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MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho foi executado em um pomar comercial,
localizado em Catiguá-SP (Lat 21o04’S, Long 49o04’W,
Alt 476m), em laranjeiras ’Valência’ e ’Pera’ com
aproximadamente 5 anos de idade, ambas enxertadas
sobre limoeiro ’Cravo’. O solo do pomar em estudo é um
Podzólico vermelho amarelo equivalente eutrófico, com
horizonte A moderado.
Selecionaram-se três plantas aparentemente sadias e
três plantas com sintomas característicos de CVC, para
cada um dos cultivares. As plantas selecionadas
estavam próximas umas das outras, de forma que as
condições de solo foram semelhantes durante a
experimentação.
Em cada planta selecionaram-se, em ramos
diretamente expostos à radiação solar, folhas jovens,
totalmente expandidas, brotadas em janeiro de 1993 e
folhas mais velhas, brotadas em agosto-setembro de
1992. As folhas novas tinham entre 3 a 4 meses de
idade e as folhas velhas entre 8 e 9 meses por ocasião FIGURA 1- Taxa de fotossíntese (F), condutância estomática
do período em que se efetuaram as medidas, isto é, (g) e taxa de transpiração (T) em folhas de laranjeira ’Valência’
entre o final de abril e início de maio. com e sem clorose variegada dos citros (CVC). RFA =
radiação fotossintéticamente ativa; DSV = déficit de saturação
Nas folhas selecionadas mediram-se, em intervalos de de vapor. Barras indicam diferença mínima significativa (P <
aproximadamente 1 h, no período entre 9 e 16 h, a taxa 0.05).
de fotossíntese líquida, a taxa de transpiração e a
condutância estomática. Tais medidas forma feitas com temperaturas das folhas expostas à radiação solar
um analisador portátil de fotossíntese (LI-6200, LICOR, estiveram entre 1oC (9 h) e 5oC (13 h) acima da
Lincoln, Nebrasca), com técnica descrita por Vu et temperatura do ar, não ocorrendo aparentemente
al(1986), com 5 a 8 repetições. diferenças entre os tratamentos.
O potencial da água na folha (Ψ) foi estimado através As folhas novas e as mais velhas das plantas com
de medidas do potencial de pressão do xilema, CVC apresentaram sintomas de deficiência hídrica
realizado com uma câmara de pressão utilizando a (murcha) apesar da umidade do solo ter sido adequada
técnica descrita por Kaufmann (1968).As medidas para as plantas sadias, que não apresentaram tais
foram feitas com 6 repetições, as 9 e as 14 h. sintomas. Nas primeiras horas da manhã tais sintomas
Selecionaram-se, para as medidas de Ψ , ramos com 3 foram pouco visíveis, porém, as folhas apresentaram-se
a 4 folhas de 8 a 9 meses de idade e expostas progressivamente mais murchas em função do
diretamente à radiação solar. Antes do corte dos ramos, aumento da radiação solar, da temperatura e do déficit
as folhas foram envolvidas em plástico e, de saturação de vapor de água.
imediatamente após o corte as medidas em 27/04/93 na
cv. ’Valência’ e em 11/05/93 na cv. ’Pera’. TABELA 1- Potencial de água (MPa) da folha em laranjeiras
das cvs ’Valência’ e ’Pera’ com e sem Clorose Variegada
Os dados obtidos foram analisados estatísticamente, dos Citros (CVC).
e as médias discriminadas pelo teste Duncan ao nível
de 5%. Pera Valência
Hora Sadia CVC Sadia CVC
RESULTADOS 9 -0.69 ± 0.10 -0.95 ± 0.10 -0.84 ± 0.05 -1.45 ± 0 .17
As medidas foram efetuadas em dias sem nuvens 14 -1.15 ± 0.07 -2.05 ± 0.17 -1.17 ± 0.09 -2.49 ± 0.17
cujas variações da temperatura do ar, da radiação solar
e do déficit de saturação de vapor de água entre a folha Os valores do potencial da água no xilema (Ψ) nas
e o ar são apresentadas nas figuras 1D e 2D. As plantas com CVC foram significativamente menores
que os observados nas plantas sadias, nos dois
R. Bras. Fisiol. Veg., 6(1):53-57, 1994.
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Comparativamente nas plantas com CVC, a
fotossíntese das folhas novas da cv ’Pera’ foi mais
afetada que a das folhas novas de ’Valência’.
Observou-se que a média diária da fotossíntese de
-2 -1
folhas novas decresceu de 8.8 µmol m s nas plantas
sadias para 7.4 nas plantas da cv ’Valência’ com CVC;
enquanto para ’Pera’ decresceu de 7.3 para 3.8. Já em
folhas velhas, os decréscimos da fotossíntese e da
condutância estomática em função da ocorrência de
CVC foram semelhantes em ambas cvs (Fig. 1A e B 2A
e B e Tabela 2).