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0.1.

Integrais Gaussianos 1

Diagramas de Feynman
Uma introdução

J.N. Tavares
Centro de Matemática da Universidade do Porto
Dept. Matemática Pura, Faculdade de Ciências do Porto
Rua do Campo Alegre, No. 687, 4169-007 Porto, Portugal.
E-mail adress: jntavar@fc.up.pt

Abstract
.1

φi1 φi2 · · · φik φik+1

0.1 Integrais Gaussianos

O nosso objectivo é discutir integrais do tipo:


1
dx e− 2 x·Ax+λV (x)+J·x
R
Z[λ; J] = IRN (0.1.1)
QN
onde x = (xi ) ∈ IRN , J ∈ IRN , λ ∈ IR, dx = i=1 dxi , A = (Aij ) é uma matriz simétrica
estritamente positiva.
Comecemos por calcular o integral Z0 [J] = Z[λ = 0; J], com N = 1:
Z
def 1
Z0 [J] = dx e− 2 xAx+Jx (0.1.2)
IR

onde A > 0. Como é sabido, temos que:


r

Z
− 21 Ax2
Z0 [0] = dx e =
IR A
1
Work supported by Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) through the Centro de Matemática da
Universidade do Porto (CMUP). Available as a PDF file from http://www.fc.up.pt/cmup.
0.1. Integrais Gaussianos 2

Para calcular Z0 [J] usamos a mudança de variável x → y = x − JA−1 , de tal forma que:
1 1
− xAx + Jx = − (y + JA−1 )A(y + JA−1 ) + J(y + JA−1 )
2 2
1 1
= − yAy + JA−1 J (0.1.3)
2 2
e portanto:
q 1 −1 J 1 −1 J

Z0 [J] = A e 2 JA = Z0 [0] e 2 JA (0.1.4)

A generalização para várias variáveis é simples. De facto, consideremos agora o integral


seguinte:
Z
def 1
Z0 [J] = dx e− 2 x·Ax+J·x
N
ZIR PN PN
− 21 xi Aij xj + J k xk
= dx e i,j=1 k=1 (0.1.5)
IRN
QN
onde x = (xi ) ∈ IRN , dx = i=1 dxi , e A = (Aij ) é uma matriz simétrica estritamente positiva.
Para calcular Z0 [J] usámos, de forma análoga, a mudança de variável x → y = x − A−1 J,
de tal forma que:
1 1 1
− x · Ax + J · x = − y · Ay + J · A−1 J
2 2 2
e portanto:
1 −1 J
Z0 [J] = Z0 [0] e 2 J·A
PN
1
Ji A−1
ij Jk
= Z0 [0] e 2 i,k=1 (0.1.6)

Resta agora calcular Z0 [0]. Para isso, seja R uma matriz ortogonal (RRT = 1) que diago-
naliza A:
A = RT DR, onde D = diag(λ1 , · · · , λN ), λi > 0
e façámos a mudança de variável:
y = Rx
que tem Jacobiano igual a 1, já que det R = 1. Vem então que:
Z Z
1 1
dx e− 2 x·Ax = dy e− 2 y·Dy
IRN IRN
(2π)N/2
= √
det A
isto é:
(2π) N/2
Z0 [0] = √ (0.1.7)
det A

Concluindo:

R − 12 x·Ax+J·x
Z0 [J] = IRN dx e
(2π)N/2 1 J·A−1 J
= √ e 2
(0.1.8)
det A PN
1
J A−1 J
= Z0 [0] e 2 k,`=1 k k` `
0.2. Funções de Correlação Gaussianas (ou livres) 3

0.2 Funções de Correlação Gaussianas (ou livres)

Consideremos agora o espaço Ω = IRN munido da medida de probabilidade Gaussiana:


1 − 1 x·Ax
dµ0 (x) = e 2 dx (0.2.1)
Z0 [0]

onde, como antes, Z0 [0] = (2π)N/2 / det A.
Dada uma sequência de n indices (i1 , · · · , in ), não necessàriamente distintos, onde cada i` ∈
(n)
{1, · · · , N }, define-se a função de correlação livre ou função de n-pontos livre G0 (i1 , · · · , in )
através de:
(n) def
G0 (i1 , · · · , in ) = hxi1 · · · xin i0
Z
= dµ(x) xi1 · · · xin
IRN
1
Z
1
= dx e− 2 x·Ax xi1 · · · xin (0.2.2)
Z0 [0] IRN

O resultado fundamental é que estas funções de correlação podem ser calculadas por derivações
sucessivas, relativamente às variáveis J` , da função geradora livre Z0 [J], dada por (0.1.5). Ve-
jamos alguns exemplos:

∂ ∂
Z
1
Z0 [J] = dx e− 2 x·Ax+J·x
∂Ji ∂Ji IRN
∂ − 1 x·Ax+J·x
Z
= dx e 2
IRN ∂Ji
Z
1
= dx e− 2 x·Ax+J·x xi (0.2.3)
IRN

donde se deduz imediatamente que:


(1)
G0 (i) = hxi i0
1 ∂
= Z0 [J]|J=0 (0.2.4)
Z0 [0] ∂Ji

Anàlogamente, a função de 2-pontos livre é dada por:


(2)
G0 (i, j) = hxi xj i0
1 ∂ ∂
= Z0 [J]|J=0 (0.2.5)
Z0 [0] ∂Ji ∂Jj

e assim sucessivamente:
(n) 1 ∂ ∂
G0 (i1 , · · · , in ) = Z0 [0] ∂Ji1 ∂Ji2 · · · ∂J∂i Z0 [J]|J=0 (0.2.6)
n

É claro que podemos calcular explicitamente todas estas funções de correlação, usando a
fórmula (0.1.8) que calculámos para Z0 [J]:
1 −1 J
Z(J) = Z0 [0] e 2 J·A
0.2. Funções de Correlação Gaussianas (ou livres) 4

Assim por exemplo:


(0)
G1 (i) = hxi i0
1 ∂
= Z0 [J]|J=0
Z0 [0] ∂Ji
1 ∂  1 −1

= Z0 [0] e 2 J·A J

Z0 [0] ∂Ji J=0
∂  1 −1

= e 2 J·A J

∂Ji J=0
∂  1
P −1

= e 2 k` Jk Ak` J`

∂Ji J=0
!
1

J·A−1 J
A−1
X
= e ik Jk
2



k J=0
= 0 (0.2.7)

(n)
Anàlogamente se mostra que qualquer função de n-pontos livre G0 , com n ı́mpar, é nula.
Consideremos agora a função de 2-pontos livre:
(2)
G0 (i, j) = hxi xj i0
1 ∂ ∂
= Z0 [J]|J=0
Z0 [0] ∂Ji ∂Jj
1 ∂ ∂  1 −1

= Z0 [0] e 2 J·A J

Z0 [0] ∂Ji ∂Jj J=0
!!
∂ 1
J·A−1 J

A−1
X
= e jk Jk
2


∂Ji k

J=0
= A−1
ij
= Fij (0.2.8)

o que dá o resultado muito importante de que o propagador livre:

def
F = A−1 (0.2.9)
é exactamente a função de 2-pontos livre:

(2)
G0 (i, j) = A−1
ij = Fij (0.2.10)

Para este objecto introduzimos o diagrama de Feynmann:

•i •j

Figure 1: Propagador livre

Consideremos agora uma função de 4-pontos livre:


(4)
G0 (i, j, k, `) = hxi xj xk x` i0
0.2. Funções de Correlação Gaussianas (ou livres) 5

1 ∂ ∂ ∂ ∂
= Z0 [J]|J=0
Z0 [0] ∂Ji ∂Jj ∂Jk ∂J`
1 ∂ ∂ ∂ ∂  1 −1

= Z0 [0] e 2 J·A J

Z0 [0] ∂Ji ∂Jj ∂Jk ∂J` J=0
..
.
= A−1 −1 −1 −1 −1 −1
ij Ak` + Aik Aj` + Ai` Ajk
= Fij Fk` + Fik Fj` + Fi` Fjk (0.2.11)

o que pode ser representado esquemàticamente pelos diagramas de Feynmann:

Figure 2: Função de 4-pontos livre

Em geral temos o seguinte:

. Teorema 0.1 (Teorema de Wick) ...

(n)
G0 (i1 , · · · , i2m ) = hxi1 · · · xi2m i0
∂ ∂  1 J·A−1 J 
= ··· e2
∂Ji1 ∂Ji2m J=0
X
= Fip1 ip2 · · · Fip2m−1 ip2m
P
X
= hxp1 xp2 i0 · · · hxp2m−1 ip2m i0 (0.2.12)
P

onde F = A−1 é o propagador livre e a soma se faz sobre todos os emparelhamentos P =


{(ip1 ip2 ), · · · , (ip2m−1 ip2m )} dos indices i1 , · · · , i2m .
.

Note que existem (2m − 1)!! = (2m − 1)(2m − 3) · · · 3 · 1 emparelhamentos P dos indices
i1 , · · · , i2m . De facto:
! ! ! !
2m 2m − 2 4 2
···
2 2 2 2 (2m)(2m − 1)(2m − 2) · · · 3 · 2 · 1
=
m! 2m m!
(2m)!
=
2m m!
= (2m − 1)!! (0.2.13)

• Concluindo, as funções de correlação Gaussianas, ou da teoria livre, (com λ = 0) são


dadas por:

hxi1 · · · xin i0 = 0 se n é ı́mpar


−1
hxi xj i0 = Aij = Fij (0.2.14)
hxi1 · · · xi2m i0 = P hxip1 xip2 i0 · · · hxip2m−1 xip2m i0 se n = 2m é par
P
0.3. Funções de correlação da teoria não livre. Teoria perturbativa 6

0.3 Funções de correlação da teoria não livre. Teoria perturba-


tiva

Suponhámos agora que se pretende calcular as correlações ou funções de n-pontos, relativas à


medida de probabilidade em Ω = IRN :
1 − 1 x·Ax−λV (x)
dµλ (x) = e 2 dx (0.3.1)
N
com um potencial V , onde x = (xi ) ∈ IRN , dx = N
Q
i=1 dxi , e A = (Aij ) é uma matriz simétrica
estritamente positiva. A constante de normalização N define-se por:
Z
1
N = e− 2 x·Ax−λV (x) dx

As funções de correlação ou funções de n-pontos definem-se como antes - dada uma sequência
de n indices (i1 , · · · , in ), não necessàriamente distintos, onde cada i` ∈ {1, · · · , N }, define-se
G(n) (i1 , · · · , in ) através de:
def
G(n) (i1 , · · · , in ) = hxi1 · · · xin i
Z
= dµ(x) xi1 · · · xin
IRN
1
Z
1
= dx e− 2 x·Ax−λV (x) xi1 · · · xin (0.3.2)
N IRN

Em particular:
h1i = 1 (0.3.3)

Façamos:
O(x) = xi1 · · · xin (0.3.4)
para simplificar notações, e calculemos hO(x)i, pondo:
λ2 λ3
e−λV (x) = 1 − λV (x) + V (x)2 − V (x)3 + · · ·
2! 3!
em (0.3.2). Vem então que:
1
dx O(x) e− 2 x·Ax e−λV (x)
R

hO(x)i = 1
dx e− 2 x·Ax e−λV (x)
R

1
n o
λ2 λ3
dx O(x) e− 2 x·Ax 1 − λV (x) + (x)2 − (x)3 + · · ·
R
Ω 2! V 3! V
= 1
n o
λ2 λ3
dx e− 2 x·Ax 1 − λV (x) + (x)2 − (x)3 + · · ·
R
Ω 2! V 3! V
1
n o
λ2 λ3
dx e− 2 x·Ax O(x) − λO(x) V (x) + (x)2 − (x)3 + · · ·
R
Ω 2! O(x) V 3! O(x) V
= 1
n o
λ2 λ3
dx e− 2 x·Ax 1 − λV (x) + 2 (x)3 + · · ·
R
Ω 2! V (x) − 3! V
hOi0 − hOV i0 λ + 2!1 hOV 2 i0 λ2 − 3!1 hOV 3 i0 λ3 + · · ·
=
1 − hV i0 λ + 2!1 hV 2 i0 λ2 − 3!1 hV 3 i0 λ3 + · · ·
= hOi0 − {hOV i0 − hOi0 hV i0 } λ +
1 1
 
+ hOV 2 i0 − hOi0 hV 2 i0 − hOV i0 hV i0 + hOi0 hV i20 λ2 + O(λ3 )
2 2
(0.3.5)
0.3. Funções de correlação da teoria não livre. Teoria perturbativa 7

que é a chamada série perturbativa (assintótica) para a função de n-pontos G(n) (i1 , · · · , in ) =
hO(x)i = hxi1 · · · xin i.
É claro que os cálculos ràpidamente se complicam, pelo que se torna necessário codificá-los
através de combinatória de diagramas de Feynman.
Para sermos mais concretos consideremos uma teoria-φ4 , com o potencial:
1 X 4
V (x) = x
4! k k

e calculemos alguns termos da série perturbativa da função de 2-pontos G(2) (i, j) = hO(x)i =
hxi xj i, dada por (0.3.5).

hO(x)i0 = hxi xj i0
= A−1
ij = Fij
1 X
hO(x)V (x)i0 = hxi xj x4k i0
4! k
1 X
= hxi xj xk xk xk xk i0
4! k
1 XX
= hxp1 xp2 i0 hxp3 xp4 i0 hxp5 xp6 i0
4! k P
1 XX
= Fp1 p2 Fp3 p4 Fp5 p6 (0.3.6)
4! k P

onde a última soma se faz sobre todos os emparelhamentos dos ı́ndices {i, j, k, k, k, k}, de acordo
com o teorema de Wick (ao todo existem (6 − 1)!! = 5 · 3 · 1 = 15 parcelas).
A diagramática para estas parcelas ilustra-se na figura 3. Existem dois tipos de emparelha-
mentos, a que correspondem dois tipos de diagramas:

• Os vértices externos i e j estão ligados directamente por uma linha (propagador livre),
enquanto que os vértices internos (são 4 todos iguais a k) se podem emparelhar de (4−1)!! =
3 formas diferentes. Estas 3 contribuições são todas iguais a Fij F2kk . Depois de projectados,
obtemos o primeiro diagrama da linha inferior, que, por isso, contribui para a soma com
3 parcelas iguais a Fij F2kk .
• O vértice externo i pode ser unido a qualquer dos 4 vértices internos k, o que dá 4 possibil-
idades. De seguida, o vértice externo j pode ser unido a qualquer dos 3 vértices internos k
restantes - ao todo 4 · 3 = 12 emparelhamentos possı́veis, todos com a mesma contribuição
Fik Fkk Fkj . Depois de projectados, obtemos o segundo diagrama da linha inferior, que,
por isso, contribui para a soma com 12 parcelas iguais a Fik Fkk Fkj .

Figure 3: Diagramas de Feynmann

Concluindo - a contribuição do termo hO(x)V (x)i0 é pois representada por:


1 Xn o
hO(x)V (x)i0 = 3 · {Diagrama 1} + 12 · {Diagrama 2}
4! k
0.3. Funções de correlação da teoria não livre. Teoria perturbativa 8

1 X 1X
= Fij F2kk + Fik Fkk Fkj (0.3.7)
8 k
2 k

Resta subtrair a contribuição do vácuo hO(x)i0 hV (x)i0 , que é dada por:

1 X
hO(x)i0 hV (x)i0 = hxi xj i0 hxk xk xk xk i0
4! k
3 X
= hxi xj i0 hxk xk i20
4! k
1 X
= Fij F2kk (0.3.8)
8 k

que vai cancelar com a primeira parcela em (0.3.7). Resumindo:

G(2) (i, j) = hxi xj i = Fij − 21 { Fik Fkk Fkj } λ + O(λ2 )


P
k (0.3.9)

que se representa diagramàticamente na figura 4.

Figure 4: A função de 2-pontos G(2) (i, j), até à ordem 1, da teoria-φ4 .

Podemos prosseguir calculando as várias contribuições de ordem 2 (em λ2 ) que surgem na


série perturbativa da função de 2-pontos G(2) (i, j) = hO(x)i = hxi xj i, dada por (0.3.5), ainda
para a teoria φ4 , isto é, com potencial V (x) = 4!1 k x4k . Mas convem desde logo proceder
P

aos cancelamentos devidos às contribuições de vácuo dadas pelas segunda e quarta parcelas da
contribuição em λ2 , em (0.3.5), respectivamente iguais a 12 hO(x)i0 hV (x)2 i0 e hO(x)i0 hV (x)i20 .
Nestas contribuições a presença de hO(x)i0 = hxi xj i0 como factor, significa que os vértices
externos i e j estão ligados directamente por uma linha (propagador livre). Calculemos para já:

1 1 1 X
hO(x)V (x)2 i0 = hxi xj x4k x4` i0
2 2 (4!)2 k,`
1 1 X
= hxi xj xk xk xk xk x` x` x` x` i0
2 (4!)2 k,`
1 1 XX
= hxp1 xp2 i0 hxp3 xp4 i0 hxp5 xp6 i0 hxp7 xp8 i0 hxp9 xp10 i0
2 (4!)2 k,` P
(0.3.10)

onde a última soma se faz sobre todos os emparelhamentos dos ı́ndices {i, j, k, k, k, k, `, `, `, `},
de acordo com o teorema de Wick (ao todo existem (10 − 1)!! = 9 · 7 · 5 · 3 · 1 = 945 parcelas).
De entre estes possı́veis emparelhamentos, aqueles em que os vértices externos i e j estão
ligados directamente por uma linha (propagador livre), enquanto que os vértices internos (4
iguais a k e 4 iguais a `) estão emparelhados entre si (de (8 − 1)!! = 105 formas diferentes),
cancelam com as contribuições de vácuo dadas pela parcela 21 hO(x)i0 hV (x)2 i0 que figura na
contribuição de ordem 2, em (0.3.5).
0.3. Funções de correlação da teoria não livre. Teoria perturbativa 9

Por outro lado:


1 X 4
X
hO(x)V (x)i0 hV (x)i0 = hxi xj xk i0 hx4` i0
(4!)2 k `
1 X X
= 2
hxi xj xk xk xk xk i0 hx` x` x` x` i0
(4!) k `
1 n X XX o
= 2
3· hx` x` i20 hxp1 xp2 i0 hxp3 xp4 i0 hxp5 xp6 i0
(4!) ` k P
(0.3.11)
onde a última soma se faz sobre todos os emparelhamentos dos ı́ndices {i, j, k, k, k, k}, de acordo
com o teorema de Wick (ao todo existem (6 − 1)!! = 5 · 3 · 1 = 15 parcelas). A análise destas
contribuições faz-se com antes - de entre os possı́veis emparelhamentos, aqueles em que os vértices
externos i e j estão ligados directamente por uma linha (propagador livre), cancelam com as
contribuições de vácuo dadas pela parcela hO(x)i0 hV (x)i20 que figura na contribuição de ordem
2, em (0.3.5). Resta pois uma contribuição desconexa:
1 X X
2
·3 F2`` · 12 · Fik Fkk Fkj (0.3.12)
(4!) ` k
1 1
representada pelo diagrama da figura 5, com peso estatı́stico (4!)2
· 3 · 12 = 16 .

Figure 5: Diagramas de Feynmann

Uma vez canceladas as contribuições do vácuo, o que resta, então, para além da contribuição
desconexa já referida (figura 5)? O que resta provem de (0.3.10). Temos ainda várias hipóteses:

• o vértice externo i liga-se a um dos internos k (4 hipóteses) e o vértice externo j liga-se a


um dos internos ` (4 hipóteses). De seguida cada um dos k emparelha-se com um dos `
(3·2 = 6 hipóteses). Podemos ainda permutar k com `. Ao todo temos pois 2·(4·4·6) = 192
hipóteses, que é a multiplicidade do primeiro diagrama. O seu peso estatı́stico é:
192 1
=
2 · (4!)2 6

• o vértice externo i liga-se a um dos internos k (4 hipóteses) e o vértice externo j liga-se a


um dos internos ` (4 hipóteses). De seguida emparelhamos 2 dos 3 k restantes (3 hipóteses)
e 2 dos 3 ` restantes (3 hipóteses). Podemos ainda permutar k com `. Ao todo temos pois
2 · (4 · 4 · 3 · 3) = 288 hipóteses, que é a multiplicidade do segundo diagrama. O seu peso
estatı́stico é:
288 1
=
2 · (4!)2 4
• finalmente, o vértice externo i liga-se a um dos internos k (4 hipóteses) e o vértice externo
j liga-se a um dos 3 internos k restantes (3 hipóteses). De seguida emparelhamos cada um
dos 2 k restantes com um dos 4 ` restantes (4 · 3 = 12 hipóteses). Podemos ainda permutar
k com `. Ao todo temos pois 2 · (4 · 3 · 4 · 3) = 288 hipóteses, que é a multiplicidade do
segundo diagrama. O seu peso estatı́stico é:
288 1
2
=
2 · (4!) 4
0.3. Funções de correlação da teoria não livre. Teoria perturbativa 10

Figure 6: Diagramas de Feynmann

A diagramática para estas parcelas ilustra-se na figura 6.

Resumindo tudo o que fizemos até agora, podemos escrever a série perturbativa da função
de 2-pontos (da teoria-φ4 ) até à ordem 2:
X 1 
(2)
G (i, j) = Fij − Fik Fkk Fkj λ
k
2
X X 1 1 1

+ Fik F3k` F`j + Fik Fkk Fk` F`` F`j + Fik F3kk F`` Fkj λ2
k `
6 4 4
3
+O(λ ) (0.3.13)
ou diagramàticamente:

Figure 7: Função de 2-pontos até à ordem 2

Note que se cortarmos a linha que une k a `, no segundo diagrama de ordem 2, obtemos dois
diagramas idênticos ao diagrama de ordem 1. Esse diagrama de ordem 2 diz-se por isso redutı́vel2
ou 1P R. Um diagrama irredutı́vel ou 1P I é pois um diagrama que não pode ser separado em 2,
por corte de uma das suas linhas internas.
Se num diagrama irredutı́vel 1P I, cortarmos as linhas externas, obtemos os chamados dia-
gramas de energia própria3 .
Representemos por:
def
−Σ = Soma de todos os diagramas de energia própria = 1PI’s amputados (0.3.14)

Então, a Função de 2-pontos G = G(2) (a, b), também chamado propagador completo, é dado
pela série geométrica:
G = G0 − G0 ΣG0 + G0 ΣG0 ΣG0 − · · ·
= G0 [1 − (ΣG0 ) + (ΣG0 )2 − (ΣG0 )3 + · · ·]
G0
=
1 + ΣG0
1
= −1
G0 + Σ
1
= 2 2
p + m + Σ(p)
1
= (0.3.15)
p + m2fis
2

onde definimos a massa fı́sica mfis através de:


m2fis = m2 + Σ(p) (0.3.16)

2
one particle reducible.
3
proper self-energy diagrams or graphs
0.4. Funções de 4-pontos. Funções vértice 11

Figure 8: Propagador completo

0.4 Funções de 4-pontos. Funções vértice

Figure 9:

Figure 10: Função de 4-pontos até à ordem 2

0.5 Funções de correlação conexas e vértices próprios

0.6 Correlações no espaço dos momentos

O formalismo anterior aplica-se a teorias de campo escalar (Euclideano) numa rede Λ, com a
substituição de notações:

x - φ
i - s∈Λ
xi - φs = φ(s) (0.6.1)

ou ainda a teorias contı́nuas, com a substituição formal de notações:

x - φ
i - x ∈ IEd
xi - φ(x)
X Z
- dx
i
Z Z
dx - Dφ (0.6.2)

Por as regras de Feynman no espaço de posições e os exemplo de AMIT, pag. 61 e 62.


Quando um sistema é invariante por translacções, o núcleo é apenas função da diferença
x − y:
A(x, y) = D(x − y) = (−∆ + m2 )δ(x − y) (0.6.3)
Como já vimos a parte quadrática da energia é dada, no espaço de Fourier, por:
1
Z h i
S0 [φ] = dp φ(−p) m2 + Da (p) φ(p)
2 R∗
1
Z h i
= dp m2 + Da (p) |φ(p)|2
2 R∗
(0.6.4)
0.6. Correlações no espaço dos momentos 12

onde, como antes:


Da (p) = ........ - p2
a→0

Recorde que:

b = m2 + Da (p) = inverso do propagador livre no espaço de Fourier


A

Um termo potencial do tipo: Z


V [φ] = dx φ(x)r (0.6.5)
R
escreve-se, no espaço de Fourier, na forma:
Z
V [φ] = dx φ(x)r
R
Z Z r
−i(p·x) b
= dx dp e φ(p)
R∗
ZR Z Z
= dp1 · · · b 1 ) · · · φ(p
dpr φ(p b 2) dx ei(p1 +···+pr )·x
ZR∗ ZR∗ R

= dp1 · · · b 1 ) · · · φ(p
dpr φ(p b 2 ) δR∗ (p1 + · · · + pr ) (0.6.6)
R∗ R∗

Recordando que δR∗ (p, q) = Ld δpq - (2π)d δ(p − q) e ainda que:


L→∞

1
Z Z
d
X L→∞
=L - dp
R∗ p (2π)d B

vemos que, no limite termodinâmico:


r
Z Z Z !
X
r
dx φ(x) = dp1 · · · b 1 ) · · · φ(p
dpr φ(p b 2) δ pi (0.6.7)
R B B i=1

Definamos agora as correlações de n-pontos, no espaço de Fourier, através de:


Z
G (n)
(p1 , · · · , pn ) = dx1 · · · dxn ei(p1 ·x1 +···+pn ·xn ) G(n) (x1 , · · · , xn ) (0.6.8)

Assim por exemplo:


Z
G0 (p1 , p2 ) = dx1 dx2 ei(p1 ·x1 +p2 ·x2 ) G0 (x1 , x2 )
Z Z
= dx2 e i(p1 +p2 )·x2 )
dx1 eip1 ·(x1 −x2 ) G0 (x1 , x2 )
= δ(p1 + p2 )G0 (p1 )
1
= δ(p1 + p2 ) 2 (0.6.9)
m + p21

A teoria perturbativa desenvolve-se em completa analogia. Assim, por exemplo, a função de


partição livre, com fonte J, é dada por:

1
Z  Z Z 
2 2
Z0 [J] = D[φ] exp dp φ(p)[m + p ]φ(−p) − dp J(p)φ(−p) (0.6.10)
2
0.6. Correlações no espaço dos momentos 13

onde omitimos os ”hats” e considerámos já o limite contı́nuo (formal).... Para o modelo com
interacção, temos que:
( ! )
1 X λr δ δ 1
Z X  Z 
Z[J] = exp − dp1 · · · dpr δ pi ··· exp dp J(p)G0 (p)J(−p)
N r r! i
δJ(−p1 ) δJ(−pr ) 2
(0.6.11)
onde:
1
G0 (p) =
m2 + p2
e finalmente, as correlações G(n) por:

δ n Z[J]

(n)

G (p1 , · · · , pn ) = (0.6.12)
δJ(−p1 ) · · · δJ(−p1 ) J=0

Agora os emparelhamentos devem juntar um p com um −p devido à forma diagonal de Z0 ,


no espaço dos p. N cancela todas as contribuições de vácuo.
Calculemos por exemplo os termos de ordem 2 da correlação G(4) (p1 , · · · , p4 ), no modelo φ4 :
" #
1 δ δ λ δ δ
Z
(4) X
G2 (p1 , · · · , p4 ) = ··· dk1 · · · dk4 δ( ki ) ···
2! δJ(−p1 ) δJ(−p4 ) 4! i
δJ(−k1 ) δJ(−k4 )
" #
λ δ δ
Z X
dq1 · · · dq4 δ( qi ) ···
4! i
δJ(−q1 ) δJ(−q4 )
1
 Z 

exp dp J(p)G0 (p)J(−p) omitindo contribuições de vácuo
2 J=0
(0.6.13)

Os pi chamam-se momentos externos e os restantes k e q, os momentos internos. Olhemos


para o termo em que duas das derivadas externas emparelham com duas num vértice interno
e as outras duas derivadas externas emparelham com duas do outro vértice. Há 3 maneiras de
escolher os pares de derivadas externas que vão juntos. Vamos escolher 1 e 2 a ir para o mesmo
vértice. as outras escolhas correspondem a permutações dos indices externos. p1 pode escolher
8 factores para se emparelhar, deixando 3 escolhas para p2 , 4 para p3 e 3 para p4 . Finalmente
as duas restantes enm cada vértice podem juntar-se de 2 maneiras. Ao todo temos um factor
numérico igual a 1/2.

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