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RESUMO
O objetivo deste artigo é discutir a importância da Lei filantrópica 12.101 e as conseqüências ao seu
não cumprimento. Dessa forma, em um resumo geral, tem-se como proposta o conhecimento da
referida Lei, os setores aos quais se enquadram na mesma, as modificações estabelecidas, os
possíveis reflexos e as possíveis conseqüências promovendo, dessa forma, uma visão mais crítica e
consciente da área contábil/ fiscal acerca de tal assunto.
ABSTRACT
The aim of this paper is to discuss the importance of philanthropic Law 12,101 and the consequences
for non-compliance. Thus, in a general summary, it has been proposed as the knowledge of that Act,
the sectors which fall into the same, the modifications set forth the possible consequences and the
possible consequences of promoting thus a more critical and conscious area of accounting / tax on
such subject matter.
Introdução
Este trabalho tem como objeto de pesquisa, a Lei 12.101 que só pode ser aplicada
as entidades sem fim lucrativo, mais precisamente as beneficentes de assistência
social.
Ana Paula Fernandes da Silva é aluna do curso de MBA Gestão Tributária do Centro Universitário UNA
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Sobre estas novas regras implantadas pela Lei 12.101 que o presente trabalho
apresentará o impacto tributário nas entidades que gozam da isenção da
contribuição social patronal e que não se adequarem às novas diretrizes desta nova
Lei. Faz-se, pois, importante, não somente na formação acadêmica em questão,
como para os demais profissionais da área, por proporcionar às entidades
supracitadas um maior conhecimento das diretrizes da lei referida, bem como o
impacto tributário nas que não se adequarem.
Metodologia
Marco Teórico
Segundo Arnaldo Olak (2006) as entidades sem fins lucrativos podem ser definidas
como aquelas que não estejam enquadradas no Estado e no mercado e que
precisão ter lucro para sua sobrevivência, porém não podem distribuí-lo. Em outras
palavras, tais entidades não se enquadram como o Estado ou empresas com
finalidade de lucro.
Em contrapartida, na definição dada pelo autor Andrade (1991) sobre entidades sem
fins lucrativos o mesmo enfatiza a não distribuição dos resultados gerados pelas
instituições com tal característica.
A Receita Federal (2005) define as entidades sem fins lucrativos como sendo
instituições de educação e/ ou assistências sociais que não apresentem superávit
em suas contas, ou caso o apresente em determinado exercício, destine o referido
resultado integralmente à manutenção ou ao desenvolvimento dos seus objetivos
sociais.
• Imunidade
...
VI - Instituir impostos sobre:
...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de
educação e assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei (sem realces no original);
...
§ 4º. - As vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c, compreendem
somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as
finalidades essenciais das entidades nela mencionadas (BRASIL, 1988)
• Isenção
A Constituição Federal de 1988, em seu Título VII, nominado de "Da Ordem Social",
traz em seu Capítulo II, a definição de Seguridade Social como o conjunto integrado
de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas à assegurar
os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Desenvolvimento
Este capítulo abordará as principais mudanças proporcionadas pela nova lei para a
obtenção do certificado de entidade beneficente de assistência social que garante o
gozo, por partes destas, da isenção da contribuição para seguridade social.
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Após as pesquisas realizadas, nota-se que a referida Lei, apesar das ressalvas
constitucionais, trata organizadamente da certificação e da “isenção”, de forma a
simplificar o entendimento, por parte das entidades filantrópicas, dos dispositivos
referentes a esses dois processos, criando a expectativa de um trâmite burocrático
ágil.
Os apontamentos realizados por meio do presente texto sobre a referida Lei não tem
a pretensão de analisar todos os seus dispositivos, tampouco de exaurir o tema.
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• Saúde
De acordo com a nova Lei 12.101, os principais aspectos na área da Saúde tangem
a alteração quanto ao critério de atendimento mínimo para a concessão da
Certificação. Antes da mudança, a Certificação era concedida para a entidade que
comprovasse que pelo menos 60% dos pacientes-dia que foram internados por meio
do Sistema Único de Saúde; agora, é necessário que 60% das internações e dos
atendimentos ambulatoriais sejam realizados via Sistema Único de Saúde. Essa
mudança traz de volta ao cálculo do percentual para a concessão da Certificação os
atendimentos ambulatoriais não previstos anteriormente.
Após leituras realizadas notou-se que é fato que os atendimentos ambulatoriais nas
unidades hospitalares filantrópicas foram diminuídos drasticamente em razão da
política pública de saúde de atendimento primário nos postos de saúde municipais,
bem como do programa saúde da família. As unidades hospitalares filantrópicas,
apesar de ofertarem aos gestores do Sistema Único de Saúde o percentual de 60%
da totalidade de seus serviços ambulatoriais, têm, efetivamente, a contratação
realizada muito abaixo desse percentual.
• Educação
Para obtenção das bolsas os alunos deverão passar por um estudo sócio econômico
realizado pela assistente social, já que esta e uma prerrogativa determinada na Lei
12.101 de 2009. (A bolsa de estudo integral será concedida a aluno cuja renda
familiar mensal per capita não exceda o valor de 1 1/2 (um e meio) salário mínimo, já
a bolsa de estudo parcial será concedida a aluno cuja renda familiar mensal per
capita não exceda o valor de 3 salários mínimos.)
Ainda sobre a gratuidade que deverá ser oferecida pelas entidades educacionais
(20% da sua receita anual efetivamente recebida) é importante observar a
proporcionalidade de bolsas oferecidas, que deverá seguir a seguinte lógica:
• No mínimo, uma bolsa de estudo integral (100%) para cada nove alunos
pagantes;
Ou seja, se o colégio possui 900 alunos pagantes deveram ser oferecidas 100
bolsas integrais. Caso não seja possível tal oferta à instituição poderá completar o
número mínimo exigido com bolsas de 50%.
• Assistencia Social
Para as entidades que não consigam comprovar sua vinculação à rede SUAS, elas
deverão realizar ações sociais, de forma contínua e planejada, sem qualquer
discriminação, a quem delas necessitar, observada a Lei nº 8.742/1993.
Caso a entidade que anseia usufruir desta isenção e não venha a atender as novas
diretrizes da Lei 12.101 ela terá que recolher a titulo da contribuição para seguridade
social o montante de R$ 602.909,00 em 2009 e R$ 709.797,00 em 2010.
Conclusão
No que tange à Lei 12.101, objeto do presente estudo, pôde-se identificar o setores
que se enquadram e o que é necessário para cada um para que esteja de acordo
com a legislação. Os resultados obtidos após a análise dos dados bibliográficos e do
estudo de caso apresentado permitem concluir que o não cumprimento da referida
lei acarretará em alguns problemas fiscais.
Vale ressaltar que o objetivo principal da Lei 12.101 foi o de facilitar a fiscalização
sobre as entidades que gozavam da isenção da contribuição para seguridade social,
onde sua principal mudança foi à dissolução do controle, entre os ministérios da
assistência social, saúde e educação.
Sendo assim cada ministério terá suas próprias diretrizes para obtenção ou
renovação da certificação que possibilita as entidades sem fins lucrativos gozar da
isenção da contribuição social patronal.
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REFERÊNCIAS
BRASIL, Portal:
<http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca;jsessionid=6C94F0B20123298F1
DDAC928CDDFC278?q=IMUNIDADE+REC%C3%8DPROCA%2C+ART.+150+
%2C+VI+%2C+A%2C+DA+CF&s=jurisprudencia>. Acesso em: 26 de nov. de 2010
OLAK, Paulo Arnaldo. Contabilidade para Entidade sem Fins Lucrativos (Terceiro
Setor. São Paulo: Atlas, 2006.