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ordenamento do território florestal, silvicultura, infra- das duas frentes de fogo e a alterar a sua direcção de
-estruturação, vigilância, detecção, combate, rescaldo, propagação ou a provocar a sua extinção;
vigilância pós-incêndio e fiscalização, a levar a cabo e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
pelas entidades públicas com competências na defesa f) «Espaços florestais» os terrenos ocupados com
da floresta contra incêndios e entidades privadas com floresta, matos e pastagens ou outras formações ve-
intervenção no sector florestal. getais espontâneas, segundo os critérios definidos no
2 — No âmbito do Sistema de Defesa da Floresta Inventário Florestal Nacional;
contra Incêndios, a prevenção estrutural assume um g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
papel predominante, assente na actuação de forma con- h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
certada de planeamento e na procura de estratégias con- i) «Fogo de supressão» o uso do fogo no âmbito da
juntas, conferindo maior coerência regional e nacional luta contra os incêndios florestais, compreendendo o
à defesa da floresta contra incêndios. fogo táctico e o contrafogo;
3 — No âmbito do Sistema de Defesa da Floresta j) «Fogo táctico» o uso do fogo no âmbito da luta
contra Incêndios, cabe: contra os incêndios florestais, consistindo na ignição de
um fogo ao longo de uma zona de apoio com o objectivo
a) À Autoridade Florestal Nacional a coordenação
de reduzir a disponibilidade de combustível, e desta
das acções de prevenção estrutural, nas vertentes de
forma diminuir a intensidade do incêndio, terminar ou
sensibilização, planeamento, organização do território
corrigir a extinção de uma zona de rescaldo de maneira
florestal, silvicultura e infra-estruturação.
a diminuir as probabilidades de reacendimentos, ou criar
b) À Guarda Nacional Republicana a coordenação
uma zona de segurança para a protecção de pessoas e
das acções de prevenção operacional relativas à vertente
bens;
da vigilância, detecção e fiscalização;
l) «Fogo técnico» o uso do fogo que comporta as
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
componentes de fogo controlado e de fogo de supres-
são;
4 — Compete à Autoridade Florestal Nacional a or-
m) [Anterior alínea i).]
ganização e coordenação do dispositivo de prevenção
n) «Gestão de combustível» a criação e manutenção
estrutural, que durante o período crítico se integra na
da descontinuidade horizontal e vertical da carga com-
estrutura operacional coordenada pela Autoridade Na-
bustível nos espaços rurais, através da modificação ou
cional de Protecção Civil.
da remoção parcial ou total da biomassa vegetal, nomea-
5 — Compete ainda à Autoridade Florestal Nacional
damente por pastoreio, corte e ou remoção, empregando
a manutenção, à escala nacional, de um sistema de in-
as técnicas mais recomendadas com a intensidade e
formação relativo a incêndios florestais (SGIF), através
frequência adequadas à satisfação dos objectivos dos
da adopção de um sistema de gestão de informação de
espaços intervencionados;
incêndios florestais e o registo cartográfico das áreas
o) [Anterior alínea m).]
ardidas.
p) [Anterior alínea n).]
6 — (Anterior n.º 5.)
q) [Anterior alínea o).]
7 — (Anterior n.º 6.)
r) [Anterior alínea p).]
8 — Todas as entidades que integram o Sistema de
s) [Anterior alínea q).]
Defesa da Floresta contra Incêndios têm acesso aos
t) [Anterior alínea r).]
dados do SGIF necessários à definição das políticas
u) [Anterior alínea s).]
e acções de vigilância, detecção, combate, rescaldo,
v) [Anterior alínea t).]
vigilância pós-incêndio e fiscalização.
x) «Queima» o uso do fogo para eliminar sobrantes
9 — As regras de criação e funcionamento do SGIF
de exploração, cortados e amontoados;
são aprovadas, mediante proposta do presidente da Au-
z) «Queimadas» o uso do fogo para renovação de
toridade Florestal Nacional, pelo Conselho Florestal
pastagens e eliminação de restolho e ainda, para elimi-
Nacional.
nar sobrantes de exploração cortados mas não amon-
toados;
Artigo 3.º aa) [Anterior alínea x).]
[…] bb) [Anterior alínea z).]
cc) [Anterior alínea aa).]
Para efeitos do disposto no presente decreto-lei, en-
dd) [Anterior alínea bb).]
tende-se por:
ee) «Rede de vigilância e detecção de incêndios» o
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . conjunto de infra-estruturas e equipamentos que visam
b) «Áreas edificadas consolidadas» áreas que pos- permitir a execução eficiente das acções de detecção
suem uma estrutura consolidada ou compactação de de incêndios, vigilância, fiscalização e dissuasão, in-
edificados, onde se incluem as áreas urbanas consoli- tegrando designadamente a Rede Nacional de Postos
dadas e outras áreas edificadas em solo rural classifica- de Vigia, os locais estratégicos de estacionamento, os
das deste modo pelos instrumentos de gestão territorial troços especiais de vigilância móvel e os trilhos de
vinculativos dos particulares; vigilância, a videovigilância ou outros meios que se
c) [Anterior alínea b).] revelem tecnologicamente adequados;
d) «Contrafogo» o uso do fogo no âmbito da luta ff) [Anterior alínea cc).]
contra os incêndios florestais, consistindo na ignição de gg) [Anterior alínea dd).]
um fogo ao longo de uma zona de apoio, na dianteira de hh) [Anterior alínea ee).]
uma frente de incêndio de forma a provocar a interacção ii) [Anterior alínea ff).]
Diário da República, 1.ª série — N.º 9 — 14 de Janeiro de 2009 275
Artigo 19.º d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Depósito de madeiras e de outros produtos inflamáveis
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1— ..................................... g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2 — Durante o período crítico só é permitido em- h) Às actividades realizadas por membros das organi-
pilhamento em carregadouro de produtos resultantes zações definidas no n.º 3 do artigo 3.º da Lei n.º 23/2006,
de corte ou extracção (estilha, rolaria, madeira, cortiça de 23 de Junho.
e resina) desde que seja salvaguardada uma área sem
vegetação com 10 m em redor e garantindo que nos 3 — As regras a que obedecem as actividades a que
restantes 40 m a carga combustível é inferior ao esti- se refere a alínea h) do número anterior são definidas em
pulado no anexo do presente decreto-lei e que dele faz portaria dos membros do Governo responsáveis pelas
parte integrante. áreas da juventude, da protecção civil e das florestas.
Artigo 20.º
Artigo 24.º
[…]
Informação das zonas críticas
As normas técnicas e funcionais relativas à classifi-
cação, cadastro, construção, manutenção e sinalização 1 — A garantia da informação sobre os condiciona-
de vias integrantes da rede viária florestal, pontos de mentos referidos no artigo 22.º é da responsabilidade
água e das demais infra-estruturas florestais integrantes da autarquia nos seguintes termos:
das RDFCI constam de normas próprias, a aprovar por a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
regulamento da Autoridade Florestal Nacional, homo- b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
logado pelo membro do Governo responsável pela área c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
das florestas, ouvido o Conselho Florestal Nacional.
2 — (Revogado.)
Artigo 21.º
[…]
Artigo 25.º
1— ..................................... […]
2 — Sem prejuízo do disposto em matéria contra- 1 — A execução de campanhas de sensibilização
-ordenacional, em caso de incumprimento do disposto é, independentemente das entidades que as realizem,
nos n.os 1, 2, 8, 9 e 11 do artigo 15.º, no artigo 17.º e no coordenada pela Autoridade Florestal Nacional.
artigo 18.º, as entidades fiscalizadoras devem, no prazo 2 — Compete à Autoridade Florestal Nacional, às
máximo de seis dias, comunicar o facto às câmaras comissões distritais de defesa da floresta e às comissões
municipais, no âmbito de incumprimento do artigo 15.º, municipais de defesa da floresta, a promoção de cam-
e à Autoridade Florestal Nacional, no âmbito dos arti- panhas de sensibilização e informação pública, as quais
gos 17.º e 18.º devem considerar o valor e a importância dos espaços
3 — A câmara municipal ou a Autoridade Florestal florestais, a conduta a adoptar pelo cidadão na utilização
Nacional, nos termos do disposto no número anterior, dos espaços florestais e uma componente preventiva
notifica, no prazo máximo de 10 dias, os proprietários ou que contemple as técnicas e práticas aconselháveis e
as entidades responsáveis pela realização dos trabalhos, obrigatórias do correcto uso do fogo.
fixando um prazo adequado para o efeito, notifica ainda 3 — Os apoios públicos a campanhas de sensibiliza-
o proprietário ou as entidades responsáveis dos proce- ção para defesa da floresta contra incêndios devem estar
dimentos seguintes, nos termos do Código do Procedi- integrados no âmbito do PNDFCI, dos PDDFCI e dos
mento Administrativo, dando do facto conhecimento à PMDFCI, em função da escala geográfica da iniciativa,
Guarda Nacional Republicana. e devem observar uma identificação comum definida
4 — Decorrido o prazo referido no número anterior pela Autoridade Florestal Nacional.
sem que se mostrem realizados os trabalhos, a câmara 4 — Compete à Autoridade Nacional de Protecção
municipal ou a Autoridade Florestal Nacional procede à Civil promover a divulgação periódica do índice de risco
sua execução, sem necessidade de qualquer formalidade, temporal de incêndio, podendo a divulgação ser diária
após o que notifica as entidades faltosas responsáveis quando o índice de risco temporal de incêndio for de
para procederem, no prazo de 60 dias, ao pagamento níveis elevado, muito elevado ou máximo, para efeitos
dos custos correspondentes. de aplicação do disposto no artigo 22.º
5 — Decorrido o prazo de 60 dias sem que se tenha 5 — Compete à Autoridade Florestal Nacional a di-
verificado o pagamento, a câmara municipal ou a Au- vulgação das medidas preventivas aconselhadas ou obri-
toridade Florestal Nacional extrai certidão de dívida. gatórias, onde se incluem as referidas nos artigos 22.º,
6— ..................................... 27.º, 28.º e 29.º, bem como a sua incidência territo-
rial.
Artigo 23.º
Artigo 26.º
[…]
Fogo técnico
1— ..................................... 1 — As acções de fogo técnico, nomeadamente fogo
2— .....................................
controlado e fogo de supressão, só podem ser realizadas
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . de acordo com as normas técnicas e funcionais a defi-
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . nir em regulamento da Autoridade Florestal Nacional,
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . homologado pelo membro do Governo responsável
278 Diário da República, 1.ª série — N.º 9 — 14 de Janeiro de 2009
pela área das florestas, ouvidas a Autoridade Nacional vados pelo comandante da Guarda Nacional Republi-
de Protecção Civil e a Guarda Nacional Republicana. cana, ouvidos a Autoridade Florestal Nacional, a Au-
2 — As acções de fogo técnico são executadas sob toridade Nacional de Protecção Civil e o Instituto de
orientação e responsabilidade de técnico credenciado Conservação da Natureza e da Biodiversidade, I. P., e
para o efeito pela Autoridade Florestal Nacional. homologados pelo membro do Governo responsável
3 — A realização de fogo controlado pode decorrer pela área da protecção civil.
durante o período crítico, desde que o índice de risco 2 — A cobertura de detecção da RNPV pode ser com-
temporal de incêndio florestal seja inferior ao nível plementada por sistema de videovigilância, meios de
elevado e desde que a acção seja autorizada pela Auto- detecção móveis ou outros meios que venham a revelar-
ridade Nacional de Protecção Civil.
-se tecnologicamente adequados, a regulamentar por
4 — Os comandantes das operações de socorro, nas
situações previstas no Sistema Integrado de Operações portaria dos membros do Governo responsáveis pelas
de Protecção e Socorro, podem, após autorização ex- áreas da administração interna e das florestas.
pressa da estrutura de comando da Autoridade Nacional 3— .....................................
de Protecção Civil registada na fita do tempo de cada 4 — Os postos de vigia são instalados segundo crité-
ocorrência, utilizar fogo de supressão. rios de prioridade fundados no grau de risco de incêndio,
5 — Compete ao gabinete técnico florestal de cada na análise de visibilidade e intervisibilidade, no valor
município o registo cartográfico anual de todas as acções do património a defender e são dotados de equipamento
de gestão de combustíveis, ao qual é associada a iden- complementar adequado ao fim em vista.
tificação da técnica utilizada e da entidade responsável 5— .....................................
pela sua execução, e que deve ser incluído no plano 6— .....................................
operacional municipal. 7— .....................................
8 — A instalação de qualquer equipamento que possa
Artigo 27.º interferir com a visibilidade e qualidade de comunica-
[…]
ção radioeléctrica nos postos de vigia ou no espaço de
30 m em seu redor carece de parecer prévio da Guarda
1 — A realização de queimadas, definidas no arti- Nacional Republicana.
go 3.º, deve obedecer às orientações emanadas das co-
missões distritais de defesa da floresta. Artigo 34.º
2— .....................................
3— ..................................... […]
4— ..................................... 1— .....................................
2— .....................................
Artigo 28.º 3— .....................................
[…] 4 — Compete à Autoridade Florestal Nacional coor-
denar com as Forças Armadas as acções que estas vie-
1— ..................................... rem a desenvolver na abertura de faixas de gestão de
2— .....................................
combustível e nas acções de gestão de combustível dos
3— .....................................
4— ..................................... espaços florestais, bem como articular com o ICNB,
5 — Exceptuam-se do disposto nos n.os 1 e 2 as acti- I. P., quando estas acções se realizem em áreas prote-
vidades desenvolvidas por membros das organizações gidas, dando conhecimento à comissão municipal de
definidas no n.º 3 do artigo 3.º da Lei n.º 23/2006, de defesa da floresta.
23 de Junho, nos termos definidos na portaria referida
no n.º 3 do artigo 23.º Artigo 35.º
[…]
Artigo 30.º
1— .....................................
[…] 2— .....................................
Durante o período crítico, nos trabalhos e outras ac- 3 — Podem ainda participar nas operações de res-
tividades que decorram em todos os espaços rurais e caldo, nomeadamente em situação de várias ocorrências
com eles relacionados, é obrigatório que as máquinas simultâneas, os corpos especiais de vigilantes de incên-
de combustão interna e externa a utilizar, onde se in- dios, os sapadores florestais, os vigilantes da natureza
cluem todo o tipo de tractores, máquinas e veículos de nas áreas protegidas e ainda outras entidades, brigadas
transporte pesados, sejam dotadas de dispositivos de ou grupos que para o efeito venham a ser reconhecidos
retenção de faíscas ou faúlhas e de dispositivos tapa- pela Autoridade Nacional de Protecção Civil.
-chamas nos tubos de escape ou chaminés, e estejam 4— .....................................
equipados com um ou dois extintores de 6 kg, de acordo
com a sua massa máxima, consoante esta seja inferior
ou superior a 10 000 kg. Artigo 36.º
Recuperação de áreas ardidas
Artigo 32.º
1— .....................................
[…]
2— .....................................
1 — A RNPV é constituída por postos de vigia públi- 3 — A recuperação de áreas ardidas é regulamentada
cos e privados instalados em locais previamente apro- por diploma próprio.
Diário da República, 1.ª série — N.º 9 — 14 de Janeiro de 2009 279
pulacionais, equipamentos e infra-estruturas devem ser coordenação distrital das acções de prevenção opera-
cumpridos cumulativamente os seguintes critérios: cional e combate a incêndios florestais.
1— ..................................... 3 — As comissões municipais podem agrupar-se em
2— ..................................... comissões intermunicipais, desde que correspondendo a
uma área geográfica inserida no mesmo plano regional
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . de ordenamento florestal, com vista à optimização dos
recursos e ao planeamento integrado das acções.
QUADRO N.º 1
4 — As comissões distritais funcionam sob a coor-
denação do governador civil do distrito e as comissões
municipais funcionam sob a coordenação do presidente
................................................. .............
da câmara municipal.
1 — As comissões distritais têm a seguinte compo- 2 — Nos concelhos onde existam unidades de baldio
sição: há um representante dos respectivos conselhos direc-
a) O governador civil, que preside; tivos.
b) O director regional de florestas; 3 — O apoio técnico e administrativo às comissões
c) Os gestores florestais das áreas territoriais inte- é assegurado pelos serviços municipais.
grantes do distrito; 4 — As comissões podem ser apoiadas por um ga-
d) Os presidentes das câmaras municipais ou seus binete técnico florestal da responsabilidade da câmara
representantes; municipal.
e) O comandante operacional distrital da Autoridade 5 — O desempenho de funções na comissão pre-
Nacional de Protecção Civil; vista no presente artigo não confere direito a qualquer
f) O comandante do comando territorial respectivo remuneração.»
da Guarda Nacional Republicana;
g) Um representante do Instituto da Conservação da Artigo 3.º
Natureza e da Biodiversidade, I. P., nos concelhos que Secções do capítulo II
integram áreas protegidas;
h) Um representante das Forças Armadas; As secções I e II do capítulo II passam respectivamente
i) Um representante da Autoridade Marítima, nos para secções II e III do mesmo capítulo.
distritos onde esta tem jurisdição;
j) Um representante da Polícia de Segurança Pú- Artigo 4.º
blica; Norma revogatória
l) Um representante da comissão de coordenação
e desenvolvimento regional territorialmente compe- 1 — É revogada a Lei n.º 14/2004, de 8 de Maio.
tente. 2 — São revogados o n.º 6 do artigo 8.º, os n.os 8, 9 e
m) Dois representante das organizações de produtores 10 do artigo 10.º, os n.os 3 e 4 do artigo 14.º e o n.º 2 do
florestais; artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho.
n) Um representante dos conselhos directivos de bal-
dios; Artigo 5.º
o) Um representante da Liga dos Bombeiros Por- Republicação
tugueses.
É republicado, em anexo, que faz parte integrante do
2 — O apoio técnico às comissões distritais é assegu- presente decreto-lei, o Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de
rado pela direcção regional de florestas da Autoridade Junho, com a redacção actual.
Florestal Nacional.
3 — Para acompanhamento da elaboração e imple- Artigo 6.º
mentação do plano distrital de defesa da floresta contra Entrada em vigor
incêndios, pode a comissão distrital nomear, de entre os
seus membros, uma comissão técnica especial. O presente decreto-lei entra em vigor 30 dias após a
4 — O desempenho de funções na comissão pre- sua publicação.
vista no presente artigo não confere direito a qualquer Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 23 de
remuneração. Outubro de 2008. — José Sócrates Carvalho Pinto de Sou-
Artigo 3.º-D sa — Henrique Nuno Pires Severiano Teixeira — Rui Car-
los Pereira — Alberto Bernardes Costa — Francisco Car-
Composição das comissões municipais
los da Graça Nunes Correia — Luís Medeiros Vieira.
1 — As comissões municipais têm a seguinte com- Promulgado em 18 de Dezembro de 2008.
posição:
Publique-se.
a) O presidente da câmara municipal ou seu repre-
sentante, que preside; O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
b) Um presidente de junta de freguesia designado Referendado em 18 de Dezembro de 2008.
pela respectiva assembleia municipal;
c) Um representante da Autoridade Florestal Na- O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto
cional; de Sousa.
282 Diário da República, 1.ª série — N.º 9 — 14 de Janeiro de 2009
l) «Fogo técnico» o uso do fogo que comporta as com- bb) «Rede de faixas de gestão de combustível» o con-
ponentes de fogo controlado e de fogo de supressão; junto de parcelas lineares de território, estrategicamente
m) «Fogueira» a combustão com chama, confinada no localizadas, onde se garante a remoção total ou parcial
espaço e no tempo, para aquecimento, iluminação, con- de biomassa florestal, através da afectação a usos não
fecção de alimentos, protecção e segurança, recreio ou florestais e do recurso a determinadas actividades ou a
outros fins; técnicas silvícolas com o objectivo principal de reduzir o
n) «Gestão de combustível» a criação e manutenção da perigo de incêndio;
descontinuidade horizontal e vertical da carga combustível cc) «Rede de infra-estruturas de apoio ao combate» o
nos espaços rurais, através da modificação ou da remoção conjunto de infra-estruturas e equipamentos afectos às
parcial ou total da biomassa vegetal, nomeadamente por entidades responsáveis pelo combate e apoio ao combate
pastoreio, corte e ou remoção, empregando as técnicas mais a incêndios florestais, relevantes para este fim, entre os
recomendadas com a intensidade e frequência adequadas quais os aquartelamentos e edifícios das corporações de
à satisfação dos objectivos dos espaços intervencionados; bombeiros, dos sapadores florestais, da Guarda Nacional
o) «Índice de risco temporal de incêndio florestal» a Republicana, das Forças Armadas e das autarquias, os
expressão numérica que traduza o estado dos combustíveis terrenos destinados à instalação de postos de comando
florestais e da meteorologia, de modo a prever as condições operacional e as infra-estruturas de apoio ao funcionamento
de início e propagação de um incêndio; dos meios aéreos;
p) «Índice de risco espacial de incêndio florestal» a dd) «Rede de pontos de água» o conjunto de estruturas
expressão numérica da probabilidade de ocorrência de de armazenamento de água, de planos de água acessíveis
incêndio; e de pontos de tomada de água, com funções de apoio ao
q) «Instrumentos de gestão florestal» os planos de ges- reabastecimento dos equipamentos de luta contra incên-
tão florestal (PGF), os elementos estruturantes das zonas dios;
de intervenção florestal (ZIF), os projectos elaborados ee) «Rede de vigilância e detecção de incêndios» o
no âmbito dos diversos programas públicos de apoio ao conjunto de infra-estruturas e equipamentos que visam
desenvolvimento e protecção dos recursos florestais e, permitir a execução eficiente das acções de detecção de
ainda, os projectos a submeter à apreciação de entidades incêndios, vigilância, fiscalização e dissuasão, integrando
públicas no âmbito da legislação florestal; designadamente a Rede Nacional de Postos de Vigia, os
r) «Mosaico de parcelas de gestão de combustível» o locais estratégicos de estacionamento, os troços especiais
conjunto de parcelas do território no interior dos com- de vigilância móvel e os trilhos de vigilância, a videovigi-
partimentos definidos pelas redes primária e secundária, lância ou outros meios que se revelem tecnologicamente
estrategicamente localizadas, onde, através de acções de adequados;
silvicultura, se procede à gestão dos vários estratos de ff) «Rede viária florestal» o conjunto de vias de comu-
combustível e à diversificação da estrutura e composição nicação integradas nos espaços que servem de suporte à
das formações vegetais, com o objectivo primordial de sua gestão, com funções que incluem a circulação para o
defesa da floresta contra incêndios; aproveitamento dos recursos naturais, para a constituição,
s) «Período crítico» o período durante o qual vigoram condução e exploração dos povoamentos florestais e das
medidas e acções especiais de prevenção contra incên- pastagens;
dios florestais, por força de circunstâncias meteorológi- gg) «Rescaldo» a operação técnica que visa a extinção
cas excepcionais, sendo definido por portaria do Ministro do incêndio;
da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas; hh) «Sobrantes de exploração» o material lenhoso e
t) «Plano» o estudo integrado dos elementos que re- outro material vegetal resultante de actividades agro-
gulam as acções de intervenção no âmbito da defesa da -florestais;
floresta contra incêndios num dado território, identificando ii) «Supressão» a acção concreta e objectiva destinada
os objectivos a alcançar, as actividades a realizar, as com- a extinguir um incêndio, incluindo a garantia de que não
petências e atribuições dos agentes envolvidos e os meios ocorrem reacendimentos, que apresenta três fases prin-
necessários à concretização das acções previstas; cipais: a primeira intervenção, o combate e o rescaldo.
u) «Povoamento florestal» a área ocupada com árvores
florestais que cumpre os critérios definidos no Inventário 2 — Os critérios de gestão de combustível são defini-
Florestal Nacional, incluindo os povoamentos naturais jo- dos no anexo do presente decreto-lei, que dele faz parte
vens, as plantações e sementeiras, os pomares de sementes integrante, e devem ser aplicados nas actividades de gestão
e viveiros florestais e as cortinas de abrigo; florestal e na defesa de pessoas e bens.
v) «Proprietários e outros produtores florestais» os pro-
prietários, usufrutuários, superficiários, arrendatários ou CAPÍTULO II
quem, a qualquer título, for possuidor ou detenha a admi-
nistração dos terrenos que integram os espaços florestais Planeamento de defesa da floresta contra incêndios
do continente, independentemente da sua natureza jurídica;
x) «Queima» o uso do fogo para eliminar sobrantes de
SECÇÃO I
exploração, cortados e amontoados;
z) «Queimadas» o uso do fogo para renovação de pas- Comissões de defesa da floresta
tagens e eliminação de restolho e ainda, para eliminar
sobrantes de exploração cortados mas não amontoados; Artigo 3.º-A
aa) «Recuperação» o conjunto de actividades que têm
Âmbito, natureza e missão
como objectivo a promoção de medidas e acções de recu-
peração e reabilitação, como a mitigação de impactes e a 1 — As comissões de defesa da floresta, de âmbito dis-
recuperação de ecossistemas; trital ou municipal, são estruturas de articulação, planea-
284 Diário da República, 1.ª série — N.º 9 — 14 de Janeiro de 2009
mento e acção que têm como missão a coordenação de do pessoal afecto a esta missão, para que possa actuar em
programas de defesa da floresta. condições de segurança;
2 — As comissões distritais de defesa da floresta, res- g) Proceder à identificação e aconselhar a sinalização
ponsáveis pela coordenação distrital dos programas e das infra-estruturas florestais de prevenção e protecção da
acções de prevenção estrutural, articulam-se com as co- floresta contra incêndios, para uma utilização mais rápida
missões distritais de protecção civil, responsáveis pela e eficaz por parte dos meios de combate;
coordenação distrital das acções de prevenção operacional h) Identificar e propor as áreas florestais a sujeitar a
e combate a incêndios florestais. informação especial, com vista ao condicionamento do
3 — As comissões municipais podem agrupar-se em acesso, circulação e permanência;
comissões intermunicipais, desde que correspondendo a i) Colaborar na divulgação de avisos às populações;
uma área geográfica inserida no mesmo plano regional j) Avaliar os planos de fogo controlado que lhe forem
de ordenamento florestal, com vista à optimização dos apresentados pelas entidades proponentes, no âmbito do
recursos e ao planeamento integrado das acções. previsto no Regulamento do Fogo Controlado;
4 — As comissões distritais funcionam sob a coorde- l) Emitir, quando solicitado, parecer sobre os programas
nação do governador civil do distrito e as comissões mu- nacionais de defesa da floresta.
nicipais funcionam sob a coordenação do presidente da
câmara municipal. Artigo 3.º-C
Composição das comissões distritais
Artigo 3.º-B
1 — As comissões distritais têm a seguinte composi-
Atribuições ção:
1 — São atribuições das comissões distritais: a) O governador civil, que preside;
a) Articular a actuação dos organismos com competên- b) O director regional de florestas;
cias em matéria de defesa da floresta, no âmbito da sua c) Os gestores florestais das áreas territoriais integrantes
área geográfica; do distrito;
b) Elaborar um plano de defesa da floresta contra in- d) Os presidentes das câmaras municipais ou seus re-
cêndios que defina as medidas necessárias para o efeito e presentantes;
que inclua a previsão e planeamento integrado das inter- e) O comandante operacional distrital da Autoridade
venções das diferentes entidades perante a ocorrência de Nacional de Protecção Civil;
incêndios, nomeadamente a localização de infra-estruturas f) O comandante do comando territorial respectivo da
florestais de combate a incêndios, em consonância com Guarda Nacional Republicana;
o Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios g) Um representante do Instituto da Conservação da
(PNDFCI) e com o respectivo plano regional de ordena- Natureza e da Biodiversidade, I. P., nos concelhos que
mento florestal (PROF); integram áreas protegidas;
c) Promover e acompanhar o desenvolvimento das ac- h) Um representante das Forças Armadas;
ções de defesa da floresta ao nível distrital; i) Um representante da Autoridade Marítima, nos dis-
d) Colaborar na divulgação de avisos às populações; tritos onde esta tem jurisdição;
e) Colaborar nos programas de sensibilização. j) Um representante da Polícia de Segurança Pública;
l) Um representante da comissão de coordenação e de-
2 — São atribuições das comissões municipais: senvolvimento regional territorialmente competente;
m) Dois representante das organizações de produtores
a) Articular a actuação dos organismos com competên- florestais;
cias em matéria de defesa da floresta, no âmbito da sua n) Um representante dos conselhos directivos de bal-
área geográfica; dios;
b) Elaborar um plano de defesa da floresta contra incên- o) Um representante da Liga dos Bombeiros Portu-
dios, que defina as medidas necessárias para o efeito e que gueses.
inclua a previsão e planeamento integrado das intervenções
das diferentes entidades perante a ocorrência de incêndios, 2 — O apoio técnico às comissões distritais é assegu-
em consonância com o PNDFCI, com o respectivo plano rado pela direcção regional de florestas da Autoridade
distrital de defesa da floresta contra incêndios e com o Florestal Nacional.
respectivo plano regional de ordenamento florestal; 3 — Para acompanhamento da elaboração e implemen-
c) Avaliar e propor à Autoridade Florestal Nacional, tação do Plano Distrital de Defesa da Floresta contra In-
de acordo com o estabelecido nos planos referidos na cêndios, pode a Comissão Distrital nomear, de entre os
alínea b), os projectos de investimento de prevenção e seus membros, uma comissão técnica especial.
protecção da floresta contra incêndios e levar a cabo a 4 — O desempenho de funções na comissão prevista
sua execução; no presente artigo não confere direito a qualquer remu-
d) Acompanhar o desenvolvimento dos programas de neração.
controlo de agentes bióticos e promover acções de pro-
tecção florestal; Artigo 3.º-D
e) Desenvolver acções de sensibilização da popula- Composição das comissões municipais
ção;
1 — As comissões municipais têm a seguinte compo-
f) Promover a criação de grupos de autodefesa dos aglo-
sição:
merados populacionais integrados ou adjacentes a áreas
florestais, sensibilizando para tal a sociedade civil, e dotá- a) O presidente da câmara municipal ou seu represen-
-los de meios de intervenção, salvaguardando a formação tante, que preside;
Diário da República, 1.ª série — N.º 9 — 14 de Janeiro de 2009 285
b) Um presidente de junta de freguesia designado pela bilidade de ocorrência de incêndio é aprovada por portaria
respectiva assembleia municipal; do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e
c) Um representante da Autoridade Florestal Nacio- das Pescas, ouvida a Autoridade Nacional de Protecção
nal; Civil.
d) Um representante do Instituto da Conservação da
Natureza e da Biodiversidade, I. P., nos concelhos que Artigo 6.º
integram áreas protegidas; Zonas críticas
e) O comandante operacional municipal;
f) Um representante da Guarda Nacional Republicana; 1 — As manchas florestais onde se reconhece ser prio-
g) Um representante da Polícia de Segurança Pública, ritária a aplicação de medidas mais rigorosas de defesa
se esta estiver representada no município; da floresta contra incêndios face ao risco de incêndio que
h) Um representante das organizações de produtores apresentam e em função do seu valor patrimonial, social
florestais; ou ecológico são designadas por zonas críticas, sendo estas
i) Outras entidades e personalidades, a convite do pre- identificadas, demarcadas e alvo de planeamento próprio
sidente da câmara municipal. nos planos regionais de ordenamento florestal.
2 — As zonas críticas são definidas por portaria con-
2 — Nos concelhos onde existam unidades de baldio junta dos Ministros da Agricultura, do Desenvolvimento
há um representante dos respectivos conselhos directivos. Rural e das Pescas e do Ambiente, do Ordenamento do
3 — O apoio técnico e administrativo às comissões é Território e do Desenvolvimento Regional.
assegurado pelos serviços municipais.
4 — As comissões podem ser apoiadas por um gabinete SECÇÃO III
técnico florestal da responsabilidade da câmara munici-
Planeamento da defesa da floresta contra incêndios
pal.
5 — O desempenho de funções na comissão prevista
no presente artigo não confere direito a qualquer remu- Artigo 7.º
neração. Planeamento da defesa da floresta contra incêndios
Zonagem do continente segundo o risco espacial de incêndio 1 — O PNDFCI define os objectivos gerais de pre-
venção, pré-supressão, supressão e recuperação num en-
1 — Para efeitos do presente decreto-lei e com base em quadramento sistémico e transversal da defesa da floresta
critérios de classificação de risco espacial de incêndio em contra incêndios.
Portugal continental, que assentam na determinação da 2 — O PNDFCI é um plano plurianual, de cariz inter-
probabilidade de ocorrência de incêndio florestal, é esta- ministerial, submetido a avaliação bianual, e onde estão
belecida a zonagem do continente, segundo as seguintes
preconizadas a política e as medidas para a defesa da flo-
classes:
resta contra incêndios, englobando planos de prevenção,
a) Classe I — muito baixa; sensibilização, vigilância, detecção, combate, supressão,
b) Classe II — baixa; recuperação de áreas ardidas, investigação e desenvol-
c) Classe III — média; vimento, coordenação e formação dos meios e agentes
d) Classe IV — alta; envolvidos, bem como uma definição clara de objectivos
e) Classe V — muito alta. e metas a atingir, calendarização das medidas e acções,
orçamento, plano financeiro e indicadores de execução.
2 — Os critérios de classificação referidos no número 3 — O PNDFCI incorpora o plano de protecção das
anterior baseiam-se, entre outros, na informação histórica florestas contra incêndios, elaborado nos termos do Regu-
sobre a ocorrência de incêndios florestais, ocupação do lamento (CEE) n.º 2158/92, do Conselho, de 23 de Julho.
solo, orografia, clima e demografia. 4 — O PNDFCI deve conter orientações a concretizar
3 — De harmonia com os parâmetros definidos no nú- nos planos regionais de ordenamento florestal, reflectindo-
mero anterior, a zonagem do continente segundo a proba- -se nos níveis subsequentes do planeamento.
286 Diário da República, 1.ª série — N.º 9 — 14 de Janeiro de 2009
em locais estratégicos para a prossecução de determinadas critas nos PMDFCI podem, sob proposta das câmaras
funções, onde se procede à modificação e à remoção total municipais, ser declaradas de utilidade pública, nos termos
ou parcial da biomassa presente. e para os efeitos previstos no Código das Expropriações,
2 — As faixas de gestão de combustível constituem mediante despacho do membro do Governo responsável
redes primárias, secundárias e terciárias, tendo em con- pela área das florestas.
sideração as funções que podem desempenhar, designa- 2 — As redes primárias de faixas de gestão de com-
damente: bustível definidas no âmbito do planeamento distrital de
defesa da floresta contra incêndios devem ser declaradas de
a) Função de diminuição da superfície percorrida por utilidade pública, nos termos do número anterior, ficando
grandes incêndios, permitindo e facilitando uma interven- qualquer alteração ao uso do solo ou do coberto vegetal
ção directa de combate ao fogo; sujeita a parecer vinculativo da Autoridade Florestal Na-
b) Função de redução dos efeitos da passagem de incên- cional, sem prejuízo dos restantes condicionalismos legais.
dios, protegendo de forma passiva vias de comunicação, 3 — (Revogado.)
infra-estruturas e equipamentos sociais, zonas edificadas 4 — (Revogado.)
e povoamentos florestais de valor especial;
c) Função de isolamento de potenciais focos de ignição
de incêndios. SECÇÃO II
Defesa de pessoas e bens
3 — As redes primárias de faixas de gestão de com-
bustível, de interesse distrital, cumprem todas as funções Artigo 15.º
referidas no número anterior e desenvolvem-se nos espaços
rurais. Redes secundárias de faixas de gestão de combustível
4 — As redes secundárias de faixas de gestão de com- 1 — Nos espaços florestais previamente definidos nos
bustível, de interesse municipal ou local, e, no âmbito planos municipais de defesa da floresta contra incêndios
da protecção civil de populações e infra-estruturas, cum- é obrigatório que a entidade responsável:
prem as funções referidas nas alíneas b) e c) do n.º 2 deste
artigo e desenvolvem-se sobre: a) Pela rede viária providencie a gestão do combustível
numa faixa lateral de terreno confinante numa largura não
a) As redes viárias e ferroviárias públicas; inferior a 10 m;
b) As linhas de transporte e distribuição de energia b) Pela rede ferroviária providencie a gestão do com-
eléctrica; bustível numa faixa lateral de terreno confinante contada
c) As envolventes aos aglomerados populacionais e a a partir dos carris externos numa largura não inferior a
todas as edificações, aos parques de campismo, às infra- 10 m;
-estruturas e parques de lazer e de recreio, aos parques c) Pelas linhas de transporte e distribuição de energia
e polígonos industriais, às plataformas logísticas e aos eléctrica em muito alta tensão e em alta tensão providencie
aterros sanitários. a gestão do combustível numa faixa correspondente à pro-
jecção vertical dos cabos condutores exteriores acrescidos
4 — As redes terciárias de faixas de gestão de com- de uma faixa de largura não inferior a 10 m para cada um
bustível, de interesse local, cumprem a função referida dos lados;
na alínea c) do n.º 2 deste artigo e apoiam-se nas redes d) Pelas linhas de transporte e distribuição de energia
viária, eléctrica e divisional das unidades locais de gestão eléctrica em média tensão providencie a gestão do com-
florestal ou agro-florestal, sendo definidas no âmbito dos bustível numa faixa correspondente à projecção vertical
instrumentos de gestão florestal. dos cabos condutores exteriores acrescidos de uma faixa
5 — As especificações técnicas em matéria de defesa da de largura não inferior a 7 m para cada um dos lados.
floresta contra incêndios relativas a equipamentos florestais
de recreio são definidas em regulamento da Autoridade 2 — Os proprietários, arrendatários, usufrutuários ou
Florestal Nacional homologado pelo membro do Governo entidades que, a qualquer título, detenham terrenos confi-
responsável pela área das florestas, ouvida a Autoridade nantes a edificações, designadamente habitações, estalei-
Nacional de Protecção Civil. ros, armazéns, oficinas, fábricas ou outros equipamentos,
6 — Sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes, são obrigados a proceder à gestão de combustível numa
as especificações técnicas relativas à construção e ma- faixa de 50 m à volta daquelas edificações ou instalações
nutenção das redes de faixas e dos mosaicos de parcelas medida a partir da alvenaria exterior da edificação, de
de gestão de combustível são objecto de regulamento da acordo com as normas constantes no anexo do presente
Autoridade Florestal Nacional homologado pelo membro decreto-lei e que dele faz parte integrante.
do Governo responsável pela área das florestas. 3 — Em caso de incumprimento do disposto nos núme-
7 — Quando as faixas de gestão de combustíveis e os ros anteriores, a câmara municipal notifica as entidades
mosaicos de parcelas ocorram em áreas ocupadas por so- responsáveis pelos trabalhos.
breiros e azinheiras, a Autoridade Florestal Nacional pode 4 — Verificado o incumprimento, a câmara municipal
autorizar desbastes com o objectivo de reduzir a continui- poderá realizar os trabalhos de gestão de combustível, com
dade dos combustíveis. a faculdade de se ressarcir, desencadeando os mecanis-
mos necessários ao ressarcimento da despesa efectuada.
Artigo 14.º 5 — Na ausência de intervenção, nos termos dos nú-
Servidões administrativas e expropriações
meros anteriores, entre o dia 15 de Abril de cada ano e
até 30 de Outubro, os proprietários ou outras entidades
1 — As infra-estruturas discriminadas no n.º 2 do ar- que detenham a qualquer título a administração de habi-
tigo 12.º, e os terrenos necessários à sua execução, e ins- tações, estaleiros, armazéns, oficinas, fábricas ou outros
288 Diário da República, 1.ª série — N.º 9 — 14 de Janeiro de 2009
5 — Sempre que as condições edafoclimáticas o permi- Autoridade Florestal Nacional, homologado pelo membro
tam, deverá ser favorecida a constituição de povoamentos do Governo responsável pela área das florestas, ouvido o
de espécies arbóreas caducifólias ou de espécies com baixa Conselho Florestal Nacional.
inflamabilidade e combustibilidade.
6 — Todas as acções de arborização ou reflorestação
SECÇÃO IV
devem obedecer aos critérios estipulados neste artigo.
Incumprimento
Artigo 18.º
Redes primárias de faixas de gestão de combustível Artigo 21.º
1 — As faixas integrantes das redes primárias visam Incumprimento de medidas preventivas
o estabelecimento, em locais estratégicos, de condições 1 — Os proprietários, os produtores florestais e as en-
favoráveis ao combate a grandes incêndios florestais. tidades que a qualquer título detenham a administração
2 — As faixas citadas no número anterior possuem dos terrenos, edificação ou infra-estruturas referidas no
uma largura não inferior a 125 m e definem comparti- presente decreto-lei são obrigados ao desenvolvimento e
mentos que, preferencialmente, devem possuir entre 500 ha realização das acções e trabalhos de gestão de combustível
e 10 000 ha. nos termos da lei.
3 — O planeamento, a instalação e a manutenção das 2 — Sem prejuízo do disposto em matéria contra-orde-
redes primárias de faixas de gestão de combustível devem nacional, em caso de incumprimento do disposto nos n.os 1,
ter em consideração, designadamente:
2, 8, 9 e 11 do artigo 15.º, no artigo 17.º e no artigo 18.º, as
a) A sua eficiência no combate a incêndios de grande entidades fiscalizadoras devem, no prazo máximo de seis
dimensão; dias, comunicar o facto às câmaras municipais, no âmbito
b) A segurança das forças responsáveis pelo combate; de incumprimento do artigo 15.º, e à Autoridade Florestal
c) O valor sócio-económico, paisagístico e ecológico Nacional, no âmbito dos artigos 17.º e 18.º
dos espaços rurais; 3 — A câmara municipal ou a Autoridade Florestal
d) As características fisiográficas e as particularidades Nacional, nos termos do disposto no número anterior,
da paisagem local; notifica, no prazo máximo de 10 dias, os proprietários ou
e) O histórico dos grandes incêndios na região e o seu as entidades responsáveis pela realização dos trabalhos,
comportamento previsível em situações de elevado risco fixando um prazo adequado para o efeito, notifica ainda
meteorológico; o proprietário ou as entidades responsáveis dos procedi-
f) As actividades que nelas se possam desenvolver e mentos seguintes, nos termos do Código do Procedimento
contribuir para a sua sustentabilidade técnica e financeira. Administrativo, dando do facto conhecimento à Guarda
Nacional Republicana.
4 — As redes primárias de faixas de gestão de com- 4 — Decorrido o prazo referido no número anterior
bustível são definidas pelos planos distritais de defesa da sem que se mostrem realizados os trabalhos, a câmara
floresta contra incêndios e obrigatoriamente integrados municipal ou a Autoridade Florestal Nacional procede à
no planeamento municipal e local de defesa da floresta
sua execução, sem necessidade de qualquer formalidade,
contra incêndios.
após o que notifica as entidades faltosas responsáveis para
Artigo 19.º procederem, no prazo de 60 dias, ao pagamento dos custos
correspondentes.
Depósito de madeiras e de outros produtos inflamáveis 5 — Decorrido o prazo de 60 dias sem que se tenha ve-
1 — É interdito o depósito de madeiras e outros pro- rificado o pagamento, a câmara municipal ou a Autoridade
dutos resultantes de exploração florestal ou agrícola, de Florestal Nacional extrai certidão de dívida.
outros materiais de origem vegetal e de produtos alta- 6 — A cobrança da dívida decorre por processo de exe-
mente inflamáveis nas redes de faixas e nos mosaicos cução fiscal, nos termos do Código de Procedimento e de
de parcelas de gestão de combustível, com excepção dos Processo Tributário.
aprovados pela comissão municipal de defesa da floresta
contra incêndios.
CAPÍTULO IV
2 — Durante o período crítico só é permitido empilha-
mento em carregadouro de produtos resultantes de corte Condicionamento de acesso, de circulação
ou extracção (estilha, rolaria, madeira, cortiça e resina) e de permanência
desde que seja salvaguardada uma área sem vegetação
com 10 m em redor e garantindo que nos restantes 40 m Artigo 22.º
a carga combustível é inferior ao estipulado no anexo do
presente decreto-lei e que dele faz parte integrante. Condicionamento
integrados no âmbito do PNDFCI, dos PDDFCI e dos 4 — A realização de queimadas só é permitida fora do
PMDFCI, em função da escala geográfica da iniciativa e período crítico e desde que o índice de risco temporal de
devem observar uma identificação comum definida pela incêndio seja inferior ao nível elevado.
Autoridade Florestal Nacional.
4 — Compete à Autoridade Nacional de Protecção Civil Artigo 28.º
promover a divulgação periódica do índice de risco tempo-
ral de incêndio, podendo a divulgação ser diária quando o Queima de sobrantes e realização de fogueiras
índice de risco temporal de incêndio for de níveis elevado, 1 — Em todos os espaços rurais, durante o período
muito elevado ou máximo, para efeitos de aplicação do crítico, não é permitido:
disposto no artigo 22.º
5 — Compete à Autoridade Florestal Nacional a divul- a) Realizar fogueiras para recreio ou lazer e para con-
gação das medidas preventivas aconselhadas ou obriga- fecção de alimentos, bem como utilizar equipamentos
tórias, onde se incluem as referidas nos artigos 22.º, 27.º, de queima e de combustão destinados à iluminação ou à
28.º e 29.º, bem como a sua incidência territorial. confecção de alimentos;
b) Queimar matos cortados e amontoados e qualquer
tipo de sobrantes de exploração.
CAPÍTULO V
Uso do fogo 2 — Em todos os espaços rurais, fora do período crítico
e desde que se verifique o índice de risco temporal de
incêndio de níveis muito elevado e máximo, mantêm-se
Artigo 26.º
as restrições referidas no número anterior.
Fogo técnico 3 — Exceptua-se do disposto na alínea a) do n.º 1 e no
1 — As acções de fogo técnico, nomeadamente fogo número anterior, quando em espaços não inseridos em zo-
controlado e fogo de supressão, só podem ser realizadas nas críticas, a confecção de alimentos desde que realizada
de acordo com as normas técnicas e funcionais a definir nos locais expressamente previstos para o efeito, nome-
em regulamento da Autoridade Florestal Nacional, homo- adamente nos parques de lazer e recreio e outros quando
logado pelo membro do Governo responsável pela área devidamente infra-estruturados e identificados como tal.
das florestas, ouvidas a Autoridade Nacional de Protecção 4 — Exceptua-se do disposto na alínea b) do n.º 1 e no
Civil e a Guarda Nacional Republicana. n.º 2 a queima de sobrantes de exploração decorrente de
2 — As acções de fogo técnico são executadas sob exigências fitossanitárias de cumprimento obrigatório, a
orientação e responsabilidade de técnico credenciado para qual deverá ser realizada com a presença de uma unidade
o efeito pela Autoridade Florestal Nacional. de um corpo de bombeiros ou uma equipa de sapadores
3 — A realização de fogo controlado pode decorrer du- florestais.
rante o período crítico, desde que o índice de risco temporal 5 — Exceptuam-se do disposto nos n.os 1 e 2 as acti-
de incêndio florestal seja inferior ao nível elevado e desde vidades desenvolvidas por membros das organizações
que a acção seja autorizada pela Autoridade Nacional de definidas no n.º 3 do artigo 3.º da Lei n.º 23/2006, de 23 de
Protecção Civil. Junho, nos termos definidos na portaria referida no n.º 3
4 — Os comandantes das operações de socorro, nas do artigo 23.º
situações previstas no Sistema Integrado de Operações de
Protecção e Socorro, podem, após autorização expressa da Artigo 29.º
estrutura de comando da Autoridade Nacional de Protecção Foguetes e outras formas de fogo
Civil registada na fita do tempo de cada ocorrência, utilizar
fogo de supressão. 1 — Durante o período crítico não é permitido o lan-
5 — Compete ao gabinete técnico florestal de cada mu- çamento de balões com mecha acesa e de quaisquer tipos
nicípio o registo cartográfico anual de todas as acções de de foguetes.
gestão de combustíveis, ao qual é associada a identificação 2 — Em todos os espaços rurais, durante o período crí-
da técnica utilizada e da entidade responsável pela sua tico, a utilização de fogo-de-artifício ou outros artefactos
execução, e que deve ser incluído no plano operacional pirotécnicos, que não os indicados no número anterior,
municipal. está sujeita a autorização prévia da respectiva câmara mu-
nicipal.
Artigo 27.º 3 — O pedido de autorização referido no número an-
terior deve ser solicitado com pelo menos 15 dias de an-
Queimadas
tecedência.
1 — A realização de queimadas, definidas no artigo 3.º, 4 — Durante o período crítico, as acções de fumigação
deve obedecer às orientações emanadas das comissões ou desinfestação em apiários não são permitidas, excepto
distritais de defesa da floresta. se os fumigadores estiverem equipados com dispositivos
2 — A realização de queimadas só é permitida após de retenção de faúlhas.
licenciamento na respectiva câmara municipal, ou pela 5 — Nos espaços florestais, durante o período crítico,
junta de freguesia se a esta for concedida delegação de não é permitido fumar ou fazer lume de qualquer tipo no
competências, na presença de técnico credenciado em fogo seu interior ou nas vias que os delimitam ou os atraves-
controlado ou, na sua ausência, de equipa de bombeiros sam.
ou de equipa de sapadores florestais. 6 — Fora do período crítico e desde que se verifique
3 — Sem acompanhamento técnico adequado, a queima o índice de risco temporal de incêndio de níveis muito
para realização de queimadas deve ser considerada uso de elevado e máximo mantêm-se as restrições referidas nos
fogo intencional. n.os 1, 2 e 4.
292 Diário da República, 1.ª série — N.º 9 — 14 de Janeiro de 2009
7 — Exceptuam-se do disposto nos números anteriores tecção móveis ou outros meios que venham a revelar-se
a realização de contrafogos decorrentes das acções de tecnologicamente adequados, a regulamentar por portaria
combate aos incêndios florestais. dos membros do governo responsáveis pelas áreas da ad-
ministração interna e das florestas.
3 — A coordenação da RNPV é da competência da
Artigo 30.º Guarda Nacional Republicana, que estabelece as orienta-
Maquinaria e equipamento ções técnicas e funcionais para a sua ampliação, redimen-
sionamento e funcionamento.
Durante o período crítico, nos trabalhos e outras activi- 4 — Os postos de vigia são instalados segundo crité-
dades que decorram em todos os espaços rurais e com eles rios de prioridade fundados no grau de risco de incêndio,
relacionados, é obrigatório que as máquinas de combustão na análise de visibilidade e intervisibilidade, no valor do
interna e externa a utilizar, onde se incluem todo o tipo de património a defender e são dotados de equipamento com-
tractores, máquinas e veículos de transporte pesados, sejam plementar adequado ao fim em vista.
dotadas de dispositivos de retenção de faíscas ou faúlhas e 5 — Sempre que existam árvores que interfiram com a
de dispositivos tapa-chamas nos tubos de escape ou cha- visibilidade, as entidades que a qualquer título sejam de-
minés, e estejam equipados com um ou dois extintores de tentoras de postos de vigia devem notificar os proprietários
6 kg, de acordo com a sua massa máxima, consoante esta das árvores para que estes procedam à sua remoção.
seja inferior ou superior a 10 000 kg. 6 — Quando se verifique que o proprietário não proce-
deu à remoção das árvores até ao dia 15 de Abril de cada
CAPÍTULO VI ano, a entidade gestora do posto de vigia pode substituir-se
ao proprietário, no corte e remoção, podendo dispor do
Vigilância, detecção e combate material resultante do corte.
7 — A obrigação prevista no n.º 5 pode ser regulada
por acordo, reduzido a escrito, a estabelecer entre a en-
SECÇÃO I tidade detentora do posto de vigia e os proprietários ou
Vigilância e detecção de incêndios produtores florestais que graciosamente consintam a sua
instalação, utilização e manutenção ou proprietários de
Artigo 31.º área circundante.
8 — A instalação de qualquer equipamento que possa
Vigilância e detecção interferir com a visibilidade e qualidade de comunicação
radioeléctrica nos postos de vigia ou no espaço de 30 m
1 — A vigilância dos espaços rurais visa contribuir
em seu redor carece de parecer prévio da Guarda Nacional
para a redução do número de ocorrências de incêndios
Republicana.
florestais, identificando potenciais agentes causadores e
dissuadindo comportamentos que propiciem a ocorrência Artigo 33.º
de incêndios.
2 — A detecção tem por objectivo a identificação imediata Sistemas de vigilância
e localização precisa das ocorrências de incêndio e a sua co- 1 — Os sistemas de vigilância móvel compreendem as
municação rápida às entidades responsáveis pelo combate. brigadas de vigilância móvel que o Estado constitua, os
3 — A vigilância e detecção de incêndios pode ser as- sapadores florestais, os corpos especiais de vigilantes de
segurada: incêndios e outros grupos que para o efeito venham a ser
a) Qualquer pessoa que detecte um incêndio é obrigada reconhecidos pela Guarda Nacional Republicana.
a alertar de imediato as entidades competentes; 2 — Os sistemas de vigilância móvel têm, designada-
b) Pela Rede Nacional de Postos de Vigia (RNPV), que mente, por objectivos:
assegura em todo o território do continente as funções de a) Aumentar o efeito de dissuasão;
detecção fixa de ocorrências de incêndios; b) Identificar agentes causadores ou suspeitos de incên-
c) Por rede de vigilância móvel que pode associar-se dios ou situações e comportamentos anómalos;
às funções de vigilância e detecção, de dissuasão e as c) Detectar incêndios em zonas sombra dos postos de vigia;
intervenções em fogos nascentes; d) Realizar acções de primeira intervenção em fogos
d) Por meios aéreos. nascentes.
com a redacção que lhe é dada pela Lei n.º 10/81, de 3 — A recuperação de áreas ardidas é regulamentada por
10 de Julho. diploma próprio.
2 — As Forças Armadas colaboram em acções nos do-
mínios da prevenção, vigilância, detecção, rescaldo e vi- CAPÍTULO VII
gilância pós-incêndio florestal, na abertura de aceiros, nas Fiscalização
acções de gestão de combustível das matas nacionais ou
administradas pelo Estado e no patrulhamento das florestas,
Artigo 37.º
em termos a definir por despacho conjunto dos Ministros
da Administração Interna, da Defesa Nacional e da Agri- Competência para fiscalização
cultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
1 — A fiscalização do estabelecido no presente decreto-
3 — A Guarda Nacional Republicana, a Autoridade Na-
cional de Protecção Civil e as Forças Armadas articulam as -lei compete à Guarda Nacional Republicana, à Polícia
formas de participação das acções previstas no n.º 1, sem de Segurança Pública, à Polícia Marítima, à Autoridade
prejuízo das respectivas cadeias de comando. Florestal Nacional, à Autoridade Nacional de Protecção
4 — Compete à Autoridade Florestal Nacional coorde- Civil, às câmaras municipais, às polícias municipais e aos
nar com as Forças Armadas as acções que estas vierem a vigilantes da natureza.
desenvolver na abertura de faixas de gestão de combustível 2 — Compete aos membros do Governo responsáveis
e nas acções de gestão de combustível dos espaços flores- pelas áreas da administração interna e das florestas, a de-
tais, bem como articular o ICNB, I. P., quando estas acções finição das orientações no domínio da fiscalização do
se realizem em áreas protegidas, dando conhecimento à estabelecido no presente decreto-lei.
comissão municipal de defesa da floresta.
CAPÍTULO VIII
SECÇÃO II
Contra-ordenações, coimas e sanções acessórias
Combate de incêndios florestais
Artigo 38.º
Artigo 35.º
Contra-ordenações e coimas
Combate, rescaldo e vigilância pós-incêndio
1 — As infracções ao disposto no presente decreto-lei
1 — A rede de infra-estruturas de apoio ao combate constituem contra-ordenações puníveis com coima, de
é constituída por equipamentos e estruturas de combate,
€ 140 a € 5000, no caso de pessoa singular, e de € 800 a
existentes no âmbito das entidades a quem compete o
combate, dos organismos da Administração Pública e dos € 60 000, no caso de pessoas colectivas, nos termos pre-
particulares, designadamente infra-estruturas de combate vistos nos números seguintes.
e infra-estruturas de apoio aos meios aéreos. 2 — Constituem contra-ordenações:
2 — As operações de combate aos incêndios florestais, a) A infracção ao disposto nos n.os 1, 8, 9, 11 e 12 do
bem como as respectivas operações de rescaldo necessárias artigo 15.º;
para garantia das perfeitas condições de extinção são asse- b) A infracção ao disposto no n.º 2 do artigo 15.º;
guradas por entidades com responsabilidades no combate c) A infracção ao disposto no n.º 13 do artigo 15.º;
a incêndios florestais e por profissionais credenciados d) A violação dos critérios de gestão de combustível,
para o efeito e sob orientação da Autoridade Nacional de definidos no anexo do presente decreto-lei e que dele faz
Protecção Civil. parte integrante;
3 — Podem ainda participar nas operações de rescaldo, e) A infracção ao disposto no n.º 3 do artigo 16.º,
nomeadamente em situação de várias ocorrências simul-
f) A infracção ao disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 17.º;
tâneas, os corpos especiais de vigilantes de incêndios, os
g) A infracção ao disposto no n.º 6 do artigo 17.º;
sapadores florestais, os vigilantes da natureza nas áreas
protegidas e ainda outras entidades, brigadas ou grupos que h) A infracção ao disposto no n.º 1 do artigo 19.º;
para o efeito venham a ser reconhecidos pela Autoridade i) A infracção ao disposto na alínea a) do n.º 2 e nos
Nacional de Protecção Civil. n.os 3 e 4 do artigo 22.º;
4 — A participação dos meios referidos no número an- j) A infracção ao disposto na alínea b) do n.º 2 do ar-
terior é concretizada nos termos da lei. tigo 22.º;
l) A infracção ao disposto nos n.os 1 e 3 do artigo 26.º;
m) A infracção ao disposto no n.º 2 do artigo 26.º;
Artigo 36.º n) A infracção ao disposto no n.º 4 do artigo 26.º;
o) A infracção ao disposto nos n.os 2, 3 e 4 do artigo 27.º;
Recuperação de áreas ardidas p) A infracção ao disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 28.º
1 — Em áreas atingidas por incêndios florestais, e de e no artigo 29.º;
forma a criar condições de circulação rodoviária em se- q) A infracção ao disposto no artigo 30.º;
gurança, os proprietários devem remover materiais quei- r) A infracção ao disposto no artigo 36.º
mados nos incêndios.
2 — Os materiais devem ser removidos numa faixa 3 — A determinação da medida da coima é feita nos
mínima de 25 m para cada lado das faixas de circulação termos do disposto no regime geral das contra-ordenações.
rodoviária. 4 — A tentativa e a negligência são puníveis.
294 Diário da República, 1.ª série — N.º 9 — 14 de Janeiro de 2009
Artigo 41.º
Artigo 45.º
Destino das coimas
Regime transitório
1 — A afectação do produto das coimas cobradas em Exclui-se do âmbito de aplicação do presente decreto-lei
aplicação das alíneas a), b), c), d), o) e p) do n.º 2 do ar- a elaboração, alteração e revisão dos planos municipais de
tigo 38.º é feita da seguinte forma: ordenamento do território, em cujo procedimento já se haja
a) 10 % para a entidade que levantou o auto; procedido à abertura do período de discussão pública.
b) 90 % para a entidade que instruiu o processo e apli-
cou a coima. Artigo 46.º
Norma revogatória
2 — A afectação do produto das coimas cobradas em
aplicação das demais infracções é feita da seguinte forma: É revogado o Decreto-Lei n.º 156/2004, de 30 de Ju-
nho.
a) 60 % para o Estado, dos quais metade reverte para a
Autoridade Nacional de Protecção Civil; ANEXO
b) 20 % para a entidade autuante;
c) 20 % para a Autoridade Florestal Nacional. Critérios para a gestão de combustíveis no âmbito
das redes secundárias de gestão de combustíveis
3 — O produto das coimas cobradas nas Regiões Au- A) Critérios gerais — nas faixas de gestão de combus-
tónomas constitui receita própria destas. tíveis envolventes às edificações, aglomerados populacio-
Diário da República, 1.ª série — N.º 9 — 14 de Janeiro de 2009 295
nais, equipamentos e infra-estruturas devem ser cumpridos REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES
cumulativamente os seguintes critérios:
1 — No estrato arbóreo, a distância entre as copas das Assembleia Legislativa
árvores deve ser no mínimo de 4 m e a desramação deve
ser de 50 % da altura da árvore até que esta atinja os 8 m,
altura a partir da qual a desramação deve alcançar no mí- Resolução da Assembleia Legislativa da Região
nimo 4 m acima do solo. Autónoma dos Açores n.º 2/2009/A
2 — No estrato arbustivo e subarbustivo, o fitovolume A Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos
total não pode exceder 2000 m3/ha, devendo simultanea- Açores resolve, nos termos da alínea a) do artigo 30.º da
mente ser cumpridas as seguintes condições:
Lei n.º 61/98, de 27 de Agosto, aprovar o Programa do
a) Deve ser garantida a descontinuidade horizontal dos X Governo Regional dos Açores.
combustíveis entre a infra-estrutura e o limite externo da
faixa de gestão de combustíveis; Aprovada pela Assembleia Legislativa da Região Au-
b) A altura máxima da vegetação é a constante do quadro tónoma dos Açores, na Horta, em 11 de Dezembro de
n.º 1, variando em função da percentagem de cobertura 2008.
do solo.
O Presidente da Assembleia Legislativa, Francisco Ma-
QUADRO N.º 1
nuel Coelho Lopes Cabral.
Altura máxima
Percentagem de coberto do solo da vegetação
(em centímetros)
Resolução da Assembleia Legislativa da Região
Inferior a 20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 Autónoma dos Açores n.º 3/2009/A
Entre 20 e 50 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Superior a 50 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Comissões especializadas permanentes
3 — Os estratos arbóreo, arbustivo e subarbustivo rema- Na sequência da eleição para a Assembleia Legislativa
nescentes devem ser organizados espacialmente por forma da Região Autónoma dos Açores de 19 de Outubro de
a evitar a continuidade vertical dos diferentes estratos 2008 — primeira no quadro da actual lei eleitoral — im-
combustíveis. porta fixar o elenco e composição das comissões especia-
4 — No caso de infra-estruturas da rede viária às quais lizadas permanentes da Assembleia Legislativa.
se associem alinhamentos arbóreos com especial valor De acordo com os artigos 35.º e 41.º do Regimento
patrimonial ou paisagístico, deve ser garantida a preser- da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos
vação do arvoredo a aplicação do disposto nos números Açores, o elenco, as matérias de competência e a com-
anteriores numa faixa correspondente à projecção vertical posição das comissões especializadas permanentes são
dos limites das suas copas acrescida de uma faixa de largura fixados por resolução da Assembleia Legislativa. Nos
não inferior a 10 m para cada um lado. termos dos mesmos artigos, o número das comissões
5 — No caso de faixas de gestão de combustível que especializadas permanentes não pode ser inferior a qua-
abranjam arvoredo classificado de interesse público, zonas tro e a respectiva composição, com um mínimo de 7
de protecção a edifícios e monumentos nacionais ou man- e um máximo de 11 deputados, deve corresponder às
chas de arvoredo com especial valor patrimonial ou pai- relações de voto dos partidos representados na Assem-
sagístico, tal como identificado em instrumento de gestão bleia Legislativa.
florestal, pode a comissão municipal de defesa da floresta Importa assim, por via da alteração ao Regimento da
aprovar critérios específicos de gestão de combustíveis. Assembleia Legislativa, assegurar a adequada proporcio-
B) Critérios suplementares para as faixas envolventes a nalidade na composição das comissões, bem como a mais
edificações — nas faixas de gestão de combustíveis envol- lata participação dos grupos e representações parlamentares
ventes às edificações (habitações, estaleiros, armazéns, ofi- em toda a actividade parlamentar.
cinas, fábricas e outros equipamentos sociais e de serviços), Assim, a Assembleia Legislativa da Região Autónoma
para além do disposto no ponto A) deste anexo, devem ainda dos Açores aprova, nos termos regimentais e estatutários
ser cumpridos, cumulativamente, os seguintes critérios: aplicáveis, o seguinte:
1 — As copas das árvores e dos arbustos devem estar
distanciadas no mínimo 5 m da edificação, evitando-se
ainda a sua projecção sobre a cobertura do edifício. Artigo 1.º
2 — Excepcionalmente, no caso de arvoredo de es- Elenco das comissões
pecial valor patrimonial ou paisagístico pode admitir-se
uma distância inferior a 5 m, desde que seja reforçada a O elenco das comissões especializadas permanentes da
descontinuidade horizontal e vertical de combustíveis e Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores,
garantida a ausência de acumulação de combustíveis na discriminado pela denominação e matérias de competência,
cobertura do edifício. é o seguinte:
3 — Sempre que possível, deverá ser criada uma faixa i) Comissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e
pavimentada de 1 m a 2 m de largura, circundando todo Trabalho:
o edifício.
4 — Não poderão ocorrer quaisquer acumulações de Assuntos constitucionais, estatutários e regimentais;
substâncias combustíveis, como lenha, madeira ou so- Organização e funcionamento da Assembleia Legis-
brantes de exploração florestal ou agrícola, bem como de lativa;
outras substâncias altamente inflamáveis. Comunicação social;