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Notas de aula
Conversão de energia
Belo Horizonte
2010
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE – Conversão de Energia
Sumário
1 Definição de grandezas magnéticas ................................................................................................ 1
1.1 Conversão eletromagnética de energia .................................................................................... 1
1.2 Lei de Ampère ......................................................................................................................... 2
1.3 Campo magnético ou densidade de fluxo magnético .............................................................. 3
1.4 Permeabilidade ........................................................................................................................ 3
1.5 Fluxo magnético ...................................................................................................................... 4
1.6 Intensidade do campo magnético ............................................................................................ 4
1.7 Relutância ................................................................................................................................ 5
1.8 A fem induzida ........................................................................................................................ 5
1.9 Fatores que afetam a fem induzida .......................................................................................... 6
1.10 A lei de Lenz ........................................................................................................................... 7
1.11 O gerador elementar ................................................................................................................ 7
1.12 FEM gerada por uma bobina móvel num campo uniforme ..................................................... 8
1.13 Processo de retificação ............................................................................................................ 9
1.14 Força eletromagnética ........................................................................................................... 10
1.15 Ação motora e ação geradora ................................................................................................ 10
1.16 Diagrama elétrico do motor e gerador ................................................................................... 11
1.17 Circuito magnético ................................................................................................................ 12
1.18 Curvas de magnetização ........................................................................................................ 14
1.19 Perdas por histerese e correntes parasitas em materiais ferromagnéticos ............................. 16
2 Bibliografia ................................................................................................................................... 18
II
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Lista de Figuras
Figura 1 - Lei de Faraday observada em um condutor l movendo-se em um campo magnético B. ....... 1
Figura 2 - Força existente entre o condutor 1 e o condutor 2 estabelecidas pela lei de Ampère. ........... 2
Figura 3 - Regra da mão direita, de Fleming. .......................................................................................... 6
Figura 4 - Efeito da variação do fluxo concatenado. ............................................................................... 6
Figura 5 - Efeito da indução segundo a lei de Lenz.. .............................................................................. 7
Figura 6 - Indução eletromagnética e direção estabelecida pela regra da mão direita.. .......................... 7
Figura 7 - Formato de uma fem induzida por um campo uniforme.. ....................................................... 8
Figura 8 - Disco de Faraday, o verdadeiro gerador CC........................................................................... 9
Figura 9 - Estrutura de um comutador e formato da fem induzida nas escovas.. .................................. 10
Figura 10 - Presença da força magnética sobre o condutor l................................................................. 10
Figura 11- Sentido de rotação do motor e gerador ................................................................................ 11
Figura 12 - Representação gráfica do motor elementar e ação geradora. ............................................. 12
Figura 13 - Circuito magnético. ............................................................................................................ 13
Figura 14 - Diagrama unificar de um circuito magnético. .................................................................... 13
Figura 15 - Permeabilidade relativa em função da densidade de fluxo. ................................................ 14
Figura 16 - Ciclo de histerese e curva de magnetização normal. .......................................................... 15
Figura 17 - Curvas de magnetização de materiais ferromagnéticos típicos .......................................... 16
Figura 18 - Ciclo de histerese e relações de energia por meio ciclo. .................................................... 17
Lista de tabelas
Tabela 1 - Paralelo entre o sistema elétrico e o magnético. .................................................................. 13
III
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O valor da tensão induzida em uma simples espira de fio é proporcional à razão de variação
das linhas de força que passam através daquela espira (ou se concatenam com ela).
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Lei básica que determina a relação entre corrente elétrica e campo magnético. A integral de linha do
vetor intensidade de campo magnético, em torno de uma trajetória fechada, na mesma direção das
linhas de campo, é igual à corrente total através da superfície contida pela trajetória de integração de
H. I1 é uma quantidade escalar.
1-3
A expressão do lado esquerdo da Equação 1-3 é uma integral de linha da intensidade de campo
magnético (H) é igual às correntes envolvidas (ou ampères-espira) que produzem as linhas de campo
magnético. Esta relação e chamada de lei de Ampère de circuito e é expressa como
1-4
onde fmm designa os ampères-espiras envolvidos pelo percurso fechado assumido pelas linhas de
força. A grandeza fmm e também conhecida como força magnetomotriz.
1-5
então
1-6
B é definido como o campo magnético ou, ainda melhor, como a densidade de fluxo magnético
existente na região onde está o condutor elementar 2 e é expresso em unidade de webers/metro2
[Wb/m2] ou tesla [T].
1.4 Permeabilidade
É a propriedade que os materiais possuem de permitir maior penetração do campo magnético em uma
dada região, equivalendo a uma maior densidade magnética. Sendo assim, cada material terá o seu
valor. Para o vácuo esse valor vale
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1-7
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Aqui, H é depende da corrente que criar o campo e da geometria da configuração, porém independente
do meio. A sua unidade é o ampère/metro [A/m].
1.7 Relutância
Tomando a Equação 1-4, que estabelece a lei de Ampère, para a condição de uma intensidade de
campo H, constante, e um comprimento l fixo, chega-se na seguinte expressão para a força
magnetomotriz
Se a mesma situação for mantida, tendo B penetrando uma área fixa, A, o fluxo magnético fica
1-8
Então, o termo que aparece entre parênteses na Equação 1-8, representa a resistência a circulação do
campo magnético em um dado material. Observando a expressão percebe-se a similaridade com a
expressão da resistência elétrica. Assim, a relutância pode ser entendida como a “resistência
magnética”.
Nenhuma unidade especial é atribuída a relutância, sendo que matematicamente a sua unidade é
ampère/volt.segundo.
1-9
Substituindo a Equação 1-9 na Equação 1-8 chega-se na expressa que é conhecida como a lei de Ohm
do circuito magnético.
1-10
1-11
O sentido da femi pode ser determinado através da regra de Fleming, conhecida como regra da mão
direita. A Figura 3 ilustra a relação entre o campo magnético, movimento do condutor e sentido da
femi a parte (a) mostra o movimento ascendente e a parte (b) o movimento descendente.
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Considere o condutor mostrado na Figura 4 parte (b), ele se move na direção paralela ao campo
magnético, o que faz com que a femi seja nula, uma vez que não há variação do fluxo concatenado. O
condutor ao se mover não concatena outras linhas de força. Observe, que apesar disso, nem a
densidade de fluxo magnético nem a velocidade de movimento do condutor são nulos. Considerando
que a comprimento ativo do condutor, l, é não nulo é necessário haver um termo multiplicando a
Equação 1-11, indicando a direção do movimento em relação ao campo magnético. Por inferência é
fácil perceber que este termo é uma função senoidal, tendo em vista que para a condição de campo
paralelo a femi é nula e para a condição de ortogonalidade é máxima. A Equação 1-12 estabelece o
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valor da para qualquer condutor em movimento, em qualquer sentido com relação ao campo
magnético.
1-12
Em todos os casos de indução eletromagnética, uma femi fará com que a corrente circule
num sentido tal que seu efeito magnético se oponha à variação que a produziu.
Pode-se também mostrar que a propriedade da indutância é um efeito e um resultado da lei de Lenz,
que estabelece que a tensão gerada em um condutor pela variação do fluxo concatenado estabelecerá
uma corrente, cujo campo magnético associado tende a opor-se à variação do fluxo que concatena o
condutor. A indutância é a propriedade que um componente ou circuito possui de opor-se a qualquer
variação de corrente elétrica (Kosow, 2000).
A Figura 5 mostra um gerador elementar acionado por uma máquina primária no sentido ascendente,
parte (a), o campo em torno condutor no sentido anti-horário e a distorção sofrida pelo campo
magnético.
Figura 6 - Indução eletromagnética e direção estabelecida pela regra da mão direita. Fonte: (Kosow, 2000).
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1.12 FEM gerada por uma bobina móvel num campo uniforme
Se a bobina de uma só espira da Figura 6 - Indução eletromagnética e direção estabelecida pela regra
da mão direita. Fonte: . é posta a girar num campo magnético uniforme a uma velocidade constante,
como mostra a Figura 7 parte (a), a femi num determinado lado da bobina variará com o seu
movimento através das várias posições de 0 a 7, conforme mostra a figura.
Usando o lado ab da bobina como referência, note-se que, quando ele estiver na posição O da Figura 7
parte (a), a femi na bobina será zero, uma vez que o condutor ab (bem como o condutor cd) está se
movimentando paralelamente ao campo magnético, sem experimentar a variação de fluxo. Quando o
condutor ab se movimenta para a posição 1, girando no sentido horário, ele corta o campo magnético
uniforme num ângulo oblíquo de 45°. A femi neste condutor em movimento ascendente, com respeito
a uma carga externa, será positiva e seu valor será de aproximadamente 70,7 por cento da máxima
tensão. A variação na tensão é mostrada graficamente na Figura 7 parte (b), onde a fem é positiva na
posição 1 e tem o valor aproximado indicado. Quando a bobina alcança 90°, posição 2, o condutor ab
tem o máximo fluxo concatenado, uma vez que se move perpendicularmente ao campo magnético, e
tem o máximo valor positivo mostrado na figura anterior e na Figura 7 parte (b). A posição 3, que
corresponde a um ângulo de 135°, leva a uma fem no lado ab da bobina idêntica à produzida na
posição 1 [sen 135° = sen 45°], com polaridade positiva uma vez que o condutor ainda se movimenta
ascendentemente, mas a variação do fluxo concatenado ocorre numa razão menor que a da posição 2.
Quando o condutor ab alcança 180°, posição 4, a femi é novamente zero, uma vez que não há variação
de fluxo concatenado quando o condutor se movimenta paralelamente ao campo magnético. Na
posição 5, correspondendo a 225°, a femi no condutor ab tem a polaridade invertida, uma vez que ab
agora se move descendentemente no mesmo campo magnético uniforme. A femi aumenta até um
máximo negativo a 270°, posição 6, e finalmente decresce, passando pela posição 7 e voltando a zero
na posição 0.
Deve-se notar que a natureza da femi em um condutor que gira num campo magnético é, ao mesmo
tempo, senoidal e alternativa. Posteriormente, ver-se-á que uma fem alternada é produzida nos
condutores de todas as máquinas girantes, quer CC quer CA. Observe-se que durante este processo
não há femi nos condutores bc ou ad, uma vez que eles não estão sujeitos a alterações do fluxo
concatenado. Mesmo que estes condutores produzissem femi eles não contribuiriam para a fem da
bobina, uma vez que eles se movimentam na mesma direção no mesmo campo e produziriam,
portanto, fem iguais em oposição. Os lados da bobina ab e cd, entretanto, auxiliam-se mutuamente e a
fem total produzida pela bobina é o dobro do valor representado na Figura 7 parte (b). Deve-se notar
que não se produz fem nas posições 0 e 4, conhecidas como zonas neutras ou interpolares da máquina.
Deve-se enfatizar o fato de que uma forma de onda senoidal é produzida por um condutor girando em
um campo teoricamente uniforme, como representado na Figura 7, no qual o entreferro não é
constante devido às faces planas dos pólos (Kosow, 2000).
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Figura 7 - Formato de uma fem induzida por um campo uniforme. Fonte: (Kosow, 2000).
A Figura 9 apresenta um gerador bipolar com comutador de dois seguimentos. Consiste de dois
segmentos, apoiados no eixo da armadura, mas dela isolados, bem como isolados um do outro. Cada
segmento do comutador do condutor é ligado, respectivamente, a um lado da bobina. Desde que os
lados da bobina e os segmentos do comutador estão mecanicamente ligados ao mesmo eixo, a ação
mecânica da rotação é a de reverter as ligações e a bobina da armadura a um circuito externo
estacionário, no mesmo instante em que se inverte a femi no respectivo condutor (isto é, quando o lado
da bobina se desloca para um pólo de nome oposto).
Como mostram a Figura 7 e a Figura 9, a femi em um condutor ab é de polaridade positiva para os
primeiros 180° de rotação (posições de 0 a 4), e de polaridade negativa para os outros 180° (posições
de 4 a 0). Mas, na Figura 9, o condutor ab está ligado ao segmento 1 do comutador e o condutor cd ao
segmento 2. Para os primeiros 180° de rotação, portanto, a fem positiva produzida pelo condutor ab é
ligada à escova estacionária positiva. Para os seguintes 180° de movimento, a fem negativa produzida
pelo condutor ab está ligada à escova estacionária negativa. O mesmo efeito ocorre na ordem inversa
para o condutor cd. Assim, a ação do comutador é de inverter simultaneamente as ligações ao circuito
externo no mesmo instante em que se inverte o sentido da fem em cada um dos lados da bobina. Cada
escova, positiva ou negativa, respectivamente, é mantida, pois, sempre na mesma polaridade. A Figura
9 parte (b) mostra a forma de onda da fem (e da corrente) produzida como resultado do processo acima
para um ciclo completo (ou 360°) de rotação.
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Figura 9 - Estrutura de um comutador e formato da fem induzida nas escovas. Fonte: (Kosow, 2000).
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observa-se que ela se opõe ou se desenvolve em sentido contrário ao da circulação da corrente (e fem)
que criou a força ou o movimento; assim é ela chamada de força contra-eletromotriz. Note-se que o
desenvolvimento de uma força contra-eletromotriz, mostrado como a linha pontilhada na Figura 11
parte (a), é uma aplicação da, e está de acordo com a, lei de Lenz, com respeito ao fato de que o
sentido da tensão induzida opõe-se à fem aplicada que a criou. Assim, quando quer que ocorra a ação
motora, uma ação geradora é simultaneamente desenvolvida como mostra a Figura 11 parte (a).
Se, toda vez que ocorre a ação motora, também se desenvolve a ação geradora, pode ser
levantada a questão da possível ocorrência do caso inverso. A ação geradora é mostrada na
Figura 11 parte (b), onde uma força mecânica move um condutor no sentido ascendente,
induzindo uma fem do mostrado. Quando uma corrente circula, como resultado desta fem, existe
um condutor percorrido por uma corrente num campo magnético; assim ocorre a ação motora.
Mostrada pela linha pontilhada da Figura 11 parte (b), a força desenvolvida como resultado da
ação motora se opõe ao movimento que a produz. Pode então ser estabelecido categoricamente
que a ação geradora e a ação motora ocorrem simultaneamente nas máquinas elétricas
girantes. Portanto, a mesma máquina pode ser operada tanto como motor quanto como gerador,
ou como ambos.
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Supondo que os condutores do gerador elementar da Figura 12 parte (b) são postos em movimento no
sentido horário, uma fem é induzida no sentido mostrado na figura. Quando ligada a uma carga, como
mostra a Figura 12 parte (d), a corrente da armadura resultante que circula produzirá um torque
resistente mostrado em pontilhado em ambas as figuras do gerador. Observe-se que, no circuito do
gerador da Figura 12 parte (d), para os mesmos sentidos de rotação dos condutores e do campo
magnético, o sentido de circulação de corrente é invertido. Quando uma máquina é operada como
gerador, a corrente da armadura tem o mesmo sentido da fem gerada, e a fem gerada Eg é maior que a
tensão Va dos terminais da armadura que é a aplicada à carga.
Para um motor,
Para um gerador,
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Elétrico Magnético
Resposta ou ou
Impedância
[A.e/m]
Intensidade de ou
ou
campo
Diferença de
potencial
Densidade ou ou
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Tal curva é Oafg na Figura 16. Curvas típicas de magnetização normais de materiais ferromagnéticos
usuais estão representadas na Figura 17.
Uma última observação é necessária neste ponto. Pela Equação 1-7, a permeabilidade de um material
pode ser expressa como a relação de B para H. Relacionando essa afirmativa com a variação não-linear
que existe entre B e H, confirma a variação da permeabilidade com a densidade do fluxo como já
mencionado em relação à Figura 15. Na realidade, para um material numa condição cíclica, a
permeabilidade não é mais que a relação entre B e H para os vários pontos ao longo do ciclo de
histerese.
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reversível. Quando o material é magnetizado durante cada meio ciclo, tem-se que a quantidade
de energia armazenada no campo magnético excede a que é liberada na desmagnetização. O
ciclo de histerese foi definido como variação da densidade do fluxo em função da intensidade do
campo magnético para um material ferromagnético numa condição cíclica. O fator
preponderante do ciclo de histerese é a reorientação lenta dos domínios em resposta a uma força
magnetizante que varia ciclicamente. Um ciclo de histerese isolado está indicado na Figura 18.
As direções das setas nessa curva indicam o modo pelo qual B varia quando H varia de zero a
um valor positivo máximo, passando por zero, a um valor negativo máximo e, de volta a zero,
completando, desta forma, um ciclo completo.
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2 Bibliografia
Del Toro, V. (1994). Fundamentos de máquinas elétricas. (O. d. Martins, Trad.) Rio de Janeiro: LTC.
Kosow, I. L. (2000). Máquinas elétricas e transformadores (14 ed.). (F. L. Soares, Trad.) São Paulo:
Globo.
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