Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
CURSO DE DIREITO
DIREITO CIVIL I - Prof. Eduardo Tavares
AULA CONTEÚDO
1 Apresentação da disciplina
O Código Civil Brasileiro;
A Constitucionalização do Direito Civil
2 • Direitos da Personalidade
• Modalidades
• Aplicação de Princípios Constitucionais
3 • Fatos Jurídicos;
• Classificação
• Teorias
• Ato-Fato
4 • Ato Jurídico e Negócio Jurídico
• Existência, Validade e Eficácia
• Ato Jurídico stricto sensu
5 • Negócio Jurídico – Elementos Essenciais
• Teoria da declaração, da vontade e da confiança
• Classificação
• Forma
• Interpretação
• Motivo e Causa
• Pressuposição
6 • Modalidades do Negócio Jurídico; elementos acidentais
• Condição – Efeitos e Proibições; Modo e Condição: distinção
• Cláusulas perplexas
• Termo – Efeitos
• Encargo – conceito e efeitos
• APLICAÇÃO DE AV-1
7 • Defeitos do Negócio Jurídico
• Erro, Dolo, Coação
• Conceitos, requisitos e espécies
8 • Continuação dos defeitos do Negócio Jurídico
• Lesão, estado de perigo e Fraude Conta Credores
• Conceitos, requisitos e efeitosDiferenças ente as figuras jurídicas
semelhantes
9 • Invalidade do Negócio Jurídico
• Inexistência Jurídica
• Ineficácia e Invalidade
• Nulidade e Anulabilidade
• Conversão
• Simulação – conceito, requisitos e feitos
• Simulação Objetiva e Subjetiva. Absoluta e Relativa
10 • Atos Ilícitos
• Elementos, Culpa, Teorias
• Conseqüência do ato ilícito
• Dano
• Excludentes
• Abuso de Direito
11 • Prescrição e Decadência
• Diferenciação: direitos subjetivos e direitos potestativos
• Regras gerais e prazos de prescrição e Decadência
• Impedimento, Suspensão e Interrupção da Prescrição
APLICAÇÃO DE AV-2
12 Revisão
APLICAÇÃO DE AV-3
AULA 1
1 - Fontes:
- Direito Romano, legislação Justianéia;
- Ordenações do Reino – Filipinas; somadas às leis pós Brasil Império;
- Código Napoleônico de 1804;
- Código Alemão de 1896;
- Consolidação de Teixeira de Freitas.
2 - Histórico:
- É a legislação portuguesa que maior influência trouxe ao Código de 1916.
- Após a Independência em 1822, lei de 20/10/1823 determinou que continuasse a
vigorar a legislação do Reino, ou seja, as ordenações Filipinas ( 1603 ). Fato
interessante é que estas vigoraram em sua origem até 1863, quando revogadas. No
Brasil vigorou até a entrada do Código Civil em 1916.
- Na Constituição do Império, em 1824, determinava em seu artigo 179 , nº 18, a
organização de um código civil fundado na equidade e na justiça.
- O primeiro passo foi o esboço de Teixeira de Freitas, que só se efetivou em 1859,
resultou em estudo com 5.000 artigos, não aproveitado no Brasil. Porém, foi a grande
obra na Argentina do Direito Civil.
- Já na República, foi incumbido por Campos Sales, então Ministro da Justiça, um novo
projeto da autoria de Coelho Rodrigues; não foi convertido em lei.
- Como presidente da República, Campos Sales escolheu Clóvis Beviláqua para
elaborar novo projeto, baseado nos estudos de Coelho Rodrigues. No mesmo ano, o
jurisconsulto apresentou o projeto ( 1899 ) que , após quinze anos de debates, se
converteu no Código Civil Brasileiro, promulgado em 1916, entrando em vigor a 1º
de Janeiro de 1917.
6 – Princípios Básicos:
- Socialidade
- É o sentido social do Código, tendo como contraponto a visão individualista que
prevalecia no Código de 1916; prevalece o interesse coletivo sobre o individual, sem
deixar de lado o valor fundamental da pessoa humana. Ocorre a revisão de direitos e
deveres em relação ao proprietário, ao contratante, ao empresário, ao pai de família e
ao testador ( REALE).
- Eticidade
- Há uma prioridade à Boa-Fé, à equidade e à justa causa; funda o juiz, a sua decisão,
em valores éticos; quebra-se o formalismo de 1916; o código não pode prever tudo e
dispor sobre tudo. A pessoa humana é a fonte de todos os valores. Exemplo: situações
imprevisíveis do contrato
- Operabilidade
- É a efetividade que o código deve ter para que as normas sejam aplicadas. Melhor
exemplo é a diferenciação entre prescrição e decadência. O legislador deve atuar para
o indivíduo em sua situação específica.
9 – Caso Concreto nº 1
10 – Exercícios
Aula 2
DIREITOS DA PERSONALIDADE
1 – FDUNDAMENTAÇÃO
• Artigos 11 a 21 do Código Civil
• Fundamento: art. 5º, X da CRFB/88; art. 220 da CRFB; art. 5º, IV e V da CRFB/88.
• Pressuposto: existência de direitos extra-patrimoniais nas relações interprivadas.
Possibilita a pessoa atingida um instrumento para a sua defesa e reparação de danos
(lesão ou ameaça de lesão). Proteção à pessoa humana: direitos subjetivos privados.
• No antigo CC havia proteção ao patrimônio e à circulação de riquezas; tratava das
liberdades públicas e não da proteção à pessoa no âmbito privado.
LIVRO I, Título I:
Capítulo I – Da personalidade e da Capacidade
Capítulo II – Dos Direitos da Personalidade
3 - CARACTERÍSTICAS:
- generalidade; extrapatrimonialidade, caráter absoluto, inalienabilidade,
imprescindibilidade e intransmissibilidade, imprescritíveis, impenhoráveis, vitalícios,
necessários e oponíveis erga omnes
** inatos: duas correntes: ínsitos ao próprio homem X dependem de lei para nascerem, o
que prevalece
- os efeitos patrimoniais dos direitos da personalidade são transmissíveis.
OBSERVAÇÃO:
- Direitos Originários: são os direitos inatos às pessoas que se impunham ao Direito e ao
Estado;
- Direitos do Homem: são próprios de qualquer pessoa, tendo como critério identificador a
titularidade exercida pelo sujeito do direito, pessoa natural;
- Direitos Personalíssimos: são os insusceptíveis de serem transmitidos de um titular para
outro;
- Direitos Pessoais: são aqueles quem não tem natureza real.
4 - CLASSIFICAÇÃO:
- Direito à Integridade Física: à vida, ao próprio corpo e ao cadáver.
- Direito à Integridade Moral: honra, liberdade, recato, imagem, nome e direito moral
do autor.
5 – NO CÓDIGO CIVIL
Artigo 11:
- características gerais, salvo as exceções previstas em lei; limitação voluntária,
autorização por lei; comportamento do sujeito de direito.
Artigo 12:
- indenizatório por prejuízos materiais e morais, sem prejuízo de ações administrativas
ou penais.
- Parágrafo Único: companheiro ou companheira, na contra-mão do direito. A lei
8971/94 que trata de alimentos e sucessão para companheiros, regulando situação
específica.
Artigo 13
- trata da remoção de órgãos. Para atos praticados em vida; exigência médica ( risco de
vida presumido ); não basta autorização; médico deve atestar o procedimento.
- Contrariar os bons costumes – troca de sexo é vedada; bons costumes; depende da
região.
- Análise jurídica quanto a alteração em registro público; exames periciais e
intervenções cirúrgicas autorizadas
Artigo 14
- Objetivo científico ou altruístico ( transplante de órgãos para salvar vidas. Vontade do
doador presumida até disposição em contrário do próprio; cumpra-se à vontade do finado.
Artigo 15
- vedado o tratamento médico com risco de vida; autorização do paciente ou familiares.
Artigos 16 e 17
- nome = prenome + sobrenome;
- situação da mulher no divórcio: opção exercida pela mulher; manutenção do nome da
família é direito personalíssimo; referência com o nome dos filhos.
- Proteção ao nome veda a exposição vexatória ou vergonhosa por terceiros, independe
da intenção.
- PROTEÇÃO AO NOME: Atributo externo da personalidade; Natureza jurídica do
nome: direito da personalidade ou sinal distintivo revelador da personalidade.
- O prenome não pode ser alterado; apelidos públicos notórios; situações vexatórias;
acréscimos.
- Art. 56 da lei 6015 – pode ser alterado no primeiro ano após atingir a maioridade civil
desde que não haja prejuízo aos apelidos de família: inclusão de sobrenome materno,
supressões, traduções ; sempre por sentença do juiz, ouvido o MP. Lei 9807/99 -
Artigo 18
- autorização prévia do portador do nome; proteção à utilização do nome, pessoa física
ou jurídica; a marca está aqui incluída.
Artigo 19
- pseudômino de artistas integram a personalidade, desde que constante e legítimo, e
em atividade lícita; identificação da pessoa que o adotou.
Artigo 20
- proteção à honra, à boa fama e à respeitabilidade da pessoa para que não seja atingida
injustamente. A utilização deve se dar na forma da lei.
- Dano moral e dano material.
- Autorização expressa ou tácita, sem deixar dúvidas; renúncia à privacidade.
- Administração da Justiça: dilação probatória, por quebra de sigilo bancário, telefônico
ou fiscal ou qualquer outra prova amparada pelo segredo de justiça. Processo Judicial:
busca da verdade real.
- Autorização do Juiz competente ( administrativo e judicial ).
- Manutenção da Ordem Pública - juízo de valor da autoridade com plena convicção,
responsabilizando-se ante a pessoa do atingido; ordem pública X Direito Privado.
- Novamente no parágrafo único faltou o companheiro e companheira.
Artigo 21:
- Instrumento de proteção á vida privada, a inviolabilidade e à intimidade; é um
instrumento de proteção. Fundamenta-se no artigo 5º, XI da CRFB/88.
9 – EXERCÍCIOS
Aula 3
1 – Definições:
- O Código Civil vigente trouxe-nos uma correção no conceito de fato jurídico, ato
jurídico e negócio jurídico, de forma a facilitar a distinção entre os institutos.
- Fato Jurídico é todo o acontecimento que produz efeito jurídico: constitutivo,
conservativo, modificativo e extintivo.
- Poderá com a intervenção do homem ou não.
- Assim, teremos:
- O Fato Natural (da natureza), tais como, a chuva, o vento, o terremoto; poderá produzir
conseqüências jurídicas (perda da propriedade); O Fato Jurídico produzido pelo
homem mas que independe de sua vontade, tais como o usucapião, o nascimento, a
morte, e que produz conseqüências jurídicas; AMBOS OS CASOS SÃO Fato Jurídico
em sentido estrito;
- O Fato Jurídico produzido pelo homem através de sua vontade – SERÁ O ATO
JURÍDICO QUE PODERÁ SER LÍCITO OU ILÍCITO;
- No Código de 1916, o ato ilícito não era considerado ato jurídico por ser algo contra o
ordenamento; com o Novo Código, firma-se a posição do ato jurídico que embora
ilícito, produz efeitos jurídicos.
- Parece-nos, acompanhando a maioria dos autores, que o novo código civil veio corrigir
algumas situações que se encontravam fora desta classificação, ou seja, o ato jurídico e
ilícito que gera efeito jurídico; e ainda, os atos jurídicos que não contém intuito
negocial, mas que sendo lícitos geram efeitos jurídicos, mesmo não querendo o agente.
Assim, o agente, mesmo sem o intuito negocial, termina por gerar efeitos jurídicos com
atais atos.
2 – CLASSIFICAÇÃO:
Com o Código Civil vigente, melhor seria a seguinte classificação:
Ato Jurídico em
sentido estrito
Ato-Fato Jurídico (não negocial )
Fato Jurídico
(sentido amplo ) Lícita ( ato Jurídico
Em sentido amplo )
Negócio Jurídico
Ação Humana
a) Fatos Jurídico em sentido estrito - externos ao homem – fatos que não envolvem
qualquer ato humano e que provocam o surgimento ou a modificação de relações
jurídicas. Ex.: a mudança do curso de um rio; chuva em alto mar.
b) Ato-Fato Jurídico – não importa a vontade; efeitos produzidos pela norma; relevante é
a consequência do ato. Ex: compra de sorvete por uma criança.
achado de um tesouro.
ii) Ilícitos – atos desconformes com a lei e que produzem dano a terceiros que
devem ser indenizados, com ou sem intenção do agente ( interesse civil )
3 – O ATO-FATO JURÍDICO:
- é o fato jurídico, qualificado pela atuação humana, mas que para o direito é irrelevante se
a pessoa teve ou não a intenção de praticá-lo. Encontra-se no limiar das duas situações: é
um fato jurídico em que há atuação humana, mas que há intuito negocial, mas não há
vontade pois o direito o desconsidera. No entanto, produz consequências jurídicas: melhor
exemplo ocorre quando uma criança vai a uma sorveteria e compra um sorvete. Apesar de
haver um sentido de negócio jurídico, não há que se falar em elemento vontade, neste caso,
porém produz efeitos como verdadeiro negócio jurídico.
4 – Aquisição de Direito
- É o encontro do direito com seu titular. Pode ser originária – quando feita sem qualquer
relação com o titular anterior; ou derivada – quando há este relacionamento. Observe-
se, desde já, que “ninguém pode transferir mais do que possui”.
- Se há aquisição derivada esta uma SUCESSÃO, seja a título singular ( compra e
venda), seja a título coletivo ( herdeiro ou legatário ), ratando-se de objeto (coisa) ou
direito.
- Poderá, ainda, ser universal quando se transmite o patrimônio por inteiro ( sucessão
causa mortis ).
- Poderá ser gratuita ( sem contraprestação ) ou ( onerosa ).
- A aquisição de direitos estará sempre relacionada a um fato ou conjunto de fatos
(aquisição da propriedade por usucapião) que lhe são antecedentes.
- O Direito poderá ser atual – quando está pronto para ser exercido; ou futuro – cuja
aquisição ainda não se completou por faltar-lhe um fato, seja objetivo seja pelo tempo.
- O Direito Eventual é o direito futuro mas que já apresenta algum de seus elementos
constitutivos; já alguma relação com o presente, proteção jurídica. Alguém que vende
algo que ainda não possui e que deve adquirir para podre transmitir. O evento futuro é
inerente ao próprio negócio ao próprio direito. Há um elemento futuro que o direito
necessita para completar-se; índole interna.
- Direito Condicional é aquele que está sob uma condição, evento futuro e incerto. O
evento futuro é externo ao ato.
- Tais conceitos serão revistos posteriormente, quando tratarmos de validade e eficácia
do negócio jurídico.
5 – Modificação de Direito
6 – Defesa de Direito
7 – Extinção de Direito
9 – EXERCÍCIOS
Aula 4
JURÍDICO
1 – O Plano da Existência:
- Neste plano não se fala em invalidade ou de eficácia, mas tão somente sua análise
quanto a existência de certos elementos constitutivos, imprescindíveis à existência
do Negócio Jurídico.
Elementos constitutivos
a) Manifestação de Vontade:
em sentido estrito.
c) Objeto:
d) Forma:
2 – O Plano da Validade:
IMPEDIMENTO – apesar de capaz, o agente poderá estar impedido, ou seja, não possuir
legitimidade para proceder o negócio jurídico naquele caso concreto: tutor; o excluído da
herança por indignidade; a consequência desta violação é a nulidade do negócio jurídico
por violação à norma cogente.
LEGITIMAÇÃO – aptidão para atuar em negócio jurídico que tenham determinado objeto,
em função de uma relação em que se encontra o interessado em face do objeto. Ex.: o tutor
e os bens objetos de sua gestão; o condômino e o seu quinhão em coisa indivisível ( art.
504 do CC ); ascendente e a venda a descendentes art. 496 do CC ). Assim, a Legitimação
é instituto relacionado ao processo civil, ou seja, pode-se adquiri-la desde que cumpridas
certas condições processuais.
- o objeto não pode estar contra a lei, a moral ou os bons costumes, sendo estes interesse
da sociedade que não podem ser colididos; deve ser juridicamente possível. Atenção
para os objetos de contratos que são tolerados pela sociedade ( ex.: contrato de locação
em casas de prostituição )
- Quando o objeto é ilícito, ou quando se atua em juízo em busca da própria torpeza,
caberá ao magistrado buscar a justiça e a conveniência, fundando-se nos artigos 150,
182 e 885 do CC
item acima.
- Tema polêmico, não se deve confundir, no direito pátrio, a causa com o motivo,
sendo este um elemento móvel subjetivo, irrelevante para o direito; somente terá
sentido analisar-se a causa se esta possui relevância jurídica.
Gomes); caberá ao direito tutelar atos socialmente úteis. Ex.: num contrato de
3 – O Plano da Eficácia:
Atos praticados contra o interesse do Representado, pois causam prejuízo – art. 118.
- Interesse do Representado X Interesse do Terceiro de Boa-Fé – art. 119
9 – EXERCÍCIOS
Aula 5
1 – Definições:
São elementos acidentais; não são indispensáveis, porém alteram as consequências do ato
jurídico; afetam o negócio jurídico, sempre por ajuste entre as partes.
Encontra-se no plano da Eficácia do Negócio Jurídico; eficácia do ato negocial
Normalmente, são verificados os planos da existência e da validade, para após tratar-se do
plano da eficácia.
Não é qualquer eficácia do negócio, mas aquela eficácia determinada pela vontade das
partes.
Um negócio jurídico TERÁ ELEMENTOS DE EXISTÊNCIA E DE VALIDADE,
podendo ainda ser composto com ELEMENTOS ACIDENTAIS ( EFICÁCIA ).
Podem ser: a condição, o termo e o encargo.
OBSERVAÇÃO: poderá o ato nulo ou anulável produzir efeitos jurídicos, com
repercussões no plano da eficácia. Ex: Casamento Putativo; Ato-Fato Jurídico.
ATENÇÃO:
- A condição passada faz do negócio puro e simples.
- Tratando-se de evento certo, não é condição, mas TERMO.
- Há negócios que não permitem qualquer condição. Ex: Casamento, Emancipação,
Sucessão. A questão maior é o risco para institutos protegidos pela sociedade.
ATEJÇÃO: venda a contento ( não é considerada potestativa ) , mas sim uma venda que se
efetiva na medida em que o comprador provar e gostar, e só assim querer comprar;
satisfação do adquirente.
- Impossibilidade Física – subordina a evento que contradiz a natureza das coisas. Ex.:
Jamais chover na Terra. É condição inalcançável por TODAS as pessoas. É condição
inexistente ( art. 124 do CC )
- Juridicamente Impossível – condição que colide com a lei, a moral ou os bons
costumes. É invalidado o ato a ela subordinado ( art. 123 do CC ), contamina todo o
contrato, tornando-o nulo.
Ex.: a questão de não contrair casamento de forma geral pode ferir a liberdade ou ser
altruísta. Com certa pessoa não ( Silvio Rodrigues ). Também por doença é contraditório.
Da Retroatividade da Condição
- A regra geral é de que a condição não retroage, ou seja, os efeitos produzidos antes de
suprida a condição não são considerados.
- A exceção à regra só deverá ser considerada quando convencionado pelas partes ou se
lei específica estabelecer. Ex.: atos de disposição durante a pendência da condição
suspensiva ( art. 126 do CC );
- Prevalecerá sempre o princípio da Boa-Fé. ( art. 128, in fine do CC )
3 – O Termo ( art. 131 do CC )
- Está relacionado à eficácia do ato jurídico; é o dia em que começa ou que termina sua
eficácia;
- Há negócios jurídicos em que a eficácia é instantânea, de exigibilidade imediata;
- É acontecimento futuro e certo. Possui duas características: futuridade e certeza
- Diferencia-se da condição pelo fato deste ser direito eventual, podendo ou não se
realizar.
- Já no termo, o direito pertence ao credor, é certo, é deferido; ocorre apenas a suspensão
da eficácia do negócio jurídico.
- O termo inicial, termo suspensivo, dies a quo – é aquele que suspende o exercício do
direito; a eficácia negocial é protraída para data certa, a partir da qual as obrigações são
exigíveis, onde começa a eficácia de um ato jurídico; compara-se à condição
suspensiva. Suspende o exercício mas não a aquisição do direito ( art. 130 do CC ). A
exigibilidade do negócio é transitoriamente suspensa, mas as partes adquirem desde já
os direitos e deveres do negócio jurídico. Pode haver o cumprimento antecipado da
obrigação, não se caracterizando enriquecimento sem causa, pois há direito. A
subordinação é apenas do exercício, exigibilidade, que está suspensa..
- O termo final, termo resolutivo ou extintivo, dies ad quem – é o que dá o término a um
direito; as partes podem acordar a data certa, onde termina a eficácia do ato jurídico;
compara-se a condição resolutiva. ( art. 135 do CC )
- O termo poderá ser certo; há certeza na ocorrência, podendo ser uma data ou um lapso
temporal
- Porém , também poderá ser incerto, sendo certo que existirá ( “quando José morrer !”)
- O termo poderá ser convencional, legal ou de graça ( fixado por decisão judicial ).
9 – EXERCÍCIOS
Aula 6
1 – Introdução:
- A vontade, no ato jurídico deve ser livre e consciente. É elemento essencial; se não,
ocorre o ato está defeituoso.
- A vontade pode não se manifestar, gerando ato nulo ou inexistente.
- A nova abordagem do Código Civil: Erro, Dolo, Coação, Estado de Perigo, Lesão e
Fraude contra Credores.
- Simulação passa ao capítulo da invalidade do Negócio Jurídico.
- A Lesão é retomada como Defeito do Negócio Jurídico.
- O negócio terá vida jurídica até ser anulado.
- PRAZO DECADENCIAL PARA ATOS JURÍDICOS EIVADOS DE VÍCIOS, na
forma do artigo 178, I, II e III do CC; prazo da pretensão; a partir que cessar a
incapacidade; simulação com prazo imprescritível – ato nulo.
OBS:
I. O erro grosseiro é inescusável, tendo como parâmetro o homem comum, ou
que pode ser percebido por pessoa de diligência normal; a referência maior é
a declaração de vontade;
II. A posição do declaratário deve ser considerada pois encontrava-se de boa-fé,
não colaborou para a situação de erro; por isso deve ser escusável o erro do
declarante.
III. O erro deverá ser examinado na situação concreta considerando o homem
normal, a declaração de vontade, a diligência exigida.
Erro Substancial:
- É aquele que, se fosse conhecida a verdade, o consentimento não se externaria. (art.138
do CC ).
- Na forma do art. 139 do CC, ocorre erro substancial quando o engano:
a) Erro da natureza do ato: venda e doação.
b) Erro sobre o objeto da declaração: troca de imóvel por outro na mesma quadra.
c) Erro em relação a qualidades essenciais do objeto: quadro original; cavalo de corrida.
d) Erro em relação à pessoa: doação a pessoa errada ( intuitu personae )
Erro Escusável:
- Não é estabelecido pelo lei, pois esta o coloca implícito no termo Erro. Dependerá da
situação da parte que a alega, se tinha obrigação de conhecer a verdade. Verifica-se a
diligência necessária para o ato jurídico. Ex.: compra de terreno com recuo que
inviabiliza a construção.
Dolo Principal
- Constitui o vício de consentimento, capaz de anular o ato jurídico;o ato não ocorreria
se não houvesse o dolo principal.
Dolo Acidental
- É o ato ilícito, mas que não anula o ato jurídico, promovendo, exclusivamente, as
perdas e danos; o ato ocorre, porém de forma diferente, mais onerosa para a vítima do
dolo; não é a razão precípua do negócio jurídico. ( art. 146 do CC )
Intensidade do Dolo.
- Dolo tolerado é aquele que uma vez efetivado poderia ser facilmente percebido pelo
contratante; não há, assim, ANULAÇÃO DO ATO, devido a ausência da gravidade;
deve o contratante possuir diligência necessária para apurar as informações trazidas.
ex.: o vendedor que exagera nas virtudes do bem que comercializa
- ATENÇÃO PARA SITUAÇÕES DO CDC, onde princípios expressamente
estabelecidos na lei retiram tal possibilidade, caracterizando-se a hipossuficiência do
consumidor. Dolo Positivo e Dolo Negativo )
4 – Coação:
- A vontade deve ser livre e consciente. Ocorre a Coação quando esta vontade não se
manifestou livremente. Há uma pressão exercida sobre o indivíduo de forma a
influenciá-lo na concordância do ato. Este ato deve ser injusto.
- Violência:
vis absoluta – violência física; não há consentimento; a vontade é integralmente
neutralizada; não há ato jurídico; ato por inexistência, falta
pressuposto de existência.
vis compulsiva – violência moral; é vício de vontade; há uma escolha da vítima pelo
ato extorquido; ato anulável; temor constante e capaz de perturbar
o espírito.
- Pressupostos para caracterizar a Coação: ( art. 151 do CC )
b) Que ela seja grave – a gravidade deve ser tamanha para o aparecimento do
temor que vicie a escolha da vítima pelo ato extorquido.
Demonstração: Critério Abstrato – compara-se ao homem médio e normal
( afasta-se a desmedida covardia) ;
Critério Concreto – examina-se a vítima e suas particularidades ( sexo, educação,
temperamento ); utilizada no Código Civil em seu artigo 152, critério subjetivo.
- O simples Temor Reverencial ( desgosto de pai e mãe, superior hierárquico;
pessoas que inspirem respeito e obediência ) não se caracteriza com a gravidade
exigida para a coação ) art. 153 do CC, vez que desacompanhado de outros
expedientes coatores; se a força moral vier acompanhada de ameaças e violência,
vicia o ato.
- Ex.: casamento, relações trabalhistas
c) Que ela seja injusta – atuação em desacordo com a lei; deve ser ilícito; a
obtenção de fim a que tem direito é lícita ( Ex.: ameaça de execução de dívida ).
- Embora a cobrança seja lícita, não pode extorquir o injusto ( Ex.: denúncia de ato
ilícito se não pagar a dívida; cobrança de hipoteca se não casar ). Art. 153 –
“normal” = exercício de direito X abuso de direito. A iliceidade está no meio
utilizado pelo agente.
d) Que ela seja atual ou iminente – deve a coação incutir no paciente o temor de
um dano iminente; deve ser atual e inevitável ( mal evitável, remoto ou impossível
não se caracteriza como coação ); deve a ameaça provocar o espírito da vítima um
temor intenso para viciar a vontade.
9 – EXERCÍCIOS