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Condutores e eletrodutos
Introdução
Os condutores elétricos são componentes essenciais do circuito elétrico, pois é através deles
que a corrente elétrica circula. Por causa disso, dissipam uma certa quantidade de calor (efeito
Joule). Embora isso não possa ser evitado, poderá ser minimizado por meio da escolha correta
do tipo de condutor cujo material de fabricação e bitola devem estar de acordo com as
demandas de sua utilização.
O presente texto contém informações sobre condutores e eletrodutos que são de interesse
de todo eletricista.
Como já foi estudado, condutor é o componente do circuito que conduz a corrente elétrica.
Ele é tão mais eficaz quanto maior for sua capacidade de facilitar a passagem da corrente.
Por causa disso, os condutores elétricos são fabricados com materiais cuja formação atômica
facilita a ocorrência de uma corrente elétrica, ou seja, materiais que conduzem eletricidade
com maior eficácia devido a sua condutibilidade.
Os materiais mais utilizados como condutores elétricos são o cobre e o alumínio. Esses
dois materiais apresentam vantagens e desvantagens em sua utilização. A tabela a seguir
apresenta em destaque os itens nos quais um material apresenta vantagem sobre o outro.
Cobre Alumínio
Resistividade (0,017Ω /mm2) / m Resistividade (0,028Ω /mm2) / m
Boa resistência mecânica Baixa resistência mecânica
Soldagem das emendas com estanho Requer soldas especiais
Custo elevado Custo mais baixo
Densidade 8,9 Kg/dm3 Densidade 2,7 Kg/dm3
Tipos de condutores
O condutor pode ser constituído de um ou vários fios. Quando é constituído por apenas um
fio é denominado de fio rígido. Quando é constituído por vários fios, é chamado de cabo.
(Figura 1)
FIGURA 1
O cabo é mais flexível que um fio de mesma seção. Assim, quando se necessita de um
condutor com seção transversal superior a 10 mm2 é quase obrigatório o uso do cabo devido
à sua flexibilidade, uma vez que o fio a partir desta seção é de difícil manuseio.
O cabo pode ser formado por um condutor (cabo simples ou singelo) ou vários
condutores (múltiplo). (Figura 2)
FIGURA 2
Isolação
Para a proteção do condutor é utilizada uma capa de material isolante denominada isolação,
com determinadas propriedades destinadas a isolá-los entre si.
FIGURA 3
FIGURA 4
A isolação suporta temperaturas elevadas, de acordo com o material que é utilizado na sua
fabricação. Veja tabela a seguir:
Temperatura
Temperatura máxima para Temperatura limite de
limite
Tipo de isolação serviço contínuo sobrecarga
de curto-circuito
(condutor °C) (condutor °C)
(condutor °C)
Normalização
No Brasil, até 1982, os condutores elétricos eram fabricados de acordo com a escala AWG /
MCM. A partir daquele ano, de acordo com o plano de metrificação do Instituto Nacional de
Metrologia, foi implantada a série métrica conforme as normas da IEC.
Como conseqüência, a NBR 5410 inclui duas novas características nas especificações dos fios
e cabos:
• nova escala de seções padronizadas em mm2 e
• emprego de materiais isolantes com nova temperatura-limite, aumentando de 60°C para
70°C. Com isso, houve um aumento da densidade de corrente (ampères por mm2) uma
vez que o emprego de materiais isolantes com maior temperatura-limite possibilita este
aumento.
Outra vantagem dessa mudança é que as seções são dadas em números redondos, ou seja,
com menor números de casas decimais em relação ao sistema AWG / MCM.
A tabela que segue mostra o limite de condução de corrente elétrica pelos condutores, no
sistema métrico, a capacidade de condução de corrente para cabos isolados até 3 condutores
carregados, e maneiras de instalar n°s. 1,2 ,3 ,5 e 6 da norma NBR 5410.
Emendas e derivações
FIGURA 5
Para se executar este tipo de emenda, os condutores a serem unidos devem ser desencapados
com o auxílio de um canivete em aproximadamente 50 vezes seu diâmetro. (Figura 6)
50 D
FIGURA 6
O revestimento isolante deve ser retirado com um canivete usado de forma inclinada como se
estivesse apontando um lápis. (Figura 7)
FIGURA 7
O fio sem isolação deve ser cruzado, e as primeiras espiras enroladas com os dedos: (Figuras
8 e 9)
FIGURA 8 FIGURA 9
Então, prossegue-se com o alicate universal, dando o aperto final com dois alicates. (Figuras 10
e 11)
FIGURA 10 FIGURA 11
Os fios devem estar fora da caixa e a emenda deve ser iniciada torcendo-se os condutores
com os dedos. (Figuras 12 e 13)
FIGURA 1 2 FIGURA 13
FIGURA 14
FIGURA 15
condutor principal
condutor derivado
FIGURA 16
FIGURA 17
condutor
principal
condutor
derivado
alicate
FIGURA 18
O condutor derivado deve ser enrolado com os dedos sobre o principal mantendo-se as
espiras uma ao lado da outra, e um mínimo de 6 espiras. (Figuras 19 e 20)
condutor principal
condutor derivado
FIGURA 19 FIGURA 20
FIGURA 21
Emendas em prolongamento e
Instalações externas
em derivação
cobre
Prolongamento ou derivações
Emenda com conector inibidor
em fios singelos ou cabos.
alumínio
Outra forma de emendar fios grossos é pela emenda por soldagem que apresenta um bom
contato elétrico e boa resistência mecânica. Ela é executada com o auxílio de um metal de
adição formado por uma liga de estanho e chumbo. (figura 28)
metal de
adição
ferro de
soldar
FIGURA 28
Para executar a emenda por soldagem, o ferro de soldar deve estar com a ponta limpa,
quente e com uma certa quantidade de metal de adição derretido.
O ferro deve ser o apoio da emenda, e o metal de adição deve estar apoiado na parte
superior da emenda até que a solda fundida preencha todos espaços entre as espiras e cubra
totalmente a emenda.
Importante!
Durante o processo de soldagem, manter o ambiente ventilado e deve-se evitar a inalação dos
vapores emitidos neste momento, uma vez que prejudicam a saúde.
Conectores especiais
A conexão de condutores pode também ser feita por meio de conectores especiais,
denominados bornes ou conectores bornes, que unem fios ou cabos por meio de
parafusos. (Figuras 29, 30 e 31)
FIGURA 32
Toda emenda e derivação deve ser protegida por uma isolação restabelecendo as condições
de isolação dos condutores. Essa isolação é feita por meio da fita isolante.
Independentemente do tipo de emenda ou derivação, esta deve ser isolada com, no mínimo,
duas camadas de fita sem que ela seja cortada, procurando deixá-la bem esticada e com a
mesma espessura do isolamento do condutor. (Figuras 33, 34 e 35)
FIGURA 33 FIGURA 35
FIGURA 34
Eletrodutos
Eletrodutos são tubos de metal ou plástico, rígidos ou flexíveis, utilizados com a finalidade de
proteger os condutores contra umidade, ácidos ou choques mecânicos. Podem ser
classificados em:
• eletroduto rígido de aço-carbono;
• eletroduto rígido de PVC;
• eletroduto metálico flexível;
• eletroduto de PVC flexível.
Os eletrodutos rígidos de aço são tubos de aço com ou sem costura longitudinal (solda),
com diâmetros e espessuras de paredes diferenciados, e com acabamento de superfície
externo e/ou interno, que pode ser brunido, decapado, fosfatizado, galvanizado, pintado,
polido, revestido ou trefilado. São usados normalmente em instalações expostas. (Figura 36)
FIGURA 36
FIGURA 37
Os eletrodutos rígidos de aço são especificados de acordo com as normas NBR 5597, 5598,
5624 e 13057. Apresentam variação de diâmetro e espessura de parede conforme a tabela a
seguir:
Diâmetro Designação Espessura de parede (mm)
As diferenças entre as normas citadas estão no acabamento, no tipo de rosca (BSP ou NPT) e
na presença ou ausência de costura no eletroduto.
Observações
I. A designação do diâmetro do eletroduto deve ser feita pelo diâmetro nominal e
não pela designação da rosca.
II. No comércio são encontrados eletrodutos de má qualidade que não atendem às
normas. Os comerciantes chamam esses materiais de eletrodutos leves, médios ou
pesados. Esse material e essas denominações não devem ser usados.
Para a fixação dos eletrodutos em instalações aparentes são utilizadas braçadeiras apropriadas
para cada ocasião e que são encontradas em catálogos de fabricantes.
FIGURA 38
Para dobrar o eletroduto é necessário que antes se prepare um gabarito de arame de acordo
com as curvas a serem feitas. Figura 39)
FIGURA 39
As partes que serão curvadas devem ser marcadas no eletroduto conforme a figura a seguir.
(Figura 40)
FIGURA 40
FIGURA 41
Durante essa operação, não se pode esquecer de comparar o eletroduto com o gabarito
preparado anteriormente.
Para executar essa operação, pode-se usar, também, o tripé do tipo dobra-tubos. Com esse
equipamento, porém, o tripé fica fixo e é o eletroduto que é movimentado.
Estes eletrodutos são fabricados com derivados de petróleo, sendo isolantes elétricos, não
sofrem corrosão nem são atacados por ácidos.
São fabricados em barras de 3 metros e têm, também, suas extremidades roscadas. Seus
diâmetros e espessura de parede são determinados pela NBR 6150, conforme tabela que
segue:
Para utilização em desvios da instalação são fabricadas curvas de 90o. (Figura 42)
FIGURA 42
Da mesma forma como com os eletrodutos de aço, em alguns casos, quando se empregam os
eletrodutos rígidos de PVC, é necessário curvá-los em ângulos, para adaptá-los ao traçado da
instalação. Para isso, é necessário ter uma fonte de calor e uma mola de aço com diâmetro
compatível com a medida do diâmetro interno do eletroduto.
Para curvar o eletroduto de PVC, primeiro deve-se marcar a zona a ser curvada com dois
traços. Depois disso, seleciona-se a mola correspondente ao eletroduto, introduzindo-a de
maneira que coincida com a zona a ser curvada. (Figuras 43 e 44)
16 D faça topo
zona a curvar
D
FIGURA 43 FIGURA 44
fonte de calor
FIGURA 45
Quando se percebe que o material está cedendo, começa-se a curvá-lo lentamente. Deve-se
evitar queimar ou amolecer demasiado o plástico.
Continua-se dobrando o eletroduto até obter a forma desejada, controlando com o gabarito
correspondente ou sobrepondo-o ao traçado. Quando o curvamento estiver de acordo com
o gabarito, a zona curvada deve ser imediatamente resfriada com um pano umedecido ou
submergindo-a em um recipiente com água fria.
FIGURA 46
FIGURA 47
FIGURA 48