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Rio de Janeiro
2010
FRANCISCO DIONLENO RODRIGUES HOLANDA, HENRIQUE LIMA DA SILVA,
GUSTAVO CESAR DE ARAUJO PENNA, JORGE FERNANDO PITA DA COSTA,
VANESSA CAMPOS RIBAS VIEIRA
Rio de Janeiro
2010
Francisco Dionleno Rodrigues Holanda, Henrique Lima da Silva, Gustavo Cesar de
Araujo Penna, Jorge Fernando Pita da Costa, Vanessa Campos Ribas Vieira
Aprovado em : __________________________________________
Banca Examinadora :
____________________________________________
Cláudia Affonso
Professora do Colégio Pedro Segundo de São Cristóvão
RESUMO
A seguinte dissertação tem como objetivo mostrar o cotidiano das favelas e as mudanças
ocorridas nas últimas três décadas, mostrando não apenas o lado nebuloso das favelas.
Abordando temas como o do tráfico e seus convívio com os moradores da favela, o
cotidiano de seus moradores, as intervenções do estado nas favelas e os diversos tipos de
projetos sociais. Esse tema é fragmentado em todos esses sub-temas, para que haja o
entendimento dos específicos assuntos, fazendo com que o entendimento do tema seja
facilitado. Em sua conclusão elabora-se a síntese das mudanças mais significativas
ocorridas nesse espaço de tempo.
The following essay aims to show the daily slums and the changes in the last three
decades, showing not only the foggy side of the slums. Approaching issues such as
trafficking and its contact with the residents of slum, the everyday of its residents, the
operations of state in the slums and various social projects. This theme is fragmented into
all these sub-themes, that there is the understanding of specific issues,
making understanding of the subject be facilitated. In his conclusion draws up a summary
of the most significant changes occurred during that time.
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 9
2 A MUDANÇA NA FAVELA NAS ÚLTIMAS DÉCADAS.............. 11
3 POR QUE E COMO ESSE MOVIMENTO SE ESPALHOU......... 13
4 O QUE OS MORADORES ACHAM DA QUALIDADE DE VIDA QUE
ELES LEVAM NA FAVELA ............................................................. 14
5 O CONVÍVIO COM O TRÁFICO..................................................... 15
6 A INTERFERÊNCIA DO GOVERNO ............................................. 17
7 PENSAMENTOS DA POPULAÇÃO DE NÍVEL SOCIAL ‘SUPERIOR’
EM RELAÇÃO A FAVELA............................................................... 19
8 QUALIDADE DE VIDA NAS FAVELAS........................................ 20
9 PROJETOS.......................................................................................... 21
10 CONCLUSÃO...................................................................................... 24
11 REFERÊNCIAS.................................................................................. 25
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1 INTRODUÇÃO
Historicamente, a favela é definida pelo que não seria ou pelo que não teria. Nesse
caso, é apreendido, em geral, como um espaço destituído de infra-estrutura urbana - água,
luz, esgoto, coleta de lixo; sem arruamento; globalmente miserável; sem ordem; sem lei;
sem regras; sem moral. Enfim, expressão do caos. Outro elemento peculiar da
representação usual das favelas é sua homogeneização. Presentes em diferentes sítios
geográficos – em planícies, em morros, às margens de rios e lagoas – e reunindo algumas
centenas de moradores até alguns milhares, possuindo diferentes equipamentos e
mobiliários urbanos , sendo constituídas por casas e/ou apartamentos, com diferentes
níveis de violência e presença do poder público, com variadas características
socioambientais, as favelas constituem-se como territórios que se exprimem em
paisagens consideravelmente diversificadas. A homogeneidade, no entanto, é a tônica
quando se trata de identificar esse espaço popular. quando se trata de identificar esse
espaço popular.
Compreendemos que as favelas constituem moradas singulares no conjunto da
cidade, compondo o tecido urbano, estando, portanto, integrado a este, sendo, todavia,
tipos de ocupação que não seguem aqueles padrões hegemônicos que o Estado e o
mercado definem como sendo o modelo de ocupação e uso do solo nas cidades. Estes
modelos, em geral, são referenciados em teorias urbanísticas e pressupostos culturais
vinculados a determinadas classes e grupos sociais hegemônicos que consagram o que é
um ambiente saudável, agradável e adequado às funções que uma cidade deve exercer no
âmbito do modelo civilizatório em curso.
Acreditamos que uma definição de favela não deve ser construída em torno do que
ela não possui em relação ao modelo dominante de cidade. Pelo contrário, elas devem ser
reconhecidas em sua especificidade sócio-territorial e servirem de referência para a
elaboração de políticas públicas apropriadas a estes territórios. Este reconhecimento já
vem sendo realizado, em parte, por meio do Estatuto da Cidade, que define as favelas
como áreas de especial interesse, que necessitam de uma regulação própria baseada na
sua materialidade dada. É da concretude da sua morfologia que se estabelecem as
referências possíveis do que é compreendido como uma morada digna, dotada das
condições necessárias para o bem-estar e o bem-viver. Enfim, uma morada onde grupos
que se aproximam por valores, práticas, vivências, memórias e posição social, construam
sua identidade como força de realização de suas vidas.
A favela é um território constituinte da cidade caracterizada, em parte ou em sua
totalidade, pelas seguintes referências:
- insuficiência histórica de investimentos do Estado e do mercado formal, principalmente
o imobiliário, financeiro e de serviços;
- forte estigmatização sócio-espacial, especialmente inferida por moradores de outras
áreas da cidade;
- níveis elevados de subemprego e informalidade nas relações de trabalho;- edificações
predominantemente caracterizadas pela autoconstrução, que não se orientam pelos
parâmetros definidos pelo Estado;
- apropriação social do território com uso predominante para fins de moradia; indicadores
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e, aspecto absolutamente novo, vem criar mercado de terras no interior das favelas, já que
mesmo os imóveis não regularizados agora não correm mais o risco de serem removidos.
Se a população do Rio de Janeiro está se encaminhando gradualmente para as favelas,
não é menos verdadeiro que um fenômeno concominante e complementar está ocorrendo:
a favela está descendo o morro e ocupando o asfalto, isto é, em várias áreas da cidade a
decadência dos equipamentos públicos, a desestruturação do espaço urbano, a degradação
urbanística está convertendo bairros em favelas.
Nas ultimas décadas,um dos índices que mais aumentou nas favelas foi a violência.O
tráfico de drogas,a disputa pelo comando das favelas,confronto com a policia,entre outras
coisas,influenciaram o aumento desse índice,e no meio disso tudo,muitos inocentes
morreram.
Se por um lado nos últimos anos a favela foi tida como um local perigoso, por ter
muitos bandidos, guerra do tráfico,entre outras coisas, com a ajuda da Secretaria Estadual
de Segurança Pública do Rio de Janeiro foi criada a Unidade de Polícia
Pacificadora(UPP), que pretende instituir polícias comunitárias em
favelas,principalmente na capital do Estado, com o objetivo de desarticular quadrilhas
que antes controlavam estes territórios,e vem conseguindo resultados satisfatórios,com
grande parte das favelas do Estado do Rio de Janeiro sendo ocupadas e pacificadas.Outra
grande iniciativa do Governo é o Programa de Aceleração do Crescimento, que vem
beneficiando as favelas com obras de infra-estrutura, incluindo habitação, saneamento
básico e transporte.
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É comum ouvirmos a famosa frase: “você acha que alguém mora na favela por que
quer?”, diferente do que muitas pessoas pensam não dá pra generalizar e pensar que todos
moradores não gostam de viver em comunidades. Existem aqueles que gostam e existem
aqueles que habitam esses locais por falta de oportunidade, por falta de condição para que
possam morar em locais ditos como 'melhores'.
Muitos dizem preferir morar em favelas, já que nelas não existe a cobrança de muitos
serviços como água, luz, televisão à cabo e etc; além do fato de se dizerem protegidos
dentro desses locais. Porém hoje em dia com a entrada das polícias pacificadoras, passa a
ser cobrado tais taxas, além da permanência da segurança, só que dessa vez a segurança
policial, e não a segurança de criminosos.
Por outro lado as pessoas insatisfeitas por morarem nas favelas, pensam assim pois a
qualidade de vida certamente não é a das melhores, estando essas pessoas diariamente
expostas à criminalidade e ao perigo dos conflitos entre facções rivais e conflitos com a
própria policia.Além de tudo ainda tem o frequente descaso por parte do estado, que faz
muitos projetos, que promete muito em época das eleições e que na verdade pouca coisa
é realmente feita. Há vários tipos de problemas além do crime propriamente dito, como:
precárias moradias, problemas nas redes de esgoto, falta de limpeza, etc.
Mas isso tudo parece estar sendo solucionada com a entrada das UPP’s em
comunidades, logo a qualidade de vida desses moradores parece estar mudando e esses
problemas estão sendo solucionados, fazendo com que as favelas se tornem locais que
dão toda condição para que seus moradores possuam uma qualidade de vida tão boa
quanto as das demais partes da cidade, assim essa camada da sociedade irá poder mostrar
aquilo que ela tem de melhor, a sua felicidade, o seu modo alegre de ver e levar a vida.
Até agora parece que as UPP's dão a solução para isso tudo, e isso é o que esperamos
todos nós, das mais diferentes camadas sociais.
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6 A INTERFERÊNICA DO GOVERNO
¹ Leonel Brizola foi um político brasileiro, que teve forte influência na política carioca, e
foi duas vezes governador do estado do Rio de Janeiro.
² César Maia, ex prefeito da cidade do Rio de janeiro.
³ Lula, atual presidente do Brasil, que governou o país durantes 8 anos, está em seu
último ano de mandato.
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A qualidade de vida nas favelas é um tema bastante complexo, a favela por sua
maioria dominada por traficantes, com um alto poder de influencia sobre os moradores,
tem como características principais a solidariedade e a modo alegre de viver dos
moradores.
A questão da qualidade de vida pode ser vista de varias maneiras diferentes, o ponto
de vista da falta de segurança é uma realidade nas favelas brasileiras, responsabilidade
total dos traficantes sobre esse quesito, os traficantes apesar do respeito aos
trabalhadores que moram nas favelas, de um jeito ou de outro eles geram insegurança
para a população, pois por eles estarem atuando ali geram conflitos entre facções rivais e
contra os policiais quando se é necessário que eles entrem nas favelas.
Já em relação ao lazer a favela tem disparado um ótimo índice, geralmente maior que
em algumas regiões de melhor poder econômico, os próprios traficantes também estão
relacionados nesse quesito, para entreter e manter uma boa relação com os moradores, os
traficantes financiam, festas, bailes, construções de áreas de lazer, quadras, campos, etc.
Mas as condições de ascensão para a população são muita pequena, em geral quem mora
em favela dificilmente consegue se ascender para sair de lá e morar em lugares melhores,
alguns até conseguem se erguer economicamente, mas fazem a opção de continuar na
favela por alguns privilégios ou realmente por estarem identificados com aquele modo de
vida da população. Em relação à ascensão muitos que não conseguem se manter
financeiramente acabam se filiando com o trafico que muitas vezes é a janela de
oportunidades de algumas pessoas que moram ali , que não tiveram educação e
conviveram com aquilo desde que nasceram, isso é conseqüência do exemplo que a
população da favela tem, mas isso é uma pequena parcela dos moradores, já que a
maioria das pessoas que a habitam, mesmo com muitas dificuldades, se mantêm
honestos, trabalhando dignamente, levando o sofrido pão de cada dia pra mesa de sua
família.
A qualidade de vida nas favelas certamente não é uma das melhores, mas com
certeza não é das piores como as pessoas acham, a vida da população humilde é feita de
realizações também, não de realizações econômicas, mas sim de realizações pessoais, de
realizações de vida, por isso a alegria é a grande característica dos moradores, e
principalmente da população infantil que ainda não têm que lutar pra sobreviver e mesmo
lutando mantêm a fé e a alegria no rosto.
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9 PROJETOS
de convivência com jogos para adolescentes e jovens, piscina e uma biblioteca de mais
de 38 mil títulos, todos doados.
O Nós do Morro, projeto que foi fundado em 1986, com o objetivo de criar acesso à
arte e à cultura para as crianças, jovens e adultos do Morro do Vidigal. Hoje, o projeto se
consolidou e oferece cursos de formação nas áreas de teatro (atores e técnicos) e cinema
(roteiristas, diretores e técnicos), abrindo e ampliando os horizontes para um sem-número
de crianças, jovens e adultos moradores, ou não, do Vidigal. O Nós do Morro é fruto da
idéia do jornalista e ator Guti Fraga. Fraga e um Grupo de jovens moradores locais se
uniram para dar início ao então chamado Projeto Teatro-Comunidade: uma idéia
inovadora, já que, até então, a maioria dos projetos culturais voltados para as
comunidades carentes no Rio de Janeiro vinham de fora e nem sempre se adaptavam à
realidade do público a que se destinavam.
Projeto Favela Painting, o qual foi criado pela dupla de holandeses Haas & Hahn,
propõe por meio das cores, revitalizar a fachada das favelas do Rio de Janeiro, trazer a
arte para dentro dessas comunidades e capacitar profissionais. Faixadas de casa da
comunidade receptora do projeto são pintadas por moradores que foram selecionados nas
comunidades e treinados através de programas de aprendizagem. O Favela Painting já foi
desenvolvido na favela Vila Cruzeiro e recentemente na comunidade do Morro Santa
Marta, em Botafogo.
Acredita-se que muitas dessas empresas que investem nas favelas, fazem isso como
forma de “marketing social”; além disso, toda firma que investe em projetos sociais e
culturais paga menos impostos. Alguns partidos políticos também tentam formar
lideranças nas comunidades (há vários casos de líderes locais que depois foram eleitos
para cargos políticos).
Recentemente, com a entrada de UPP’s nas favelas cariocas, houve a criação, do
governo do estado, do programa UPP Social , que será lançado apenas no mês de
setembro deste ano. O projeto coordenará ações sociais e de infra-estrutura nas
comunidades beneficiadas com a instalação de UPP. Ele vai elaborar e colocar em
prática ações de várias secretarias nessas localidades. Entre as iniciativas estão programas
de geração de emprego e urbanização. No primeiro momento vão se beneficiar 150 mil
pessoas que vivem em 26 comunidades já pacificadas. Além disso no dia 30 do mês de
agosto deste ano foi lançado o projeto Rio Top Tour , de estímulo ao turismo em
comunidades pacificadas da cidade. A primeira comunidade beneficiada pelo projeto é a
Santa Marta, na zona sul da cidade, o Rio Top Tour soma-se a outras iniciativas do poder
público para criar oportunidades de desenvolvimento sócio-econômico por meio do
turismo.
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10 CONCLUSÃO
Conclui-se com esse trabalho que o processo de favelização é algo presente no dia-
a-dia da população carioca. Que durante as últimas década tem sofrido intenso aumento,
devido ao deslocamento em massa de população oriundas de outros estados e do fácil
acesso às moradias nesses lugares, uma vez que em outra partes da cidade o custo de vida
é maior. Nota-se também que os governos sempre focaram muito na questão da
favelização, tendo em vista que esse é um dos processos mais decorrentes na atualidade e
que ele irá afetar todas as camadas da população. Vários projetos foram feitos por ex e
atuais governadores, todos trouxeram relativas melhoras para a população das favelas,
porém nenhuma ainda conseguiu acabar de vez com o problema do crime e dá de fato
uma melhor qualidade de vida para os moradores. Hoje em dia existem vários projetos
sócias que buscam melhores oportunidades, e condições de vida para os moradores dessa
comunidade, mas de fato não se sabe os reais objetivos destes, ajudar ou levar vantagem
sob essa ajuda. O que se pode notar, é que a população continua com o sorriso no rosto e
esperando que ocorra algo que possa mudar suas vidas para melhor, será que isso já está
acontecendo com as UPP’s ? Isso é o que todos nós queremos saber, se já estamos no
caminho para a resolução disso tudo.
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11 REFERÊNCIAS
GOIS, Antônio. Maioria não quer deixar favela. Folha de São Paulo, Rio de Janeiro,
15 agost. 2004. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u98202.shtml >. Acesso em: 22
agost. 2010.
LEMOS, Rafael. UPPs passam a ser tratadas como atração turística. Revista Veja,
Rio de Janeiro, 22 agost. 2010. Disponível em:
<http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/upps-passam-a-ser-tratadas-como-‘atracao-
turistica’>. Acesso em: 25 agost. 2010.