Sie sind auf Seite 1von 3

STJ entende que a reiteração de conduta

desabonadora impede que o agente seja


indeni...
Extraído de: Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes - 03 de Junho de 2009

SÚMULAS: Conduta reiterada de devedor impede indenização por dano moral

Quem já é registrado como mau pagador não pode se sentir moralmente ofendido pela inscrição
do nome como inadimplente em cadastros de serviços de proteção ao crédito. Com esse
entendimento, a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) editou a súmula de
número 385 , impedindo pagamento de indenização por danos morais àqueles que reclamam na
Justiça a reparação pela inscrição do nome em bancos de dados.

Num dos processos que serviram como precedente para edição da súmula, uma consumidora
do Rio Grande do Sul ajuizou ação de reparação por danos morais contra a Câmara de
Dirigentes Lojistas de Porto Alegre por ter sido cadastrada sem a respectiva notificação. O STJ
entendeu que, mesmo descumprido o dever de comunicação previsto no artigo 43 , parágrafo
2º , do Código de Defesa do Consumidor , a Câmara não deve pagar indenização diante da
permanência de outros cadastros desabonadores contra a consumidora.

A reiteração da conduta, no caso, impediu a reparação. O inteiro teor da nova súmula é o


seguinte: "Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por
dano moral quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento".

O dano moral está caracterizado se provado que as anotações foram realizadas sem a prévia
notificação do interessado e as regras do CDC buscam fazer com que o consumidor pague a
dívida antes que o nome venha a público. Mas, no caso acima citado, segundo o relator, ministro
Ari Pargendler, não é possível presumir que o consumidor tenha experimentado com a inscrição
indevida qualquer sentimento vexatório ou humilhante anormal, porque a situação não lhe seria
incomum.

Num outro caso paradigma para a Súmula, também do Rio Grande do Sul, relatado pelo ministro
Aldir Passarinho, um consumidor ajuizou ação contra a Serasa, por ter o nome inscrito no banco
de dados também sem a devida comunicação. O consumidor tinha uma dívida de R$ 33,23 junto
ao Cartório de Guarulhos/SP e uma pendência de R$ 519,00 junto à empresa Ponto Frio, em
Porto Alegre. Ele pedia indenização por danos morais, que lhe foi negada pela conduta
reiterada.

A jurisprudência do STJ é que a falta de comunicação, ainda que verdadeiras as informações


sobre inadimplência, geram o dever de indenizar, pois criam restrições que vão além do âmbito
restrito das partes - credor e devedor. É entendimento de que a comunicação pode evitar
equívocos e impedir maiores males para o devedor. A responsabilidade da cientificação é
exclusiva do banco de dados ou da entidade cadastral. A indenização, no caso, não se
justificava, diante do contexto de que o consumidor não experimentou nenhuma situação
anormal, tendo em vista que a prática não lhe seria incomum.

Fonte: http://www.stj.jus.br

NOTAS DA REDAÇÃO

Com o entendimento de que "quem já registrado como mau pagador não pode se sentir
moralmente ofendido pela inscrição do nome como inadimplente em cadastros de serviços de
proteção ao crédito", a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) editou a súmula
385 sedimentando sua posição sobre o tema.
STJ, Súmula nº 385 : "Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe
indenização por dano moral quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao
cancelamento ".

Portanto, a reiteração da conduta desabonadora impede que o agente seja indenizado, mesmo
que tenha as anotações no sistema de proteção ao crédito tenham sido realizadas sem a prévia
notificação deste. Ou seja, mesmo que tenha sido desrespeitado o teor do artigo 43 , parágrafo
2º do Código de Defesa do Consumidor , que traz a seguinte disposição: CDC , Art. 43 . "O
consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como
sobre as suas respectivas fontes.

(...)

§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser


comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele" .

As regras previstas no CDC buscam fazer com que o consumidor pague a dívida antes que seu
nome venha a público, e por isso a necessidade da prévia comunicação, para que esse tenha
tempo hábil para regularização. Todavia, o Ministro Ari Pargendler, entende que não é possível
presumir que o consumidor tenha experimentado com a inscrição indevida qualquer sentimento
vexatório ou humilhante anormal, porque a situação não lhe seria incomun.

Entendemos que não se trata de presunção, as situações devem ser analisadas de maneira
autônoma, cada caso é um caso, e que qualquer ato praticado de maneira indevida contra o
consumidor lhe acarreta sim aborrecimento e constrangimento, basta um ato indevido para
trazer esse sentimento, não é preciso reiteração. O fato de ter seu nome inscrito em sistema de
proteção ao crédito por outras dívidas, não significa que lhe é comum ter seu nome inscrito de
maneira indevida, são situações distintas.

Nossa posição é no sentido de que o direito à notificação seja respeitado, o consumidor pode
não ter tido condições de regularizar dívida x que levou seu nome à negativação, mas pode
negociar e efetuar o pagamento impedimento que seu nome seja novamente colocado no rol dos
devedores pela dívida y. Caberia indenização ao devedor por não ter respeitado seu direito de
saber, de poder tomar alguma providência quanto ao pagamento ou negociação.

Referência: CDC , art. 43 , parágrafo 2º CPC , art. 543-C

Res, n 8 , de 07/08/2008-STJ, art 2º , parágrafo 1º

Resp 1.002.985/RS

Resp 1.062.336/RS

AgRg no Resp 1.081.845/RS

Resp 992.168/RS

Resp 1.008.446/RS

AgRG no Resp 1.081.404/RS

AgRg no Resp 1.046.881/RS CPC , art. 543-C

Art. 543-C. "Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de
direito, o recurso especial será processado nos termos deste artigo. § 1o Caberá ao presidente
do tribunal de origem admitir um ou mais recursos representativos da controvérsia, os quais
serão encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça, ficando suspensos os demais recursos
especiais até o pronunciamento definitivo do Superior Tribunal de Justiça. § 2o Não adotada a
providência descrita no § 1o deste artigo, o relator no Superior Tribunal de Justiça, ao identificar
que sobre a controvérsia já existe jurisprudência dominante ou que a matéria já está afeta ao
colegiado, poderá determinar a suspensão, nos tribunais de segunda instância, dos recursos nos
quais a controvérsia esteja estabelecida. § 3o O relator poderá solicitar informações, a serem
prestadas no prazo de quinze dias, aos tribunais federais ou estaduais a respeito da
controvérsia. § 4o O relator, conforme dispuser o regimento interno do Superior Tribunal de
Justiça e considerando a relevância da matéria, poderá admitir manifestação de pessoas, órgãos
ou entidades com interesse na controvérsia. § 5o Recebidas as informações e, se for o caso,
após cumprido o disposto no § 4o deste artigo, terá vista o Ministério Público pelo prazo de
quinze dias.

§ 6o Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos demais
Ministros, o processo será incluído em pauta na seção ou na Corte Especial, devendo ser
julgado com preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os
pedidos de habeas corpus.

§ 7o Publicado o acórdão do Superior Tribunal de Justiça, os recursos especiais sobrestados na


origem:

I - terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a orientação do


Superior Tribunal de Justiça; ou

II - serão novamente examinados pelo tribunal de origem na hipótese de o acórdão recorrido


divergir da orientação do Superior Tribunal de Justiça. § 8o Na hipótese prevista no inciso IIdo §
7o deste artigo, mantida a decisão divergente pelo tribunal de origem, far-se-á o exame de
admissibilidade do recurso especial.

§ 9o O Superior Tribunal de Justiça e os tribunais de segunda instância regulamentarão, no


âmbito de suas competências, os procedimentos relativos ao processamento e julgamento do
recurso especial nos casos previstos neste artigo ".

Jurisprudência:

"AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.057.337 - RS (2008/0102640-4)

RELATOR : MINISTRO SIDNEI BENETI

EMENTA: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO EM CADASTRO DE


INADIMPLENTES. COMUNICAÇÃO PRÉVIA. CDC , ART. 43 , § 2º. EXISTÊNCIA DE OUTRO
REGISTRO. PRECEDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO.

Das könnte Ihnen auch gefallen