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Alim. Nutr.

, Araraquara ISSN 0103-4235


v.19, n.1, p. 43-53, jan./mar. 2008

DESENVOLVIMENTO DE UMA BEBIDA LÁCTEA


PROBIÓTICA UTILIZANDO COMO SUBSTRATOS SORO
DE LEITE E EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA

Roberta KRÜGER*
Aniela Pinto KEMPKA*
Débora de OLIVEIRA**
Eunice VALDUGA**
Rogério Luis CANSIAN**
Helen TREICHEL**
Marco Di LUCCIO**

RESUMO: Recentemente, a indústria de alimentos tem usá-los como veículo de promoção de bem-estar e saúde,
mostrado grande interesse em desenvolver novos produtos ao mesmo tempo reduzindo o risco de doenças.
lácteos fermentados por microrganismos probióticos. Estes Especificamente na área de laticínios uma nova ten-
microrganismos têm a capacidade de manterem-se vivos no dência que vem se apresentando é a produção de iogurtes
produto fermentado e sobreviverem à passagem pelo trato e leites fermentados funcionais. Isto porque, além destes
gastrointestinal, trazendo melhorias no balanço da flora mi- produtos possuírem grande aceitação pelo público em geral
crobiana de indivíduos que consumam periodicamente es- e apresentarem excelente valor nutritivo, são veículos em
tes produtos. Neste trabalho, utilizou-se a técnica do plane- potencial para o consumo de probióticos.3 Segundo Heller9,
jamento de experimentos para determinar a formulação da os consumidores estão familiarizados com o fato de que
alimentos fermentados podem apresentar microrganismos
bebida láctea utilizando como substratos leite de vaca, soro
vivos.
de leite e extrato hidrossolúvel de soja. Através de análises
De acordo com a definição atualmente aceita, os
sensoriais determinou-se a aromatização da formulação es-
probióticos são microrganismos vivos que, quando ingeri-
colhida, e associadas a análises físico-químicas e microbio-
dos em concentrações adequadas, exercem benefícios para
lógicas determinou-se o tempo de prateleira do produto. A a saúde do consumidor. Os microrganismos mais frequen-
formulação contendo 30% de extrato hidrossolúvel de soja, temente utilizados como probióticos pertencem ao grupo
36,6% de leite de vaca e 33,3% de soro de leite foi adotada das bactérias ácido lácticas, destacando-se, entre elas, os
como sendo a formulação base ideal determinada por aná- gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium, que são usados
lises sensoriais e avaliação do crescimento celular duran- há séculos na produção de leites fermentados. Dentro de
te a fermentação. Durante o período de armazenamento, a cada um dos géneros existem várias espécies, por exem-
bebida láctea sabor morango apresentou células viáveis da plo, Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium bifidum.
cultura mista adicionada dentro dos padrões estabelecidos Existem outros microrganismos, que não bactérias, que
(1x106) até o 22° dia. A bebida láctea manteve a qualida- também são usados como probióticos, como é o caso de
de microbiológica no decorrer do período de estocagem. A algumas leveduras, em particular a espécie Saccharomyces
qualidade sensorial definiu o término do armazenamento boulardii.11
no 25° dia, pelo fato da bebida já apresentar uma acidez Apenas iogurtes e leites fermentados contendo cul-
bastante elevada, sendo rejeitada nas análises sensoriais. turas probióticas devem ser considerados funcionais.2 No
entanto, os consumidores em geral não sabem distinguir
PALAVRAS-CHAVE: Probióticos; formulação; quais são os produtos lácteos funcionais. A própria legisla-
Bifidobacterium; bebida láctea; soja. ção brasileira para alimentos funcionais é incipiente.3
Uma questão ainda não conclusa pela literatura é a
quantidade e frequência de consumo de probióticos neces-
INTRODUÇÃO sários para assegurar os benefícios funcionais a eles atri-
buídos.8 Preconiza-se a ingestão semanal mínima de 300 a
A Ciência de Alimentos que anteriormente preocu-
500 gramas de produtos lácteos fermentados contendo en-
pava-se em desenvolver alimentos para a sobrevivência hu-
tre 106 a 107 UFC/mL. As embalagens de leites fermentados
mana passou a objetivar, recentemente, o conceito de pro-
comercializados no Brasil apresentam geralmente 80mL de
duzi-los com qualidade. Aliado a isto, a idéia passou a ser
produto e, segundo Saxelin et al.14 essas garrafas pequenas

* Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos – URI - Campus de Erechim - 99700-000 – Erechim – RS – Brasil.
** Departamento de Engenharia de Alimentos – URI – Campus de Erechim – 99700-000 – Erechim – RS – Brasil.

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fazem parte do conceito de “dose diária” de companhias drossolúvel de soja e soro de leite. Utilizou-se leite UHT
multinacionais. A ingestão diária de leites fermentados em- desnatado, adquirido em estabelecimentos comerciais da
balados em garrafas de 80mL totaliza consumo semanal de cidade.
560mL. É preciso, no entanto, que estes produtos tenham O extrato hidrossolúvel de soja foi produzido no
sido fabricados adequadamente e estocados na temperatura Laboratório de Análise Sensorial do Centro Tecnológico da
de refrigeração correta para de fato apresentarem quantida- URI – Campus de Erechim, seguindo metodologia indicada
de alta de microrganismos probióticos viáveis. pela EMATER regional.
No Brasil, dos diversos leites fermentados disponí- O soro de leite, subproduto da produção de queijo
veis no mercado, apenas alguns contêm no rótulo a identi- tipo lanche, foi gentilmente cedido pela Empresa COOCEL
ficação do microrganismo presente. Em geral, o fabrican- (Cooperativa de Prestação de serviços, Industrialização,
te limita-se a informar que o produto contém “fermentos Comercialização e Consultoria do Alto Uruguai Ltda).
lácteos”. No entanto, a linhagem do microrganismo presen-
te no produto, bem como o número de células viáveis desta Culturas Láticas
cultura é que determina se este é ou não funcional. A legis-
lação deveria exigir que fosse veiculada esta informação no Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-
rótulo para assim permitir aos consumidores a escolha de se uma cultura mista de Streptococcus thermophilus,
produtos com linhagens potencialmente benéficas à saúde. Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus, Lactobacillus
Além disso, sem estas informações do fabricante, é impos- acidophilus e Bifidobacterium sendo representada pelo
sível o controle de qualidade pelas agências governamen- nome comercial My Bio 6 e My Bio 2 procedentes da
tais de fiscalização.3 RHODIA BRASIL Ltda.
Neste contexto, as investigações científicas mais A cultura apresentava-se liofilizada e procedeu-se
recentes têm demonstrado clara e inequivocamente a rele- sua reativação em leite em pó desengordurado após este ter
vância para a saúde de dois microrganismos probióticos: sido hidratado e esterilizado em autoclave a 121oC por 15
Bifidobacterium, uma bifidobactéria (família de bactérias min, e conservado em estufa por 24 horas a temperatura de
benéficas presentes na flora intestinal ao nível do cólon) e 37oC; procedimento este efetuado de acordo com recomen-
Lactobacillus acidophilus (presente na flora intestinal do dações do fornecedor. Após este período, o inóculo foi repi-
intestino delgado). Estas bactérias têm ações que se poten- cado em caldo MRS (de Man, Rogosa e Sharp – MERCK)
cializam mutuamente, isto é, têm entre si uma relação de estéril, sendo utilizado 1mL de inóculo para 10mL de meio.
simbiose.5 O meio foi mantido em estufa a 37oC por 24 horas. Após
Por outro lado, os produtos à base de soja exempli- esta etapa, os pré-inóculos foram conservados em geladeira
ficam as características que se buscam nos alimentos fun- à temperatura de refrigeração até o momento de sua utili-
cionais. Além de possuírem uma proteína em quantidade e zação.
qualidade, melhorariam os aspectos de funcionalidade dos
Métodos
alimentos e o seu consumo regular contribuiria para dimi-
nuir os níveis de colesterol e triglicerídeos, prevenindo, Os métodos físico-químicos e os demais métodos
além disso, certos tipos de câncer. Além das vitaminas e utilizados para produzir a bebida fermentada, acompa-
minerais, a soja é também fonte de fibras com propriedades nhar a evolução da fermentação e a estabilidade da bebida
funcionais.10 fermentada estão descritos a segui. A descrição detalhada
Aliado à utilização do extrato hidrossolúvel de soja de alguns métodos, rotineiramente utilizados em análises
no desenvolvimento de novos produtos com características físico-químicas, são encontradas nas respectivas referên-
funcionais, as proteínas do soro de leite também contribuem cias.
para reduzir o colesterol sangüíneo, oferecendo certa prote-
ção contra as doenças cardiovasculares. O uso de produtos Métodos Físico-Químicos
de soro, além dos benefícios nutricionais, oferece uma boa
relação custo/benefício.10
Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi desen- Determinação do pH
volver uma bebida láctea fermentada sabor morango utili-
zando como substratos soro de leite, extrato hidrossolúvel Os valores de pH foram determinados em
de soja e leite de vaca. potenciômetro digital (DIGIMED), devidamente calibra-
dos com soluções tampão de pH 7,0 e pH 4,0.12
MATERIAL E MÉTODOS
Determinação da acidez total

Matérias – Primas A determinação da acidez total foi realizada medin-


do o teor de ácido lático presente em 100g de amostra pela
As matérias-primas utilizadas na composição do titulação com NaOH 0,1N de alíquota de 5mL de amostra
substrato para fermentação foram leite de vaca, extrato hi- na presença de fenolftaleína como indicador.12

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Determinação do crescimento celular Desproteinização do Soro de Leite

A determinação do crescimento celular da cultura O soro de leite utilizado foi o soro proveniente da
mista ou de um dos probióticos inoculados foi realizada fabricação do queijo tipo lanche. Após a coleta este mate-
através de densidade ótica (D.O) da amostra, medida em rial foi aquecido a 80oC por 15 minutos e, posteriormente,
espectrofotômetro (Agilent Tecnologies) em comprimento filtrado a fim de se promover a separação da proteína.16
de onda de 650nm.
Tratamento Térmico dos Substratos
Obtenção do Extrato Hidrossolúvel de Soja
O tratamento térmico foi realizado para a mistura de
extrato hidrossolúvel de soja, soro de leite e leite de vaca
O fluxograma de obtenção do extrato hidrossolúvel
nas devidas proporções. Corrigiu-se o pH da mistura para
de soja é apresentado na Figura 1.
7,5 com NaOH 0,4N, após as amostras de substrato foram
A metodologia empregada na obtenção do extrato pasteurizadas em erlenmeyer de 500mL em banho-maria a
hidrossolúvel de soja foi desenvolvida a partir de dados 80oC por 20 minutos.10
obtidos na EMATER regional, cujo processamento foi rea-
lizado manualmente. Otimização das Condições Operacionais da Cultura
A adição de bicarbonato de sódio (NaHCO3) foi rea-
lizada para promover a inativação da enzima lipoxigenase, O objetivo desta etapa foi otimizar o crescimento
responsável pelo sabor indesejável de feijão cru, caracterís- da cultura mista de S. thermophilus, L. delbrueckii subsp.
Bulgaricus, L. acidophilus e Bifidobacterium visando obter
tico da soja.10
as melhores condições de operação para a referida cultura.

Limpeza e seleção dos grãos

Adição de água

Fervura a 100oC/5 min

Lavagem em água corrente

Adição de água

Fervura a 100oC/5 min

Trituração dos grãos por 3 minutos

Adição de bicarbonato de sódio

Filtração com coador de pano esterilizado

Cozimento por 10 minutos após a fervura

Adição de sal e açúcar

Homogeneização

Extrato hidrossolúvel de soja

FIGURA 1 – Fluxograma do processo de obtenção do extrato hidrossolúvel de soja.

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Para isto, utilizou-se uma técnica de planejamento de expe- realizados em duplicata e os dados apresentados referem-
rimentos, avaliando o efeito dos fatores: temperatura, pH e se a médias aritméticas, sendo os desvios-padrão obtidos
agitação sobre o crescimento celular. A análise estatística inferiores a 5%.
dos dados experimentais permitiu otimizar as condições
operacionais em função do crescimento celular. Posterior-
mente, esses dados foram utilizados para determinar as Tabela 3 – Experimentos realizados para obtenção da for-
condições de fermentação da bebida láctea. mulação base da bebida láctea- etapa 1.
O intervalo de estudo destes fatores foi definido em
função de resultados apresentados na literatura.16 Visando Extrato
Soro de Leite Leite de Vaca
avaliar o efeito das variáveis de processo no crescimento Ensaio Hidrossolúvel
(%) (%)
celular, um planejamento experimental completo 23 com de Soja (%)
triplicata no ponto central para avaliação do erro experi- 1 50 40 10
mental foi realizado. A Tabela 1 apresenta o intervalo de 2 40 50 10
estudo das variáveis independentes. 3 10 50 40
4 10 40 50
Tabela 1 – Intervalo de estudo das variáveis. 5 40 10 50
6 50 10 40
Variáveis (-1) (0) (+1) 7 33 33 33
Temperatura (ºC) 30 36 42
Agitação (rpm) 0 100 200
pH 5,5 6,5 7,5 Neste planejamento, através de correlações feitas
com o crescimento celular (D.O), avaliou-se que estas fai-
xas estipuladas para os substratos poderiam ser ampliadas.
Para cada experimento descrito utilizou-se para 1mL Visando a otimização da mistura, dois novos planejamen-
de inóculo para cada 50mL de caldo MRS. As amostras fo- tos (Tabelas 4 e 5) foram necessários para se obter uma
ram mantidas em agitador orbital em temperatura e agita- formulação base.
ção controladas e amostras foram retiradas de 2 em 2 horas
para avaliação do crescimento celular e pH. O crescimen-
to celular foi avaliado através da densidade ótica (D.O), a Tabela 4 – Experimentos realizados para obtenção da for-
qual foi determinada realizando-se leituras de absorbância mulação base para bebida láctea fermentada – etapa 2.
das amostras em espectrofotômetro (Agilent Tecnologies) Extrato
(λ=650nm) e pH em potenciômetro digital. Em uma pri- Soro de leite Leite de vaca
Ensaio hidrossolúvel
meira etapa foram realizados os experimentos apresentados (%) (%)
de soja (%)
na Tabela 2. 1 25 25 50
2 33 33 33
Tabela 2 – Matriz do planejamento experimental para oti- 3 22 45 33
mização dos fatores (valores reais e codificados). 4 30 45 25
Agitação
Ensaio T (°C) pH
(rpm) Tabela 5 – Experimentos realizados para obtenção da for-
1 30 (-1) 5,5 (-1) 0 (-1) mulação base para a bebida láctea fermentada – etapa 3.
2 42 (1) 5,5 (-1) 0 (-1) Extrato Leite de
3 30 (-1) 5,5 (-1) 200 (1) Soro de leite
Ensaio hidrossolúvel vaca
(%)
4 42 (1) 5,5 (-1) 200 (1) de soja (%) (%)
5 30 (-1) 7,5 (1) 0 (-1) 1 25 30 45
6 42 (1) 7,5 (1) 0 (-1) 2 33,3 30 36,6
3 30 25 45
7 30 (-1) 7,5 (1) 200 (1) 4 30 33,3 36,7
8 42 (1) 7,5 (1) 200 (1)
9 36 (0) 6,5 (0) 100 (0)
Obtenção da Bebida Láctea Fermentada e Aromatiza-
ção
Planejamento das Formulações
A Figura 2 apresenta o fluxograma geral para obten-
Após determinadas as condições de operação mais ção da bebida láctea fermentada.
favoráveis para o crescimento da cultura láctea, empregou- Após a pasteurização a 80oC por 20 minutos, as
se outro planejamento experimental (Tabela 3) visando amostras foram resfriadas à temperatura de 400C onde se
obter a concentração ideal de cada um dos substratos na procedeu à adição do estabilizante. Utilizou-se como esta-
formulação da bebida láctea. Todos os experimentos foram bilizante a Carragena (DCA – Indústria e Comércio Ltda)

46
na proporção de 0,1 grama para cada 100mL de produto, Estabilidade físico-química
padrão obtido na Legislação para produtos fermentados.10
Foram adicionados 2% de inóculo, para a mistura selecio- A estabilidade físico-química da bebida foi avalia-
nada. A mistura assim obtida era acondicionada em agita- da em amostras coletadas ao acaso e homogeneizadas pre-
dor orbital nas condições de operação estabelecidas. viamente às determinações de pH e acidez total (% ácido
láctico).

Estabilidade microbiológica
Formulação base
A avaliação microbiológica da bebida láctea sabor
morango, foi realizada paralelamente à avaliação físico-
Tratamento térmico
química e sensorial, em amostras coletadas ao acaso. O
número de células da microflora essencial presente na
Fermentação bebida, S. thermophilus, L. delbrueckii, subsp. Bulgaricus,
L. acidophilus e Bifidobacterium foi determinado pela
contagem total de células viáveis. Foram realizadas
Adição de estabilizante diferentes diluições da amostra em água peptonada 0,1%,
conforme o tempo de fermentação, através de testes
prévios realizados, para que fosse possível a contagem das
Adição de aromatizante, corante e polpa
colônias. Assim semeou-se 1mL de amostra, nas diluições
estabelecidas, em placa de Petry com meio MRS agar em
Embalagem camadas. Incubou-se as placas invertidas em jarras de
anaerobiose, contendo gerador de atmosfera de CO2, dentro
de estufa à 42°C/48hs.10
Armazenamento A contagem celular mínima de cultura específica
recomendada para bebidas lácteas fermentadas é de 1,0 x
Avaliação da estabilidade da bebida 106 células viáveis/mL no momento do consumo. Alguns
autores indicam que a maioria dos produtos lácteos fermen-
FIGURA 2 – Fluxograma do processo de produção da be-
tados apresenta-se na faixa de 1 x 107 UFC/mL e que este
bida láctea fermentada.
valor poderia ser aceito com o possível limite mínimo para
a contagem celular.10
A formulação otimizada foi aromatizada com aroma As demais determinações microbiológicas foram
artificial de morango (RCC 73993/9, RHODIA BRASIL efetuadas de acordo com metodologia descrita por Silva et
Ltda), colorida com corante artificial Vermelho Bordeaux al.15 onde se avaliou a presença de coliformes fecais (NMP),
“S” (ARCOR), a seguir foi adicionada a polpa de morango salmonella e contagem de bolores e leveduras. O número
(MAYSA Ltda) e adoçante (sacarose). mais provável de bactérias do grupo coliforme, embora não
As concentrações de aroma e de corante utilizadas estabelecido pela legislação, foi determinado, visto que es-
foram às indicadas nos rótulos dos produtos. Para as con- tes microorganismos são indicadores das condições higiê-
centrações de polpa e de açúcar utilizou-se o resultado de nicas mantidas durante o processamento do produto. Esta
um planejamento de experimentos citado em estudo ante- determinação foi realizada pela semeadura de três séries
rior.16 de tubos, contendo 9mL de caldo lauril sulfato triptose e
tubo de Durhan invertido, com 1mL de diferentes diluições
Tratamento Estatístico da amostra. Os tubos foram incubados a 37oC por 24 a 48
horas para verificar a formação de gás e turvação do meio,
O tratamento estatístico dos dados foi realizado indicativos da presença destes microorganismos. A partir
segundo metodologia de planejamento de experimentos dos tubos positivos, com formação de gás, foram semeados
e análise de superfície de resposta, em nível de 95% de com alça de platina, os tubos contendo o meio Escherichia
confiança, com auxílio do software Statistica 5.0 (Statsoft, coli (E.C), mantidos em banho-maria a 44,5oC por 24 à 48
USA). horas para verificar a formação de gás. O NMP de colifor-
mes fecais/mL de amostra foi calculado pelo número de
Avaliação da Estabilidade da Bebida Láctea tubos positivos confirmados.
A contagem de bolores e leveduras foi realiza-
A bebida fermentada sabor morango foi armazena- da pela semeadura de diferentes diluições em meio Agar
da sob refrigeração (4oC), em copos plásticos de 250mL Padrão para Contagem (PCA) previamente esterilizado,
para avaliação de sua estabilidade físico-química, micro- com cloranfenicol. Nas placas adicionou-se aproximada-
biológica e sensorial realizada a partir do primeiro dia, nos mente 20mL de meio e colocou-se 1mL das diferentes di-
intervalos de 7, 14, 19, 22 e 25 dias de estocagem, respec- luições, distribuindo-se com uma alça de vidro. As placas
tivamente.

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foram incubadas a 25oC por 5 dias e o resultado expresso o crescimento celular. À temperatura de 30oC, com agita-
em UFC/mL. ção de 0 e 200rpm, obteve-se o crescimento celular mais
A análise de presença de salmonellas foi realizada acentuado com pH inicial do meio de 7,5, porém o experi-
em 25mL de amostra homogeneizada em 225mL de caldo mento com agitação apresentou uma fase lag muito longa,
peptonado pré-enriquecimento em incubadora por 24 horas o que seria inviável industrialmente. Aumentando-se esta
a 37oC. Após a incubação, 1mL da solução foi transferi- temperatura constatou-se um aumento no crescimento ce-
do para tubos contendo 9mL de meio enriquecido seletivo lular. A 42°C e 0 rpm observou-se que para o pH 7,5 a D.O.
(caldo selenito cistina e caldo tetrationato) e incubados a chegou a valores próximos a 8, enquanto que a 200 rpm
37oC por 24 horas, após esse período com o auxílio de uma o crescimento foi muito inferior. Cabe salientar que estas
alça de platina o material foi transferido para placas con- contagens podem ser referentes cultura mista previamente
tendo meio Ramback (MERCK). Esta placa foi novamente inoculada ou a qualquer um dos microrganismos presentes
incubada a 37oC por mais 24 horas, sendo a confirmação
na referida cultura.
dada pela presença de colônias vermelhas na placa.
Os dados cinéticos referentes aos experimentos rea-
Estabilidade sensorial lizados são apresentados nas Figuras 2, 3 e 4.
Para verificar a influência das variáveis de processo
A ocorrência de alterações no sabor, aroma, apa- no crescimento, foi realizada a análise estatística dos dados
rência e textura da bebida durante o período de armaze- experimentais. Os resultados estão apresentados na Tabela
namento foram determinadas pela avaliação sensorial. As 7. Neste ponto, cabe frisar que a análise foi realizada para
amostras foram escolhidas ao acaso, homogeneizadas, dis- um tempo de 18 horas, fase exponencial de crescimento
tribuídas em copos plásticos, com codificação balanceada e para todas as condições experimentais.
apresentadas à equipe de provadores selecionados. Foram O modelo obtido para o crescimento celular em meio
avaliados os atributos aparência, textura, aroma e sabor em sintético, com coeficiente de correlação (R2) = 0,9986, foi:
escala estruturada de 9 pontos. DO= 0,769+ 1,218*T+0,164*pH -1,57*agit -1,145*T*agit +1,06*pH*pH
A estabilidade das características sensoriais da be-
bida láctea fermentada sabor morango durante a estocagem Onde: T=temperatura; agit=agitação; pH=pH.
foi investigada em intervalos de 0, 7, 14, 19, 22 e 25 dias. O desvio padrão médio dos parâmetros foi em tor-
no de 0,02, para as faixas estudadas. A análise estatística
dos dados experimentais confirmou que a temperatura e a
RESULTADOS E DISCUSSÕES agitação foram os fatores que mais afetaram o crescimento
celular, sendo que a temperatura apresentou efeito positivo
Estudo das Condições Operacionais da Cultura e a agitação um efeito negativo no crescimento celular, este
último resultado já esperado já que as culturas lácteas são
Para se avaliar a melhor condição de processo para a anaeróbicas facultativas. Já a interação das variáveis tem-
referida cultura utilizou-se um planejamento experimental, peratura e agitação resultou em um efeito negativo, ou seja,
testando-se diferentes níveis de pH, temperatura e agita- mesmo tendo uma temperatura ideal se existir agitação não
ção. O efeito da agitação foi avaliado devido ao fato de
será obtido um bom resultado.
a cultura ser, segundo o fabricante, aeróbia facultativa. O
Com os resultados obtidos pode-se concluir que,
intervalo de estudo das variáveis foi definido em função de
quando da utilização desta cultura mista em meio MRS, a
resultados apresentados na literatura.16 O planejamento em-
pregado nesta etapa com os resultados da densidade ótica, condição que maximiza o crescimento celular é a tempera-
ao final da fase de latência da curva de crescimento durante tura de 42oC, pH inicial de 7,5 e agitação de 0rpm.
a fermentação, é apresentado na Tabela 6.
Planejamento das Formulações
Tabela 6 – Crescimento celular obtido no planejamento ex- A formulação base foi definida com base no cres-
perimental. cimento celular como aquela referente ao Experimento 4
Experimento DO (λ=650nm) (Tabela 5): 30% de extrato hidrossolúvel de soja, 33,3% de
soro de leite e 36,7% de leite de vaca.
1 2,7 (32 horas)
2 5,5 (24 horas) Aromatização da Bebida Láctea
3 2,5 (32 horas)
4 0,1 (12 horas) As concentrações de aroma e de corante utilizadas
5 3,6 (32 horas) foram as indicadas nos rótulos dos produtos. Para as con-
6 8,2 (24 horas) centrações de polpa e de açúcar utilizou-se o resultado de
um planejamento de experimentos citado em estudo ante-
7 13,0 (32 horas)
rior.16
8 0,6 (16 horas)
9 0,2 (26 horas)
Conforme pode ser visualizado nas Figuras 2 e 3, a
temperatura e a agitação exercem grande influência sobre

48
4 14
13
pH 5,5 pH 5,5
12
pH 7,5 pH 7,5
11
3
10

Densidade ótica (650 nm)


Densidade ótica (650nm)

9
8
2 7
6
5
4
1
3
2
1
0 0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36
Tempo (horas) Tempo (horas)

(a) (b)

FIGURA 3 – Dados cinéticos obtidos no planejamento experimental: T=30°C, 0rpm (a) e 200rpm (b).

8 0,8

pH 5,5 pH 5,5
7
pH 7,5 pH 7,5

6 0,6
Densidade ótica (650 nm)

Densidade ótica (650 nm)

4 0,4

2 0,2

0 0,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Tempo (horas) Tempo (horas)

(a) (b)
FIGURA 4 – Dados cinéticos obtidos no planejamento experimental: T=42°C e 0rpm (a) e 200rpm (b).

2,5

pH 6,5

2,0
Densidade ótica (650 nm)

1,5

1,0

0,5

0,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
Tempo (horas)

FIGURA 5 – Dados cinéticos obtidos no planejamento experimental:


Ponto central – T=36°C, 100rpm.

49
Tabela 7 – Modelo estatístico experimental.
Modelo:
R= 0,99859 DO18= a0 + a1*T+a2*pH+a3*agit+a4*T*agit+a5*pH*pH
a0 a1 a2 a3 a4 a5
Parâmetro 0,769 1,218 0,164 -1,570 -1,145 1,061

Assim, definiu-se para 200mL de bebida láctea 10g A utilização de bactérias bífidas em culturas mistas
de polpa, 8g de açúcar, 0,25g de aroma e 0,1mL de coran- possibilita a produção de compostos voláteis que mascaram
te. o sabor e aroma característico da soja em misturas fermen-
tadas.10
Estabilidade da Bebida Láctea Tortelli 16 em um estudo com cultura mista de S.
thermophilus e L. delbrueckii subsp. bulgaricus, utilizando
a formulação base para a bebida láctea de 55% de extrato
Estabilidade físico-química
hidrossolúvel de soja, 35% de leite de vaca e 10% de soro
A análise dos dados permitiu observar que durante de leite mostrou que durante o armazenamento a qualida-
o período de estocagem da bebida, o pH apresentou dimi- de físico-química apresentou alterações significativas, pelo
nuições consideráveis, visto que o pH inicial era de 4,98, fato da bebida inicialmente já apresentar um baixo valor
chegando a pH 4,35 no 19o dia de armazenamento, como de pH, a acidez ficou bem evidenciada a partir do 7° dia.
pode ser observado na Figura 5. Constatou-se que no 10° dia de armazenamento, a aparên-
cia e homogeneidade permaneceram praticamente inalte-
radas, havendo também pouca alteração no aroma global
1,0 5,0

0,9
e ácido, porém o sabor apresentou alterações significativas
0,8 4,8
no que diz respeito ao sabor de soja.
0,7
Acidez (% de ácido lático)

0,6 4,6 Estabilidade microbiológica


0,5
pH

0,4 4,4 A contagem celular mínima de cultura específica


0,3 recomendada para bebidas lácteas fermentadas é de 1,0 x
0,2
acidez
4,2
106 células viáveis/mL no momento do consumo (8). Al-
0,1 pH
guns autores indicam que a maioria dos produtos lácteos
0,0 4,0
0 4 8 12 16 20 24 fermentados apresenta-se na faixa de 1 x 107 UFC/mL e que
Tempo (dias)
este valor poderia ser aceito com o possível limite mínimo
FIGURA 6 – Relação entre pH e acidez durante o armaze- para a contagem celular.10 A Tabela 8 apresenta o compor-
namento da bebida láctea sabor morango.
tamento da cultura mista da bebida láctea no decorrer do
armazenamento.
A partir de 22 dias de estocagem verificou-se acen-
tuada acidificação do produto, causando a desestabilidade Tabela 8 – Desenvolvimento da cultura mista na bebida lác-
da estrutura protéica e sua coagulação, visto que as proteí- tea no decorrer do armazenamento.
nas do leite apresentam ponto isoelétrico em pH próximo a
Tempo de armazenamento (dias)
4,6010 e as da soja, pH 5,2.1
Células viáveis 0 7 14 19 22 25
A elevada acidez e o baixo pH aos 25 dias de ar- (UFC/mL) 3x107 107 2x106 2x106 1x106 105
mazenamento, possivelmente esteja relacionada a ação do
Lactobacilus acidophilus, microorganismo conhecido pela
grande capacidade de produção de ácido no meio de fer- A contagem final, após 22 dias de estocagem, de cé-
mentação. Devido à sua característica de alta acidez, os lulas viáveis na bebida fermentada mostrou-se dentro dos
produtos acidófilos são apreciados por um grupo restrito de limites recomendados para este produto, tornando-o atrati-
consumidores.10 vo como adjunto na dieta humana. Cabe salientar que estas
O uso de bifidobactérias em culturas mistas, prin- contagens podem ser referentes cultura mista previamente
cipalmente com lactobacilos, proporciona a formação de inoculada ou a qualquer um dos microrganismos presentes
ácido L(+)láctico e as propriedades benéficas associadas a na referida cultura.
estas bactérias intestinais.10 As demais determinações microbiológicas foram
efetuadas de acordo com metodologia descrita por Silva et

50
al.15 onde se avaliou a presença de coliformes fecais (NMP), Estabilidade sensorial
salmonella e contagem de bolores e leveduras. O número
mais provável de bactérias do grupo coliforme, embora não Os resultados da Análise Descritiva Quantitativa –
estabelecido pela legislação, foi determinado, visto que es- Perfil de Características da Formulação no decorrer do ar-
tes microrganismos são indicadores das condições higiêni- mazenamento é apresentado na Tabela 10 e Figura 6.
cas mantidas durante o processamento do produto. No 22° dia de armazenamento constatou-se um li-
O resultado das análises microbiológicas realizadas geiro incremento nos atributos aroma, sabor de soja e ácido.
ao longo do período de armazenamento estão apresentados Os resultados mostraram que a bebida láctea fermentada
na Tabela 9. apresentou estabilidade sensorial durante aproximadamen-
A ausência de bactérias do grupo coliformes e sal- te 22 dias.
monela indica que as bebidas foram processadas em boas Macedo 10 manteve com a formulação base de uma
condições higiênico-sanitárias. A presença de bolores e le-
bebida láctea contendo 35% de leite de vaca, 35% de soro
veduras fornece informações sobre as condições higiênicas
de leite de búfula e 30% de extrato hidrossolúvel de soja e
mantidas durante o processamento e estocagem de um ali-
mento. a combinação das culturas L. casei shirota e B. adolescentis
Assim, de acordo com a Resolução no 12, de 2 ja- uma estabilidade físico-química, microbiológica e senso-
neiro de 2001 (Agência Nacional de Vigilância Sanitária – rial até o 28° dia de armazenamento.
ANVISA), a bebida láctea apresentou padrões microbioló- Tortelli 16 com a formulação base de 55% de extrato
gicos situados dentro dos limites estabelecidos para leites hidrossolúvel de soja, 35% de leite de vaca e 10% de soro
fermentados, mostrando excelente qualidade microbiológi- de leite e a cultura mista S. thermophilus e L. delbrueckii
ca, mantida durante o período de estocagem estabelecido susbp. bulgaricus, obteve para a bebida láctea desenvolvi-
para cada formulação. da, estabilidade físico-química, microbiológica e sensorial
até o 7° dia de armazenamento.

Tabela 9 – Avaliação da estabilidade microbiológica durante o armazenamento da bebida láctea sabor morango.
Tempo de armazenamento (dias)
0 7 14 19 22 25

Coliformes Totais (NMP/mL) A A A A A A

Coliformes Fecais (NMP/mL) A A A A A A

Salmonella (em 25g) A A A A A A

Bolores e leveduras (UFC/mL) A A 103 2,0x102 103 5,4x103

Tabela 10 – Perfil de características da bebida láctea fermentada sabor morango durante o período de estocagem,
obtido através de análises sensoriais.
Tempo de armazenamento (dias)
Característica
0 7 14 19 22 25
Aparência
Homogeneidade 6,78b 7,00a 6,50b 6,07b 7,30a 3,89b
Aspecto 8,00a 6,44b 7,33a 7,60a 7,60a 4,67b
Textura
Consistência 7,25a 6,87a 4,80b 5,54a 5,80a 3,89b
Aroma
Global 6,60ab 7,80a 7,67b 7,20a 5,80ab 6,67ab
Soja 4,00b 3,67a 4,00b 3,64a 4,57ab 5,44ab
Ácido 3,67a 3,62a 3,60a 4,08a 5,10a 3,56a
Sabor
Global 6,87a 7,22a 3,12a 5,53a 5,50a 6,11a
Soja 5,89a 4,00a 3,75a 4,77a 5,40a 5,33a
Ácido 3,00b 5,00ab 7,00a 6,33a 6,60a 5,11ab

51
Avaliação da bebida láctea sabor morango durante o
armazenamento
Homog.
9
8
Sabor ác. 7 Aspecto 0 dia
6
5
4 7 dias
3
Sabor soja 2 Consist. 14 dias
1
0
19 dias

22 dias
Sabor global Aroma Global
25 dias

Aroma ác. Aroma Soja

FIGURA 7 – Perfil de características da bebida sabor morango durante o período de armazenamento.

Assim, a bebida láctea desenvolvida neste estudo desenvolvida neste trabalho teve uma vida útil de aproxi-
apresentou um tempo de prateleira significativo quando madamente 22 dias.
comparado aos estudos anteriores, representando um resul-
tado satisfatório, considerando o fato de não se ter adicio-
nado nenhum conservante no produto. KRUGER, R.; KEMPKA, A.P.; OLIVEIRA, D.;
VALDUGA, E.; CANSIAN, R.L.; TREICHEL, H.; DI
LUCCIO, M. Formulation of a probiotic milky drink using
CONCLUSÕES as substrates milk whey and soy hidrosoluble extract. Alim.
Nutr., Araraquara, v.19, n.1, p. 43-53, jan./mar. 2008.
O tratamento térmico das matérias-primas mos-
trou-se eficiente no controle microbiano, não apresentando
alterações significativas no decorrer do armazenamento, ABSTRACT: In recent years, fermented milky products
apresentando-se sempre com níveis inferiores ao padrão da from probiotic microorganisms have awakened up a great
Legislação em vigor para bebidas lácteas fermentadas. interest in food industry. These microorganisms are able to
O crescimento da cultura mista de S. thermophilus, stay alive in fermented product and can survive during the
L. delbrueckii subsp. bulgaricus, L. acidophilus e gastro-intestinal process, and thus, improve the microbial
Bifidobacterium em caldo MRS atingiu seu máximo flora of humans being who consummate regularly these
crescimento em 4 horas de incubação nas condições de products. In this work, an experimental design is used in
temperatura de 42o C, sem agitação e com pH inicial de investigating the formulation of strawberry fermented milky
7,5. drink from serum milk, cow milk and soy hidrosoluble
A formulação contendo 30% de extrato hidrosso- extracts. By mean of sensorial analysis, the aromatic degree
lúvel de soja, 36,6% de leite de vaca e 33,3% de soro de of the chosen formulation is determined. The formulation
leite foi adotada como sendo a formulação base ideal deter- with 30% of soy hidrosoluble extract, 36.6% of cow milk
minada por análises sensoriais e avaliação do crescimento and 33.3% of serum milk was defined as ideal in terms of
celular durante a fermentação. sensorial analysis and evaluation of cell growth. By mean
Durante o período de armazenamento, a bebida lác- of sensorial, physicist-chemistries and microbiologicals
tea sabor morango apresentou células viáveis da cultura analyses the shelf-life of the product was defined. During
mista adicionada dentro dos padrões estabelecidos (1x106) the storage period, the fermented milky drink presented
até o 22° dia. viable cells according to the Legislation (1x106 UFC/mL).
A bebida láctea manteve a qualidade microbiológica The acidity presented high values from 22nd of storage.
no decorrer do período de estocagem. A qualidade físico- quality defined the shelf life as 25 days, with no addition
química apresentou pequenas alterações significativas, pelo of conservants, due to the high acidity of the fermented
fato da bebida inicialmente já apresentar um baixo valor milky drink. The sensorial quality defined the shelf life as
de pH, a acidez ficou bastante evidenciada a partir do 14o 25 days, with no addition of conservants, due to the high
dia de armazenamento. A qualidade sensorial definiu o tér- acidity of the fermented milky drink.
mino do armazenamento no 25° dia pelo fato da bebida já
apresentar uma acidez bastante elevada, sendo rejeitada nas KEYWORDS: Probiotic; formulation; Bifidobacterium;
análises sensoriais. Assim, a bebida láctea sabor morango milky drink; soy hidrosoluble extract.

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