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“O Papel do Coordenador de Departamento Curricular na

Supervisão”

Trabalho de Grupo:

DALILA ALMEIDA
VERA MOURA
VITOR RODRIGUES

CURSO DE GESTÃO, AVALIAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR


Unidade Curricular: SUPERVISÃO ESCOLAR
Docente: Professora Doutora Maria Lúcia Oliveira

LEIRIA 2010
CURSO DE GESTÃO, AVALIAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA
Unidade Curricular: SUPERVISÃO ESCOLAR
Instituto de Estudos Avançados

Escola Superior de Educação e Ciências Sociais

“O Papel do Coordenador de Departamento Curricular na


Supervisão”

Trabalho de Grupo:

DALILA ALMEIDA
VERA MOURA
VITOR RODRIGUES

CURSO DE GESTÃO, AVALIAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR


Unidade Curricular: SUPERVISÃO ESCOLAR
Docente: Professora Doutora Maria Lúcia Oliveira

LEIRIA 2010

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Grupo de Trabalho: Dalila Almeida; Vera Moura; Vitor Rodrigues
CURSO DE GESTÃO, AVALIAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA
Unidade Curricular: SUPERVISÃO ESCOLAR
Instituto de Estudos Avançados

Escola Superior de Educação e Ciências Sociais

Índice

INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………………. 1

1.Supervisão…………………………………………………………………………………. 2

1.1Conceito de Supervisão…………………………………………………………………………. 2

1.2 Funções do Supervisor…………………………………………………………………………. 4

1.3 O Perfil de Formação do Supervisor……………………………………………………………… 5

2.Os Gestores Intermédios na Organização Escolar………………………………………………… 8

2.1 As Competências do Coordenador de Departamento Curricular e o Novo Papel de Supervisão… 9

NOTAS FINAIS……………………………………………………………………………………… 13

BIBLIOGRAFIA……………………………………………………………………………………… 14

I
Grupo de Trabalho: Dalila Almeida; Vera Moura; Vitor Rodrigues
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INTRODUÇÃO
Actualmente, a supervisão tem o seu enfoque nas reflexões e práticas sobre o ensino e
aprendizagem, “a formação, o desenvolvimento profissional, a profissionalidade docente e a
cultura das organizações onde esta actividade decorre – a escola – e sobre a qual incide – as
pessoas e o currículo (Alarcão e Roldão, 2008:16) ”. Recentemente, as alterações implementadas
ao Estatuto da Carreira Docente, à Avaliação do seu desempenho, a Auto-avaliação e Avaliação
Externa das escolas e ao regime jurídico de autonomia, administração e gestão escolar, colocaram
a tónica nas funções de liderança e gestão intermédia. Neste nível intermédio de gestão, são
introduzidas novas funções que até aqui não existiam na organização escolar, pelos menos, nas
práticas habituais das escolas.
Neste enquadramento, pretendemos aprofundar a temática relacionada com a coordenação
e supervisão das estruturas de gestão intermédias de coordenação e supervisão pedagógica,
relacionando os diferentes papéis / funções dos coordenadores de Departamento Curricular, tendo
em conta o novo desafio da supervisão de professores. Numa primeira fase, e após a leitura de
vários teóricos na matéria, pretendemos definir o conceito de supervisão, enunciando a evolução
do mesmo e as funções inerentes ao profissional que desempenha o papel de supervisor, para,
numa segunda fase, nos centrarmos no enquadramento legal dessas mesmas funções,
relacionando-as na forma como a escola se organiza para a preparação e orientação dos seus
responsáveis, no sentido de melhorar o desempenho do pessoal docente e consequentemente a
qualidade do ensino.
Assim, são objectivos do nosso estudo a definição do processo de supervisão de acordo
com a teoria científica, a identificação e análise do papel do coordenador do Departamento
Curricular no processo de supervisão pedagógica à luz dos normativos legais;
A metodologia de investigação centrou-se na leitura e análise da revisão bibliográfica
sobre a temática, relacionando-a com os normativos legais produzidos, pela administração central,
para a implementação do processo de acompanhamento e supervisão dos actores educativos e
ainda na reflexão efectuada pelo grupo de trabalho, resultante da auto-análise das suas práticas
educativas, enquadradas nos contextos escolares, onde desempenham a sua função de educadores.
Foram definidas as seguintes etapas para o estudo: 1- Definição do conceito de supervisão,
funções do supervisor e o seu perfil de formação; 2 – O enquadramento legal dos gestores
intermédios na organização escolar, as competências do coordenador de Departamento Curricular

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à luz dos normativos legais já revogados e os actuais e o enquadramento legal da acção do novo
papel de supervisor. Nas considerações finais, reflectimos sobre os temas abordados e
estabelecemos as relações entre estes e as questões teóricas inicialmente suscitadas, procurando
uma melhor compreensão da temática.

1. Supervisão
1.1Conceito de Supervisão

O conceito de supervisão tem evoluído ao longo dos tempos, tal como a cultura e a
sociedade. No passado, o acto supervisivo cingia-se à formação inicial e à profissionalização em
serviço dos professores. Segundo estudos efectuados por Oliveira (2000: 45), a supervisão incidia
“na orientação e avaliação das práticas pedagógicas em contexto escolar”, tendo como objectivo
final a orientação, avaliação e certificação profissional. Apesar da definição do conceito no nosso
país se limitar ao contexto atrás referido, noutros países, sobretudo nos Estados Unidos da
América e no Canadá, incide noutros sectores escolares, nomeadamente nas práticas
administrativas, pedagógicas curriculares, de «acompanhamento e de orientação profissional».
Nesse contexto, segundo refere Oliveira (idem:46) distinguem-se “dois tipos de supervisão, um
com um sentido mais abrangente e outro mais restrito”, sendo de destacar a supervisão escolar, a
que se processa «fora da sala de aula» e a supervisão pedagógica, a que se enquadra nas
actividades lectivas, no âmbito da sala de aula.
Actualmente, o termo supervisão assume novos contornos, podendo ser considerada como
um processo de orientação pedagógica, devendo ter lugar num tempo continuado, não se limitando
apenas à formação inicial, mas prolongando-se na formação contínua. A pessoa, o profissional, o
docente necessita de uma contínua formação e informação para acompanhar o ritmo do
desenvolvimento científico, social e cultural.
Alarcão e Tavares (2003: 16) clarificam o termo supervisão como “o processo em que o
professor, em princípio, mais experiente e mais informado, orienta um outro professor ou
candidato a professor no seu desenvolvimento humano e profissional.”
Estes autores consideram a supervisão como um processo continuado, no âmbito de uma
orientação profissional, tendo como objectivo o desenvolvimento humano e profissional.

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De acordo com Alarcão (2002: 231), “a actual conjuntura sociopolítica em que a escola
se insere implica que se lhe atribua também a dimensão colectiva e institucional e se pense a
supervisão (…) em relação não só ao professor, mas aos professores na interacção que
estabelecem uns com os outros no exercício das suas funções, bem como às repercussões deste
processo na formação dos alunos e no desenvolvimento da organização.”
Com base neste pensamento, a supervisão assume-se como um conceito transversal a
vários domínios da actividade humana e aparece sempre associado a uma função que tem como
objectivo a melhoria do serviço prestado pelas instituições educativas.
Citando Vieira, “a supervisão, no contexto da formação de professores, é uma actuação de
monitorização sistemática da prática pedagógica, sobretudo através de procedimentos de reflexão
e experimentação” (1993: 28). Nesta perspectiva, falar de supervisão implica falar de processos de
regulação do ensino e da aprendizagem, de reflexão e investigação educativa, de mudança e
melhoria de práticas pedagógicas, visando o desenvolvimento profissional do professor.
Oliveira (2000: 51) considera que a supervisão surge “associada a práticas de
planificação, organização, liderança, apoio, formação e avaliação que, incidindo sobre a
organização escolar, visam a mobilização de todos os seus profissionais numa acção conjunta e
interacção dinâmica adequada à consecução dos objectivos da escola.”
De acordo com esta autora, a supervisão visa o desenvolvimento do processo de ensino e
aprendizagem, assim como o desenvolvimento das escolas.
Para o professor, o objectivo principal do processo ensino/aprendizagem reside na
capacidade de resolver problemas e tomar decisões conscientes que permitam a adaptação a
situações surgidas na sala de aula. Torna-se, desta forma, fundamental a reflexão para a tomada de
consciência na análise das situações e na tomada das decisões mais correctas, integradas nas linhas
orientadoras do ensino e aprendizagem da instituição escolar, as quais se enquadram no seu
Projecto Educativo. Assim, a função do supervisor deverá centrar-se no apoio ao professor ou
professores na resolução dos seus próprios problemas, bem como os problemas do ensino e da
aprendizagem, integrando-os no contexto da organização.
No sentido de sintetizar e clarificar o conceito de supervisão, enunciado por Alarcão
(2000:19), apresentaremos, de seguida, o seguinte quadro:

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Quadro 1 – Supervisão (conceptualização)


Objectivo Supervisor Acção do Supervisor Função principal
“Desenvolvimento “Líder ou Desenrola-se “quer a nível “Fomentar ou apoiar
qualitativo da facilitador da prossionalização dos contextos de formação
organização de que, exercendo embora que, traduzindo-se
escola e dos que comunidade funções docentes, se numa melhoria da
nela realizam o s preparam para ser escola, se repercutem
seu trabalho de aprendentes professores de plena num desenvolvimento
estudar, ensinar no contexto direito, quer também ao profissional dos agentes
ou apoiar a função de uma nível dos departamentos educativos (professores,
educativa através escola que, curriculares ou de qualquer auxiliares e
de aprendizagens ao pensar- outro grupo que se funcionários) e na
individuais e se, constrói constitua ou tenha aprendizagem dos
colectivas, o seu futuro possibilidades de vir a alunos que nela
incluindo a e qualifica constituir-se numa encontram um lugar,
formação de novos os seus comunidade de um tempo e um contexto
agentes”. membros”. profissionais em de aprendizagem”.
desenvolvimento e
aprendizagem”.

Como refere Alarcão (idem), a supervisão deve ser mais abrangente, não se confinando
apenas à orientação da prática pedagógica na formação inicial dos docentes. Deverá, pois, ser
entendida também como uma estratégia importante na formação contínua dos docentes e permitir
a «reconceptualização das funções do supervisor» como elemento da organização escolar,
contribuindo para o desenvolvimento profissional dos seus educadores.
Na perspectiva de Oliveira - Formosinho (2002: 24), à supervisão poder-se-ão atribuir três
funções, a saber: “ (1) melhorar a instrução, (2) desenvolver o potencial da aprendizagem do
educador e (3) promover a capacidade da organização de criar ambientes de trabalho auto-
renováveis”.

1.2 Funções do Supervisor

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Actualmente o supervisor assume o papel de facilitador, amigo crítico ou a “critical friend”


nas palavras de Smith (1996, cit. Sá-Chaves, 2003: 70). O supervisor encoraja e incentiva os
docentes a aprenderem ao longo da vida.
Nesta perspectiva, o supervisor deverá apoiar, orientar os professores na execução das suas
tarefas, coordenar e avaliar os projectos e actividades que são da sua responsabilidade.
O supervisor tem como função orientar o grupo de professores, desafiar, impulsionar,
questionar, motivar, despertando neles o desejo, o prazer, o envolvimento com o trabalho
desenvolvido. Historicamente, a função do Supervisor Escolar modificou-se. O Supervisor deverá
acompanhar o trabalho pedagógico dos professores em serviço, estabelecendo com eles uma
relação de apoio e parceria. O Supervisor, portanto, será o profissional organizador ou orientador
da prática pedagógica desenvolvida pelos professores numa escola. O relacionamento que o
supervisor estabelece com os professores influencia as acções desenvolvidas por ambos.
Como afirma Ribeiro (2000: 94), nos processos de supervisão “as atitudes reflexivas do
supervisor influenciarão o desenvolvimento de atitudes idênticas nos futuros professores, também
um postura crítica e de questionamento sobre as práticas são elementos de auto-regulação dos
processos de formação inicial e contínua”.
O papel do supervisor é incentivar a melhoria da prática e a mudança, ajudando a
diagnosticar as realidades e a ultrapassar problemas.
O supervisor como um “amigo crítico” (Smith, 1996 cit. Sá-Chaves, idem), estimula o
diálogo, confronta os professores com as suas dificuldades e ajuda-os a descobrirem as soluções
para a resolução dos problemas que surgem. Orienta-os nas reflexões, para serem um elo de
ligação entre a teoria e a prática. Trabalha em conjunto com o supervisionado. Ajuda a articular a
teoria com a prática. Motiva a reflectir sobre a sua prática. É alguém que incentiva a repensar as
suas interacções com crianças, pais, colegas e instituições.
O supervisor tem “a missão de fazer com que todos, sem excepção, façam frutificar os seus
talentos e potencialidades criativas, o que implica, por parte de cada um, a capacidade de se
responsabilizar pela realização do seu projecto pessoal” (Delors, 1996: 15). O supervisor é
alguém que ajuda a fazer desabrochar as capacidades, alguém que incentiva à mudança de
estratégias ou intencionalidades, alguém que o estimula a pesquisar e ir sempre mais longe.
O supervisor é visto como uma pessoa, com mais experiência da prática, que ajuda a
progredir. Assim, a supervisão deverá consistir “numa visão de qualidade, inteligente,
responsável, experiencial, acolhedora, empática, serena e envolvente de quem vê o que se passou
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antes, o que se passa durante e o que se passará depois, ou seja, de quem entra no processo para
o compreender por fora e por dentro” (Alarcão, 1987: 47).
Neste processo de crescimento profissional, supervisor e supervisionado caminham lado a
lado e ambos se desenvolvem pessoal e profissionalmente.
Segundo Schön, citado por Alarcão (1991: 18), o supervisor desempenha funções idênticas
às de um “coach” (treinador), mas “não no sentido behaviorista, meramente interessado na
performance exterior. Mas como treinador humanista, aquele que sabe que o desportista não
deixa de ser humano e que a performance é tanto melhor quanto mais empenhado o desportista
estiver e quanto melhor a compreender e compreender as características da sua própria
actuação. É o treinador exigente mas compreensivo, atento à performance mas também ao
sentido que o desportista lhe atribui”.

1.3. O Perfil de Formação do Supervisor

Actualmente é considerado essencial a formação especializada dos docentes aos quais são
atribuídos cargos de responsabilidade que exigem determinadas competências na área da
formação, supervisão e avaliação. Dessa forma, as funções de supervisão requerem docentes com
qualificação e formação adequada para o desempenho de tarefas relacionadas com o planeamento,
a liderança, a organização, o acompanhamento, a reflexão e avaliação, contribuindo para a
melhoria da organização escolar. A autonomia das escolas permite-lhes que, na concepção do seu
Projecto Educativo, se tracem as linhas orientadoras para a qualidade do serviço educativo a
prestar à comunidade, melhorando consequentemente a qualidade pedagógica do ensino e
aprendizagem dos seus alunos.
Na sequência do exposto, procedemos à análise do Despacho Conjunto nº 198/99, de 15 de
Fevereiro que aprovou os perfis de formação na formação especializada dos professores. O
diploma legal que definiu o regime jurídico da formação especializada de educadores de infância e
de professores dos ensinos básico e secundário foi aprovado pelo Decreto-Lei nº 95/97, de 23 de
Abril, que, em articulação com as revisões do Estatuto da Carreira Docente e à aprovação do
Regime de Autonomia, Administração e Gestão dos Estabelecimentos da Educação Pré-Escolar e
dos Ensinos Básico e Secundário, implementadas pelos anteriores Decreto-Lei nº 1/98, de 2 de
Janeiro, e pelo Decreto-Lei nº 115-A/98, de 4 de Maio, tinha como objectivo a construção de uma
escola autónoma, democrática e de qualidade.
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A afirmação dessa escola de qualidade passava sobretudo pelo reforço da autonomia das
organizações escolares e da sua integração nos contextos comunitários e dependia, principalmente,
da criação de condições para o exercício dessa autonomia, com o enfoque no domínio da formação
de pessoal docente com qualificação para o exercício de cargos e funções de administração e de
gestão das escolas.
Assim, este regime jurídico identificou a formação especializada como sendo uma
“formação acrescida, proporcionada e certificada pelas instituições de ensino superior, que
habilita os docentes para o desempenho de cargos, actividades e funções especializados no
sistema educativo”, definindo ainda, as áreas de formação especializada, os princípios gerais e os
requisitos que deviam constar dos cursos, nomeadamente, no âmbito da supervisão pedagógica,
bem como a metodologia para a sua acreditação.
O perfil de competências dos titulares de cursos de formação especializada, na área de
supervisão pedagógica e formação de formadores, encontram-se definidos nos termos do artigo 7º,
do Decreto-Lei nº 95/97, de 23 de Abril, e são objecto do despacho conjunto inicialmente
evocado, identificando no seu teor os seguintes objectivos e competências:
“l - Objectivos — visa qualificar para o exercício das funções de orientação e supervisão
da formação inicial e contínua de educadores e professores.
2 - Competências a desenvolver:
2.1- Competências de análise crítica: 1) Interpretar a escola e a organização escolar à luz
dos contributos teóricos das ciências da educação, designadamente a teoria geral de
formação de professores, a teoria de supervisão de professores, os fundamentos
pedagógicos, psicológicos e sociológicos da acção educativa e da acção docente;
2) Fundamentar o processo de tomada de decisão em procedimentos de investigação e de
inovação educacional.
2.2- Competências de intervenção:
1) Acolher e estimular o estudante de formação inicial na sua prática pedagógica;
2) Acolher e estimular o professor no início de carreira, apoiando-o no seu processo de
inserção e desenvolvimento profissional na sala de aula, na escola e no sistema educativo;
3) Fomentar a existência, nos contextos de trabalho, de climas relacionais favoráveis ao
desenvolvimento de interacções participativas e de práticas reflexivas;
4) Conceber, planificar, dinamizar e gerir programas de formação;
5) Observar e planificar práticas educativas e envolver os professores em processo de
reflexão sobre as mesmas;
6) Estimular a melhoria do desempenho profissional dos professores;
7) Construir sistemas e instrumentos de apoio às práticas pedagógicas e de supervisão em
parceria;
8) Avaliar o desempenho dos formandos de formação inicial e participar na sua
classificação final.
2.3- Competências de formação, de supervisão e de avaliação.

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1) Apoiar os professores na escolha dos programas e acções de formação contínua mais


adequados a cada situação;
2) Desenvolver programas e dinâmicas de identificação de necessidades de formação; 3)
Supervisionar a execução de programas de apoio aos professores em início de carreira; 12
4) Supervisionar a execução de programas e projectos de formação contínua de
professores;
5) Avaliar contextos, estratégias, programas e produtos de formação, colaborando na
regulação dos respectivos processos;
6) Participar no processo de avaliação do desempenho profissional dos professores.
2.4- Competências de consultoria:
1) Assessorar as instituições de formação inicial de professores na organização da
componente de prática pedagógica;
2) Assessorar os centros de formação das associações de escolas na elaboração e
desenvolvimento dos respectivos planos de formação e na organização de programas de
formação contínua.
Apesar deste normativo ter estado em vigor desde o ano de 1999, há cerca de onze anos, é
pouco visível o seu efeito na formação especializada dos professores. As organizações escolares
continuam a ter um número muito reduzido de especialistas na área da supervisão pedagógica,
sendo urgente a sua formação para o desempenho das novas funções dos cargos de gestão
intermédia. É nossa convicção que o curso que actualmente frequentamos, na área da gestão,
supervisão e avaliação, nos proporcione o aprofundamento destas temáticas, permitindo-nos
adquirir conhecimentos científicos e pedagógicos para o desempenho efectivo dessas funções,
melhorando a nossa prática profissional, no sentido de contribuir para a melhoria e qualidade do
sistema educativo.

2. Os Gestores intermédios na organização escolar

Na opinião de Oliveira (2000: 47) é sua convicção que “o desenvolvimento da autonomia


da escola passa pela atribuição de poderes de liderança e decisão aos actores educativos que
desempenham funções de gestão intermédia na escola.”
A gestão intermédia requer um trabalho de coordenação, apoio e decisão nas áreas
pedagógicas, curriculares e de desenvolvimento profissional dos agentes educativos. O
desempenho de cargos de gestão intermédia implica funções de liderança, supervisão e mediação.
Oliveira (2000: 51) salienta o papel importante desempenhado por alguns agentes
educativos, nomeadamente os gestores intermédios, no exercício de funções de responsabilidade
que englobam uma vertente supervisiva, referindo que, de “entre as múltiplas funções hoje

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atribuídas à escola, há actores sociais que têm mais responsabilidades ao nível da administração
e gestão (assembleia, conselho executivo ou director, conselho administrativo, conselho
pedagógico, coordenador de estabelecimento); outros ao nível da coordenação e liderança
pedagógica e curricular (coordenador de ano, ciclo ou curso e estruturas de orientação
educativa) e ainda outros de acompanhamento e orientação profissional (…).”
O gestor intermédio deverá servir os interesses da comunidade educativa, articulando com
os órgãos de gestão na concretização do Projecto Educativo, com vista ao desenvolvimento de
uma escola de qualidade.
O Decreto - Regulamentar nº10/99, de 21 de Julho, refere no nº2 do seu artigo 5º, as
competências do coordenador do conselho de docentes e dos departamentos curriculares.
O artigo 8º refere-se à coordenação de ano, de ciclo ou de curso, cuja função é garantir a
articulação das actividades desenvolvidas pelas turmas de um mesmo ano de escolaridade, de um
ciclo de ensino ou de um curso, conforme o estabelecido no regulamento interno.
No nº2, do artigo 9º, estão definidas as competências do coordenador de ano, de ciclo ou
de curso:
a) Coordenar a acção do respectivo conselho, articulando estratégias e
procedimentos;
b) Submeter ao conselho pedagógico as propostas do conselho que coordena;
c) Apresentar à direcção executiva um relatório crítico anual, do trabalho
desenvolvido.

O desempenho das competências acima referidas, e de acordo com o já mencionado


anteriormente, requer profissionais qualificados, com perfil e formação adequados para o exercício
destes cargos e um conjunto de competências que poderão ser enquadradas no domínio da
supervisão escolar.
Segundo o Despacho Conjunto n.º 198/99, recomenda-se que esses cargos sejam
atribuídos, preferencialmente, a docentes que realizem uma formação especializada:“A afirmação
desta escola de qualidade passa necessariamente pelo reforço da autonomia dos estabelecimentos
de educação e de ensino (…) e depende, em grande medida, da criação de condições para o
exercício de tal autonomia, designadamente, do domínio da formação de pessoal docente
devidamente qualificado para o exercício de cargos e funções de administração e de gestão das
escolas.”
No Decreto - Lei nº 75/2008, de 22 de Abril, as estruturas de gestão intermédia surgem
com a designação de estruturas de coordenação e supervisão pedagógica e têm como objectivo, a
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gestão curricular na aplicação do currículo nacional e dos programas e orientações curriculares e


programáticas definidos a nível nacional e o desenvolvimento de componentes curriculares por
iniciativa do Agrupamento. Também é da competência destas estruturas a organização, o
acompanhamento e a avaliação das actividades de turma ou grupo de alunos, a coordenação
pedagógica de cada ano, ciclo ou curso e a avaliação de desempenho dos docentes.
Neste contexto, os professores interessados na assunção das responsabilidades de gestores
intermédios, com funções de coordenação, apoio e decisão nas áreas pedagógicas curriculares e de
desenvolvimento profissional dos actores sociais da escola, deverão ser alvo de formação
especializada, se não a adquiriram ainda. O papel determinante do desempenho dos cargos é hoje
reconhecido como imprescíndivel numa relação articulada com os orgãos de gestão, na
concretização do projecto educativo e na promoção de uma escola de qualidade. É recomendável,
de acordo com o legislado1, que estes cargos sejam atribuídos, preferencialmente, aos docentes
que possuam formação especializada nas áreas da supervisão e organização e desenvolvimento
curricular, entre outras, constituindo estas as componentes formativas fundamentais no sucesso e
dinâmica formativa da escola.

2.1 As competências do coordenador de Departamento Curricular e o novo papel de


supervisão

Tendo como função o desenvolvimento do Projecto Educativo (PE), e no âmbito dos


Decreto-Lei nº 115-A/98, de 4 de Maio e Decreto Regulamentar nº 10/99, de 21 de
Julho, foram fixadas, no regulamento interno da organização escolar, as estruturas de orientação
educativa que colaboravam com o CP e a Direcção Executiva, no sentido de proceder ao
acompanhamento do percurso escolar dos alunos, perspectivando a promoção da qualidade das
aprendizagens. Assim, cada organização escolar tinha autonomia para organizar os seus
Departamentos Curriculares, agrupando as disciplinas ou áreas disciplinares que estivessem de
acordo com os cursos a leccionar e as suas dinâmicas escolares, promovendo dessa forma a
articulação curricular. O Decreto Regulamentar nº 10/99, de 21 de Julho, surgiu, na época, com o
objectivo de estabelecer as competências das estruturas de orientação educativa, bem como o seu
regime de coordenação, sendo de destacar as seguintes:

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Nº1, artigo 5º, Capítulo II, Decreto-Lei nº 15/2007, de 19 de Janeiro
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a) Planificar e adequar à realidade da escola ou do agrupamento de escolas a aplicação dos


planos de estudo estabelecidos ao nível nacional;
b) Elaborar e aplicar medidas de reforço no domínio das didácticas das disciplinas;
c) Assegurar, de forma articulada com outras estruturas de orientação educativa da escola
ou do agrupamento de escolas, a adopção de metodologias específicas destinadas ao
desenvolvimento quer dos planos de estudo quer das componentes de âmbito local do
currículo;
d) Analisar a oportunidade de adopção de medidas de gestão flexível dos currículos e de
outras medidas destinadas a melhorar as aprendizagens e a prevenir a exclusão;
e) Elaborar propostas curriculares diversificadas, em função da especificidade de grupos de
alunos;
f) Assegurar a coordenação de procedimentos e formas de actuação nos domínios da
aplicação de estratégias de diferenciação pedagógica e da avaliação das aprendizagens;
g) Identificar necessidades de formação dos docentes;
h) Analisar e reflectir sobre as práticas educativas e o seu contexto.
Com a publicação, em 2008, do Decreto-Lei nº 75, as escolas passam a definir no seu
regulamento interno as competências que considerarem essenciais ao desempenho dos cargos de
coordenador de Departamento e Subdepartamento Curricular, uma vez que os normativos legais
atrás evocados são revogados. Assim, de acordo com o artigo 42º, secção I, capítulo IV, são
definidas as estruturas de coordenação e supervisão, bem como as suas responsabilidades no
desenvolvimento do Projecto Educativo da organização, destacando-se as seguintes funções:
a) A articulação e gestão curricular na aplicação do currículo nacional e dos programas e
orientações curriculares e programáticas definidas a nível nacional, bem como o
desenvolvimento de componentes curriculares por iniciativa do agrupamento de escolas ou
escola não agrupada;
b) A organização, o acompanhamento e a avaliação das actividades de turma ou grupo de
alunos;
c) A coordenação pedagógica de cada ano, ciclo ou curso;
d) A avaliação de desempenho do pessoal docente.
Tendo em conta a análise do decreto-lei nº 75/2008, de 22 de Abril, é de salientar no seu
preâmbulo, a pretensão de dotar as escolas de um “corpo de docentes reconhecido, com mais
experiência, mais autoridade e mais formação, que assegure em permanência funções de maior
responsabilidade”. Nesse sentido, enquadrou-se também a estruturação da carreira docente 2
quando criou a categoria de professor titular, ao qual estavam reservadas as actividades de
coordenação e de supervisão de docentes.
Neste novo modelo de autonomia, administração e de gestão escolar é dado ao Director da
organização escolar a tarefa de designar os coordenadores dos Departamentos Curriculares,
considerados as principais estruturas de coordenação e de supervisão pedagógica.
2
Decreto-Lei nº 15/2007, de 19 de Janeiro
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É ainda de assinalar que nos anteriores normativos legais, decreto-lei nº 115-A/98, de 4 de


Maio, Despacho Regulamentar nº 10/99, de 21 de Julho, as estruturas atrás referidas designavam-
se de «Estruturas de Orientação Educativa» (ponto 1, capítulo IV, secção I, artigo 34º, decreto-lei
nº 115-A/99, de 4 de Maio) e eram constituídas com o objectivo de colaborarem com o Conselho
Pedagógico (CP) e com a Direcção Executiva, assegurando e acompanhando eficazmente o
processo escolar dos alunos, perspectivando a promoção da qualidade educativa. No presente ano
lectivo, as estruturas são designadas de coordenação e supervisão, o que pressupõem uma
alteração nas suas responsabilidades. Se anteriormente tinham a função de apenas orientar a
prática educativa, com este normativo são-lhe atribuídas as competências de coordenação
educativa e de supervisão pedagógica. Passam assim, além de colaborarem com o CP e o Director,
a assegurarem a coordenação e avaliação do pessoal docente (ponto 1, artigo 42º, secção I, Cap.
IV, decreto-lei nº 75/2008, de 22 de Abril).
O coordenador do Departamento Curricular ao ter como responsabilidade a avaliação de
desempenho docente, exercerá as funções de um supervisor, podendo delegar as suas
competências de avaliador noutros professores titulares que pertençam, sempre que possível, ao
mesmo grupo de recrutamento dos docente a avaliar (artigo 12, decreto regulamentar nº 2/2008,
de10 de Janeiro). A avaliação a efectuar pelo coordenador ou avaliador pondera o envolvimento e
a qualidade científico - pedagógica do docente, com base na apreciação dos seguintes parâmetros
classificativos: Preparação e organização das actividades lectivas; Realização das actividades
lectivas; Relação Pedagógica com os alunos; Processo de avaliação das aprendizagens dos alunos
(artigo nº 17º, Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro).
No sentido de melhorar o processo de acompanhamento, supervisão e avaliação prestado
pelo coordenador / avaliador, o novo projecto de Decreto Regulamentar da avaliação de
desempenho docente, no seu artigo 14º, já aprovado pelo Conselho de Ministros, no passado dia
22 de Abril de 2010, vem apresentar as competências que estarão adstritas ao responsável pela
ADD, dando-lhe maiores competências na área da supervisão, o que não era claro no anterior e
ainda actual Decreto Regulamentar, sendo de destacar as seguintes:
a) Prestar ao avaliado o apoio que se mostre necessário ao longo do processo de avaliação,
nomeadamente no que se refere à identificação das suas necessidades de formação;
b) Proceder à observação de aulas, sempre que a ela haja lugar, efectuar o respectivo registo
e partilhar com o avaliado, numa perspectiva formativa, a sua apreciação sobre as aulas
observadas;
c) Apreciar o relatório de auto-avaliação e assegurar a realização de uma entrevista
individual ao avaliado, quando este a requeira, nos termos do artigo 19.º.
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Deste modo, parece-nos que as competências propostas para o professor avaliador, no


futuro modelo de ADD, se revestem de grande complexidade e responsabilidade. Assim, para que
o resultado dessa avaliação de desempenho se constitua numa realização de melhoria de
aperfeiçoamento profissional, será necessária uma formação especializada que prepare os docentes
para a avaliação dos seus pares.

NOTAS FINAIS

Da leitura e análise efectuada às questões teóricas e legais sobre supervisão e, tendo em


conta o que se passa, hoje, nas nossas escolas em relação ao desempenho das estruturas de gestão
intermédia, considerámos fundamental a definição e clarificação do papel do seu coordenador
nesta área do desempenho.
Assim, retomando a perspectiva de Alarcão (2000:19), o supervisor terá de ser um líder ou
“facilitador da comunidade de aprendentes no contexto de uma escola que ao pensar-se, constrói
o seu futuro e qualifica os seus membros.” Este deverá apoiar, e orientar os docentes nas suas
tarefas lectivas, sendo certo que, como afirma Ribeiro (2000), as atitudes reflexivas do supervisor
os influenciará no seu desenvolvimento profissional.
Para o desempenho de tal função, será essencial uma “formação acrescida, proporcionada
e certificada pelas instituições de ensino superior, que habilita os docentes para o desempenho de
capacidades, actividades e funções especializadas no sistema educativo” (in regime jurídico da
formação especializada). Não bastará ao gestor intermédio apenas o seu tempo de serviço aliado à
sua boa vontade, pois será necessário mobilizar conhecimentos, competências e atitudes e, para
tal, como salienta o Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de Abril, será essencial que todas as escolas
tenham uma corpo docente reconhecido, com experiência e formação que contribua para a
melhoria e qualidade da organização escolar.

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O novo papel do coordenador do Departamento Curricular ao ser investido de novas


funções passará, além de orientar a articulação e gestão curricular na aplicação do currículo
nacional e os programas definidos a nível nacional, a supervisionar os outros docentes da
organização escolar, prestando-lhes o apoio necessário no sentido de, com ele, detectar as suas
necessidades de formação, observando as suas aulas, se para tal for solicitado, partilhando com os
mesmos, numa perspectiva formativa, a sua apreciação sobre o desenvolvimento das mesmas.
Poderemos afirmar, finalmente, como referiu Oliveira (2000), que a escola, usando da sua
autonomia, deverá atribuir as responsabilidades de liderança e de decisão aos «actores educativos»
que tenham como funções a gestão intermédia, pois estes estarão preparados para servir os
interesses e necessidades da comunidade educativa, colaborando com os órgãos de gestão na
concretização do Projecto Educativo, com vista ao desempenho da sua missão.

BIBLIOGRAFIA

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Edições Asa.

Normativos Aplicáveis
Decreto-Lei 95/1997 de 23 de Abril.
Decreto-Lei 115-A/1998, de 4 de Maio.
Decreto-Lei 15/2007 de 19 de Janeiro.
Decreto-Lei nº 75/2008 de 22 de Abril.
Decreto - Regulamentar 10/1999, de 21 de Julho.
Decreto -Regulamentar 2/2008 de 10 de Janeiro.
Despacho Conjunto n.º 198/1999, 15 de Fevereiro

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