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Supervisão”
Trabalho de Grupo:
DALILA ALMEIDA
VERA MOURA
VITOR RODRIGUES
LEIRIA 2010
CURSO DE GESTÃO, AVALIAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA
Unidade Curricular: SUPERVISÃO ESCOLAR
Instituto de Estudos Avançados
Trabalho de Grupo:
DALILA ALMEIDA
VERA MOURA
VITOR RODRIGUES
LEIRIA 2010
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Grupo de Trabalho: Dalila Almeida; Vera Moura; Vitor Rodrigues
CURSO DE GESTÃO, AVALIAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA
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Índice
INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………………. 1
1.Supervisão…………………………………………………………………………………. 2
1.1Conceito de Supervisão…………………………………………………………………………. 2
NOTAS FINAIS……………………………………………………………………………………… 13
BIBLIOGRAFIA……………………………………………………………………………………… 14
I
Grupo de Trabalho: Dalila Almeida; Vera Moura; Vitor Rodrigues
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INTRODUÇÃO
Actualmente, a supervisão tem o seu enfoque nas reflexões e práticas sobre o ensino e
aprendizagem, “a formação, o desenvolvimento profissional, a profissionalidade docente e a
cultura das organizações onde esta actividade decorre – a escola – e sobre a qual incide – as
pessoas e o currículo (Alarcão e Roldão, 2008:16) ”. Recentemente, as alterações implementadas
ao Estatuto da Carreira Docente, à Avaliação do seu desempenho, a Auto-avaliação e Avaliação
Externa das escolas e ao regime jurídico de autonomia, administração e gestão escolar, colocaram
a tónica nas funções de liderança e gestão intermédia. Neste nível intermédio de gestão, são
introduzidas novas funções que até aqui não existiam na organização escolar, pelos menos, nas
práticas habituais das escolas.
Neste enquadramento, pretendemos aprofundar a temática relacionada com a coordenação
e supervisão das estruturas de gestão intermédias de coordenação e supervisão pedagógica,
relacionando os diferentes papéis / funções dos coordenadores de Departamento Curricular, tendo
em conta o novo desafio da supervisão de professores. Numa primeira fase, e após a leitura de
vários teóricos na matéria, pretendemos definir o conceito de supervisão, enunciando a evolução
do mesmo e as funções inerentes ao profissional que desempenha o papel de supervisor, para,
numa segunda fase, nos centrarmos no enquadramento legal dessas mesmas funções,
relacionando-as na forma como a escola se organiza para a preparação e orientação dos seus
responsáveis, no sentido de melhorar o desempenho do pessoal docente e consequentemente a
qualidade do ensino.
Assim, são objectivos do nosso estudo a definição do processo de supervisão de acordo
com a teoria científica, a identificação e análise do papel do coordenador do Departamento
Curricular no processo de supervisão pedagógica à luz dos normativos legais;
A metodologia de investigação centrou-se na leitura e análise da revisão bibliográfica
sobre a temática, relacionando-a com os normativos legais produzidos, pela administração central,
para a implementação do processo de acompanhamento e supervisão dos actores educativos e
ainda na reflexão efectuada pelo grupo de trabalho, resultante da auto-análise das suas práticas
educativas, enquadradas nos contextos escolares, onde desempenham a sua função de educadores.
Foram definidas as seguintes etapas para o estudo: 1- Definição do conceito de supervisão,
funções do supervisor e o seu perfil de formação; 2 – O enquadramento legal dos gestores
intermédios na organização escolar, as competências do coordenador de Departamento Curricular
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à luz dos normativos legais já revogados e os actuais e o enquadramento legal da acção do novo
papel de supervisor. Nas considerações finais, reflectimos sobre os temas abordados e
estabelecemos as relações entre estes e as questões teóricas inicialmente suscitadas, procurando
uma melhor compreensão da temática.
1. Supervisão
1.1Conceito de Supervisão
O conceito de supervisão tem evoluído ao longo dos tempos, tal como a cultura e a
sociedade. No passado, o acto supervisivo cingia-se à formação inicial e à profissionalização em
serviço dos professores. Segundo estudos efectuados por Oliveira (2000: 45), a supervisão incidia
“na orientação e avaliação das práticas pedagógicas em contexto escolar”, tendo como objectivo
final a orientação, avaliação e certificação profissional. Apesar da definição do conceito no nosso
país se limitar ao contexto atrás referido, noutros países, sobretudo nos Estados Unidos da
América e no Canadá, incide noutros sectores escolares, nomeadamente nas práticas
administrativas, pedagógicas curriculares, de «acompanhamento e de orientação profissional».
Nesse contexto, segundo refere Oliveira (idem:46) distinguem-se “dois tipos de supervisão, um
com um sentido mais abrangente e outro mais restrito”, sendo de destacar a supervisão escolar, a
que se processa «fora da sala de aula» e a supervisão pedagógica, a que se enquadra nas
actividades lectivas, no âmbito da sala de aula.
Actualmente, o termo supervisão assume novos contornos, podendo ser considerada como
um processo de orientação pedagógica, devendo ter lugar num tempo continuado, não se limitando
apenas à formação inicial, mas prolongando-se na formação contínua. A pessoa, o profissional, o
docente necessita de uma contínua formação e informação para acompanhar o ritmo do
desenvolvimento científico, social e cultural.
Alarcão e Tavares (2003: 16) clarificam o termo supervisão como “o processo em que o
professor, em princípio, mais experiente e mais informado, orienta um outro professor ou
candidato a professor no seu desenvolvimento humano e profissional.”
Estes autores consideram a supervisão como um processo continuado, no âmbito de uma
orientação profissional, tendo como objectivo o desenvolvimento humano e profissional.
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De acordo com Alarcão (2002: 231), “a actual conjuntura sociopolítica em que a escola
se insere implica que se lhe atribua também a dimensão colectiva e institucional e se pense a
supervisão (…) em relação não só ao professor, mas aos professores na interacção que
estabelecem uns com os outros no exercício das suas funções, bem como às repercussões deste
processo na formação dos alunos e no desenvolvimento da organização.”
Com base neste pensamento, a supervisão assume-se como um conceito transversal a
vários domínios da actividade humana e aparece sempre associado a uma função que tem como
objectivo a melhoria do serviço prestado pelas instituições educativas.
Citando Vieira, “a supervisão, no contexto da formação de professores, é uma actuação de
monitorização sistemática da prática pedagógica, sobretudo através de procedimentos de reflexão
e experimentação” (1993: 28). Nesta perspectiva, falar de supervisão implica falar de processos de
regulação do ensino e da aprendizagem, de reflexão e investigação educativa, de mudança e
melhoria de práticas pedagógicas, visando o desenvolvimento profissional do professor.
Oliveira (2000: 51) considera que a supervisão surge “associada a práticas de
planificação, organização, liderança, apoio, formação e avaliação que, incidindo sobre a
organização escolar, visam a mobilização de todos os seus profissionais numa acção conjunta e
interacção dinâmica adequada à consecução dos objectivos da escola.”
De acordo com esta autora, a supervisão visa o desenvolvimento do processo de ensino e
aprendizagem, assim como o desenvolvimento das escolas.
Para o professor, o objectivo principal do processo ensino/aprendizagem reside na
capacidade de resolver problemas e tomar decisões conscientes que permitam a adaptação a
situações surgidas na sala de aula. Torna-se, desta forma, fundamental a reflexão para a tomada de
consciência na análise das situações e na tomada das decisões mais correctas, integradas nas linhas
orientadoras do ensino e aprendizagem da instituição escolar, as quais se enquadram no seu
Projecto Educativo. Assim, a função do supervisor deverá centrar-se no apoio ao professor ou
professores na resolução dos seus próprios problemas, bem como os problemas do ensino e da
aprendizagem, integrando-os no contexto da organização.
No sentido de sintetizar e clarificar o conceito de supervisão, enunciado por Alarcão
(2000:19), apresentaremos, de seguida, o seguinte quadro:
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Como refere Alarcão (idem), a supervisão deve ser mais abrangente, não se confinando
apenas à orientação da prática pedagógica na formação inicial dos docentes. Deverá, pois, ser
entendida também como uma estratégia importante na formação contínua dos docentes e permitir
a «reconceptualização das funções do supervisor» como elemento da organização escolar,
contribuindo para o desenvolvimento profissional dos seus educadores.
Na perspectiva de Oliveira - Formosinho (2002: 24), à supervisão poder-se-ão atribuir três
funções, a saber: “ (1) melhorar a instrução, (2) desenvolver o potencial da aprendizagem do
educador e (3) promover a capacidade da organização de criar ambientes de trabalho auto-
renováveis”.
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antes, o que se passa durante e o que se passará depois, ou seja, de quem entra no processo para
o compreender por fora e por dentro” (Alarcão, 1987: 47).
Neste processo de crescimento profissional, supervisor e supervisionado caminham lado a
lado e ambos se desenvolvem pessoal e profissionalmente.
Segundo Schön, citado por Alarcão (1991: 18), o supervisor desempenha funções idênticas
às de um “coach” (treinador), mas “não no sentido behaviorista, meramente interessado na
performance exterior. Mas como treinador humanista, aquele que sabe que o desportista não
deixa de ser humano e que a performance é tanto melhor quanto mais empenhado o desportista
estiver e quanto melhor a compreender e compreender as características da sua própria
actuação. É o treinador exigente mas compreensivo, atento à performance mas também ao
sentido que o desportista lhe atribui”.
Actualmente é considerado essencial a formação especializada dos docentes aos quais são
atribuídos cargos de responsabilidade que exigem determinadas competências na área da
formação, supervisão e avaliação. Dessa forma, as funções de supervisão requerem docentes com
qualificação e formação adequada para o desempenho de tarefas relacionadas com o planeamento,
a liderança, a organização, o acompanhamento, a reflexão e avaliação, contribuindo para a
melhoria da organização escolar. A autonomia das escolas permite-lhes que, na concepção do seu
Projecto Educativo, se tracem as linhas orientadoras para a qualidade do serviço educativo a
prestar à comunidade, melhorando consequentemente a qualidade pedagógica do ensino e
aprendizagem dos seus alunos.
Na sequência do exposto, procedemos à análise do Despacho Conjunto nº 198/99, de 15 de
Fevereiro que aprovou os perfis de formação na formação especializada dos professores. O
diploma legal que definiu o regime jurídico da formação especializada de educadores de infância e
de professores dos ensinos básico e secundário foi aprovado pelo Decreto-Lei nº 95/97, de 23 de
Abril, que, em articulação com as revisões do Estatuto da Carreira Docente e à aprovação do
Regime de Autonomia, Administração e Gestão dos Estabelecimentos da Educação Pré-Escolar e
dos Ensinos Básico e Secundário, implementadas pelos anteriores Decreto-Lei nº 1/98, de 2 de
Janeiro, e pelo Decreto-Lei nº 115-A/98, de 4 de Maio, tinha como objectivo a construção de uma
escola autónoma, democrática e de qualidade.
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A afirmação dessa escola de qualidade passava sobretudo pelo reforço da autonomia das
organizações escolares e da sua integração nos contextos comunitários e dependia, principalmente,
da criação de condições para o exercício dessa autonomia, com o enfoque no domínio da formação
de pessoal docente com qualificação para o exercício de cargos e funções de administração e de
gestão das escolas.
Assim, este regime jurídico identificou a formação especializada como sendo uma
“formação acrescida, proporcionada e certificada pelas instituições de ensino superior, que
habilita os docentes para o desempenho de cargos, actividades e funções especializados no
sistema educativo”, definindo ainda, as áreas de formação especializada, os princípios gerais e os
requisitos que deviam constar dos cursos, nomeadamente, no âmbito da supervisão pedagógica,
bem como a metodologia para a sua acreditação.
O perfil de competências dos titulares de cursos de formação especializada, na área de
supervisão pedagógica e formação de formadores, encontram-se definidos nos termos do artigo 7º,
do Decreto-Lei nº 95/97, de 23 de Abril, e são objecto do despacho conjunto inicialmente
evocado, identificando no seu teor os seguintes objectivos e competências:
“l - Objectivos — visa qualificar para o exercício das funções de orientação e supervisão
da formação inicial e contínua de educadores e professores.
2 - Competências a desenvolver:
2.1- Competências de análise crítica: 1) Interpretar a escola e a organização escolar à luz
dos contributos teóricos das ciências da educação, designadamente a teoria geral de
formação de professores, a teoria de supervisão de professores, os fundamentos
pedagógicos, psicológicos e sociológicos da acção educativa e da acção docente;
2) Fundamentar o processo de tomada de decisão em procedimentos de investigação e de
inovação educacional.
2.2- Competências de intervenção:
1) Acolher e estimular o estudante de formação inicial na sua prática pedagógica;
2) Acolher e estimular o professor no início de carreira, apoiando-o no seu processo de
inserção e desenvolvimento profissional na sala de aula, na escola e no sistema educativo;
3) Fomentar a existência, nos contextos de trabalho, de climas relacionais favoráveis ao
desenvolvimento de interacções participativas e de práticas reflexivas;
4) Conceber, planificar, dinamizar e gerir programas de formação;
5) Observar e planificar práticas educativas e envolver os professores em processo de
reflexão sobre as mesmas;
6) Estimular a melhoria do desempenho profissional dos professores;
7) Construir sistemas e instrumentos de apoio às práticas pedagógicas e de supervisão em
parceria;
8) Avaliar o desempenho dos formandos de formação inicial e participar na sua
classificação final.
2.3- Competências de formação, de supervisão e de avaliação.
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atribuídas à escola, há actores sociais que têm mais responsabilidades ao nível da administração
e gestão (assembleia, conselho executivo ou director, conselho administrativo, conselho
pedagógico, coordenador de estabelecimento); outros ao nível da coordenação e liderança
pedagógica e curricular (coordenador de ano, ciclo ou curso e estruturas de orientação
educativa) e ainda outros de acompanhamento e orientação profissional (…).”
O gestor intermédio deverá servir os interesses da comunidade educativa, articulando com
os órgãos de gestão na concretização do Projecto Educativo, com vista ao desenvolvimento de
uma escola de qualidade.
O Decreto - Regulamentar nº10/99, de 21 de Julho, refere no nº2 do seu artigo 5º, as
competências do coordenador do conselho de docentes e dos departamentos curriculares.
O artigo 8º refere-se à coordenação de ano, de ciclo ou de curso, cuja função é garantir a
articulação das actividades desenvolvidas pelas turmas de um mesmo ano de escolaridade, de um
ciclo de ensino ou de um curso, conforme o estabelecido no regulamento interno.
No nº2, do artigo 9º, estão definidas as competências do coordenador de ano, de ciclo ou
de curso:
a) Coordenar a acção do respectivo conselho, articulando estratégias e
procedimentos;
b) Submeter ao conselho pedagógico as propostas do conselho que coordena;
c) Apresentar à direcção executiva um relatório crítico anual, do trabalho
desenvolvido.
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Nº1, artigo 5º, Capítulo II, Decreto-Lei nº 15/2007, de 19 de Janeiro
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BIBLIOGRAFIA
Normativos Aplicáveis
Decreto-Lei 95/1997 de 23 de Abril.
Decreto-Lei 115-A/1998, de 4 de Maio.
Decreto-Lei 15/2007 de 19 de Janeiro.
Decreto-Lei nº 75/2008 de 22 de Abril.
Decreto - Regulamentar 10/1999, de 21 de Julho.
Decreto -Regulamentar 2/2008 de 10 de Janeiro.
Despacho Conjunto n.º 198/1999, 15 de Fevereiro
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