GONIÔMETRO DIGITAL

Rafael Trentin, Rodinei S. Flores, Leonardo B Dalcin, Diano M. Basso, Vinícius Boff,
Sergio M. Da Costa
Universidade de Caxias do Sul – UCS
Rua Uruguai, 458 – CEP 88302-202 – Caxias do Sul - RS
rafatrentin@ibest.com.br, rodiflores@ibest.com.br, leodalcin@hotmail.com,
dbasso@agrale.com.br, vc-boff@hotmail.com, sergiodmello@ibest.com.br

Resumo. Este documento apresenta uma medicina, no acompanhamento da

introdução sobre um instrumento de grande
utilização em indústrias e oficinas mecânicas:
o goniômetro. Possui também uma breve
definição de como funcionam e para que
servem o potenciômetro, microcontrolador
PIC e monitor de cristal líquido(LCD),
utilizados para a realização do projeto final
da disciplina de instrumentação, que
constituiu na construção de um goniômetro
digital.
Palavras-chave:Goniômetro,Potenciômetro,
Microcontrolador
1. INTRODUÇÃO
Quando surge a necessidade de comparar os
ângulos de duas superfícies recorre-se à
utilização de goniômetros.
A unidade usual do ângulo é o grau. O grau se
divide em 60 minutos de ângulo e o minuto se
divide em 60 segundos de ângulo. Os
símbolos usuais são: grau (°), minuto (‘),
segundo (“).
Este instrumento mede ou verifica os ângulos
mediante um disco graduado em graus, ele
pode apresentar uma circunferência graduada
com 360°, ou uma semi-circunferência
graduada com 180° ou ainda um quadrante
graduado com 90°.
O instrumento em questão é muito utilizado
em indústrias, que fabricam ferramentas por
exemplo, em oficinas mecânicas, na afiação
de brocas, fresas, etc..
E por incrível que pareça é utilizado até na
recuperação de pacientes que sofrem fraturas.
Visando o aprimoramento do goniômetro
realizou-se um trabalho utilizando diversos
recursos tecnológicos que resultaram na
construção de um goniômetro digital.
2. PROJETO
2.1 Material Utilizado
- um microcontrolador PIC 16F870;
- um monitor de cristal líquido (LCD) APEX
P164001-00;
- um potenciômetro de resistência 10KΩ;
- uma placa de comando;
- um adaptador com saída 9V DC;
- uma caixa de acrílico;
- uma haste metálica;
- um bloco de aço com ângulos de 30°, 45°,
60° e 90°.
2.2 Microcontrolador PIC 16F870
O microcontrolador utilizado foi o PIC
16F870.O PIC16x é muito simples, tem
somente 33 instruções de 12 bits de largura
fixa, incluindo diversas instruções de salto
condicional a flags para a próxima instrução
(para loops e rotinas condicionais),
produzindo um código enxuto importante para
aplicações em sistemas embarcados. Ele tem
pipelines marginais (2 estágios, 1 de busca e 1
de execução), combinados com execução em
um ciclo (exceto para saltos, com 2 ciclos),
tendo um desempenho muito bom para a sua
categoria.
Os PIC (PICmicro) são uma família de
microcontroladores fabricados pela Microchip
Technology, que processam dados de 8 bits
(recentemente foi lançada uma família de 16
bits com prefixo 24F) com extensa variedade
de modelos e periféricos internos, com
arquitetura Harvard e conjunto de instruções
RISC (sets de 35 instruções e de 76
instruções), com recursos de programação por
memória FLASH, EEPROM e OTP. Os
microcontroladores PIC têm famílias de 12
bits, 14 bits e 16 bits de núcleo de
processamento e trabalham em velocidade de
0kHz (ou DC) a 40MHz usando ciclo de
instrução mínimo de 4 períodos de clock o
que permite uma velocidade de no máximo 10 Figura 1. Microcontrolador PIC16F870
MIPS.
Os PICs podem ser programados em 2.2 Monitor de cristal líquido APEX
linguagem de máquina própria (assembly) ou P164001-00
usando-se compiladores de linguagem de alto
nível (Pascal, C, Basic) que geram um código O display utilizado foi um LCD APEX
em formato hexadecimal (Intel Hex format) P164001-00, de 8 bits com 4 linhas de 16
que são usados para serem gravados na caractéres.
memória de programa desses Um monitor de cristal líquido (em inglês:
microcontroladores. Para tal procedimento, liquid crystal display), ou LCD, é um monitor
utiliza-se um hardware especial (gravador) muito leve e fino sem partes móveis. Consiste
acoplado a um PC. PICs com memória de um líquido polarizador da luz,
FLASH são altamente flexíveis na fase de eletricamente controlado que se encontra
desenvolvimento pois permitem uma rápida comprimido dentro de celas entre duas
alteração do código de programa. Como lâminas transparentes polarizadoras. Os eixos
ferramentas de desenvolvimento, encontram- polarizadores das duas lâminas estão
se disponíveis: gravadores, depuradores, alinhados perpendicularmente entre si. Cada
emuladores, placas de protótipos, etc. cela é provida de contatos elétricos que
A linha de microcontroladores PIC é permitem que um campo magnético possa ser
comumente utilizada em: Eletrônicos de aplicado ao líquido lá dentro.
consumo, automação, robótica,
instrumentação, eletrônica embarcada, entre
outros.
O elemento principal de um microchip é o
transistor. Dentro de um pequeno microchip
pode haver desde uma dúzia até alguns
milhões de transistores. Os transistores são
arranjados de forma a criar blocos funcionais
que uma vez interligados tornam o chip capaz
de realizar algum tipo de processamento.

Figura 2. LCD APEX P164001-00

2.3 Potenciômetro de resistência 10KΩ
Um resistor cuja resistência é variável por um
controle manual é denominado
potenciômetro.
O potenciômetro utilizado foi de 270° de
volta e resistência 10KΩ.
Geralmente utiliza-se um resistor de três
terminais onde a conecção central é deslizante
e manipulável. Se todos os três terminais são
usados, ele atua como um divisor de tensão.
Figura 3. Símbolo esquemático de um
potenciômetro
Potenciômetros são eixos encaixados numa
placa contendo o material resistivo.
A variação é obtida deslocando-se o eixo para
um lado ou para outro, variando a tensão de
saída em função da resistência.
Exemplos comuns de potenciômetros são os
botões de volume de Rádio e TV.
Figura 4. Potenciômetro de 270° de volta
2.4 Procedimentos:
Para realização do projeto foi construída uma
caixa de acrílico com tampa, dentro desta foi
colocada a placa de comando com um
microcontrolador.
Na frente da caixa ficou o monitor de cristal
líquido e na parte superior da mesma foi preso
o potenciômetro no qual foi adaptada uma
haste metálica.
Foi feito um programa em linguagem C
através do software Source Boost, esse
programa foi passado para o microcontrolador
PIC através do software Epicwin, para isso foi
utilizado a porta paralela do computador
(Porta com 25 pinos), uma placa especifica
para programar, um cabo de transmissão e um
transformador de 220 Volts CA(corrente
alternada) para 12 Volts CC(corrente
continua).
Com o instrumento montado foram feitas as
ligações do PIC com o LCD como segue:
Figura 5. Ligação do PIC com o LCD
Em seguida o potenciômetro foi ligado da
seguinte maneira:
Figura 6. Potenciômetro em seu formato
interno
A perna A foi ligada ao GND da placa, a
perna B foi ligada à tensão de saída da placa:
5V e a perna W ligada ao pino RA0 do PIC
(entrada).
O sinal de saída varia de 0 a 5V
aproximadamente, esse sinal é ligado ao PIC
(que está conectado à placa de comando), o
qual identifica a variação e, através do
programa calcula o ângulo e informa ao
display, que escreve no visor o ângulo
correspondente ao valor da entrada em
“graus."
Com o adaptador ligado à tomada, começou a
calibragem do instrumento.
O primeiro passo foi colocar o potenciômetro
na posição em que o sinal de saída fornecia
0V no sentido anti-horário, em seguida o
mesmo foi movimentado no sentido horário
até que a tensão começasse a variar, neste
momento a haste foi presa ao potenciômetro a
um ângulo de 0° em relação à tampa da caixa.
A partir de então foram realizadas medidas de
oito ângulos diferentes, usando como base um
A primeira coluna representa os ângulos do
bloco padrão. A segunda coluna representa os
valores lidos no LCD e a terceira coluna
mostra a tensão de saída do potenciômetro.
O erro médio entre os ângulos do bloco e os
valores lidos no LCD foi de 20,94%.
A variação do valor do LCD pela tensão de
saída está representa no gráfico a seguir:
Tensão x Ângulo
250

Ângulo (graus)
200
bloco padrão, em seguida essas medidas 150
foram repetidas para verificar a concordância
100
das leituras.
Deve ser considerando que devido à estrutura 50

construtiva do instrumento as medições 0

ficaram limitadas a um ângulo máximo de 0 1 2 3 4

180°. Tensão (V)

Figura 8. Gráfico tensão x ângulo

O potenciômetro teve um comportamento

linear na faixa utilizada.

Na segunda medição foram encontrados os

seguintes valores:

Tensão
Bloco (graus) LCD (graus) (volts)
0 0 0
30 33,6 0,55
45 54 0,87
Figura 7. Goniômetro digital montado
60 73,2 1,18
3. RESULTADOS OBTIDOS 90 111,6 1,8
120 145,2 2,35
As medidas obtidas foram as seguintes: 150 182,4 2,93
180 220,8 3,56
Tensão
Bloco (graus) LCD (graus) (volts) Tabela 2. Valores obtidos na segunda medida
0 0 0
30 34,8 0,57 A primeira coluna representa os ângulos do
45 54 0,87 bloco padrão. A segunda coluna representa os
60 73,2 1,19 valores lidos no LCD e a terceira coluna
90 111,6 1,8
mostra a tensão de saída do potenciômetro.
O erro médio entre os ângulos do bloco e os
120 145,2 2,35
valores lidos no LCD foi de 20,47%.
150 182,4 2,94
Para o cálculo dos erros foi desconsiderado o
180 219,6 3,54 primeiro valor de cada tabela.
Tabela 1. Valores obtidos na primeira medida
A variação do valor do LCD pela tensão de
saída está representa no gráfico a seguir:

Tensão x Ângulo

250
Ângulo (graus)

200

150

100

50
0
0 1 2 3 4
Tensão (V)

Figura 9. Gráfico Tensão x Ângulo

O potenciômetro teve um comportamento

linear na faixa utilizada.

4. CONCLUSÃO

Analisando os resultados obtidos, pôde-se

concluir que o instrumento construído tem
uma boa precisão, já que os erros percentuais
entre valores padrão e lidos nas duas tabelas
foram muito próximos, 20,94% na primeira e
20,47% na segunda. Mas não foi obtido uma
exatidão, o que poderia ser melhorado com
algumas mudanças no programa e
principalmente com uma melhoria na
construção da estrutura mecânica, pois a base
para medições não se apresentava em boas
condições e havia uma certa folga na bucha
que prendia a haste ao potenciômetro.

5. BIBLIOGRAFIA

http://www.lsi.usp.br/~chip
http://pt.wikipedia.org/wiki
A.T. Senai de Garibaldi, Apostila do Curso de
Metrologia