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LÓGICA COMPUTACIONAL
Francisco Vieira de Souza
PRESIDENTE D A REPÚBLIC A
Lui z In ácio Lula d a Silva
M INISTRO D A EDUC AÇ ÃO
DEP ART AM ENTO DE INFO RM ÁTI C A E EST ATÍS TIC A - CHEFE DO DEPARTAMENT O
Paulo Sérgi o Marq ues dos Santos
EQUIPE DE APOIO
Profº. Arlino Araújo
Liana Cardoso
Luan a Monteiro
Cleidi nal va Oliveira
Lana G rasiela Ma rqu es
Copyright © 2008. Todos os direitos desta edição estão reservados à Universidade Federal do Piauí (UFPI). Nenhuma parte deste
material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia
autorização, por escrito, do autor.
112p.
Inclui bibliografia
CDD: 511.3
2
APRESENTAÇÃO
3
SUMÁRIO
UNIDADE 1. LÓGICA PROPOSICIONAL 06
1.1 Introdução 07
1.2 Primeiros passos 08
1.3 Construção de sentenças 09
1.4 Conectivos lógicos 11
1.5 Peso de um conectivo 12
1.6 Sentenças atômicas e sentenças moleculares 13
1.6.1 Classificação das sentenças moleculares 14
1.7 Reescrita de sentenças 17
1.7.1 Regras de reescrita 18
1.6 Simbologia das sentenças 20
1.9 Função verdade 27
1.10 Regras de avaliação das sentenças 29
1.11 Interpretações 33
1.12 Simplificação de sentenças 35
1.13 Tautologias, contingências e contradições 36
1.13.1 Equivalência tautológica 39
1.14 Regras de inferência 40
1.15 Formas normais conjuntivas e disjuntivas 42
1.15.1 O problema de Post 43
1.15.2 Obtendo a forma normal disjuntiva 43
1.16 Argumento válido 44
1.17 Demonstração da validade de argumentos 45
1.17.1 Demonstração direta 45
1.17.2 Demonstração indireta condicional 46
1.17.3 Demonstração indireta por absurdo 47
1.17.4 Demonstração indireta por árvores de derivação 48
1.18 Construção de árvores de refutação 52
1.19 Cálculo Proposicional e Álgebra dos Conjuntos 55
1.20 Cálculo Proposicional e a Álgebra de Boole 58
1.21 SAIBA MAIS 61
1.22 WEB-BIBLIOGRAFIA 61
4
Unidade 1
Lógica Proposicional
RESUMO
O objetivo principal desta unidade é apresentar os
principais conceitos e estruturas da Lógica Proposicional
bem como ela pode ser utilizada no ordenamento do
raciocínio humano, na busca de soluções para os problemas
que ocorrem na natureza.Na unidade é mostrada a evolução
histórica desde a sua utilização apenas como formulação
correta de argumentos, utilizada apenas pelas Ciências
Sociais, até o seu emprego atual na Ciência da
Computação. A unidade também contém vários exemplos, e
exercícios resolvidos tentando proporcionar ao leitor o
entendimento pleno dos conceitos envolvidos, além de
serem propostos vários exercícios para sedimentar a teoria
apresentada.A forma de apresentação utilizada é de acordo
com o exigido para o ensino à distância, ou seja, tendo em
vista sempre esta nova modalidade de ensino.
5
1. LÓGICA PROPOSICIONAL
1.1 Introdução
6
do Principia Mathematica por Alfred North-Whitehead (1861-
1947) e por Bertand Russel (1872-1970), que representou
uma grande ajuda para completar o programa sugerido por
Leibniz, que visava dar uma base lógica para toda a
Matemática.
7
Gaúcho”. Deve-se facilmente depreender que esta
discussão deve ter continuado até a madrugada,
principalmente porque chegou à mesa o argentino Celso.
8
As sentenças são expressões da linguagem às quais pode-
se atribuir um valor verdadeiro ou falso. Por exemplo,
“Brasília é a capital do Brasil” é uma sentença verdadeira,
enquanto “5 é um número par” é uma sentença falsa.
Normalmente, o valor verdadeiro é simbolizado pela letra
maiúscula V, enquanto o valor falso é simbolizado pela letra
maiúscula F. Num primeiro estudo da Lógica Matemática
será admitido que toda proposição tenha apenas dois
valores possíveis: V ou F. Esta idéia deve ser abandonada
ao estudarmos outras teorias onde as sentenças possam ter
valores distintos de F e V. As sentenças, por sua vez,
podem ser representadas pelas letras minúsculas p, q, r, etc.
Desta forma, podemos definir uma sentença da seguinte
forma:
9
As expressões do Exemplo 1 são sentenças porque
podemos atribuir a cada uma delas um valor verdadeiro ou
falso, o que não é possível com as expressões do Exemplo
2. Elas representam uma frase imperativa, uma interrogativa
e uma exclamativa.
10
partir de uma ou mais sentenças previamente dadas. No
estudo da Lógica, estas expressões têm uma denominação
especial.
11
o conectivo e foi aplicado a duas sentenças. Os conectivos
são classificados de acordo com o número de sentenças que
eles precisam para formar uma nova sentença.
Conectivo Peso
Não 1
E 2
Ou 2
se ... então 2
se, e somente se 2
12
Exemplo 5. As sentenças a seguir são moleculares:
a) 5 não é primo.
b) João Pessoa é a capital da Paraíba e a terra é um
planeta.
c) O sol é uma estrela ou a terra é um planeta.
d) Se a terra é um planeta então o sol é uma estrela.
13
Exemplo 7. A sentença “4 não divide 7 nem 9” deve ser re-
escrita como “4 não divide 7 e 4 não divide 9” para que
possamos entender o que realmente ela quer significar.
Neste caso, a sentença é a conjunção das sentenças “4 não
divide 7” e “4 não divide 9” aplicando o conectivo e. Por sua
vez, a sentença “4 não divide 7” é a negação da sentença “4
divide 7” e a sentença “4 não divide 9” é a negação da
sentença “4 divide 9”. O leitor deve observar que neste caso,
foi necessário reescrever a sentença original de forma que
ela pudesse ser analisada corretamente. Este tema será
abordado brevemente.
O leitor atento deve ter observado que, neste caso, o
conectivo e foi aplicado a duas sentenças, uma vez que ele
é um conectivo de peso 2. Neste caso, a primeira sentença
é chamada de primeira componente e a segunda sentença é
chamada de segunda componente da conjunção. Voltando
ao Exemplo 7, a sentença “4 não divide 7” é a primeira
componente e a sentença “4 não divide 9” é a segunda
componente da conjunção. No caso do emprego do
conectivo ou, temos a seguinte definição:
14
usarmos o conectivo se...então, teremos a seguinte
definição:
15
biimplicação, sendo “Vou a Parnaíba” a primeira
componente e “a estrada foi consertada” a segunda
componente.
16
1.7.1 Regras de reescrita
Existem algumas regras básicas que devem ser seguidas na
construção de sentenças. Em primeiro lugar deve-se
explicitar as sentenças atômicas que compõem a sentença
final. Em segundo lugar, deve-se atribuir símbolos aos
conectivos. Os conectivos são representados pelos símbolos
mostrados na tabela a seguir:
17
Exemplo 14. Utilizando as mesmas sentenças mostradas na
primeira coluna do Exemplo 13, a tabela a seguir mostra
como cada uma negação destas sentenças deve ser
construída. Deve-se observar que, apesar do exemplo
mostrar apenas a negação de sentenças atômicas, ela pode
ser aplicada também a sentenças moleculares.
18
Exemplo 17. A disjunção “20 não é maior que 10 ou, 4 é
primo e 1 é maior que 4” deve ser reescrita como ((¬(20 é
maior que 10)) v ((4 é primo) (1 é maior que 4))).
Conectivo Símbolo
não ¬
e
ou
se...então →
se, e somente se ↔
Sejam as sentenças:
1
Um número natural é perfeito se a soma de seus fatores primos, incluindo o 1,
for igual a ele próprio. O primeiro número natural perfeito é 6 porque 3 + 2 + 1 é
igual a 6. O próximo é 28.
20
Vamos examinar cada uma destas sentenças em separado.
21
porque as sentenças componentes expressão alternativas
excludentes e complementares. Dito de outra forma, se as
sentenças de uma disjunção expressam alternativas
excludentes e complementares, a disjunção é verdadeira,
independente do conhecimento antecipado sobre a verdade
ou falsidade das componentes.
22
5. Simbolizar a sentença reescrita, substituindo as
sentenças atômicas pelas letras p, q, r ou s
(indexadas ou não), de modo que cada ocorrência de
uma mesma sentença seja substituída sempre pela
mesma letra e que sentenças atômicas distintas
sejam substituídas por sentenças atômicas distintas.
Exemplo 21.
a) “Francisco é feliz”.
Aplicando a metodologia proposta para a
simbolização, temos:
1) Atômica.
2) Não tem conectivos por ser atômica.
3) Não pode ser classificada por ser atômica.
4) (Francisco é feliz).
5) A sentença pode ser simbolizada por p, onde p:
(Francisco é feliz).
1) Molecular.
2) Possui o conectivo e.
3) Trata-se de uma conjunção.
4) ((Francisco é feliz) (Cecília ama Francisco)).
5) Sendo p : (Francisco é feliz) e q : (Cecília ama
Francisco), então: (p q).
23
c) “Francisco é feliz caso Cecília o ame”.
A sentença deve ser reescrita como “Se Cecília ama
Francisco, então Francisco é feliz”. Aplicando a
metodologia proposta, temos:
1) Molecular.
2) Possui o conectivo se ... então.
3) Trata-se de uma implicação.
4) ((Cecília ama Francisco) → (Francisco é feliz)).
5) Sendo p : (Cecília ama Francisco) e q : (Francisco
é feliz), então: (p → q).
1) Molecular.
2) Possui os conectivos e e se ... então.
3) Trata-se de uma conjunção onde a segunda
componente é uma implicação.
4) (Cecília ama Francisco ((Cecília ama Francisco)
→ (Francisco é feliz))).
5) Sendo p : (Cecília ama Francisco) e q : (Francisco
é feliz), então a sentença deve ser representada
por ((p (p → q)).
24
1) Molecular.
2) Possui os conectivos e e se ... então.
3) Trata-se de uma conjunção onde a primeira
componente é uma conjunção e a segunda
componente é uma implicação.
4) (((Cecília ama Francisco) (Cecília é feliz))
(((Cecília ama Francisco) (Cecília é feliz)) →
(Francisco é feliz))).
5) Sendo p : (Cecília ama Francisco), q : (Cecília é
feliz) e r : (Francisco é feliz), então a sentença
deve ser representada por ((p q) ((p q) → r)).
a) “10 + 10 ≠ 20”.
Sendo p : (10 + 10 = 20), então a sentença deve ser
simbolizada por (¬p).
b) “3 e 5 são ímpares”.
Sendo p : (3 é ímpar) e q : (5 é ímpar), então a
sentença deve ser simbolizada por (p q).
25
Sendo p : (1 é primo), q : (2 é primo) e r : (3 é primo),
então a sentença deve ser simbolizada por ((p
(¬q ¬r)) (q (¬p ¬r)) (r (¬p ¬q))).
26
valor verdade pode depender, ou não, dos valores verdade
das sentenças componentes. Vamos analisar as duas
situações através de exemplos.
27
1.10 Regras de avaliação das sentenças
Para se avaliar sentenças moleculares, é necessário se
definir regras para serem aplicadas aos conectivos que as
compõem. Isto significa que, para cada conectivo, será
definida uma regra para encontrar o valor verdade da
sentença composta por ele. Isto é o que será feito a seguir.
Negação
α ¬α
F V
V F
28
Conjunção
________
α β α^β
Em uma
cidade
em que cada F F F
habitante ou
fala
verdade ou é F V F
mentiroso,
Félix
encontrou V F F
Teresa
e Nazareth
quando V V V
perguntou:
alguém de
vocês duas é
mentirosa?
Teresa Disjunção
respondeu:
“pelo menos
uma de nós Na linguagem matemática, o conectivo ou ( ) é utilizado
duas é quando se deseja apresentar alternativas. Na teoria dos
mentirosa.”
Teresa conjuntos isto equivale à união dos conjuntos.
estava, ou
não, falando
Regra 3. Uma disjunção é falsa se suas componentes
a verdade?
__________ forem, simultaneamente, falsas e é verdadeira se pelo
menos uma de suas componentes for verdadeira.
29
Esta regra é utilizada no sentido inclusivo, ou seja, o fato das
duas sentenças componentes da disjunção serem ambas
verdade tornam a sentença também verdade. Esta situação
é um pouco diferente do uso corriqueiro na língua
portuguesa. Por exemplo, na sentença “Félix vai de carro ou
de avião” queremos informar que ou Félix vai de carro ou ele
vai de avião, uma vez que ele não pode ir de carro e de
avião ao mesmo tempo. No entanto este não é o caso da
Lógica Matemática, onde o ou é utilizado no sentido
inclusivo. Esta regra permite construir a tabela verdade da
disjunção, como mostrado na tabela a seguir.
α β α β
F F F
F V V
V F V
V V V
Implicação
30
Esta regra permite construir a tabela verdade da implicação,
como mostrado na tabela a seguir.
α β α→β
F F V
F V V
V F F
V V V
Biimplicação
31
Tabela verdade do conectivo se ... somente se (↔).
α β α↔β
F F V
F V F
V F F
V V V
1.11 Interpretações
32
p : amanhã vai chover.
p (¬p) (p (¬p))
F V V
V F V
p q (p ^ q
F F F
F V F
V F F
V V V
p : Hoje chove
p (¬p) (p ^ (¬p))
F V F
V F F
33
quanto às suas veracidades ou falsidades apenas utilizando
a tabela verdade das sentenças componentes.
34
Regra 2. Os parênteses em torno da negação podem ser
retirados.
35
Definição. Uma interpretação para duas sentenças
simbolizadas α e β é uma atribuição de valores às letras
sentenciais que ocorrem em α e em β. Isto significa que
cada linha de uma tabela verdade representa uma
interpretação para as letras sentenciais constantes desta
tabela.
p q p→q ¬ (p → q) (p→q) ¬ (p → q)
F F V F V
F V V F V
V F F V V
V V V F V
36
forem verdadeiros (V) enquanto outro ou outros tiverem valor
verdade (F).
F F V F V
F V V V F
V F F F V
V V V V V
P q p^q ¬p ¬q ¬p ¬q p^q↔¬p ¬q
F F F V V V F
F V F V F V F
V F F F V V F
V V V F F F F
37
Podemos observar que a última coluna desta tabela verdade
só contém valores verdade F. Portanto, a sentença é uma
contradição.
a) p q → r ╞╡ ¬r → ¬p ^ ¬q
b) (p q) ^ ¬(p ^ q) ╞╡ (p ¬q) ^ (¬p q)
c) (p ¬q) ^ (¬p q) ╞╡¬ (p ↔ q)
a) α ╞╡ β
b) ╞ α ↔ β
38
Prova: O sistema de prova utilizado para esta demonstração
baseia-se na verificação de que a primeira sentença é
equivalente a segunda e que a segunda também é
equivalente à primeira. Este sistema é conhecido como ida e
volta.
39
Tabela das principais regras de inferência.
Regras Fórmula
Modus ponens p ^ (p → q) → q
Modus tollens ¬q ^ (p → q) → ¬p
Silogismo hipotético (p → q) ^ (q → r) → (p → r)
Silogismo disjuntivo (p q) ^ ¬p → q
Simplificação p^q→p
Adição p→p q
Eliminação (p → (q r)) ^ ¬q → p → r
a) ¬¬p ╞╡p
b) p ^ q ╞╡q ^ p
c) p q ╞╡q p
d) (p ^ q) ^ r ╞╡p ^ (q ^ r)
e) (p q) r ╞╡p (q r)
f) (p ^ q) r ╞╡(p ^ q) (p r)
g) (p q) ^ r ╞╡(p q) ^ (p r)
h) ¬(p ^ q) ╞╡¬p ¬q
40
i) ¬(p q) ╞╡¬p ^ ¬q
j) p ^ p ╞╡p
k) p p ╞╡p
l) p (p ^ q) ╞╡p
m) p ^ (p q) ╞╡p
a) FNC: (¬p q) ^ (r s p)
b) FND: p (q ^ r) (¬s ^ p)
41
1.15.1 O problema de Post
p q ? conjunções
F F (¬p ^ ¬q)
F V F
V F F
V V (p ^ q)
42
quarta linha, p e q têm valores verdade . Logo, entram na
conjunção como p e q. Isto significa que a forma normal
disjuntiva deve ser (¬p ^ ¬q) (p ^ q).
43
Uma forma de se verificar se uma seqüência de proposições
é, ou não, um argumento válido é utilizar a tabela verdade.
44
Exemplo 26. Demonstrar a validade do argumento p, q → r,
¬r, ¬q do Exemplo 25.
Demonstração:
1. p premissa
2. q → r premissa
3. ¬r premissa
4. ¬q Conclusão: verdade por Modus Tollens
entre as premissas 2 e 3.
45
3. ((p0 ^ p1 ^ ... ^ pn-1) ^ p) → q é uma tautologia. Isto
significa que
4. (p0 ^ p1 ^ ... ^ pn-1) → (p → q) é uma tautologia. Isto
quer dizer
5. p0, p1, ..., pn-1╞ p → q, ou seja, que
6. p0, p1, ..., pn-1, p → q é um argumento válido.
46
5. p0, p1, ..., pn-1,╞ p pela propriedade do conectivo
(ou). Isto significa que
6. p0, p1, ..., pn-1, p é um argumento válido.
48
2. ¬¬¬p
3. p
4. q
5. ¬p
49
1. p ν q
2. ¬p
3. ¬ q
/ \
4. p q
50
2. p
3. ¬¬q
4. q
51
Procede-se assim em todos os ramos abertos aos quais a
fórmula p ^ q pertence pois p ^ q assume o valor V se e
somente se as fórmulas p e q forem ambas verdadeiras.
1. p ^ q
2. p
3. q
52
1. p ↔ q
/ \
2. p ¬p
3. q ¬q
53
1. ¬(p → q)
2. p
3. ¬q
54
técnicas, normalmente, já são dominadas pelas pessoas que
estão iniciando seus estudos sobre a Lógica.
55
elimina-se o alcance dos conectivos, substituindo-se
A ν (B Λ C) por (A ν B) Λ (A ν C) e
A Λ (B ν C) por (A Λ B) ν (A Λ C)
Negação (¬A)
A área hachurada corresponde ao complemento de A, ou
seja, Ā, que corresponde a ¬A.
Disjunção (A ν B)
A área hachurada corresponde à união A U B, que
corresponde a A ν B.
Conjunção (A Λ B)
A área hachurada corresponde à interseção A ∩ B, que
corresponde a A Λ B.
56
Tautologia. Em uma tautologia, a área hachurada é o
conjunto Universo U. Por exemplo, a sentença A ν ¬A é
uma tautologia.
57
Propriedade Operação Operação dual
Associatividade (p + q) + r = p + (q + r) (p . q) . r = p . (q . r)
Absorção (p . q) + p = p (p + q) . p = p
Complemento p + p‟ = 1 p . p‟ = 0
p‟ é o complemento de p;
0 é o elemento zero e
1 é o complemento de 0.
58
Uma expressão booleana representa uma função onde as
variáveis são os parâmetros e a expressão é o resultado da
função. As expressões booleanas podem ser transformadas
em expressões booleanas mais simples para serem
implementadas como circuitos eletrônicos. O objetivo é
conseguir circuitos mais simples e portanto mais baratos e
menores.
59
propriedades da Álgebra Booleana, já mostradas
anteriormente.
1.22 WEB-BIBLIOGRAFIA
www.ufpi.br/uapi (A página da UAPI)
www.uab.gov.br (O Site da Universidade Aberta do Brasil-
UAB)
www.seed.mec.gov.br (A Homepage da Secretaria de
Educação a Distância do MEC - SEED )
www.abed.org.br (O Sitio da Associação Brasileira de
Educação a Distância - ABED)
http://pt.wikipedia.org/ O site da Wikipedia.
www.pucsp.br/~logica/
www.inf.ufsc.br/ine5365/introlog.html
www.gregosetroianos.mat.br/logica.asp
60
Unidade 2
Lógica de Predicados
RESUMO
O objetivo principal desta unidade é apresentar os
principais conceitos e estruturas da Lógica Proposicional bem
como ela pode ser utilizada no ordenamento do raciocínio
humano, na busca de soluções para os problemas que ocorrem
na natureza.Na unidade é mostrada a evolução histórica desde a
sua utilização apenas como formulação correta de argumentos,
utilizada apenas pelas Ciências Sociais, até o seu emprego atual
na Ciência da Computação. A unidade também contém vários
exemplos, e exercícios resolvidos tentando proporcionar ao leitor
o entendimento pleno dos conceitos envolvidos, além de serem
propostos vários exercícios para sedimentar a teoria apresentada.
A forma de apresentação utilizada é de acordo com o
exigido para o ensino à distância, ou seja, tendo em vista sempre
esta nova modalidade de ensino.
61
SUMARIO
UNIDADE 2
2. LÓGICA DE PREDICADOS 65
2.1 Introdução 65
2.2 O cálculo de predicados de 1a ordem 68
2.2.1 Símbolos da linguagem 69
2.2.2 Definição de fórmula 71
2.2.3 Escopo de um quantificador 72
2.2.4 Negação de fórmulas quantificadas 73
2.3 Enunciados categóricos 73
2.3.1 Diagramas de Euler-Venn para enunciados 74
categóricos
2.3.2 Argumentos categóricos 76
2.4 Árvores de refutação 78
2.5 Semântica 82
2.6 Propriedades sintáticas 97
2.7 SAIBA MAIS 109
2.8 WEB-BIBLIOGRAFIA 109
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 109
62
2. LÓGICA DE PREDICADOS
2.1 Introdução
s: 5 é igual a 5,
63
também tivemos que usar letras sentenciais distintas para
representar cada uma das sentenças, sem captar que a
segunda sentença é uma instância particular da primeira.
64
Considere agora a sentença u: existem números naturais
que são pares. Esta sentença fala de um propriedade (a de
ser par) que vale para alguns (pelo menos para um dos)
indivíduos do universo dos números naturais, sem, no
entanto, falar no número" 0" ou "2" ou "4", etc em particular.
a: Sócrates é homem e
65
e Aluno como símbolos de relação binária. As relações
unárias expressam propriedades dos indivíduos do universo
(por exemplo ser par e ser homem). A relação ser igual a é
tratada de forma especial, sendo representada pelo símbolo
de igualdade .
xPar(x);
66
matemáticos e filósofos, mas também para estudantes de
Ciência da Computação.
67
as variáveis representam objetos que não estão
identificados no Universo considerado (alguém, algo,
etc.);
Exemplos:
68
Observações:
Exemplos:
Px
y(x)R(y,b,t)
70
2.2.4 Negação de fórmulas quantificadas
(1 x) x
71
simbolizados respectivamente como:
A - (x)(P(x) Q(x))
E - (x)(P(x) Q(x))
I - (x)(P(x) Q(x))
O - (x)(P(x) Q(x))
categóricos
72
cada círculo representa uma classe de objeto que
quando em branco indica ausência de informação a
respeito do conjunto.
73
O: Algum P não é Q afirma que P tem pelo menos
um elemento que não está em Q, ou ainda, que P
Q‟ .
Exemplo 1.
Exemplo 2.
74
Todos os paulistas são felizes.
O diagrama mostra que o argumento é válido
Exemplo 3.
75
A generalização das árvores de refutação para o Cálculo de
Predicados de 1a Ordem mantém todas as regras
apresentadas dadas para o Cálculo Proposicional e novas
regras serão acrescentadas para tratar com os
quantificadores Universal e Existencial . Assim, além das
regras dadas no cálculo Proposicional, as seguintes novas
regras:
76
quantificador, na fórmula . Procedemos assim em todos os
ramos abertos aos quais a fórmula x x pertence.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
77
Todos os cientistas são estudiosos. - xC(x) E(x))
Alguns cientistas são inventores. - x)C(x) I(x))
Alguns estudiosos são inventores. - x(E(x) I(x))
já ocorre
7. (E(a) I(a)) 4. : a é constante que já ocorre
8. C(a) 5. ( )
9. I(a) 5. ( )
/ \
10. C(a) E(a) 6.( )
/ \
11. X (10,8) E(a) I(a) 7.( )
12. X (1,10) X(11,9)
78
existe.
7. (V(a) J(a)) 4 a é constante que já
existe
8. J(a) 5. ( )
9. E(a) 5.( )
/ \
10. E(a) V(a) 6.( )
/ \ / \
11. V(a) J(a) V(a) J(a) 7.( )
12. / \ / \
1. x)yP(x,y) Premissa
2. P(a,a) Premissa adicional.
3. yP(a,y) 1. : a é constante que já existe.
4. P(a,b) 3. : b é nova constante.
5yP(b,y) 1. : b é constante que já existe.
6. P(b.c) 5. : c é nova constante.
79
Quando verificamos a validade de um argumento estamos
verificando se, no caso das premissas serem verdadeiras
elas inferem uma determinada conclusão. Isto é possível ser
feito por vários métodos no Cálculo Proposicional os quais
não todos se generalizam para o Cálculo de Predicados
como verificamos acima.
2.5 Semântica
80
Definição1 Dada um assinatura , uma estrutura A para
uma linguagem de primeira ordem L( ) consiste de:
81
com esta atribuição a x, a tradução da fórmula P(x,d) é uma
assertiva verdadeira ou falsa sobre os números naturais. O
mesmo tipo de questão aparece ao considerarmos a fórmula
P(f(x),d).
(f(t1, t2, ..., tn)) = fA( (t1), (t2), ..., (tn)), para cada
símbolo de função n-ário f de L( ) e t1, t2, ..., tn TERM( ).
82
é a única extensão de v com as propriedades descritas
acima. Por simplicidade, notaremos por v a extensão de v.
83
Proposição1. Dados uma estrutura A para uma linguagem
L( ), v uma atribuição de valores para as variáveis, e dois
termos t e s em TERM( considere a atribuição u:VAR A tal
que u(x)=v(r), então v(t[x:=r])=u(t)
84
Definição 3 Estrutura satisfaz fórmula com uma atribuição
(A |= [v]). Para atômica:
85
que dá b a x, para algum b em A, mantendo-se
inalterados os valores que v dá às outras variáveis.
Exemplo
Exercícios
86
3. : y (P(c) P(y) Q(y, c)) e A = <N, PA,QA, cA >,
onde N é o conjunto dos naturais, PA e QA como
acima e cA = 2.
Assim, dada uma fórmula com n variáveis livres, x1, x2, ...,
xn e uma estrutura para uma linguagem de primeira ordem,
A, com domínio A, seja v uma atribuição de valores a VAR
em A tal que v(xi) = ai (i = 1, 2,…,n). Usaremos as notações
A |= [a1, a2, ,an] ou A |= [xa, xa2, , xan]
para A |= [v] quando quisermos explicitar os valores
atribuídos por v às variáveis livres de . Usando esta
notação alternativa as definições de A |= x [v] e de A
|= x [v] podem ser reescritas como:
87
ocorrem em x e deixando x tomar qualquer valor em A, a
formula é satisfeita nessas novas atribuições.
88
atribuição v, dizemos que A satisfaz com a atribuição v, A
|= [v], se e só se A |= [v], para toda fórmula de .
Exemplos
Exercícios
a. x( ) x e x( ) x
b. b) x( ) x e x( ) x
c. c) x( ) x e x( ) x
89
d. d) x( ) x e x( ) x
Exemplos
90
Exemplos
Exercícios
Mostre que
Exemplo
Exemplos
92
x(Loja(joão,x) Bola(x) y(Loja(João,y) Bola(y) x
≠y Menor(x,y)) Vermelha(x)), escolhendo Loja e
Menor como símbolos de predicados binários, Bola
e Vermelha como símbolos de predicado unários e
João como símbolo de constante, com significados
pretendidos:
c. Bola(v) - v é bola
d. Vermelha(v) – v é vermelha
a. Avô(v,u) - v é avô de u
b. pai(u) - o pai de u
c. mãe(u) - a mãe de u.
93
6. Para simbolizar "A derivada de f é definida " temos
a fórmula atômica Definida(derivada(f)), escolhendo
Definida como símbolo de predicado unário,
derivada como símbolo de função unária, e f como
símbolo de constante com os significados
pretendidos óbvios. Alternativamente, podemos ter
y(y=derivada(f) Definida(y)).
a. Mora(u,v) - u mora em v
x(Fantasma(x) Mora(x,velha).
Exercício
94
3. Todo país tem o governo que merece.
4. Não há nenhuma certeza, exceto a Lógica.
5. Miséria gosta de companhia.
6. Nem tudo que reluz é ouro.
7. Se você agrada a todo mundo, você não agrada a
ninguém.
8. Existe algo de podre no reino da Dinamarca.
9. Todo mundo ama alguém.
10. Alguém ama todo mundo.
11. Todo projeto em andamento tem um gerente.
12. José é o gerente de todos os projetos.
13. Existe um gerente de todos os projetos.
95
seja da forma onde é da forma
Lema PS1
1. x e x ;
2. x e x ;
96
11. ( x )e x( ), se x não ocorre livre em
97
Neste caso é uma fórmula atômica e não
pode ser uma sub-fórmula própria de . Logo
n S, vacuamente.
2. Supor n S.
98
que ocorrem livres na fórmula de entrada. Agora aplique as
equivalências do lema adequadamente para levar os
quantificadores de dentro para fora movendo-os para a
esquerda. Note que como todas as substituições são por
fórmulas equivalentes, a fórmula resultante é equivalente à
fórmula original pelo Lema PS2.
Exemplo PS1
99
= x y v w((P(v) Q(x,y,z)) (Q(x,y,z) P(w))) u s
( P(u) R(u,s))
Exercícios
Exemplo PS2
100
{(P(v) Q(x,y,z)) (Q(x,y,z) P(v)) ( P(u) R(u,s))}, e
aplicando o algoritmo para obtenção de forma normal
conjuntiva a obtemos
Exemplo Sklm1
101
fórmula P(x) é verdade neste contexto quando atribuímos
este objeto a x. Neste exemplo mostrarmos que P(x) é
satisfatível se e só se xP(x) é satisfatível.
Exemplo Sklm2
Exemplo Sklm3
102
dentre os que estão relacionados com e. Observe que esta
escolha não precisa ser feita de forma efetiva, (por exemplo,
um sorteio é uma escolha não efetiva) mas que pode
sempre ser feita pelo fato de sempre haver pelo menos um
objeto relacionado com cada elemento do universo. Isto é, a
fórmula yP(f(y),y) é verdade neste contexto, quando f é um
símbolo novo de função que é interpretado como a função
acima descrita. Por outro lado, se yP(f(y),y) é verdade em
um contexto, temos que para cada elemento e do contexto,
o objeto nomeado por f(e) está relacionado com e (onde f é
a interpretação de f no contexto), i.e. a fórmula y xP(x,y) é
verdade neste contexto. Neste exemplo mostramos que
y xP(x,y) é satisfatível se e só se yP(f(y),y) é satisfatível,
onde f é um símbolo novo d e função.
103
até que a fórmula corrente não tenha mais variáveis
livres.
104
10. Simplifique a fórmula do passo 9 eliminando repetições
de literais no mesmo disjunto e disjunções que são
tautologias.
Observe que:
105
Exemplo PS3
Exercícios
1. ExPSx[(yR(x,g(y,z))) S(z,h(x,y,z))]
106
5. ExPS xyz{[P(x,y) P(y,z) P(z,z)] P(x,y)Q(x,y
)) Q(x,z) Q(z,z))
2.8 WEB-BIBLIOGRAFIA
www.inf.ufsc.br/ine5365/introlog.html
www.gregosetroianos.mat.br/logica.asp
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
107
BEN-ARI, Mordechai. Mathematical Logic for Computer
Science. Springer, second edition, 2001.
108
MANNA, Z. and WALDINGER, R. The Logical Basis for
Computer Programming. Addison-Wesley, Vol I, 1985.
109