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cBSCESSO HEPÁTICOp

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c amebíase é uma infecção causada pela | 


  , protozoário de distribuição
universal que predomina em regiões tropicais e subdesenvolvidas, onde as condições sócio-
econômicas e higiênico-sanitárias são precárias. Pode cursar com infecções diarréicas
agudas ou crônicas, ou ainda evoluir com gravidade e comprometimento de outros órgãos
como fígado, pulmões, cérebro e pele. c manifestação mais freqüente da sua forma extra-
intestinal é o abscesso hepático.p

c infecção pela |


   representa, ainda hoje, grande problema de saúde pública.
Sua freqüência atinge 10% da população mundial, e 10% destes desenvolvem formas
invasivas. c prevalência em regiões tropicais é de 50% da população. Na cmazônia, o
comportamento da amebíase é diferente se comparada às outras regiões do Brasil. Na
FMT/IMT-cM, foram relatados 170 casos de abscesso hepático no período de abril/1992 a
julho/2000, sendo 43,7% deste de etiologia amebiana.p

Os agentes infecciosos envolvidos na gênese dos abscessos piogênicos ou mistos podem ser
germes aeróbios (|
     
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Ë ou anaeróbios (estreptococos anaeróbios, estreptococos
microaerófilos,    

   
     
Ë.p

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Caracteriza-se classicamente pela tríade de dor localizada em hipocôndrio direito, febre


(moderada a altaË e hepatomegalia. Na maioria dos pacientes o início do quadro pode ser
insidioso. Predomina no sexo masculino (81,7%Ë, na faixa etária de 30 a 50 anos. Metade
dos casos apresentam história prévia de doença intestinal, sendo a ameba encontrada nas
fezes em apenas 10% a 20% dos casos.p

cssociam-se ao quadro doloroso calafrios, mal estar geral, anorexia, emagrecimento, tosse
não produtiva e inapetência.p

co exame físico, o paciente apresenta-se toxemiado, com palidez cutâneo-mucosa, febril,


com dor à palpação do hipocôndrio direito e hepatomegalia. O sinal de Torres-Homem está
presente. Nos pulmões, podem ser encontrados estertores ou murmúrio vesicular diminuído
na base direita.p

SINcIS CLÍNICOS cSSOCIc OS cO cBSCESSO HEPÁTICOp

SINcISp FREQUÊNCIc (%Ëp


Hepatomegalia dolorosap 51-92p
or no hipocôndrio direitop 41-72p
Icteríciap 23-43p
Sinais pulmonaresp 11-48p
Esplenomegaliap 21-24p
Massa abdominalp 17-18p

O diagnóstico essencialmente clínico do abscesso hepático, em um primeiro momento, é


difícil e até subjetivo, já que um número muito grande de doenças fazem diagnóstico
diferencial com os abscessos, por exemplo: neoplasias, cisto hidático, pneumonia de base
direita, colecistite, obstrução por cscaris Lumbricoides em vias biliares, entre outros.p

IcNÓSTICO IFERENCIcL ENTRE cBSCESSO cMEBIcNO E PIOÊNICOp

CcRcCTERÍSTICc CLÍNICcp cBSCESSO cMEBIcNOp cBSCESSO PIÊNICOp


Idade (anosËp 20 a 40p >50p
Razão M:Fp 10:1p 1:1p
Número de lesõesp Únicap Múltiplasp
Localizaçãop Lobo direitop Qualquer localizaçãop
Viagem à área endêmicap Simp Nãop
iabete melitop Simp Nãop
clcoolismop Simp Nãop
Icteríciap Incomump Comump
Pruridop Incomump Comump
TP elevadap Incomump Comump
FcL/YT elevadasp Comump Comump
Hemocultura positivap Nãop Simp

IcNÓSTICO LcBORcTORIcLp

Os achados laboratoriais em pacientes portadores de abscessos hepáticos são os mais


variáveis possíveis. co primeiro exame, nota-se leucocitose com neutrofilia (geralmente
abaixo de 15.000 céls./mm3Ë, anemia normocrômica, elevação importante das enzimas
colestáticas (FcL e YTË e elevação moderada das transaminases e bilirrubinas. O
prolongamento do TcP e a diminuição da albumina sérica são achados freqüentes, tanto nos
abscessos piogênicos como nos amebianos.p

Com relação à confirmação etiológica dos abscessos, inicialmente devemos incluir como
rotina, além dos exames acima citados, a hemocultura (duas amostrasË, semeada em meios
seletivos para aeróbios e anaeróbios. cs hemoculturas revelam-se positivas em 30%-60%
dos pacientes, confirmando assim a etiologia bacteriana ou mista. Raramente observamos
hemocultura positiva na amebíase hepática. Em caso positivo, provavelmente ocorreu
super-infecção bacteriana, caracterizando assim os abscessos mistos (amebiano/piogênicoË.p

Os exames de imagem são de fundamental importância para o diagnóstico preciso dos


abscessos hepáticos e definem diretamente a conduta terapêutica a ser utilizada. c
ultrassonografia do abdome superior é o método de escolha devido a sua eficiência e
acessibilidade. e acordo com a fase evolutiva, pode-se observar diferentes padrões
ecográficos:p

Hepatite amebiana (fase pré-supurativaË, quando se observa parênquima hepático normal


ou discreta zona hipoecogênica sem limite com o parênquima adjacente normal;p
Necrose amebiana, apresentando cavidade com conteúdo necrótico hipoecogênico ou ainda,
mais tardiamente, uma cavidade de conteúdo líquido, anecóico e sem cápsula verdadeira.p

c tomografia computadorizada apresenta eficácia de 95% e se iguala à Ultrassonografia,


devendo permanecer indicada para os casos cuja ecografia não foi conclusiva. c radiografia
de tórax pode revelar elevação da cúpula diafragmática direita, eventuais infiltrados do lobo
inferior, atelectasias laminares e/ou derrame pleural.p

O diagnóstico definitivo dos abscessos amebianos está na presença de trofozoítos de


Entamoeba histolytica no material aspirado, com positividade em até 50% dos casos. c
pesquisa da ameba neste material é realizada a fresco ou por coloração com iodo e
hematoxilina férrica, melhorando-se a sensibilidade quando são aspiradas as paredes do
abscesso. Com relação ao aspecto físico do líquido aspirado, observa-se nas infecções
hepáticas piogênicas um aspecto purulento e fétido (esverdeado nas infecções por
anaeróbiosË, enquanto na infecção de origem amebiana, este material é bastante viscoso,
inodoro, de coloração variada, tendendo para o marrom claro ou escuro, semelhante a
bebida achocolatada.p

Quando disponível, a sorologia para ameba deverá ser realizada, pois aumenta a
especificidade do diagnóstico.p

TRcTcMENTOp

renagem percutânea por agulha de Shiba ou cateter (sempre do maior abscessoË, após
marcação da melhor via de acesso na pele com a ultrassonografia. O procedimento deve se
dar preferencialmente em ambiente estéril e realizado por pessoas com experiência. c
drenagem está indicada quando o volume estimado do abscesso, à ultrassonografia,
ultrapassa 150 cm3 ou quando não há diminuição do tamanho do abscesso apenas com o
uso de antibióticos. O material drenado deve ser enviado com rapidez para os Laboratórios
de Bacteriologia e Parasitologia, para o diagnóstico microbiológico.p

c drenagem cirúrgica aberta é raramente indicada, e está reservada somente aos pacientes
com múltiplos abscessos, abscesso único volumoso (especialmente quando se localiza no
lobo esquerdo do fígadoË, falhas na drenagem percutânea ou ruptura espontânea. O
tratamento antibiótico empírico visa as bactérias ram-negativas (anaeróbias e aeróbiasË,
ram-positivas e a | 
  .p

TRcTcMENTO cNTIMICROBIcNO OS cBSCESSOS HEPÁTICOSp

TIPO E cBSCESSOp ESQUEMcp


Cefalotina (150-200mg/mg/dia IV 6/6hË +p
Piogênico ou mistop entamicina (3 - 5 mg/kg/dia IV ou IM 1x/diaË +p
Metronidazol (35 mg/kg/dia IV ou VO, 8/8h ou 12/12hËp
Metronidazol 750mg VO ou 500mg IV (35-50 mg/kg/diaË 8/8h oup
cmebianop Tinidazol (2g VO 1x/diaË oup
Secnidazol (500mg VO 8/8hËp

Quando disponível, a segunda opção para abscesso piogênico é ampicilina/sulbactam (3g IV


6/6hË e para abscesso misto ampicilina/sulbactam (3g IV 6/6hË + metronidazol.p
Para completar o tratamento amebicida, deve-se associar drogas de ação intraluminal,
como: Etofamida (Kitnos®Ë 200 mg (ou 15mg/kg/diaË VO, de 8/8 horas, por 5 dias ou
Teclosan (Falmonox®Ë 100 mg (ou 25mg/kg/diaË VO, de 8/8 horas, por 5 dias.p

c duração do tratamento com antibióticos é empírica e sempre está relacionada à resposta


clínica e laboratorial, geralmente em torno de três a quatro semanas. c necessidade de
hospitalização existe apenas quando o paciente tem sinais de toxemia ou o volume do
abscesso é muito grande, inspirando cuidados quanto à sua ruptura.p

Nas demais situações, o paciente poderá ser tratado e acompanhado ambulatorialmente. Os


critérios de cura são melhora clínica e redução do volume do abscesso à ultrassonografia,
que deve ser repetida semanalmente.p

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