Comunicado da Comissão Política Concelhia de Lagos do PSD
Nº3‐2011
CÂMARA DE LAGOS DEMITIU-SE
da sua responsabilidade democrática e legal de publicar as Contas Consolidadas de 2010
A Comissão Política do PSD/Lagos exige que as contas públicas consolidadas da
Câmara Municipal, das Empresas Municipais e das Parcerias Público-Privadas em que a autarquia intervém ou participa sejam publicadas nos termos da Lei, o que até ao final de Abril/2011 não aconteceu.
Quem conhece e onde estão publicadas as contas públicas reais finais de 2010 da Câmara Municipal de Lagos consolidadas com as contas das entidades jurídicas sobre as quais a autarquia tem responsabilidades directas, em nome de todos os Munícipes, como é o caso de entidades jurídicas como a Futurlagos, a Lagos em Forma, a ELSA e a Neofutur?
O PSD/Lagos relembra que a Lei das Finanças Locais determina, exactamente no nº2 do seu artº. 49º, e citamos, que «as autarquias locais, as respectivas associações e as entidades do sector empresarial local devem disponibilizar no respectivo sítio na Internet os documentos previsionais e de prestação de contas referidos na presente lei, nomeadamente: a) Os planos de actividades e os relatórios de actividades dos últimos dois anos; b) Os planos plurianuais de investimentos e os orçamentos, bem como os relatórios de gestão, os balanços e a demonstração de resultados, inclusivamente os consolidados, os mapas de execução orçamental e os anexos às demonstrações financeiras, dos últimos dois anos; c) Os dados relativos à execução anual dos planos plurianuais.»
Portanto, não sendo conforme à Lei a ocultação de contas, estranha‐se o silêncio que as Oposições e os Munícipes de Lagos obtêm como resposta da parte do poder municipal socialista. O PSD/Lagos considera que este é apenas mais um sinal claríssimo da continuada e nada democrática falta de Transparência e de Respeito pelos “dinheiros públicos”, por parte da actual liderança autárquica socialista que governa o Concelho de Lagos em maioria absoluta há quase 10 anos.
Assim, e nessa exacta medida, o PSD/Lagos constata que o governo autárquico municipal socialista de Lagos já se demitiu dessa sua elementar responsabilidade democrática e legal de apresentar as contas públicas anuais aos Cidadãos Munícipes em geral, assim como a todas as Oposições.
De facto, poucos serão os Cidadãos, Famílias e Empresas de Lagos que terão hoje ainda dúvidas de que à gravíssima realidade social, financeira e económica que vivemos diariamente, só faltava mesmo perceber é que esta tão clara demissão da sua responsabilidade democrática de apresentar publicamente a realidade económico‐financeira da totalidade do perímetro de actuação da autarquia, o Partido Socialista local liderado por Paulo Morgado persistisse em utilizar em Lagos o mesmo tipo de ferramentas utilizadas pelo centralista P.S. de J. Sócrates: a OPACIDADE e a OCULTAÇÃO.
Para os socialistas ‐ ou antes, para este P.S. – à sombra do Estado tudo é possível, tudo se garante e tudo se resolve. Nem que para isso se tenha que invadir a esfera de actividade das Empresas. O caso das PPPs é exemplar e já impossível de iludir com desculpas de que “foram os outros”, insistindo em apostar no desinteresse e no desincentivo à livre participação dos Cidadãos na Política, coisa muito esclarecedora quanto à democracidade e à manipulação discursiva de valores que afinal não se praticam. De facto, e quanto a “Parcerias Público‐Privadas”, a realidade em Portugal desde 1986, o ano em que foi criada a 1ª PPP, é já hoje indesmentível e é esta: • Governos Cavaco S. 1986/1995: criadas 2 PPPs que implicaram 268,6 milhões de Euros (M€) de pagamentos futuros. • Governos A. Guterres 1996/2001: criadas 31 PPPs que implicaram mais 1.993,1 M€. • Governos D. Barroso/S.Lopes 2002/2004: criadas 5 PPPs que implicaram mais 304 M€. • Governos J. Sócrates 2005/2011: 53 PPPs, de que resultaram mais 11.767,5 M€ (e que acrescentaram pagamentos até ao ano 2086…).
Em resumo, nos últimos 25 anos: Os Governos PSD criaram 5 PPPs (6% do nº total) com encargos de 573 M€ (4% do valor total). Os Governos PS criaram 84 PPPs (94% do nº total) com encargos de 13.761 M€ (96% do valor total).
Acresce ainda que o valor que Portugal está agora a pedir emprestado ao exterior, não em consequência do “chumbo” parlamentar total do PEC 4, mas por causa de dados que, como estes, vão sendo conhecidos dos Portugueses “a conta‐gotas”… será mais do que 120 VEZES a soma dos dois empréstimos internacionais anteriores (de 1978 e de 1983). E isto no caso de o urgente e indispensável empréstimo internacional se ficar pelos 80 mil milhões de euros, ou seja, 16 mil milhões de contos pela moeda antiga…
Portanto, quanto à atribuição de “RESPONSABILIDADES POLÍTICAS” e quando se ouve tantas vezes dizer que “SÃO TODOS IGUAIS” é bom que se tenham presentes estes números para não confundir ainda mais as escolhas que os Portugueses são chamados a fazer nas eleições do próximo dia 5 de Junho. Porque, evidentemente, nem somos todos iguais nem as responsabilidades directas são as mesmas.
Como resultado desta que é uma das mais retrógradas abordagens possíveis da perspectiva socialista – a totalitária ‐ para o Empreendedor e o Pequeno Empresário ficam apenas reservados os papéis de “inimigos públicos” ou de “exploradores dos trabalhadores”… É dessa abordagem demonstradamente errada que resulta agora o descalabro financeiro que, ainda por cima, o P.S. de Sócrates pretendeu ocultar e tenta ainda maquilhar à pressa nestes tempos de extrema dificuldade que ninguém sabe ao certo quanto vão durar…
No PSD/Lagos, ao contrário dos socialistas, somos pela Liberdade, por Soluções que respeitem a Liberdade Económica, sem libertinagem político‐económica sob o falso véu protector do “Estado que nunca vai à Falência”, sem quaisquer confusões entre o que é Público e o que é Privado.
Também em Lagos, o PSD tem manifestado por variadíssimas vezes e em diversas ocasiões e locais ao longo do tempo a disponibilidade para contribuir para a resolução dos problemas estruturais do nosso concelho. Mas se nem a chamada “dívida administrativa deslizante” nem as contas detalhadas e consolidadas das entidades jurídicas municipais são publicadas… afinal em que base podem os Cidadãos Munícipes ou os Partidos Políticos da Oposição Democrática participar na vida pública do nosso concelho?
Para o PSD/Lagos, nesta precisa semana em que se discute e concluirá em Lisboa o “plano de salvação financeira” com base nos três pilares definidos na reunião conjunta Ecofin/Eurogrupo realizada na Hungria e não no chamado PEC 4, como se tentou fazer crer e que o desesperado líder socialista nacional ainda endeusa e que, pasme‐se, depois de afirmar que jamais governaria com o FMI, ainda vem agora em plena pré‐campanha afirmar – qual desejado “salvador da Pátria” ‐ que “ainda teremos saudades do PEC 4…”, o facto é que a gravíssima situação que o nosso concelho hoje vive resulta claramente de 2 erros políticos fundamentais do PS liderado por Paulo Morgado em Lagos. E são estes:
1º Erro – O P.S. DECIDIU VINCULAR LAGOS A UMA ESTRATÉGIA REVERENTE E SEGUIDISTA em relação ao “modelo” centralista nacional e regional socialista, em vez de ter assumido uma aposta livre e em nome dos Lacobrigenses e da nossa História, de modo estrutural e transparente, na defesa e na diversificação do tecido económico‐social existente. Muitíssimo mais haveria para ilustrar este erro chave, mas aqui e agora a todos os Partidos e, sobretudo, à sua razão de ser ‐ aos Cidadãos Munícipes – ainda apenas PERGUNTAMOS: • Porque não se integrou nem promoveu a Estruturação, a Inovação e a Diversificação no “modelo” de desenvolvimento económico do concelho para obter a sustentabilidade dos investimentos privados e públicos já feitos e por fazer, assim contrariando o tão necessário e urgente trabalho de minimização da sazonalidade, característica de todas as actividades que vivem apenas de um Turismo exclusivamente dependente do produto “Sol e Praia”? • Porque se decidiu sistematicamente pela deslocalização das chamadas “âncoras da oferta” ‐ como no caso incrível e paradigmático do Centro Histórico da Cidade de Lagos, mas também noutras situações… ‐ assim não se respeitando nem defendendo nem as actividades nem os potenciais dos investimentos privados e públicos já previamente existentes? • Porque foi decidida a opção pelos PIN’s centralistas e democraticamente disfuncionais, como no caso da Meia‐Praia, com os detalhes conhecidos que chegaram ao ponto de motivar a oposição do autarca socialista da Freguesia de Odiáxere, neste Concelho de Lagos que continua a ser o único município de Portugal sem PDM?
2º Erro – O P.S. ABDICOU DA CENTRALIDADE DE LAGOS, que há séculos é um dos nossos atributos diferenciadores, tanto no Barlavento como no Algarve, região de que Lagos até foi capital até ao terramoto de 1755. Não foi este o único único, mas foi um dos principais instrumentos para a subalternização da realidade económica do nosso concelho e está consubstanciado nas palavras do actual Presidente da Câmara ao jornal “Bilhete Postal” de 20 de Agosto de 2009, em plena pré‐campanha eleitoral para o seu terceiro mandato, segundo o qual «Lagos não tem que se posicionar como “uma centralidade” do Algarve» … Muitíssimo mais haveria para ilustrar este erro chave, mas hoje aqui a todos os Partidos e, sobretudo, à sua razão de ser ‐ aos Cidadãos Munícipes – ainda apenas PERGUNTAMOS: • Porque não se captou investimento directo, nacional e estrangeiro, para concretizar os potenciais de desenvolvimento diferenciadores que nos são culturalmente próprios – e não apenas para o hoteleiro ‐ assim se tendo abdicado de promover o progresso geral local e sub‐regional para as actividades das populações e empresas do nosso concelho e do barlavento vicentino? • Então estando Lagos para a região Estoril/Cascais como Portimão está para Lisboa, e até apresentando Sagres um maior nº anual de visitas de turistas do que o Concelho de Sintra, porque é que o executivo municipal do P.S. resolveu destruir obras feitas ‐ e reconhecidamente bem feitas, como no caso do Jardim da Constituição e no caso da Praça do Infante, que até teve a sua calçada “de boa memória” imitada no Rio de Janeiro ou no Rossio lisboeta ‐ para se ter decidido pelos investimentos públicos mais ruinosos e da mais duvidosa sustentabilidade financeira jamais realizados no nosso concelho, ainda por cima com recurso a “parcerias público‐ privadas” a que chamou no seu discurso de 25 de Abril de 2011 “parcerias para o desenvolvimento económico‐social”? Porque é que, por exemplo, não decidiu optar pela ligação de Lagos a Portimão, numa Marginal pela Meia‐Praia que dinamizaria de modo indiscutivelmente estruturante os nossos dois municípios vizinhos? Foi o PS/Portimão que não deixou, o PS/Lagos que não quis, ou as duas coisas juntas ao longo dos últimos 10 anos? Porquê? • Porque é que o reforço dos areais das praias da nossa “Costa d’Oiro”, previsto no POOC respectivo e que foi assinado em 1999 pelo então ministro do Ambiente José Sócrates, decorridos 12 anos ainda não foi concretizado, com as consequências conhecidas nas Praias da D. Ana e Camilo, já para não falar no potencial turístico diariamente desperdiçado na Ponta da Piedade? Se até o antigo responsável do Ambiente e actual 1º‐ministro demissionário veio a Lagos iniciar a sua primeira campanha eleitoral como líder partidário terá sido por falta de coordenação política ou, afinal de contas, qual foi o motivo?
Em LAGOS poderá a FALÊNCIA FINANCEIRA, no mínimo, não se poder nem confirmar nem desmentir porque a 30 de Abril de 2011, decorridos 4 meses sobre o final de Dezembro de 2010, ainda não estavam publicadas as contas, como a Lei impõe. Não apenas as contas detalhadas da Câmara Municipal de Lagos (ontem aprovadas somente pelos socialistas…) mas também as contas consolidadas da Câmara com todas as entidades jurídicas em que a autarquia intervém directa ou indirectamente em nome dos Cidadãos de Lagos. Mas uma coisa é cada vez mais certa para os Cidadãos Lacobrigenses e para o PSD/Lagos. Existe uma realidade crescente que hoje é já demasiado visível para que ainda se tente ocultar, ou até maquilhar ou mascarar dados com indicadores e comparações parciais:
A FALÊNCIA POLÍTICA DO PARTIDO SOCIALISTA EM LAGOS
É para o início da resolução política dos dois erros principais que aqui apontámos hoje, chamando de novo a atenção para a abordagem política errada que a eles está associada, que convocamos a atenção de todos os Cidadãos de Lagos. Para intervirem politicamente de modo livre e de forma decisiva para pormos termo à terrível realidade e perspectivas ainda piores com que quase todos estamos confrontados.
Para já e desde logo nas eleições legislativas do próximo dia 5 de Junho. Indo VOTAR.
A escolha é muito clara! Com o panorama ainda hoje parcialmente conhecido e as perspectivas da nossa realidade actual, os Cidadãos de Lagos vão ter de escolher “a sanção e a solução” num 1º sinal decisivo para a Mudança que, em tempo próprio, também saberão produzir no nosso Concelho de Lagos:
VOTAR A SANÇÃO ELEITORAL AO GOVERNO DO P.S. DE SÓCRATES, VOTAR PARA DECIDIR MUDAR PARA A SOLUÇÃO LIDERADA EM PORTUGAL POR PEDRO PASSOS COELHO E PELO PSD.
Confiança nos Lacobrigenses! A menos que prefiram continuar cantando e rindo rumo ao abismo...
Lagos, 3 de Maio de 2011 A Comissão Política Concelhia de Lagos do PSD.