Terceiros na
relação processual, isto é, quando alguém passa a participar do processo sem ser parte na
causa, com a finalidade de auxiliar ou excluir os litigantes, para defender ou excluir algum direito
ou interesse próprio que possam ser atingidos pelos efeitos da sentença.
O processo apresenta, necessariamente, pelo menos três sujeitos: o juiz e as partes. O autor e o
réu, nos pólos contrastes da relação processual ,com sujeitos parciais, interessados,sem os
quais não se completa a relação processual e o juiz, que representa o interesse coletivo , como
sujeito imparcial, desinteressado.Rosemberg define partes como sendo as pessoas que solicitam
e contra as quais se solicita, em nome próprio, a tutela jurídica do Estado. [1]Que resulta a
definição do processo como actus trium personarum: judicis, actoris et rei.O autor deduz em
juízo uma pretensão (qui res in iudicium deducit), enquanto o réu é aquele em face de quem a
pretensão é deduzida (is contra res in iudicium deducitur).
Há situações, entretanto que embora já composta a relação processual, segundo seu esquema
subjetivo mínimo (juiz-autor e réu) a lei permite ou reclama o ingresso de terceiro no processo,
para substituir as partes, ou para atuar junto a elas de modo a ampliar subjetivamente aquela
relação, onde podemos adentrar nas modalidades de intervenção de terceiros. [2]
Ocorre a intervenção de terceiros no processo, quando alguém dele participa, sem ser parte na
causa, com o fim de auxiliar ou de excluir os litigantes, para defender algum direito ou interesse
próprio que possam ser prejudicados pelos efeitos da sentença. Embora deva limitar-se a coisa
julgada deva limitar-se apenas às partes, não raro, seus efeitos se expandem até alcançar os
terceiros que estejam, por uma forma ou outra, ligados às partes. [3]
O terceiro que ingresse no processo para defender um interesse próprio, dependente da relação
jurídica objeto do litígio, com o objetivo de auxiliar na vitória da parte a que seu direito se liga , é
o interveniente "ad adiuvandum" ou se, ingressa na relação jurídica, com o fim de contrapor-se a
uma ou ambas as partes, será interveniente "ad excludentum".
1.1 ASSISTÊNCIA
É uma intervenção de espontânea e não ocorre por via de ação, é uma inserção de terceiro na
relação processual pendente (artigo 50 do CPC). O terceiro ao intervir não formula pedido algum
em prol de direito seu, torna-se sujeito do processo, mas não se torna parte. Entra no processo
com a finalidade de ajudar o assistido, pois tem interesse jurídico em que a sentença seja
favorável ao litigante a quem assiste.A assistência pode ser Adesiva ou Litisconsorcial.
Assim sendo, cabível é a intervenção de terceiros que tenham interesse em assistir, qualquer
das partes, embargante ou embargado, no processo executivo, pois a sentença será prolatada
da mesma forma que o é em processo cognitivo.
Dá-se a intervenção adesiva simples, quando o terceiro ingressa no processo com a finalidade
de auxiliar uma das partes em cuja vitória ele tenha interesse,uma vez que a sentença contrária
à parte coadjuvada, prejudicaria um direito seu, de algum modo ligado ao do assistido, ou seja,
uma situação jurídica conexa ou dependente da "res in judicium deducta". Isto é, o terceiro ao
ingressar no processo tem em vista prevenir os efeitos danosos que a sentença lhe possa
causar, evitando preventivamente que os efeitos da sentença se produzam sobre se direito, com
base na exceptio male gesti processus.
Como exemplos de Assistência Adesiva Simples a doutrina a doutrina cita o caso de duas
pessoas que controvertem sobre a validade de uma doação que contém um encargo em favor de
terceiro. O beneficiado com o encargo, tem interesse em ingressar na causa para assistir a parte
que sustente a validade da doação, não coloca em causa o direito próprio, seu objetivo é auxiliar
uma das partes cuja vitória tenha interesse. O ingresso do sub-inquilino na ação de despejo
proposta pelo locador contra o inquilino, o ingresso do fiador na ação entre o credor e o devedor
principal sobre a validade do contrato de empréstimo garantido pela fiança, a intervenção do
legatário na demanda entre o herdeiro legítimo e o testamentário sobre a validade do
testamento, a intervenção do segurador na causa promovida pela vítima do acidente conta o
segurado causador do dano. [7]
Vários são os efeitos internos, entre os quais podemos destacar que o assistente recebe a causa
no estado em que se encontra e não poderá desistir da ação, reconhecer o pedido, confessar e
nem praticar qualquer ato processual contrário à vontade do assistido, podendo, entretanto, a
parte principal praticar tais atos. Será este também condenado em custas na proporção da
atividade que haja desempenhado na causa, se resultar vencido. Poderá também desistir da
intervenção independentemente do consentimento das partes. Se o assistido for revel o
assistente será considerado o seu "gestor de negócios". O assistente simples pode requerer
provas, formular quesitos em procedimentos de vistorias, exames periciais e avaliações. Fazer
alegações orais, perguntar a testemunhas, impugná-las, recorrer e contra-arrazoar recursos,
entretanto se o assistido desistir do recurso interposto, deverá sujeitar-se aos efeitos da
desistência. O assistente também não pode suscitar a exceção de incompetência de foro,
devendo sujeitar-se ao foro da demanda, bem como não poderá oferecer reconvenção, propor
ação declaratória incidental e nem modificar o objeto litigioso. Por não ser parte pode ser ouvido
como testemunha.
Como efeito externo, temos o chamado efeito da intervenção, que só será eficaz na eventual
demanda regressiva posterior que venha a ser proposta pelo assistido sucumbente, contra ao
interveniente. Com o trânsito em julgado da sentença proferida na causa em que o assistente
participou, embora não produza efeito de coisa julgada contra ele, mesmo assim o alcança
tornando indiscutível os fatos e fundamentos jurídicos, com base nos quais tenha sido decidida a
demanda contra o assistido.
Os efeitos da coisa julgada abrangem o litisconsorte, portanto, aquele que ingressou na ação
como assistente litisconsorcial, não poderá ingressar com nova ação.
Como exemplo podemos citar: Processo de interdição movido por um legitimado onde ocorre a
intervenção de outro legitimado para a causa; o ingresso de um segundo herdeiro onde se
discuta a causa de deserdação, entre o herdeiro deserdado e o legítimo; o ingresso da mulher na
demanda do marido, sempre que a sentença possa ser executada nos bens comuns.
2 OPOSIÇÃO
A oposição, conforme o artigo 56 do Código de Processo Civil diz que é a ação de terceiro que
intervém na causa para excluir as pretensões de autor e réu. Trata-se de uma demanda
autônoma que se transforma em incidente da demanda principal, com o objetivo de ensejar o
julgamento simultâneo, deverá ser proposta por petição e distribuída por dependência, sendo
que a citação dos opostos será feita na pessoa de seus respectivos advogados, para contestar
em 15 dias. Conforme se verifica, na redação do artigo referido, para que a oposição seja
admissível é necessário que a causa principal esteja pendente e ainda não julgada, em primeira
instância, ou seja, não poderá ser proposta a oposição na fase recursal, em segundo grau de
jurisdição.
Dinamarco conceitua oposição como sendo a demanda através da qual terceiro deduz em juízo
pretensão incompatível com interesse conflitantes de autor e de réu de um processo cognitivo
pendente. [8]
Duas pessoas litigam e surge um terceiro entre estas, que se contrapõe aos dois litigantes, autor
e réu, sem qualquer elemento de coerência de interesses.Não pretende ser parte e nem ser
tratado em igual pé; nem entende que o seu processo se conecta com o do outro, nem que se
co-interessa na mesma questão de direito ou de fato, nem se litisconsorcial, nem intervém para
ajudar, nem chama ou nomeia a outrem: opõe-se às duas partes. Tem ou supõe ter o seu direito.
Poderia iniciar duas outras demandas contra as partes. A figura do opoente se choca com os
dois pólos da relação jurídica. Sua ação dirige-se contra uma parte e contra a outra, em dois
processos separados cumulados. [9]
Em regra a oposição ocorre após a citação, mas nada impede que ela ocorra antes, isto porque,
conforme o artigo 263 do Código de Processo Civil, o processo existe desde o momento da
distribuição da ação.
3 NOMEAÇÃO À AUTORIA
Segundo Ovídio Nomeação à autoria é o incidente por meio do qual o detentor da coisa
demandado, sendo erroneamente citado para a demanda, nomeia o verdadeiro proprietário ou
possuidor, a fim de que o autor contra este dirija sua ação, admitindo-a em qualquer espécie de
procedimento [10].
4 DENUNCIAÇÃO DA LIDE
Denunciação a Lide é o ato pelo qual o autor ou o réu procura trazer a juízo para melhor tutelar
seu direito, isto é a relação jurídica consubstanciada na lide e por imposição legal, prevista no
artigo 70 do Código de Processo Civil.
Conforme a doutrina a denunciação da lide, entrou na ordem jurídica brasileira por ordem do
Código de Processo Civil de 1973. Veio em substituição ao antigo chamamento à autoria. O
instituto foi marcado visivelmente pelo intuito de remodelá-lo em dois aspectos significativos.
Primeiramente, inserindo-lhe a utilidade de uma ação de regresso (art.76), que era estranha ao
ab-rogado chamamento ao processo. Após, ampliando-lhes as hipóteses de admissibilidade e
assim despregando-o do vínculo de exclusividade que mantinha com o instituto jurídico-material
de evicção. [12]
A denunciação visa enxertar no processo uma nova lide, que irá envolver o denunciante e o
denunciado em torno do direito de garantia ou de regresso que o primeiro pretende
(eventualmente), exercer contra o segundo. A sentença de tal sorte decidirá, não apenas a lide
entre autor e réu, mas também a que se criou entre a parte denunciante e o terceiro denunciado.
A Denunciação da Lide dá-se por meio da citação do terceiro denunciado, devendo o pedido ser
formulado, pelo autor na inicial, e pelo réu no prazo de contestação (art. 71 do CPC).
A sentença que julgar a ação principal julgará também a ação incidental, relativa à ação
regressiva pedida pelo denunciante contra o denunciado (art.76 do CPC).
A não denunciação da lide acarreta a perda de pretensão regressiva nos casos de garantia
formal, ou seja, de evicção ou de transmissão de direitos.
5 CHAMAMENTO AO PROCESSO.
Essa modalidade de intervenção coata gravita em torno de uma sentença de mérito, que seria
dada entre o autor e o réu e passará a ser dada em relação a todos os liticonsortes passivos
integrantes da relação processual a partir de quando feito o chamamento. A utilidade do
chamamento ao chamado, reside plenamente nessa sentença assim mais ampla e de eficácia
subjetivamente mais ampla. [13]
As pessoas que podem ser chamadas os processo devem ter alguma obrigação perante a parte
contrária a quem as chama, ou seja, perante o autor. Possuem legitimidade passiva ordinária ad
causam, poderiam ter sido demandadas diretamente pelo autor. Trata-se de um litisconsórcio
passivo ulterior e não originário.
Conclusão
O terceiro que ingressa no processo pode defender um interesse próprio, dependente da relação
jurídica objeto do litígio, com o fim de auxiliar na vitória da parte a que seu direito se liga, ou, ao
contrário, nele ingressar para contrapor-se a uma ou a ambas as partes, tentando excluir uma ou
ambas as partes, em defesa de um direito inconciliável com o direito sustentado pelos litigantes.
Pelo exposto, constata-se que o Código de Processo Civil esgotou as formas de intervenção de
terceiro, inclusive regulando a assistência junto ao litisconsórcio, de forma a proporcionar uma
oportunidade a todos os que de alguma forma possam ser atingidos pelos efeitos de uma
sentença, mesmo que reflexos, a ingressarem no processo.