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PRODUÇÃO

Células de Manufatura

José Celso Contador


Professor Livre-Docente
Departamento de Enga de Produção da Faculdade de Engenharia da UNESP
Av. Ariberto Pereira da Cunha, 333 - Caixa Postal 205
12500-000 Guaratinguetá - SP
Tel (0125) 22 2800 R 189

Palavras-chave: produtividade fabril, tempo inativo, piso-de-fábrica, enriquecimento


de funções, célula de manufatura.

Key Words: manufacture productivity, in ative-time, plant ground, manufacture cell.

RESUMO

Todos que pensam sobre célula de manufatura entendem-na como algo semelhante à organização celular
tipicamente implantada pela Toyota, ou seja, por produto. Nós, entretanto, identificamos quatro tipos de célula
de manufatura: por produto com predominância da máquina, por produto com predominância do homem, por
processo e por posição fixa do produto. A célula de manufatura por processo, por apresentar três grandes vantagens
- proporcionar significativo aumento na produtividade do homem, não requerer operários multifuncionais e ser
facilniente implantada -, é a mais recomendável para o atual estágio da indústria brasileira de manufatura.

ABSTRACT

Everybody who Ihinks abolll manllfaclllring cell IInderslands il as somelhing similar lo lhe celllllar
organizalion Iypically implanled by Toyola, i.e., per prodllcl. However, we idenllfY fOllr Iypes ofmanllfaclllring
cell: per prodllcl wilh predominance ofmachine, per prodllcl wilh predominance oflhe operalor, per process
and per fixed posilion oflhe prodllcl. The manufaclllring cell per process, by presenling Ihree great advanlages
- proposes significative increase in lhe operalor prodllclivily. il does not reqllire IIIl/ltifilc/ional opera/iom, i/ is
easi/y implanled -, il is mosl advisable lo lhe presenllevel oflhe manl/faclllring Brazilian indllslry.

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PRODUÇÃO

Tipologia da Célula de manufatura e todos autores que dela tratam


entendem por célula de manufatura algo
Manufatura como o conceituado, ou seja, "uma fábrica
dentro da fábrica". Vejam-se, por exemplo,
Os Vários Tipos de Célula de oito autores (BEZERRA, 1990; HALL,
Manufatura 1988; IMAM, 1989; MONDEN, 1984;
MOURA, 1989; OLIVÉRIO, 1984;
A célula de manufatura, pioneiramente SCHONBERGER, 1984; YOSHINAGA,
implantada pela Toyota no Japão, consiste 1988).
numa configuração onde as máquinas são
dispostas numa seqüência idêntica à das Entretanto, nós identificamos quatro tipos
etapas do processo de fabricação de um de célula de manufatura: por produto com
produto, ou de uma família de produtos predomimlncia da m:íquina, por produto com
definida segundo o conceito de tecnologia predomimlncia do homem, por processo e por
de grupo, e onde, sem estoque posição fixa do produto (CONTADOR, 1991).
intermediário, procura-se, em cada vez, Pelas denominações, percebe-se que for:ull
completar o ciclo de produção de uma peça classificados analogamente aos tipos
ou produto dentro de uma restrita área de clássicos de layout.
trabalho.
A célula de manufatura por produto com
o exemplo característico é a fabricação e predomin:lncia da máquina corresponde ao
acabamento de uma engrenagem. Um modelo da Toyota recém descrito, que é o
oper:írio, apenas, é responsável por 16 tipo reconhecido por todos.
máquinas, cada uma com uma função
especifica. Ele retira da primeira máquina a A célula de manufatura por produto com
peça já processada, coloca a peça a ser predomimlncia do homem é semelhante :\
processada, apanha a peça anterior e· anterior, onde os postos de serviços são
encaminha-se para a segunda máquina, dispostos na seqüência das etapas do
acionando a chave situada entre as duas processo de fabricação de um produto ou
máquinas para pôr em movimento a prímeira família de produtos, de forma a completar
Imíquina. Na segunda Imíquina, ele retira a pelo menos parte da fabricação de uma peça
peça já processada, coloca a que trouxe da ou produto numa éÍrea restrita. Serve como
primeira Imíquina, apanha a processada e exemplo o acabamento de peças fundidas
encaminha-se para a terceira máquina, pela execução seqüencial de três operações:
acionando a chave para ligar a segunda rebarbação, lixação e esmerilhação
máquina. Repete esse procedimento nas 16 realizadas por um ou por três operários.
m:íquinas, dispostas em forma de U,
complet:mdo o ciclo em 5 minutos, o que A célula de manufatura por processo
significa que a cada 5 minutos uma corresponde ao agmpamento de operações
engrenagem estí pronta (IMAM, 1989). realizadas por máquinas de mesmo tipo,
Todos que pensam sobre célula de como por exemplo três fresadoras operadas

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PRODUÇÃO

por um mesmo homem. Pode ser recomendações interessantes sobre a célula


denominada também célula funcional, por de manufatura por produto a ponto de
agregar máquinas que têm a mesma função. merecer citação. "A localização de cada
posto de trabalho deve possibilitar
A célula de manufatura por posição fixa adequada visualização dos demais postos,
do produto é caracterizada pelo bem como permitir uma visão completa do
agmpamento de operários que trabalham processo produtivo. Deve permitirque cada
em volta de um produto colocado numa atividade conheça as outras e o todo onde a
posição fixa. É o modelo implantado pela atividade se localiza. Cada operador deve
Saab-Scania na fábrica de motores de ter condições de livremente comunicar-se
Sodertalje na Suécia, onde um gmpo de três com os demais operadores que participam
operários montam um motor colocado da fabricação do produto. Deve induzir a
sobre uma bancada. Corresponde também uma integração de cada posto de trabalho
ao que a Volvo denominou grupo no processo completo. O objetivo é
semi-autônomo (HILLESHEIM,1988). rcalmente fonllar "células de manufatura",
Como este tipo de célula foi implantado e onde o conjunto de postos de trabalho
desenvolvido pioneiramente na Suécia, possui o mesmo objetivo final. Ao mesmo
pode ser denominado célula sueca ou tempo, o arranjo físico deve permitir que
escandinava, ou, seguindo a tradição do um determinado posto de trabalho conheça
layout, por célula posicional. a sua parcela do todo, saiba como a sua parte
está sendo executada no contexto do
As células de manufatura ainda podem processo completo, conheça como os
ser classificadas: demais postos de trabalho executam as suas
a) em função da quantidade de modelos partes face ao todo, de tal fonlla que, na
de produto que processa (um só modelo, ocorrência de dificuldades em um
uma família de produtos ou ql!alquer detenllinado posto de trabalho, o mesmo
produto); poss'a ser auxiliado por outro, viséUldo o
b) em função da quantidade de funciolléUllento eficiente da célula. Para téUltO,
operários que nela trabalha (célula as distéíncias entre os postos de trabalho
individual ou célula gmpal com vários devem ser mínimas, o que reduz o custo do
operários); e transporte da produção e confere maior
c) em função da predomilléíncia sobre o flexibilidade à célula, no caso de ser
trabalho, exercida pela máquina ou pelo necessário modificar o seu número de
homem. operadores em função das variações na
dem;U1da de fabricaç<1o" (OLIVÉRIO, 1984).
Célula de Manufatura por "A soluç<1o celular pode ser usada
Produto com Predominância da quando a produç<1o se refere a um único
Máquina produto, ou a vários produtos que
constituem uma única família. O que
José Luiz Olivério faz algumas caracteriza a formaç<1o da família de

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PRODUÇÃO

produtos, no tocante ao arranjo, é a mesmos (O~I quase os mesmos) processos


semelhança ou a identidade do processo de fabricação, em seqüência de fases
produtivo utilizado na fabricação" idênticas ou semelhantes. Em outras
(OLIVÉRIO,1984). palavras, quanto aos roteiros, é importante
certificar-se de que há repetições na
"Assim, mesmo quando se tratar de seqüência das operações. Em paralelo, os
produção sob encomenda, não se pode padrões de tempo devem possibilitar um
concluir pela inviabilidade do uso do layout adequado balanceamento ou nivelamento,
celular, sem antes ser feita uma pesquisa da entre as operações, principalmente no
existência da família de peças, tocante às máquinas chaves"
componentes, produtos etc. Sendo as (OLIVÉRIO,1984).
famílias identificadas, pode-se, então,
decidir pelo uso desse arranjo, em função o grande inconveniente da célula por
das vantagens que apresenta. A solução produto é a necessidade de mão-de-obra
celular pode ser usada, portanto, para versátil, ou seja, de operador multifunciomú,
produtos seriados ou não seriados, para capaz de executar com habilidade e eficiência
produtos padronizados, para produção em um grande número de operações. As
lotes ou produção sob encomenda, desde empresas, de um modo bastante geral, 11:10
que o produto único ou a família de dispõem desse tipo de operúrio, e treiml-Io
produtos representem um volume de para tanto demanda tempo longo.
produção adequado" (OLIVÉRIO,1984).
Célula de Manufatura por
"No tocante à quantidade, é importante Produto com Predominância do
que o volume de produção, e por
decorrência a carga de trabalho sobre os
Homem
equipamentos, seja suficiente para
possibilitar a implantação de um arranjo Este tipo de célula tem as mesmas
caracteristicas do anterior, com a diferença
celular especializado naquele produto
único ou na família de produtos" de ser o trabalho humano o predominante.
(OLIVÉRIO,1984).
Cabe aqui discutir um aspecto muito
"Quanto aos rotei ros, ou seja, os importante que afeta diretamente a
produtividade: é preferível célula
processos produtivos e seus procedimentos
e padrões, para o uso do arranjo celular, é individual, onde um único operário
trabalha, ou célula grupal, onde vários
importante que haja fluxos dominantes,
trabalham?
como os existentes no caso de um único
produto ou de uma família de produtos. Este Um caso real é sugestivo, e sua
requisito é de suma importância para o conclusão pode ser generalizada: a célula
sucesso do uso do layout celular. No caso individual é superior à grupal na maioria
de famílias, por exemplo, é importante que dos fatores considerados, mas exige
todos os seus componentes possuam os operador multifuncional.

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PRODUÇÃO

Serão comparadas três situações: a outro lote, ia apanhar o cesto das peças em
antiga, opemndo segundo o layout cléíssico questão para lixá-Ias. E assim
por processo; a célula com um homem; e a sucessivamente. No esquema de célula
célula com três homens. individual, o openírio passou a executar as
O objeto do estudo são três operações três operações na mesma peça. A bancada,
realizadas num setor de acabamento de com a talhadeira, a esmerilhadeira e a
peças fundidas em alumínio: morsa, foi colocada perpendicularmente à
la operação: rebarbação grossa, lixadeira poli triz. No esquema de célula
utilizando talhadeira pneUlmítica e fixando gmpal, com três homens, cada um continua
a peça numa morsa; responsável por uma operação. Assim, o
a
2 operação: Iixação, utilizando uma rebarbador apanha uma peça no cesto,
politriz com lixa de fita e segurando a peça rebarba-a e passa-a ao lixador, que lixa-a e
com as mãos; e entrega-a ao esmerilhador, que esmerilha-a
a
3 operação: esmerilhamento, utilizando e coloca-a no cesto de peças acabadas.
esmerilhadeira pneumática com uma fresa A análise consistirá numa comparação
na ponta, havendo' fresas de formas quantitativa, relativa à produtividade, e
adequadas a cada tipo de peça, e apoiando numa comparação qualitativa, relativa a
a peça numa bancada ou prendendo-a numa vários fatores.
morsa.
Pelo método antigo, cada uma das Comparação Quantitativa das
operações era executada por um opercírio Produtividades
trabalhando em seu próprio local. As
operações eram feitas em lotes de peças, de A tabc~1 I nustm os gcmlus (e perdas) de
maneim independente entre si. Ou seja, o prodlllivichle devidos a vários fl\lores, COIII)XffiUUo
rebarbador terminava seu lote e levava o os dois tipos de célula com o método antigo.
cesto de peças para o depósito de peças em O aumento de 9%. na produtividade
processo. Quando o lixador terminava obtido pela célula individual permitiria uma

AUMENTO DE PRODIITIVIDADE DEVIDO À. CÉlULA CÉLULA

IIIOMEM J HOMENS
a) economia no manuseio das peças 5% 20/0
b) exccur..'ào na lixadeira de slIoopcraçõcs que
normalmente são fcitas com talhadeira ou
csrncrilhadcira (3 lixadeira polilriz e m<lis eficiente) 30/0
c) eliminação do percurso da peça dt'\'ido à redução de
duas bançadas para uma
1%
d) perda de eficiênda dc,,·ido 11 e!o'JlCra de dois operários
em relação ao terceiro. espera eSla gerada pela
diferença de tempo enlre as operaçõcs (dois
operários fh;am esperando aquele de ciclo mais (29%)
lonoo)

GANHO (PERDA) TOTAL DE PRODUTIVIDADE 9% (27%)

Tabela 1 - Comparação Quantitativa entre Célula Individual e Célula Grupal

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PRODUÇÃO

redução do quadro de openírios de 8% individual com o método antigo. A coluna


(l : (l +0,09)=0,92). da direita mostra os resultados da
comparação da célula gmpal com a célula
A perda de 27% na produtividade, individual.
acarretada pela célula gmpal em relação ao
método antigo, implicaria num aumento de
37% no quadro de operários Célula de Manufatura por
(I : (1-0,27) = 1,37).
Processo
Deve-se ressaltar que, se o operário da
célula individual não desempenhar com A célula de manufatura por processo é
eficiência as três operações, o ganho de caracterizada pelo agmpamento de duas ou
produtividade em relação ao método antigo mais máquinas de mesmo tipo, operadas
pode desaparecer. Exigir o adestramento da por um único homem e dispostas
mão-de-obra em múltiplas funções é uma convenientemente de fonna a minimizar os
constante na célula por produto. E este deslocamentos' do operador, como, por
treinamento nem sempre é fácil e nípido. exemplo, duas fresadoras, duas
coquilhadeiras para fundição.
Comparação Qualitativa A finalidade precípua desta célula é
aproveitar o tempo-múquina, durante o qual
Para a comparação qualitativa, foram o operador fica parado esperando a
selecionados os nove fatores mostrados na máquina completar automaticamente seu
tabela 2. A coluna do meio mostra os ciclo. O operúrio pode, portanto, operar
resultados da comparação da célula outra múquina durante o tempo autom<Ítico

ctLUlA IlE I IIU~U~t t:M CÊun.A rw 1 1I0MT'NS EM


t-A10J( RF.l.AÇ'ÁO AO MÉToDO ANllGO REI.AI.'ÃI) A 11E I HtlMEM

lJ"AI.nJAflF.IJO I'RtlflU1o aun\enla, j'IOrquo..' o rcspon....:il·d ~ dimInui, porque rului respou·


identificâ\"l.:1 s.1blhd:w:le

n.UTUFZ DA !'RODUÇÃO aumenta, poiS plOdUli\üinllc: é diminui, pois prndmi..'irladc é


maior, do:!ldo: quo: se ílloquc ) mcl\Or. desde que seja ahlO1l1a I
célul;u por modelo de ~"H" çêlula por modelo de peça

diminui. poiS plooullvid:ldc é


maior

FACUJDADE.PARAI'ROGRAMAR man f.1t11 (I O.F p;ua J \lpcr~­ m.ai~ r:inl (I O r. par:\ ,\ opç·
'''''1 r~ e ..élula tom
çapadd:.Kk cio: proouçllu)
tIIaiur

ADMINI:->IKAI..:ÃO "1:.1)1 tJ'oIt.'AIl. f~lhla dI;:\ido rápida \'rSILlh",açiu dilkulta, porque' sàl,l 1 holllens a
REGAf)() ti.: pwblcmõl!i ~upcrYISlonar

há nt(':essilhde para adl.'llu.ar


Dfc..SU.1CMu:mo DE I'ESSOAI. , ..10 hi ncce~~u,t41k
numero de o~rãnos A (arf,:' de
lIabalhl,l

I Ilt:lNAMJ::.NIIJ c)"ige. poiS operArio precisa ser


nlUllifunClol1al

e:\'.i~e menllrarea

QUAtrrJllADE !>F. f.()tlll'AMEN"ll) C!lt:lgc nl.liof quanlid.tde

Tabela 2- Comparação Qualitativa entre Célula Individual e Célula GnJllal

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PRODUÇAO

da primeira. Está implícito que o ciclo de discutidos posterionnente neste artigo.


operação é comandado pela máquina. A célula de manufatura por processo
apresenta três vantagens extremamente
Esta célula permite a fabricação de importantes: proporciona significativo
qualquer tipo de produto independentemente aumento da produtividade do homem, não
de fazerem parte da mesma família no requer operários multifuncionais e é muito
conceito tradicional. Mas, na realidade, as féÍcil de ser implantada.
peças a serem trabalhadas simult:merunente
devem pertencer él família definida pelo Os géUlhos de produtividade propiciados
conceito de ciclo de operação: a duraçilo dos ao ho mem silo impressionantes: numa
ciclos deve ter valores próximos entre si. usinagem, 160'X, (conforme relatado na
aplicaçilo real); numa coquilharia, 60%
A produtividade do openírio pode (confonne as considerações finais): numa
aumentar significativamente, dependendo macharia, 52% (conforme as considerações
da relação entre o seu tempo de atividade e finais).
a duraçilo do ciclo total. Se o operário
traba I ha r sim uI ta nea me n te em duas A segunda vantagem est:í em nilo
máquinas, se seu tempo de atividade for requerer openírios multi funcionais. Como
menor do que a duraçilo do ciclo total e se cada oper:írio trabalharú sempre no mesmo
a duraçilo dos ciclos de cada peça tiver processo, nilo h:í necessidade de novo
valores próximos, a produtividade do treinamento. (O fresador ccintinuar:í
operário chegará a dobrar. Entretanto, a operando fresadoras, só que duas ou três, ao
produtividade da máquina de menor ciclo invés de uma).
diminuirá, pois seu ciclo ficará igual ao
da outra méíquina, ou seja, ela terá que A terceira vantagem é a facilidade de
esperar esta, perdendo portanto implantaçilo. Nilo há necessidade de treinar
produtividade. openírios, e a mudança da posiçilo das
m:íquinas é simples: basta dispô-Ias
Para obter-se ganhos significativos de tangencialmente a um círculo aberto que
produtividade, é necessário definir, a pélltir facilite a entrada e a saída de peças.
da alllílise do ciclo de operaçilo, os pares ou Obviamente deve haver espaço dentro da
ternos de peças a serem processadas célula para cestos com peças a processar e
simultaneamente. Ou seja, as famílias de com peças processadas.
peças serão determinadas pelo ciclo de
operaçilo. Para tanto, a técnica a ser Apesar de a Toyota, pelas razões a
utilizada é a da carla de atividades serem expostas posteriormente, rejeitar a
múltiplas. célula de manufatura por processo, nós,
diante destas três vantagens, a
Os critérios para a constituiçilo da célula recomendamos, de forma enféÍtica, para a
de manufatura por processo e para a fase inicial de um programa de aumento da
definiçilo dos produtos a fabricar serilo produtividade fabril.

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PRODUÇAO

Célula de Manufatura sempre com a colaboração do operário, por


meio de criticas, idéias e sugestões, e, após
Posicional algum tempo, surgiu a necessidade de alterar
a organização do trabalho no ámbito gerencial
A célula posicional ou por posição fixa da empresa, criando dois gmpos, um de
do produto é caracterizada pela colocação produção e outro de desenvolvimento. O
do produto numa posição fixa, à volta ,do gnlpo de produção estaria voltado para o
qual um gmpo de openírios trabalha. E o trabalho concreto de fabricação e
modelo implantado pela Saab-Scania na montagem. O gmpo de desenvolvimento,
fábrica de motores de Sodcrtalje na Suécia, ou planejamento, visaria a cooperação
pelo qual, um gmpo de três operárias cotidiana entre gerentes, operários e
montam um motor, colocado sobre uma especialistas (psicó~ogos, sociólogos,
bancada, em meia hora. economistas e outros).

Esta experiência da Saab-Scania teve O gmpo de produção ou célula de


início em 1969, quando a empresa e o manufatura reúne de três a cinco operários
sindicato deseus empregados começaram a produzindo os itens em fase final de
discutir· novos princípios para o fabricaçiio, um diferencial ou um motor
planejamento do trabalho. Os objetivos completo. O trabalho é executado por um
iniciais dessas discussões eram, em resumo, dos operários ou por todos eles em
cinco: conjunto, conforme acordo estabelecido
a- dar a todos os empregados melhores pelos membros do gnlpo. As tarefas são
oportunidades para opinarem sobre seu sempre discutidas e pode 111 mudar de ordem
próprio trabalho e sobre sua participação no e de executante. Os objetivos do trabalho
processo de produção; podem ser ampliados. As técnicas podem
b- tornar o trabalho industrial mais ser melhoradas por sugeslélo dos
estimulante e atraente: participantes. A ordem e a limpeza são fmto
c- reduzir as- possíveis paralisações e da colaboração de todos. Há intercc1mbio
conflitos entre homem e trabalho na linha espontiineo ou rodízio acertado pelos
de montagem; próprios Illembros para a execução das
d- incentivar a eficiência global da , tarefas. E. finalmente. o gmpo pode
produção (produtividade) por meio da 'auto-organizar-se. ou seja, os operários
maior flexibilidade e adaptabilidade do podem escolher seus companheiros de
trabalho industrial às variações de produto trabalho, formando equipes mais
e de demanda; e integradas, em função de afinidades
e- avaliar os resultados do aumento de cOllluns e de adequação ao ritmo das
produtividade e da satisfação do tarefas.
trabalhador após as mudanças-piloto em
cada tarefa. o gmpo de desenvolvimento seria,
C0l110 de fato foi. constituído básica e
A experiência foi se desenvolvendo genericamente por um líder (gerente), um

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PRODUÇÃO

engenheiro industrial, um projetista de Segundo Hillesheim e Cosmo (1988),


ferramentas, um abastecedor de materiais e "os gmpos semi-autônomos são gmpos de
um ou dois elementos de cada gmpo de empregados, articulados entre si através de
produção (célula de manufatura) que está representantes, que se responsabilizam por
subordinado ao líder. O objetivo principal um cOllÍunto de tarefas interdependentes,
deste gmpo de desenvolvimento é apoiar os previamente agmpadas, que conduzam a
gmpos de produção e pennitir que suas um produto final identificável e
experiências sejam continuamente significativo, alterando-se o layout dc tal
melhoradas e ampliadas. As idéias e forma que aquelas tarefas possam ser
sugestões podem nascer dentro do próprio executadas em um sistema de rodízio".
gmpo ou vir de fora. Os problemas que mio
puderem ser resolvidos imediatamente, e O gmpo semi-autônomo, sendo um
são muitos, passam a ser pesquisados, sistema partieipativo, assim como a célula
analisados e discutidos. Um gmpo de de manufatura por produto, não são f<íceis
desenvolvimento atende vários gmpos de de serem implantadas porque, entre outras
produção. razões. exigem opercírios muItifuncionais,
só obtíveis após longo período de
Em meados da década de 70, a Volvo treinamcnto.
fez, na fábrica de automóveis de Kalman,
Suécia, experiência semelhante, que, na Apesar de as expcncncias da Volvo
opinião de Mats-Ola Paim, presidente da tercm alcançado resultados auspiciosos,
Volvo do Brasil Motores e Veículos SA., alguns as vêem com ceticismo. Jol\l\
constituiu "uma das iniciativas pioneiras, Krafcik, consultor do International Motor
no setor automobilístico, em administração Vehicle Program do Instituto de Tccnologia
e produção participativas ... com o objetivo de Massachuselts, que já estudou 80
de oferecer ao trabalhador algo mais do que fábricas automobilísticas, é de opinião que,
seu salcírio: ambiente de trabalho mais "n50 obstante ser possível atingir um alto
adequado, maior diversificação de tarefas, nível de qualidade, Uddevalla não
maior responsabilidade sobre a qualidade e conseguiní alcançar a produtividadc de um
um envolvimento ativo nos processos de sistema razoavelmente eficicnte de
decisão" (HILLESHEIM, 1988). produção em massa japonês ou
norte-americano" (KAPSTEIN,1989).
Diante dos bons resultados dessa
experiência. a Volvo ampliou-a na fábriea Entretanto, aplicar o conceito de gmpo
de automóveis de Uddevalla, resultando semi-autônomo, denominado aqui célula de
nos denominados gmpos semi-autônomos, manufatura posicional, deve ser tentado
um avançado sistema de trabalho para minimizar o manuseio e o tnl11sporte
participativo que interfere na estmtura do de peças de grande porte. Portanto, o
poder, altera as relações entre as pessoas. objetivo é diferente do da Volvo: reduzir
inclusive as hierárquicas, e modifica manuseio e transporte e n50 reduzir
conceitos e comportamentos. monotonia. Nos casos de peças de difícil

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PRODUÇAO

manuseio e transporte, o deslocamento de cada peça, de cada conjunto, de cada


operários parajunto da peça imóvel permite produto. Supondo que o ciclo seja de I
aumento de produtividade às vezes minuto, cada operador trabalha na sua
significativo. célula e completa cada peça ou cada
cOI~unto em I minuto. (ou múltiplo de L
minuto, se houver várias céluLas). Se a
Célula de Manufatura por demanda cair L6'% por exemplo, o ciclo
aumentará 20%, sendo portanto necessário
Processo terminar uma peça em L,2 minuto.
Dispondo de mais tempo, o operador de
Célula por Processo versus uma célula concluinl seu trabalho e
Célula por Produto da Toyota trabalhará 0,2 minuto na célula contígua.
Desta forma, cinco operários executarão o
A Toyota rejeita o tipo de célula por trabalho de seis células, o que significa que
processo porque "como a quantidade de um operário em cada seis é retirado da
produção por operador aumenta, o produçiio (MONDEN, L984).
inventário de semi-acabados ou estoque
intennedüírio produzido em cada estação O sistema Toyota reduz o estoque em
também aumenta, dificultando o processo e sincroniza a produção ú
balanceamento da produção entre as várias demanda. Sem dúvida é recomendável.
estações... Além disto, os operadores fic;un Mas exige um nível altíssimo de
sepémldos, niio pennitindo que se am:iliem organização da produção nos seus mais
mutuamente, o que dificulta também o diversos aspectos. Portanto, sua
bahmcemnento da produção entre os vários implantação é muito difícil para o atual
processos, surgindo pois inventários estágio da indústria brasileira.
desnecess<Írios entre eles" (MONDEN, 1984).
Por esta razão, não obstante
Para eliminar esses problemas, a Toyota reconhecermos como corretas as objeções
adota a célula de manufatura por produto da Toyota, recomendamos, para o estéÍgio
em forma de U, justapondo várias delas. inicial, a adoção da célula de manufatura
Com este esquema, um operador pode ir por processo devido à não exigência de
trabalh.ar na célula contígua para executar operadores multifuncionais, à facilidade de
algumas das operações dela, ou pode sua implantação e ao significativo aumento
receber auxílio do operador vizinho. Ou de produtividade que gera.
seja, o operador precisa saber operar todas
as máquinas da sua célula e também as das Tecnologia de Grupo
células contíguas. Esta exigência se deve à
forma como a Toyota sincronizll a produção , A indústria manufatureira, de um modo
à demanda. Dividindo as horas úteis geral. trabalha com centenas ou milhares de
disponíveis diúrias pela demanda, itens, em termos de quantidade de peças a
determina o tempo do ciclo de produçiio de fabricar, de materiais a comprar, de

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PRODUÇÃO

materiais a estoear, de operações a executar, embalagem. É o caso de embalagens de


de operações a custear, de operações a produtos pneumáticos: os 320 tipos
programar, de ferramentas a controlar etc .. diferentesdeválvulas(artigos)puderamser
agrupados em 14 famílias, o que significa
Como tratá-los individualmente é que com apenas 14 tamanhos de caixas
sempre muito trabalhoso, procura-se embalavam-se os 320 tipos de válvulas
simplificar sua abordagem pela redução da pnemmíticas; e os 400 tipos diferentes de
quantidade. Uma das fonnas é considerar cilindros pneumáticos fo ramagregados em
apenas os itens mais importantes, 23 famílias para fins de embalagem.
desprezando os outros; para tanto, o
instmmento adequado é o grcílico ABC das Se a finalidade da segregação for
porcentagens acumuladas, que os classifica definir famílias de aplicação do produto, o
segundo critérios apropriados a cada critério será outro. Assim, usando os
situação. Mas, em muitos casos, não é mesmos produtos pneumáticos como
possível simplificar por meio da exemplo, os 320 tipos diferentes de
desconsideração de muitos itens, uma vez veílvulas puderam ser agmpados em 33
que todos eles precisam ser apreciados. famílias, em função da vazão de ar
Neste caso, o instmmento a utilizar é a (diiimetros de 1/8", 1/4",3/8",1/2" e 3/4"),
tecnologia de gmpo. em função das caracteristicas operacionais
(Véílvula beísica, de acionamento mecc1nico
A tecnologia de gmpo segrega os itens ou muscular, de acionamento pneumútico,
em famílias, reunindo numa mesma família de acionamento elétrico, de fluxo) e ainda
todos os itens que possuem certas os tipos normalizados pela ISO e uma
características idênticas ou semelhantes. classe de válvulas diversas.
Daí em diante, ao invés de tratar
individualmente cada item, passa-se a Como se depreende do exposto, a
trabalhar com as famílias de itens, tecnologia de grupo é o instrumento
considerando todos os integrantes de uma adequado para a definição das células de
família como um só. Por esta raz;10, é de manufatura, definição esta que consiste em
fundamental importiincia definir as determinar a quantidade de células, as
características que identificarcl0 cada item meíquinas que integrarão cada célula, a
com sua família. quantidade de opereírios que trabalhar:, em
cada célula e os produtos que serão
Estas características variarão em função processados em cada célula.
do problema a ser resolvido. Para
dimensionar embalagens de produtos, por Se a tecnologia de gmpo é o instnunento
exemplo, o critério de definição das adequado, torna-se necesséÍrio estabelecer o
famílias leva em consideração a forma e critério de definição das famílias. O único
as dimensões do produto, e pode levar em critério que interessa para a definição das
consideração também a natureza do células de manufatura é o processo de
produto com a finalidade de imprimi-Ia na fabricação.

55
PRODUÇÃO

Peças podem ter os formatos mais máquinas ou equipamentos análogos numa


diversos possíveis, dimensões variando coluna e cada conjunto de peças idênticas
entre limites largos, serem constituídas por numa linha;
materiais distintos, e, mesmo assim, 4) indicar, no corpo da matriz, a
pertencerem a uma mesma família desde seqüência do processo de fabricação de
que a seqüência das etapas do seu processo cada cOluunto de peças (na linha de um
de fabricação seja idêntica ou similar. cOluunto de peças, anotar o número I na
coluna daquela máquina que executa a
A geometria das peças é, de um modo primeira operação; o número 2, na coluna
geral, bom indicador das semelhanças entre da máquina que executa a segunda
os processos de fabricação, mas podem operação: e assim sucessivamente): e
induzir a enganos. Se a segregação pelo 5) identificar todos os conjuntos de
fonnato seria mais simples, o critério mais peças que apresentarem a mesma seqüência
seguro, apesar de mais trabalhoso, é o do de operações.
processo de fabricação quanto ú
similaridade das máquinas e das Com este procedimento, ficam
ferramentas utilizadas e quanto ú simull.éulCamente definidos os equipamentos e
similaridade da seqüência das etapas de' as máquinas que constituiülo cada célula de
fabricaçiio. nllUllIliltura e os cOlüuntos de peças, ou seja, as
liunílias, que seülo processadas em cada célula.
o procedimento para definição das
células pode ser resumido em cinco etapas: Critérios Preliminares para
I) identificar todas as máquinas e Constituição da Célula por
equipamentos análogos quanto à função
Processo
(como tornos universais, tornos revólveres,
furadeiras de bancada, furadeiras de coluna, o que motiva o layout celular por
etc.) definindo, pois, famílias de máquinas processo é o aproveitamento da espera do
e equipamentos; operador durante o tempo automático da
2) identificar, por inspeção visual, todas máquina - atribui-se a ele outra atividade,
as peças que, pelo seu formato, possuem geralmente outra máquina. Desta forma. o
indubitavelmente o mesmo processo de ganho de produtividade do homem é
fabricação (como parafusos, eixos, significativo, como já mencionado.
engrenagens cilíndricas. engrenagens
helicoidais etc.) definindo. pois. conjuntos Para constituir uma célula por processo,
de peças idênticas quanto ao processo de pode-se, inicialmente, atribuir ao operador
fabricaç,lo; várias máquinas que tenham ciclo
3) a partir da pré-definição de máquinas automático, sem considerar o produto.
e equipamentos an,ílogos e da pré-definição Assim. um gmpo de fresadoras ou de
do cOl1iunto de peças idênticas quanto ao coquilhadeiras ou de sopradoras de macho
processo de fabricaç,10. montar uma matriz ou de tornos autonuíticos ou de tornos
biaxial. relacionando cada grupo de revólveres ou de centros de usinagem pode

56
PRODUÇAO

constituir uma célula com um único manufatura por processo. mais de um


operador. Jií para prensas. tornos universais modelo (geralmente dois, raramente mais
e furadeiras manuais. esse conceito nilo se de três) exige estudo relativamente longo
aplica porque máquinas deste tipo exigem para decidir quais os pares ou os ternos de
dedicaçilo exclusiva do operador por nilo modelos, de forma a minimizar o tempo de
terem ciclo automútico (ou, quando existe, espera do homem sem aearretar esperas
é de pequena duraçilo); nilo havendo espera excessivas da méíquina (no trabalho
do operador, ganho de produtividade só homem-máquina, um deles quase sempre
advircí de outros fatores. A mesma esperar,í o outro, como ser,í discutido nas
conclusilo serve para trabalhos em bancada considerações finais).
- nilo hú esperas do operador. Mas.
combinar uma bateria de furadeiras Assim. os critérios para escolher os
pneumáticas com furadeiras de bancada ou pares ou ternos de modelos a serem
rosq\leadeiras com furadeiras manuais ou processados simultaneamente numa célula
furadeiras pneumúticas com rosquadeiras é por processo silo:
soluçilo, pois a furadeira pnel\l\l(ítica e a I) a quantidade de peças a ser fabricada
rosqueadeira têm ciclo automÚtico. de um modelo deve ser próxima à dos
outros modelos que constituirão o par ou o
Simplesmente agrnpar máquinas que terno, pois se for bastante diferente. o lote
tenham ciclo automático. sem levar em de um modelo sení concluído muito antes
consideraçilo os produtos, nilo é bom do lote do outro modelo, acarretando, na
critério, nilo obstante propiciar aumento fase final. a fabricação de apenas um
da produtividade. Para melhorar a modelo ocupando uma múquina, o que
soluçilo. e quiçú otimizá-Ia, é necessúrio inviabiliza o aproveitamento do tempo
também levar em consideraçilo o produto. ocioso do operador, e a célula deixar:í de
funcionar como ta!:
A fim de introd\l7ir o produto no processo 2) os prazos de entrega dos modelos a
de constituiçilo da célula por processo. é preciso serem produzidos concomitantemente
decidir sobre a qWUllidade de produtos que devercl0 ser próximos, de forma a reduzir o
será processada simultaneamente pela tempo de estocagem daquele produto
célula: um só ou mais de um modelo. É a acabado cujo prazo de entrega seja mais
decisél0 dominante. Estes dois casos serão longo;
analisados nas duas próximas subseções. 3) o ciclo de operação dos modelos que
constituirilo o par ou o terno nas l11éÍquinas
Cl"itérios para Escolha dos da célula deve ser próximo, a fim de evitar
Modelos a Serem Fabdcados que as máquinas de menor ciclo fiquem
esperando excessivamente a de maior ciclo;
Concomitantemente na Célula
4) a soma do tempo de atividade do
por P.'ocesso operador nas diversas múquinas da célula
dever:í ser próxima ao tempo do ciclo de
Fabricar simultaneamente. na célula de operaçilo dos modelos que constituirão o

57
PRODUÇÃO

par ou terno, de fonna que o tempo de fundida, que corresponde ao tempo


espera do homem em relação às máquinas automático de uma múquina operatriz, é,
ou o tempo de espera das máquinas em em média, pouco maio r do que a metade do
relação ao homem seja mínimo; c ciclo de produção de uma peça, de forma
5) na célula que contiver uma máquina que cada fundidor pode operar duas
com alta carga de trabalho, os pares ou coquilhadeiras, mas não três. Com este
ternos de modelos deverão ter ciclos cujas dado, define-se que a célula será composta
durações não acarretem esperas nessa por um fundidor e duas coquilhadeiras.
máquina. Resta, pois, decidir quais senlo os pares de
produtos a serem flUldidos COllComitmltemente,
Formar uma célula por processo, ou que no caso significa decidir quais
seja, decidir quais máquinas a comporão e coquilhas, pois luna peça sempre usa a
quais os pares ou os ternos de modelos que mesma coquilha; mas, numa coquilhadeim
serão fabricados concomitantemente, de montam-se diversas coquilhas.
forma a atender os três últimos critérios, é
um processo trabalhoso, exige muito tempo Para esta decisão, no caso usado como
de estudo, mas perfeitamente factível pois ilustração - uma fundição -, aos cinco
são inúmeras as soluções viáveis. critérios estabelecidos, somam-se mais
Entretanto, conciliar os três últimos três:
critérios, que se referem à duração do ciclo I) As coquilhadeiras são máquinas
de operação, com os dois primeiros, relativamente leves pois precisam ser
quantidade e prazo, não é tarefa filcil, pois, deslocadas com muita freqiiência - uma
se a empresa pode ter domínio sobre a empilhadeira as coloca na linha de
variável prazo, não o tem sobre a variúvel produção quando forem ser utilizadas c
quantidade. Nesta situação, a programação as remove para o depósito após o
da produção fica mais complexa, uma vez término de seu programa de produção.
que, além das limitações nonnais, outras (As coquilhadeiras de porte maior são fixas
restrições decorrentes dos cinco critérios no piso). Elas são colocadas sempre na
precisam ser consideradas. Com o mesma posição em relação à rede de gás, de
propósito de simplificar a programação, o óleo hidráulico c de ar comprimido uma vez
PCP deve lançar em produção sempre que suas tomadas para engate dessas
juntos os pares ou os ternos de produtos utilidades ficam de um único lado. Ora, pam
pré-definidos. compor uma célula, duas coquilhadeiras
precisam ficar face a face, com o fundidor
Em algumas situações, a determinação entre elas, o que significa que, pam fonnar
de quais múquinas formar<io uma célula e um par, é necessúrio juntar uma múquina
de quais pares ou ternos de produtos serão com tomadas à direita com outra cujas
produzidos simultaneamente torna-se ainda tomadas estão à esquerda. É uma restrição
mais complexa, pois surgem outras que só desaparecefÚ quando todas
restrições. É o caso da fundição de peças em coquilhadeiras puderem ser ligadas à direita
coquilha. O tempo de solidificaç,lo da peça c à esquerda.

58
PRODUÇÃO

2) Como algumas coquilhas só podem discutido o caso de a célula processar


ser montadas num determinado tipo de apenas um produto de cada vez.
coquilhadeira, se existir apenas uma desse
tipo, não é possível combinar entre si as Fabricar um produto de cada vez
coquilhas cativas dessa coquilhadeira para significa destinar cada máquina da célula a
conslituir a célula funcional. uma operaçeio do processo de fabricaçeio
3) Como a fundição trabalha 'com desse produto.
diversas ligas de metal, que ficam em
Decidir quais máquinas constituirão
fomos de espera na coquilharia, só podem
uma célula funcional para processar um
compor um par aquelas peças fundidas na
único produto de cada vez é mais simples
mesma liga, uma vez que um fomo de
do que o caso de fabricar mais de um
espera abastece véÍrias coquilhas.
produto simultaneamente, porque os dois
primeiros dos cinco critérios, apresentados
Como se depreende do exposto, a
na subseção anterior, desaparecem: a
decisão de quais pares de peças serão
quanlidade e o prazo de enlrega do 'produto
fundidas numa célula de manufatura
são os mesmos. O terceiro, quarto e quinto
funcional está sujeita a oito reslrições. É
critérios, com pequenas alterações,
pois um processo trabalhoso, não obstante
precisam ser obedecidos:
a mobilidade das coquilhadeiras; mas
3) o ciclo de trabalho de cada operação
compensador - num caso real, o aumento
executada na célula deveréÍ ser próximo ao
teórico de produtividade do homem era de
das outras operações, a fim de reduzir o
89%, valor que caía para a casa dos 60'%
tempo em que as máquinas de menor cicIo
devido à necessidade de períodos de
ficam esperando a de maior cicIo;
repouso para o fundidor e à dificuldade de
4) a soma do tempo de atividade do
se conseguir pôr em produção todas as
operador nas diversas máquinas da célula
vezes o par ótimo, confonne relatado nas
devení ser próxima ao tempo do ciclo das
considerações finais.
demais operações, de forma que o tempo de
espera do homem em relação às 111áquinas
Critérios para Constituição da ou o tempo de espera das máquinas em
Célula por Processo Fabricando relação ao homem seja mínimo; e
um só Produto de Cada Vez 5) as máquinas com alia carga de
trabalho precisam estar em células
Como mencionado anterionnente, para definidas de forma a que nem o operador
definir a configuração da célula de nem as outras máquinas introduzam esperas
manufatura por processo é preciso decidir no seu cicIo de lrabalho.
sobre a quantidade de produtos que sení
processada concomitantemente na célula: A célula por processo fabricando um
um ou mais de um modelo. Na subseção único produto de cada vez assemelha-se à
anterior, foram definidos critérios para o célula por produto - corresponde ú partição
caso de mais de um modelo; nesta, sení da célula por produto em subcélulas

59
PRODUÇÃO

contendo apenas m,íquinas do mesmo tipo. ambos os casos com a finalidade de


Lembre-se que a razfio fundamental da aproveitar o ciclo automático das furadeiras
célula por processo é a desobrigatoriedade pneumáticas. Foram constituídas algumas
da existência do operador multifuncionaL o células de um operador contendo v{trias
que torna imediata a sua implantaçfio. furadeiras de bancada, cuja finalidade niio
era aproveitar o ciclo automútico
Um Caso Real: As Células por (inexistente nessas máquinas) mas sim
Processo de uma Usil1agem reduzir o manuseio de peças. (Quando as
pecas sfio processadas em uma operaçfio de
Ilustrar a exposiçfio com um caso real cada vez, o oper:lrio apanha a peça no cesto,
sempre auxilia o entendimento. executa a operaçfio e a coloca em outro
cesto: quando sfio realizadas várias
A seçfio de usinagem de uma fundiçfio operações seqüenciais, o openírio apanha a
foi organiz~lda em células de manufatura peça no cesto, executa as viÍrias operações
por processo qlle fabricavam uma única e a coloca em outro cesto, eliminando
peça de cada vei'.. Como se notad, muitos movimentos de apanhar a peça e de
mesclou-se. em algumas células, o conceito coloC<Í-la no cesto).
de célula por processo com o de célula por O mesmo conceito foi aplicado ús
produto, pois foram colocadas outras rosqueadeiras, que passaram a constituir
máquinas diferentes. mas de fiÍcil operaçfio, diversas células funcionais, algumas com
junto ús máquinas principais. rosqueadeiras automúticas mais
rosqueadeiras manuais, outras com
As fresadoras passaram a formar vilrias rosqueadeiras manuais mais furadeiras de
células de um único operador, algumas com bancada com o objetivo de reduzir o
duas ou três frcsadoras e uma bancada para manuseio de peças.
pequenos serviços, outras com duas
fresadoras, duas ou três furadeiras de Jú os tornos, os aparelhos de
bancada e uma bancada. Tomou-se o balanceamento e as bancadas para
cuidado de atribuir ao fresador apenas montagem e para serviços manuais nfio
operações simples que nfio exigiam foram organizadas em células pela raz,10 de
treinamento. como rebarbar peças com as atividades aí realizadas ocuparem quase
esmerilhadeira penum<Ílica ou furú-Ias em que integralmente o tempo do operador, ou
furadeiras de bancada. seja, nfio havia espera do homem durante o
ciclo de trabalho.
As furadeiras pneumáticas e as de
bancada fonllaram vúrias células de um A tabela 3 mostra as operações
único operador, algumas com duas ou três realizadas numa célula de fresadoras e
baterias de furadeiras pneulmíticas, outras noutra de furadeiras, comparando o -te.l,npo
com uma bateria de furadeiras pneumúticas das operações individuais com o tempo da
e algumas furadeiras de bancada. Em célula. Para executar individualmente as

60
PRODUÇAO

seis operações que passaram a ser


realizadas na célula das fresadoras, A produtividade média dessa seção de
gastavam-se anteriormente 11,48 minutos; usinagcm era 2,69 kg/homem-hora. (Parece
na organização celular, o operador estranho mcdir a produção de peças
conseguia executar as últimas cinco usinadas pelo seu peso. Mas, como uma
operações durante o tcmpo-automático da fundiç<io avalia em peso o seu volume de
primeira - portanto, o tempo das scis produç<io, essa unidade acabou por
operações ficou reduzido ao tcmpo da contaminar a produç<io da usinagem.
primeira (5,50 minutos), propiciando um Entretanto, é boa medida desde quc o mix dc
aumento de produtividade do homem dc produtos mio sofra variaç<io significativa de
109%. um mês para outro - e, de fato, o mix de
produtos, no caso, não variava
Na célula das furadeiras, constituída por significantcmcnte). A implantaç<io das
duas pneumáticas c uma de bancada, o células dc manufatura funcional e de outras
homem trabalhava 0,80 minuto em cada mcdidas propostas ncsta série dc artigos
pneumlÍtica (para um ciclo de 2,00 minutos) tinha por mcta clevar a produtividadc para
e 1,10 minuto na furadcira de bancada. O 5,0 kg/homcm-hora, um aumento dc 86'%.
tcmpo total de 5,10 minutos caiu para 2,70 Para satisfaç<io de todos, em dois meses, a
minutos devido ú organização celular, produtividade alcançou a média dc 7,0
gerando um aumento de produtividade do kg/homem-hora, um expressivo alimento
homcm de 89%,: de 160%,!

DESCRIÇ Ao DAS OPERAÇÕES MÁQUINA TEMPOS TEMPO NA


INDIVIDUAIS CÉI.ULA
(MIN) (MINl
CELULA DE FRESADORAS
1. Fresar flangc FR-I 5.5
2. Frc..o;ar 4 bolachas 160mm FR-2 2.13
3. Rcbarbar tlangc c .. bolach3s Il 1,50
4. Furar 25 mm Ffl-l 0.70
5. Escariar 25 mm ~1l·2 0,37
6. Rebaixar bolacha 120 mm FA·) 1,2~

TEMPO TOTAl. 11.4R 5,50


CÉLULA DE FURADEIRAS
I. Furar 12 x 10 mm - IOx8mm 4x6mm FI'· I 2.00
2. Furar 8 x 10 mm - 3 x K mm FP-2 2,00
3. Rt.:baixa 20 x 10 mm Hl-4 1./lI
TEMPO TOTAl. 5.10 2.70

Tahela 3 - Comparação entre Operação Individual e Operação Celular Funcional

61
PRODUÇÃO

Duas Considerações Finais peça. I mpu nha-se,então,dammperíodode


repousode 10 minutosacada horaemeiae
aumentar a reidratação salina para
Célula de Manufatura versus compensara maiorperdade sais minerais
Enriquecimento de Funções causadapelamaiorsudorese.Para1lÍornada
de8ho ras,se ria mnecessá riost rêsperí odos
Se o objetivo for aumentar a de repouso, uma vez que a parada para
produtividade do homem, a solução celular refeição serve também como período de
é, na grande maioria dos casos, melhor do repouso, que representariam uma
que o enriquecimento de função. diminuição de 6,7'1.. no tempo útil de 450
minutos do turno. Além desta perda, era
Estudavam-se numa fundição duas pIa us íve Isu po m maou t ra,dao rde mde8'X"
alternativas para aproveitar o tempo causada pela dificuldade de se conseguir
durante o qual o fundidor ficava esperando toda sa svezeso parma isadeq uadodepeça s
a solidilicaç<1o da peça: dar acabamento nos a fundir. Mesmo com estas duas perdas, o
machos ou operar duas coquilhadeiras. A aumento da produtividade gerado pela
primeira alternativa consistiria em operação de duas coquilhadeiras seria
transferir para o fundidor uma operação superiora 60'X..
que era executada na macharia por um
macheiro. A segunda resultaria numa Este caso, bastante elucidativo.
célula de manufatura por processo acrescido de diversos outros, permite-nos
generali7~lr: na maioria das vezes, a célula
constituída por duas coquilhadeiras e um
fundidor. de manufatura é mais potente do que o
enriquecimento de funções para aumentar a
Simuladas essas duas alternativas para produtividade do homem.
as principais peças, responsá(,,"cis por mais
da metade do volume de produção em peso, "M~iquina Não Pode Panu-"
apurou-se que. se ao fundidor fosse
atribuída a operação de dar acabamel}to Estão arraigados na mente do pessoal da
no macho. o aumento .médio de' sua indústria brasileira dois conceitos:
produtividade seria de :lO'x.: e que. se a ele "máquina n;10 pode parar" e "nossa
fosse atribuída uma segunda lll<1o-de-obra é barata".
coquilhadeira, com pares de peças
adequadamente escolhidos. o aumento Esses dois conceitos. atuando durante
seria de R9'x.. anos. passando de geração em geraç;10.
transfonnaram-se em verdades absol utas,
Operando duas coquilhadeiras. o inquestionáveis e dogm;íticas. Devido a
fundidor ficaria mais tempo exposto ú eles, toda atenção do gerente e do
temperatura elevada. pois. quando supervisor de produção sempre esteve
opera apenas uma. distancia-se da voltada para a máquina. ficando o trabalho
coquilha durante a solidificação da do operário relegado a segundo plano.

62
PRODUÇÃO

Todos procuraram, cntiio, otimizar o Ora, sc o aumcnto da produtividadc do


cicIo-m:íquina, o quc acarrcta cspcras, :lS opcrador quasc scmprc acarrcta a
vczcs altíssimas, do opcrador. diminuiçelo da da méÍquina. a produç:1o dc
cada m:íquina scr:í mcnor. Assim. para
Ora, a amílisc das cmprcsas, industriais mantcro mcsmo volumc dc produçelo, mais
bcm-succdidas dcmonstra quc a horas-méÍquinas screlO ncccsséÍrias, o quc
produtividadc do homcm é mais importantc significa quc precisa havcr disponibilidadc
do quc a da méÍquina, ou pelo mcnos igual. dc méÍquinéls; cm outras palavras, prccisa
Na indústria japoncsa, hojc clevada :l havcr ociosidadc dc m:íquinas.
condiçiio dc paradigma mundial, a
produtividade do homem é prcvalcntc à da A indústria brasilcira dc manufatura
méÍq u ina. possuÍ. atualmcnte, disponibilidadc dc
máquinas, scndo raras as cxccçõcs. Nelo
Dcvc-sc, pois, procurar otimizar o possui ociosidadc dc pcssoal, pois cstc cstéÍ
cicIo-homcm. mcsmo quc cm dctrimcnto dimcnsionado para atcndcr ú dcmanda
do ciclo-méíquina, ou scja, mcsmo quc à atual, pois a prática corrcntc é dcmitir
custa da introduçelo dc cspcras no ciclo çlc quando as vcndas cacm c contratar quando
trabalho da m:íquina. sobcm.

Isto ocorrc, quasc scmprc, numa célula Nas f;íbricas quc trabalham cm um ou
dc manufatura. Vcja-sc o caso dc um dois turnos, c selo a grandc maioria na
machciro opcrando duas sopradoras dc indústria dc manufatura, sc nelO houvcr
macho shcll. O aumcnto da produtividadc ociosidadc dc máquinas, suficicntc para
do macheiro foi dc 52%" significando quc suportar as horas-méÍquinas adicionais
as duas méÍquinas passaram a tcr produçiio ncccsséÍrias para compcnsar a pcrda dc
num índicc 152. Quando uma m:íquina é produtividadc acarrctada pcla célula dc
opcrada por um homcm, scu í ndicc é 100: manufatura, podc-sc adotar uma soluçiio
duas méÍquinas, 20(). Portanto, as duas simplcs: criar mais um· turno dc trabalho
sopradoras, quando opcradas por um único c rclocar partc dos opcrúrios, dos
machciro, tivcram sua produçelo rcduzida mcstrcs c dos supcrvisorcs para cssc
do índicc 200 para o índicc 152; ou scja, novo tu mo.
perdcram. cm média, 24'1., dc produç:l0 c
portanto 24% dc produtividadc (a m:íquina Esta soluçelo rcprcscnta, cm última
cujo cicIo dc produç:l0 é mais longo tcm instiincia, uma rcdistribuiç:l0 da ociosidadc
pcrda mcnor. cnquanto a dc ciclo mais das m:íquinas. Sc a fúbrica trabalha dois
curto, pcrda maior). No caso dc um turnos dc oito horas por dia, as m:íquinas
fundidor opcrando duas coquilhadciras. ficam paradas durantc oito horas to cio dia.
citado no itcm antcrior. cm contrapartida ao A soluç:1o aqui proposta - otimizar o
aumcnto dc 60% na produtividadc do ciclo-homcm mcsmo quc pela introduç:l0
homcm, houvc uma qucda dc 20% na dc cspcras no ciclo da m:íquina -
produtividadc da m:íquina. cOITcspondc a distribuir. ao longo das 24

'63
PRODUÇÃO

horas do dia, essa grande espera Célula de Manufatura. Segundo Simpósio


concentrada em oito horas, dando um pouco de Ciências Exatas e Engenharias da
de espera dentro de cada ciclo de trabalho Universidade Estadual Paulista, Campos do
da miÍquina. Como se vê. a solução é Jord,IO, dez. 1991.
perfeitamente viável, não obstante
introduzir alguns custos indiretos, como o HALL, R. W. Excelência na
funcionamento em mais um turno do Manufatura. São Paulo, IMAM, 1988.
restaurante, do ambulatório, da
manutenção, do almoxarifado. Mas, o HILLESHEIM, S. W. & COSMO, 1. R
aumento de produtividade obtido . GSA - Gmpos Semi-autônomos. Rio de
proporciona economias que compensam Janeiro, COP Editora. 1988.
com grande margem esses custos indiretos
adicionais, até porque esses setores operam IMAM Produtividade e Qualidade no
no nível mínimo durante o turno da Piso de Fúbrica - São Paulo. Instituto de
madmgada. Movimentação e Armazenagem de
Materiais. 1989.
Se a fábricajiÍ trabalha nos três turnos,
a ociosidade das miÍquinas precisa ser KAPSTEIN, J. & HOERR, J.
inerente ú capacidade instalada, uma vez Inovações na Linha de Montagem.
que a citada distribuição das oito horas do Business Week. In: Gazeta Mercantil,
terceiro turno, ao longo das 24 horas, não São Paulo, 9 se!. 89.
é possível.
MONDEN, Y. Sistema Toyota de
Com a argumentação apresentada,
Produção. São Paulo, IMAM, 1984.
esperamos ter desmistificado o conceito de
que a múquina não pode parar: se for para
aumentar a produtividade do homem, a MOURA, R. A. Kanban. S,IO Paulo,
miÍquina pode parar (a não ser quando a IMAM,1989.
máquina estiver totalmente carregada ou OLlVÉRIO, J. L. A Manufatura
for de custo operacíonal proporcionalmente Celular. Segundo SeminiÍrio de Técnicas
elevado). Japonesas promovido pelo IMAM. São
Paulo. IMAM, 1984.

SCHONBERGER. R. J. Técnicas
Referências Bibliográficas Industriais Japonesas. São Paulo, Pioneira,
1984.
BEZERRA. J. C. Simples ... mente
Just-in-Time. São Paulo. IMAM. 1990. YOSHINAGA. C. Qualidade Total.
São Paulo. 1988.
CONTADOR. J. C. Tipologia da

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