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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CAMPUS I CAMPINA GRANDE


CENTRO CCT
DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA
CURSO DE Estatística

Erivaldo Pereira da Silva


Michell Alves de Almeida

CONHECIMENTO CIENTÍFICO: EMPIRISMO E RACIONALISMO

SOLÂNEA/PB
2020
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ERIVALDO PEREIRA DA SILVA
Michell Alves de Almeida

CONHECIMENTO CIENTÍFICO: EMPIRISMO E RACIONALISMO

Trabalho referente à nota da primeira unidade,


apresentado ao Prof. Eugenio Pereira. Tem
como objetivo analisar a capacidade de
trabalho em grupo do aluno, e suas habilidades
de entender e expor aquilo que foi lhe
proposto.

PROFESSOR: Eugenio Pereira

SOLÂNEA/PB
2020

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CONHECIMENTO EMPIRICO E RACIONALISTA
Ciência “...a guardiã e a descobridora da verdade (HÜBNER, 1993, p. 37).

... será sempre questão de decisão ou de convenção saber o que


deve ser denominado ciência e quem deve ser chamado cientista
(POPPER, 1975, p. 55).

... um discurso sobre o método científico será sempre um


discurso de circunstância, não descreverá uma constituição definitiva
do espírito científico (BACHELARD, 1968, p. 121).

O sábio deve organizar; fazemos ciência com fatos assim como


construímos uma casa com pedras, mas uma acumulação de fatos não
é ciência assim como não é uma casa um monte de pedras
(POINCARÉ, 1985, p. 115).

Não existe uma única concepção de ciência. Podemos dividi-la em períodos históricos,
cada um com modelos e paradigmas teóricos diferentes a respeito da concepção de mundo, de
ciência e de método. Pretende-se, de uma forma mais simplificada, analisar a ciência grega,
que abrange o período que vai do século VIII A.C até o final do século XVI, a ciência
moderna, do século XVII até o início do século XX, e a ciência contemporânea que surge no
início deste século até nossos dias. (KÖCHE, José Carlos 2008, p.44)
A constituição da ciência moderna, que ocorre no âmbito da aventura das descobertas
marítimas, reflete e atiça a curiosidade pelos fatos. Navegar é preciso. Lançar-se no
desconhecido significa apostar na busca do novo. Mas também requer um exercício de
autodomínio: construir caravelas, usar o telescópio, verificar a posição dos astros para não se
perder demasiadamente, enfrentar o mar, controlando-o para não ser por ele devorado. Enfim,
deve-se usar a razão. É preciso navegar, mas com método, com ordem e medida, sabendo
quais passos dar para atingir um determinado fim. Não se deve se deixar levar por nenhuma
influência de cunho pessoal, passional ou cultural. (CARVALHO, Alex, 2000, p.8)

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Eis, de forma um tanto tosca, o problema central da ciência moderna: a questão do
método. Sem ordem não há conhecimento possível. O problema dos modernos vai ser o de do
ponto de vista filosófico, ou mais especificamente epistemológico, fornece as bases seguras
do conhecimento, desprovendo-o de erros, erros estes advindos da falta de método, da ordem
e medida necessários ao correto proceder da razão. (CARVALHO, Alex, 2000, p.9)
O empirismo ingênuo criticou principalmente a leviandade com que os observadores
se deixavam levar pelas impressões dos sentidos e concluíam generalizações utilizando
indevidamente a indução (indução por enumeração). A experiência vulgar, segundo ele,
conduzia a enganos. (KÖCHE, José Carlos 2008, p.49)
O responsável pela chamada revolução científica moderna foi Galileu, ao introduzir a
matemática e a geometria como linguagens da ciência e o teste quantitativo-experimental das
suposições teóricas como o mecanismo necessário para avaliar a veracidade das hipóteses e
estipular a chamada verdade científica, mudando radicalmente a forma de produzir e justificar
o conhecimento científico. Com Galileu se estabelecer a nova ruptura epistemológica que
desenvolve a ideia de se traçar um caminho do fazer científico – método quantitativo-
experimental – desvinculado do caminho do fazer filosófico – empírico, especulativo-
racional. Foi através da revolução galileana, como nos demonstra Koyré (1982), que começa a
explosão da ciência moderna, estabelecendo o corte epistemológico com a concepção de
universo e de conhecimento aristotélico, e iniciando um novo paradigma que culminaria com
o sucesso da física newtoniana. (KÖCHE, José Carlos 2008, p.52)
O período entre os séculos XVII e XVIII conheceu uma figura luminar que, pela sua
atividade científica, vai permitir que o projeto da ciência moderna se estabeleça
definitivamente: I. New ton. Suas contribuições se estendem às mais diferentes áreas do
conhecimento: na matemática, criou o cálculo diferencial; na astronomia, formulou a lei da
gravitação universal; na ótica, formulou a teoria corpuscular da luz; na mecânica, as leis dos
movimentos cios corpos; e, na química, o atomismo. Com certeza, ele não foi vítima da maçã!
Ela não caiu sobre sua cabeça, como pretendem alguns. Mas reza a lenda que, observando a
queda desta fruta, ele intuiu a explicação da gravitação e formulou a lei relativa a esse
fenômeno. (CARVALHO, Alex, 2000, p.13)
O método matemático elaborado por Newton permitia converter os princípios físicos
(verificáveis pela observação) em resultados quantitativos, e chegar igualmente aos princípios
físicos pela observação. Assim, Newton combinou de maneira apropriada as duas tendências
até então antagônicas: o empirismo e o racionalismo. Afirmava ele que tanto os experimentos

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sem interpretação sistemática (empirismo) como a dedução sem a evidência experimental
(racionalismo) não levam a uma teoria confiável. Para Newton, tudo o que não é deduzido dos
fenômenos constitui mera hipótese, e, na sua filosofia empírica, esta não tinha lugar, porque
as proposições particulares são inferidas dos fenômenos e depois tornadas gerais por indução.
(CARVALHO, Alex, 2000, p.13)
Já na concepção de Galileu, a razão construiria uma armadilha experimental capaz de
forçar a natureza a fornecer respostas concretas, mensuráveis quantitativamente. Essas
respostas seriam utilizadas para avaliar a veracidade empírica do modelo hipotético-
quantitativo racionalmente construído. A realidade poderia, como resposta, através de seus
números, dizer um sim ou um não. Com este procedimento Galileu estabeleceu o domínio do
diálogo científico, o diálogo experimental, que era o diálogo entre o homem e a natureza,
intermediado pelo pressuposto de que o real era geométrico e os fenômenos da realidade se
comportavam de acordo com relações e princípios quantitativos. Ao homem competiria, com
sua razão, teorizar e construir a interpretação matemática do real e à natureza caberia
responder se concordava ou não com o modelo sugerido. Ascientia, o conhecer, se reduzia à
forma experimental de desenvolvê-la, como uma interrogação hipotética endereçada à
natureza a respeito das relações quantitativas existentes entre as propriedades dos fenômenos
e a análise de suas respostas. (KÖCHE, José Carlos 2008, p.53)
A partir de Galileu, as principais “verdades” defendidas pela concepção aristotélica de
ciência, principalmente as da física e as da cosmologia, foram questionadas e rejeitadas. O
modelo cosmológico que afirmava ser o universo eterno, geo-cêntrico, fechado na última
esfera das estrelas visíveis a olho nu, finito, dotado de movimentos circulares, fundamentado
em uma física dualista, uma para explicar os movimentos terrestres – dos corpos corruptos e
imperfeitos – e outra para os movimentos celestes – dos corpos eternos e perfeitos –, foi posto
em dúvida juntamente com a forma de produzir e justificar a validade desses conhecimentos.
(KÖCHE, José Carlos 2008, p.53)
A ciência moderna nasce sob o signo da diversidade, tanto no que se refere às suas
condições de nascimento (ver as diferentes crises mencionadas no início do texto) como nas
diversas propostas (algumas das quais foram anteriormente assinaladas) sobre seus
fundamentos. De todo modo, vai se constituindo ao longo da modernidade e, de certa forma,
até hoje, como um campo seguro, provedor de certezas e de formas específicas de se
estabelecer no mundo, provendo sentidos para a existência. (CARVALHO, Alex, 2000, p.14)

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O paradigma newtoniano, impregnado pelo indutivismo e empirismo, gerou uma cega
confiabilidade na ciência, sem dúvida alguma, sustentada na certeza e exatidão dos resultados
das teorias obtidas por um procedimento julgado perfeito: pensou-se que se poderia, sem
interferências de ordem subjetiva, teórica, ou metafísica, descobrir as leis ou princípios que
comandavam os fenômenos da realidade. (KÖCHE, José Carlos 2008, p.57)
O debate entre empirismo e racionalismo, assim como a física newtoniana, constitui o
contexto a partir do qual Kant elabora sua obra. Vamos analisar aqui o modo como Kant
pretende superar a dicotomia racionalismo-empirismo, ou seja, como o autor vai buscar
resolver o processo de produção de conhecimento, considerando a ciência de sua época. É na
Cíi a da r z o p r r t c a ã u a que Kant, inspirado por D. Hume, elabora uma síntese sobre a
questão do conhecimento. O horizonte da Cíi a r t c, como não poderia deixar de ser, é a razão
humana, liberta de tudo o que é exterior a si mesma. Assim, Kant considera, como Descartes,
que a ciência produz um conhecimento universal e correto (do qual não se pode duvidar).
Sendo universal, ultrapassa o plano da pura experiência sensível e contingente. É a razão
humana, nas suas possibilidades e limites, que garante, perante o tribunal kantiano, a
produção de verdades universais pela ciência. (CARVALHO, Alex, 2000, p.19)
O tempo e o espaço são, para Kant, categorias a priori (antes da experiência) a partir
das quais situamos nossa própria experiência. (CARVALHO, Alex, 2000, p.19)
É claro, dirá Kant em sua busca de superação do empirismo e do racionalismo, que a
experiência sensível também conta na elaboração do conhecimento científico. O material
empírico ou a matéria são necessários na medida em que f r a o m s sem matéria não fornecem
conhecimento da realidade. Por outro lado, a organização das impressões captadas pelos
sentidos é dada pelas categorias a priori, ou seja, pela estrutura da razão pura, que é comum à
espécie humana - o que garante a universalidade do conhecimento produzido. Por ser
universal, tal estrutura é tida por Kant como transcendental, isto é, independente da
experiência particular de cada ser humano, sendo própria, como foi dito, de todos os homens.
(CARVALHO, Alex, 2000, p.19)
É no interior da própria física, no entanto, que se inicia a ruptura com o dogmatismo e
a certeza da ciência. Um dos primeiros a denunciá-la foi Pierre Duhem (1861- 1916). Para ele
o cientista constrói instrumentos, ferramentas – suas teorias – para se apropriar da realidade,
estabelecendo com ela um diálogo permanente. (KÖCHE, José Carlos 2008, p.58)
principal contribuição para uma nova concepção de ciência foi dada por Einstein. As
suas teorias da relatividade restrita e da relatividade geral foram importantes não apenas pelo

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conteúdo que apresentaram, mas pela forma como foram alcançadas. Bacon afirmara que as
ideias preconcebidas deveriam ser eliminadas da mente do investigador. Einstein não as
eliminou. Ao contrário, semelhante ao artista, deu asas à sensibilidade e à imaginação.
Projetou subjetivamente um modelo de mundo que não fora captado registrando passivamente
dados sensoriais, mas influenciado por suas emoções, paixão mística, impulsos de sua
imaginação, convicções filosóficas e, como ele próprio afirmou, por um “sentimento religioso
cósmico” (apud THUILLIER, jul. 1979, p. 24-29).
Como conseqüência dessa primeira ruptura que atingiu diretamente o processo de
descoberta da visão moderna de ciência, aparece uma segunda contribuição de Einstein: a
demonstração de que, por maior que seja o número de provas acumuladas em favor de uma
teoria, ela jamais poderá ser aceita como definitivamente confirmada. Os esquemas
explicativos mais sólidos podem ser substituídos por outros melhores. O progresso científico,
então, deixa de ser acumulativo para ser revolucionário. E o critério até então adotado para
distinguir a ciência da não-ciência, o da confirmabilidade obtida pelo uso do método
experimental indutivo, cai por terra. E uma nova pergunta se coloca: Que critério utilizar
para demarcar e distinguir a ciência de outras formas de conhecer? É possível ter um
procedimento padrão, um método científico, para fazer ciência? (KÖCHE, José Carlos
2008, p.60)
Uma das críticas mais radicais ao projeto moderno de ciência foi feita por F. W.
Nietzsche, ainda no final do século XIX. A radicalidade da crítica elaborada por Nietzsche
centra-se em dois aspectos: (1) a concepção cartesiana do sujeito do conhecimento e (2) a
concepção de realidade. Com relação ao primeiro aspecto, Nietzsche não admite que possa
existir um sujeito purificado de todas as contingências da vida, sobretudo a da linguagem, a
partir da qual os homens se relacionam uns com os outros. Na medida em que esse sujeito
perde sentido, o próprio objetivo da ciência está em discussão. Este objetivo não seria mais
simplesmente o de produzir verdades eternas que correspondem à natureza das coisas em si,
mas sim o de se situar em um jogo de poder, uma vez que se trata de dominar a natureza e
regular as relações com os outros homens, a partir de critérios inventados (e não descobertos)
durante a h s ó a i t ri da humanidade. Nesse sentido é que se pode entender a colocação de
Nietzsche de que não existem fatos, só interpretações. Segundo Nietzsche, os conceitos são
formulados à medida que o homem precisa dominar a natureza e se comunicar com outros
homens, em razão da sua própria sobrevivência como espécie. No entanto, freqüentemente o
homem se esquece da forma pela qual um conceito é produzido. Como vimos no exemplo da

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rosa, é pelo abandono das diferenças individuais, presentes em cada rosa tomada na sua
particularidade, que um conceito é concebido. Para efeito de comunicação entre os homens e
manipulação da natureza, privilegia-se, assim, uma lógica da identidade, isto é, prioriza-se
aspectos abstratos do real. (CARVALHO, Alex, 2000, p.33-34)

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Referências:

CARVALHO, Alex; MORENO, Eleni; BONATO, Francisco Rogerio de Oliveira; SILVA,


Ivone Pereira da. O que é metodologia científica. In: CARVALHO, Alex; MORENO, Eleni;
BONATO, Francisco Rogerio de Oliveira; SILVA, Ivone Pereira da. Aprendendo
Metodologia Científica. São Paulo: O nome da rosa, 2000. P.11-78.

KÖCHE, José Carlos. Ciência e método: uma visão histórica. In: KÖCHE, José Carlos.
Fundamentos de Metodologia Científica. 25.ed. Petrópolis: Vozes,2008. P.41-86.

RODRIGO, Lidia Maria. A questão da cientifidade das ciências humanas. Pro-Posições (FE-
Unicamp), Campinas, v. 18, n. 1 (52), p. 71-77, jan./abr 2007.

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