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16 22
02EDITORIAL
Vamos “Falar” Positivo em 2011!
04A 9ª ARTE
Con(viver)
06NOTÍCIAS RH
Agenda
Bolsa RH
Legislação
12RH GLOBAL
40
14ACTUAL
Como será o futuro da gestão RH?
60
38RECRUTAMENTO&SELECÇÃO
16GRANDE ENTREVISTA Recrutamento através das redes sociais
52AO ALMOÇO COM...
Helena André
40PERFIL Maria João Antunes e Paulo Alves
22ESPECIAL RH Francisco Pedro Balsemão
56IMAGENS RH
O papel social da empresa
Empresas e desenvolvimento 44topgrading
sustentável Uma filosofia de Gestão de Talento 58wellness & places
Corremos pela solidariedade
Um caminho para a Sustentabilidade 46great place to work 60VIAGENS
Certificação em responsabilidade social Semear a sustentabilidade na sociedade Aspen
Empresas Certificadas
50análise jurídica 64O PRINCÍPIO COMEÇA NO FIM
36RESILIÊNCIA Responsabilidade Social e Direito Que tipo de inteligência nos está
Há mais vida para além da carreira do Trabalho a faltar?
PessoalJaneiro2011
1
EDITORIAL
Vamos “Falar”
Positivo em 2011!
E para nós, gestores e profissionais de RH, esse mos. Temos de ter a iniciativa e proactividade
contexto pode ser uma oportunidade de in- para propor, desafiar, arriscar; evitando ficar à
tervenção estratégica nas empresas. Para que espera que façam por nós, decidam por nós.
isso aconteça acredito que em muitos casos há Quando algo não se passa como gostaríamos,
atitudes que temos de mudar. Culturalmente temos de ser capazes de nos pôr em causa,
temos uma tendência muito grande para “es- com humildade e flexibilidade, porque a ati-
tar sempre a dizer mal” daquilo que não nos tude mais eficaz é começar por nos pergun-
agrada, quer seja o comportamento e activida- tarmos o que poderíamos ter feito de modo
Margarida Barreto, Directora des de pessoas que nos são próximas, quer se- diferente para atingir o objectivo pretendido.
revistapessoal@moonmedia.info jam as políticas e processos que não funcionam Temos de estar constantemente a aprender,
como deveriam. Muitas vezes com imensa ra- reforçando a nossa capacidade de adaptação
B
zão. Contudo, se continuarmos apenas a fazer e resiliência. Em tempos de grandes e cons-
om Ano para todos! o que sempre fizemos, tudo continuará a ser tantes mudanças é a única alternativa para ter-
Neste ano que agora começa va- como sempre foi. Por outro lado, penso que mos sucesso! Mas, e acima de tudo, temos de
mos ter desafios ainda maiores que é fundamental passar da palavra à acção, bem aprender a falar mais positivo do que negativo,
em anos anteriores. Mesmo nos como focalizarmo-nos naquilo que podemos contrariando o mote das notícias que nos “en-
sectores menos afectados pela situação com- de facto mudar. Se não o fizermos, desperdi- tram pelos olhos e ouvidos” todos os dias, a
plexa que o país vive, as necessidades de adap- çamos força e energia sem construir nada de todas as horas, ajudando a criar, nas pessoas
tação a um mercado que tem de se reinventar que tenhamos orgulho e nos faça sentir bem. que nos rodeiam e nos ambientes que temos
e sofrer profundas alterações, vai exigir de to- Vamos Pensar, Falar e Agir de modo Positivo possibilidade de influenciar, o Clima gerador da
dos os “actores vivos” das organizações solu- em 2011! Temos de ter coragem - para dizer o Energia Construtiva que precisamos para ven-
ções inovadoras e que respondam de modo que pensamos no local certo (e não nas costas cer os Desafios que a situação actual do País e
eficaz às mudanças exigidas. ou nos corredores) - e lutar pelo que acredita- do mundo exigem!
FICHA TÉCNICA Conselho Editorial: Catarina Guerra Barosa, Duarte Albuquer- PUBLICIDADE
Pessoal – Publicação Mensal que Carreira, Idália Batalha, Jorge Marques, Margarida Barreto Account: Ana Rita Vieira;
Número 99 a.vieira@moonmedia.info; Tlm. 96 650 52 80
Janeiro de 2011 Conselho Consultivo: Alberto Silva Fernandes, Álvaro
Marques de Miranda, Cristina Tavares Salgado, Fernando Assinaturas
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dos Gestores e Técnicos dos Recursos Rodrigues, Maria Márcia Trigo, Miguel Faro Viana, Raul Caldeira, Linha directa de apoio ao assinante
Humanos, Av. António Augusto de Aguiar, Roberto Carneiro, Vítor Carvalho T. 21 433 70 36; F. 21 432 76 28, assinaturas@vasp.pt
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NIPC: 500 978 735 Redacção: Cátia Pereira; c.pereira@moonmedia.info, Duarte Albuquer-
T. 21 352 27 17; F. 21 352 27 13 que Carreira; da.carreira@moonmedia.info Impressão: Multitema, Rua do Cerco do Porto, 365,
global@apg.pt, www.apg.pt 4300-119, Porto
Colaborações Permanentes: Across – Luxury Travel & Safaris,
Edição e Exploração: Tema Central, Lda. Jorge Marques, Patrícia Noleto, Pedro Azevedo, SRS Advogados Tiragem Média: 15 000 exemplares
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T. 213 502 532; F. 213 502 532 Colaboraram nesta Edição: Diogo Alarcão, Elsa Vilalobos, Luís Distribuição: Vasp – Venda Seca, 2739-511 Agualva Cacém
Rochartre, Maria José Santos, Miguel Villa de Freitas, Sandrine Lage
Directora: Margarida Barreto Depósito Legal: 66219/ 94
revistapessoal@moonmedia.info Paginação: Design e Forma
geral@designeforma.com ISSN: 0870-3027
Directora Editorial: Catarina Guerra Barosa
c.barosa@moonmedia.info Fotografia e Imagem de Capa: Design e Forma ICS: 104252
2 PessoalJaneiro2011
A 9ª ARTE
Con (viver)
O tema da Responsabilidade
Social está cada vez mais
em voga nas empresas e
organizações e, com ele
directamente relacionado, o da sustenta-
presas preocupadas com a Responsabi-
lidade Social e com a sustentabilidade e
é disso que damos conta nesta edição.
Muitas empresas há, também, que já são
certificadas neste domínio e que fazem
bilidade. Depois de um mês de consumo dessa certificação chancela de qualida-
intenso, de inúmeras acções de solidarie- de, o que se elogia. A certificação, mais
dade social sempre postas em prática nes- do que uma etiqueta, é uma forma de
Catarina Guerra Barosa, Directora Editorial
c.barosa@moonmedia.info
tas épocas do ano, convém agora pensar, estruturar e estrategicamente introduzir
de uma forma estratégica, naqueles dois no seio de uma empresa a preocupação
temas, estruturais para as empresas e or- com o futuro. E isso é louvável, porque
ganizações que querem apostar no futuro. está em sintonia com a mais elementar
O futuro é um conceito inventado pelo problemática da humanidade, ou seja,
homem com base na experiência da au- poupar agora para ter amanhã. Seria
sência, ou seja, o homem percebeu cedo tudo bem mais simples se desligássemos,
que deveria poupar agora para poder ter por instantes, as nossas máquinas inter-
depois, amanhã. O Homem percebeu ain- nas activadas por estímulos pervertidos e
da que os resultados dos seus actos se deixássemos falar mais alto o que em nós
manifestam sempre à posteriori, ou seja, é mais genuíno. O acto de dar, de ajudar,
primeiro é necessário que aja para depois é inerente ao homem enquanto entidade
poder perceber as consequências dessa que só consegue existência plena através
acção. O futuro gera sempre uma certa desta (con)vivência.
A MINHA ESCOLHA inquietação, porque é impossível, com um Responsabilidade Social e Sustentabilida-
grau absoluto de certeza, determiná-lo, de mais não são do que corolários primá-
percebê-lo. Contudo, há aproximações rios, básicos e fundamentais da necessária
que podemos fazer ao futuro e elas re- convivência social e ambiental.
sultam de anos e anos de história da hu- Além deste tema, que nos honra tratar,
manidade consubstanciados em sucessos teremos ainda as revelações da Ministra
e fracassos vários. do Trabalho, num ano que se augura de
O homem já sabe que deve fazer em mui- grande tensão social. Temos também
tos campos de actuações para, em domí- uma excelente entrevista com Francisco
nios de extrema complexidade, acautelar Pedro Balsemão que, na qualidade de
perigos menores, mas, às vezes, parece Director de Recursos Humanos do gru-
Carlos Pinto Coelho
não saber nada da simplicidade de muitas po Impresa, se intitula gestor de afectos
Acontece, às vezes, quando menos se espera. acções que podem evitar perigos maio- dos 11300 trabalhadores. Entre outros
Também a mim me aconteceu poder conhecer res. Refiro-me, por exemplo, ao perigo artigos e entrevistas, temos ainda uma
Carlos Pinto Coelho na sua casa no Alentejo e que resulta do crescimento dos níveis de abordagem sobre o futuro da gestão de
ouvir as suas histórias, ver os seus livros e per-
ceber o amor que sentia por todas essas coisas
pobreza no país, do perigo de poluirmos pessoas feita pela Mercer.
simples. Um homem com firmeza no discurso, mais o nosso ambiente enquanto nos de- Na próxima edição, que será a número
com eloquência na palavra, com verdade no di- liciamos a consumir produtos biológicos 100, termos um número especial come-
zer. Senti, na noite em que me chegou a notícia importados. morativo deste feito: 100 revistas Pessoal
da sua morte, uma certa neblina.
Começam a existir cada vez mais em- desde 2003.
4 PessoalJaneiro2011
NOTÍCIAS RH
AGENDA
Elevus
217 812 450
www.elevus.pt
• Formação: Vendas e Estraté-
gias Comerciais. Lisboa, início
a 26 de Janeiro de 2011.
Preço: 500€+IVA
Nova Etapa
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01 02
www.nova-etapa.pt
Santander Totta certifica- Duas Business School de Por-
• A Gestão das Diferenças
do como Entidade Familiar- tugal no ranking do Finan-
Culturais. Lisboa, 13 de Janei-
mente Responsável em Portu- cial Times
ro de 2011. gal (01) Pela primeira vez, duas escolas por-
Preço: 130€ O Banco Santander Totta foi avaliado tuguesas figuram no ranking das
pela auditora Deloitte e pela entida- Top European Business Schools do
IFE de de certificação de qualidade SGS Financial Times, estando a Católica-
210 099 800 ICS Portugal, e recebeu a certificação Lisboa à frente. O alargamento deste
EFR – Entidade Familiarmente Res- ranking de 70 para 75 Escolas permi-
www.ife.pt
ponsável, tornando-se assim na 1ª em- tiu a entrada da Universidade Nova
• Employer Branding. Lisboa, presa em Portugal com esta certifica- de Lisboa, o que ajuda a reforçar a po-
26 e 27 de Janeiro de 2011. ção. Esta certificação, atribuída pela sição do ensino superior Português a
Preço: 950 € Fundação Mais Família, representa o nível internacional.
reconhecimento por parte desta enti-
Paula Tomás Consultores dade das medidas que o Banco tem homenagem a Albino Mendes
vindo a adoptar para apoiar os cola- Baptista” (02)
219 458 533
boradores a conciliar a vida pessoal Foi no dia 14 de Dezembro, na Univer-
www.ptomasconsultores.pt e profissional e a promover a igual- sidade Lusíada de Lisboa, que aconte-
• Desenvolvimento e Gestão dade de oportunidades. O Banco San- ceu o lançamento do livro “Estudos
de RH. Lisboa, início a 27 de tander Totta implementou em 2007 o de Direito Desportivo em homena-
Janeiro de 2011. Programa “Santander És Tu”, que tem gem a Albino Mendes Baptista”. O
Preço: 750 Euros + IVA vindo a provocar mudanças com um objectivo desta obra é homenagear o
impacto directo na qualidade de vida professor e investigador Albino Men-
dos colaboradores, através do lança- des Baptista que muito contribuiu
Global Estratégias mento de várias iniciativas. para sedimentar o Direito do Despor-
213 143 450 to em Portugal. A iniciativa partiu de
www.globalestratégias.pt TOTVS nomeia novo Director- um grupo de oito advogados da área
• Os Novos Desafios da Se- -Geral para Portugal do Direito do Desporto.
gurança, Higiene e Saúde no Luíz Muraro Neto é o novo director-
geral da TOTVS em Portugal. Quadro SAP e Universidade Lusófona
Trabalho. Porto, início a 8 de
daquela multinacional de software aproximam ensino Às práticas
Fevereiro de 2011. nos últimos 13 anos, o novo respon- do mercado
Preço: 435 € (+ IVA) sável apresenta uma vasta experiên- A SAP e a Universidade Lusófona
cia operacional na liderança, gestão anunciaram a adesão desta última ao
e formação de equipas na América Programa SAP de Alianças Universitá-
do Sul, em países como a Argentina rias, criado para dinamizar formações
e Brasil. É licenciado em Tecnologias profissionalizantes que aproximem
de Informação pela Universidade Ma- o ensino superior português das me-
ckenzie, detentor do MBA em Gestão lhores práticas do mercado empresa-
de Negócios Empresariais da Funda- rial a nível mundial. Neste contexto,
ção Getúlio Vargas e pós graduado a Universidade Lusófona irá disponi-
em Gestão Estratégica de Vendas pela bilizar formação funcional e técnica
Universidade Mackenzie. sobre plataformas e tecnologias SAP
6 PessoalJaneiro2011
03 04
aos alunos dos cursos de Licenciatura Pós-Graduação em Gestão de Vendas
em Engenharia Informática e em In- da EGP-UPBS, a iniciativa cumpriu
formática de Gestão, bem como aos o seu objectivo que passava por va-
alunos do Mestrado em Sistemas de lorizar as competências comporta-
Informação e dos Programas Avança- mentais, consideradas pelo alpinista,
dos da Escola de Executivos LISS (Lu- como tão ou mais importantes que as
sófona Information Systems School). competências técnicas para o alcance
Esta formação terá uma componente de objectivos em situações de grande
lectiva prática e teórica com a plata- pressão.
forma SAP como uma base de conteú-
dos programáticos em aulas práticas. Rumos Porto com novas insta-
lações (04)
“Não existem objectivos inal- A Rumos Porto mudou de instalações
cançáveis” (03) para a Rua do Bolhão, nº 221. O ob-
A importância da superação pessoal jectivo desta mudança é fornecer um
esteve no centro da conversa descon- serviço de maior qualidade aos seus
traída entre o reconhecido alpinista clientes, assim como uma melhor lo-
português João Garcia e uma plateia calização no centro da cidade, melhor
preenchida por uma centena de ges- ligação a transportes públicos (Metro
tores, curiosos e alunos da EGP-UPBS, e STCP) para as zonas circundantes,
no âmbito do seminário “Motivação: acesso facilitado a pessoas com mobi-
superar-se a si próprio; Ir cada vez lidade reduzida, oferta de parques de
mais além”. Associada à 2ª edição da estacionamento e uma maior proxi-
PessoalJaneiro2011
7
NOTÍCIAS RH
Bolsa RH
Ministra Helena
André
Em entrevista à Pessoal, a MTSS
sublinha que o Governo está
empenhado na qualificação dos
portugueses, pois essa será a via
privilegiada para reforçar a em-
pregabilidade. Concordamos.
05 06
8 PessoalJaneiro2011
NOTÍCIAS RH
legislação nov.
Portugal
Diário da República - I Série
• Portaria n.º 1196/2010, D.R.
n.º 228, Série I de 2010-11-24
• Resolução do Conselho de
Ministros n.º 89/2010, D.R. n.º
07 08
223, Série I de 2010-11-17
presenta para Organizações, Equipas do contra ciclo económico global,
e Indivíduos. A APCOACHING assu- a REDE RSO PT encarou o contex-
• Decreto-Lei n.º 124/2010,
me a responsabilidade de contribuir to de crise como uma oportunidade
D.R. n.º 223, Série I de 2010-
activamente para uma clarificação, para impulsionar a mudança social e
11-17 divulgação, credibilização do Co- reequacionar os actuais modelos de
aching em Portugal, bem como ser gestão, através da consciencialização
• Decreto Legislativo Regional um espaço de afirmação dos Coa- das organizações, instituições públi-
n.º 32/2010/A, D.R. n.º 223, ches Portugueses, reforçando o pa- cas e cidadãos, para os temas e prá-
pel de entidade reguladora da activi- ticas da Responsabilidade Social. Em
Série I de 2010-11-17
dade profissional e da formação de 2010, a REDE RSO PT definiu novas
Coaching em Portugal”. linhas de orientação, com os objec-
• Decreto-Lei n.º 122/2010, tivos de contribuir para a Estratégia
D.R. n.º 219, Série I de 2010- Prémio Jovens Empresários Europeia 2020 através do reforço
11-11 A MORE Institut anunciou o resul- das suas actividades, que incluem a
tado do projecto e trabalho de coa- criação do Prémio “Aprender a Gerir
Por: Gabinete Jurídico-Laboral da APG, disponível para os associados em www.apg.pt e global@apg.pt
• Portaria n.º 1125/2010, D.R. ching realizado pela equipa da em- com Responsabilidade Social”, que
presa, quando no passado dia 26 de irá distinguir os gestores que inte-
n.º 212, Série I de 2010-11-02
Novembro, foi atribuído o Troféu grem na sua actuação boas práticas
Jovem Empresário às gestoras Joana de RS, a realização de um novo ciclo
• Portaria n.º 1140/2010, D.R. Conde e Alexandra Conde. O Troféu de workshops, a monitorização das
n.º 212, Série I de 2010-11-02 Jovem Empresário é uma homena- práticas dos seus membros e o inves-
gem atribuída anualmente aos em- timento nas áreas da comunicação e
UNIÃO EUROPEIA presários, empresas e personalidades do marketing, como ferramentas pri-
que se distinguem na região de Leiria vilegiadas para a promoção do co-
Comissão
pela sua mais-valia e contributo no nhecimento e consciência dos temas
• Lista dos dias feriados em desenvolvimento de vários sectores da RS. No futuro, pretende continuar
2012 para as instituições da de actividade, pelo semanário Região a promover a RS no país, mobilizan-
União Europeia (C 320 de de Leiria. As gestoras da empresa do todas as organizações e pessoas.
2010-11-25) Iguarias do Tempo partilharam esse
momento de felicidade e reconheci- MBA Executivo “Líderar Pesso-
mento, e destacaram a importância as, Organizações & Negócios”
Conselho Europeu
da escolha da MORE e da metodolo- da UAL (08)
• Decisão do Conselho, de 21 gia de coaching como um conjunto A Sessão de Abertura da 6ª Edição
de Outubro de 2010, relativa de ferramentas práticas e valiosas. do MBA Executivo “Liderar Pessoas,
às orientações para as políti- Organizações & Negócios”, da Busi-
cas de emprego dos Estados- ness School da UAL, está marcada
Membros (JOUE L 308 de RSOpt faz balanço da sua ac- para dia 27 deste mês. O EMBA é co-
tividade (07) ordenado por Márcia Trigo (Directo-
2010-11-24)
A REDE RSO PT celebrou o seu se- ra/ fundadora da Escola e professo-
gundo aniversário e aproveitou esta ra/ coordenadora da UAL) e Aires da
data para fazer o balanço da sua Silva (Partner da MindCapital) e con-
actividade. Em 2009, um ano pro- ta com o apoio do BES. O EMBA in-
fundamente marcado pelos efeitos tegra várias inovações, com o objec-
10 PessoalJaneiro2011
A Kelly Onsite Services obteve a re-
novação do certificado do Sistema de
Gestão da Qualidade cumprindo os
requisitos especificados na norma NP
EN ISO 9001:2008, no âmbito do re-
crutamento, selecção e gestão de tra-
balhadores temporários. A Kelly On-
site Services viu reconhecido o seu
empenho na melhoria contínua dos
seus processos e, consequentemente,
na melhoria de qualidade percebida
pelos clientes, que constituem já 37%
09 do “mercado de volume”, tornando-
os assim líderes de mercado no sec-
tivo de formar ‘Personal e Business tor automóvel, produtivo, alimentar
Leaders’ para actuarem e vencerem e eléctrico. De acordo com a equipa
numa Economia Global, em Tempos auditora, um dos vários pontos fortes
de Crise e Incerteza. da eficácia do SGQ é o elevado nível
de satisfação dos clientes da Kelly
A Kelly Onsite Services renova Onsite Services: 50% consideram o
a Certificação do Sistema de seu serviço muito melhor que o da
Gestão de Qualidade (09) concorrência.
PessoalJaneiro2011
11
RH GLOBAL
12 PessoalJaneiro2011
actual
N
service. Colaboradores e gestores sentem di-
os últimos 20 anos, verificou-se um significativo processo de ficuldades em adoptar tecnologias que lhes
transformação da GRH. Gradualmente, as empresas reconhece- permitam gerir as suas necessidades, recor-
ram a importância, para o sucesso dos seus negócios, das práti- rendo directamente aos serviços de RH.
cas de gestão do capital humano. Desta forma, as equipas de RH 5. Falta de suporte aos gestores de 1ª linha.
começaram a assumir um papel mais participativo e influente nas reflexões Uma parte significativa dos serviços de RH
estratégicas das empresas.. Esta mudança conduziu a um novo modelo de – desde a compensação e gestão de carreiras
organização dos RH constituído por três grupos dentro da função de RH: ao ‘work/ life balance’ – é gerida pelos ges-
• Parceiros de Negócio – assessoria às funções de liderança sobre como gerir tores de 1ª linha, sem contributo da equipa
pessoas; de RH.
• Centros de Competência – foco na concepção de políticas e programas de 6. Abordagem geográfica insuficiente. Em-
RH; bora muitas empresas tenham procurado
• Centros de Serviços Partilhados – prestação dos serviços administrativos criar estruturas de RH centralizadas e mais
de RH. eficientes, alguns serviços continuaram a ser
Não obstante a tendência verificada nos últimos anos, muitos gestores conti-
nuam a considerar que o novo modelo de Gestão de RH não se traduziu em Os responsáveis de RH devem ana-
maior eficiência. Houve uma melhoria evidente no que se refere ao impacto
que a função RH tem no negócio (mais presente e com contributos impor-
lisar como a função gere o seu tem-
tantes para a estratégia da empresa), mas sem grandes melhorias na eficiên- po e recursos e apurar os processos
cia dos serviços base da função. Importa, pois, procurar identificar os factores de melhoria que contribuam para o
que impedem o modelo actual de cumprir os seus objectivos. Identificámos sucesso do negócio
14 PessoalJaneiro2011
prestados por especialistas locais de RH. sicos. No modelo do futuro, este tipo de serviços será direccionado para os
centros de serviços partilhados ou para parceiros externos de co-sourcing ou
diferenças da função RH do futuro outsourcing, para que os CC se dediquem apenas à definição de estratégias,
face ao modelo actual soluções e políticas globais.
Embora alguns dos principais elementos do • Serviços partilhados e o outsourcing são fundamentais. Grande parte do pa-
modelo actual transitem para o futuro, há mu- pel dos RH continuará a ser dedicado à eficiência e simplificação da adminis-
danças relevantes a implementar: tração e organização de registos. Embora os RH procurem assumir um papel
• Líderes de RH precisam de visão e convicções mais estratégico, a sua credibilidade continuará associada à capacidade para
fortes. O líder de RH do futuro deve estar dis- prestar com sucesso um conjunto infindável de serviços administrativos. Na
posto a desafiar o ‘status quo’, retirar o traba- função de RH do futuro, estes serviços administrativos serão centralizados
lho administrativo das mãos dos parceiros de na área de serviços partilhados, embora possa incluir igualmente o recurso
negócio e dos centros de competência e, funda- a parceiros externos.
mentalmente, alterar a natureza de muitos dos • Sucesso do negócio depende dos quadros superiores. O sucesso do ne-
papéis na área de RH. gócio depende em última análise da forma como os quadros superiores
• ‘Governance’ de RH deve ser definido de for- gerem os seus colaboradores. O modelo anterior apresentou falhas no re-
ma clara e explícita. A função de RH do futuro conhecimento desta realidade. Será importante que as empresas detectem
deve gerir riscos e atingir resultados. O modelo os quadros com competências para gerir pessoas, proporcionem formação
deve definir claramente (1) a estrutura de ‘go- e ferramentas que os ajudem a melhorar a gestão e o desempenho das
vernance’; (2) definir que elementos da sua polí- equipas em toda a organização.
tica de RH serão comuns a toda a organização e
quais devem ser adaptados geograficamente ou Como chegamos ao modelo futuro de RH?
a determinadas unidades de negócio; (3) os RH Para chegar ao modelo do futuro, consideramos que será muito importante
devem validar todas as decisões com impacto seguir os seguintes passos:
nesta área. 1. Compreender como funcionam os RH actualmente e como podem
• Os RH necessitam de maior focalização e reco- apoiar a estratégia da empresa .
nhecimento pela organização. Os parceiros de Os responsáveis de RH devem analisar como a função gere o seu tempo e
negócio de RH do futuro vão ser um pequeno recursos e apurar os processos de melhoria que contribuam para o sucesso
grupo de profissionais com elevadas competên- do negócio.
cias. Devem ser vistos como “iguais” em relação 2. Definir a estratégia para o desenvolvimento do desenho da nova função
aos gestores, prestando aconselhamento directo de RH.
e apoiando os líderes nas suas decisões sobre Após um diagnóstico da função e compreensão das linhas estratégicas de
as pessoas. negócio, os responsáveis de RH devem desenvolver um modelo que suporte
• Centros de competência devem centrar-se ex- da melhor forma as prioridades das pessoas e organização.
clusivamente na estratégia e deixar os serviços 3. Desenhar a estrutura adequada à nova estratégia.
administrativos. Embora o modelo actual tenha Desenvolver os processos mais eficientes e adequados à nova linha de orien-
gerado a criação de Centros de Competências tação, bem como investir nos recursos e competências necessárias para a sua
(CC), muitos continuaram a prestar serviços bá- concretização.
PessoalJaneiro2011
15
GRANDE ENTREVISTA
“O Governo aposta
na qualificação”
Em entrevista à Pessoal, a ministra do Trabalho e da Solidariedade Social defende que “a qua-
lificação dos trabalhadores é uma via privilegiada para reforçar a empregabilidade e é nisso
que o Governo aposta”. Helena André refere, ainda, que “o Código Contributivo não intro-
duz aumentos significativos nem para as empresas nem para os trabalhadores” e que “Portu-
gal não tem um problema de estabilidade governativa” mas que “todos os ministros estão a
prazo incerto no Governo. E, evidentemente, eu não sou excepção”.
por: Duarte Albuquerque Carreira fotos: MTSS
16 PessoalJaneiro2011
GRANDE ENTREVISTA
mocracia, todos os ministros estão a prazo incerto no Governo. E, Não seria mais benéfico, para as
evidentemente, eu não sou excepção… empresas e trabalhadores, atra-
sar a sua entrada em vigor por
O CDS/PP refere que o Novo Código Contributivo irá mais um ano?
contribuir para que a situação económica dos tra- O Código Contributivo introduz, desde
balhadores e das entidades empregadoras se agrave logo, o grande benefício que é a compi-
substancialmente. Presumo que não con- lação e sistematização de
corda… cerca de 40 diplomas le-
O Código Contributivo não introduz aumentos gais. Isto por si só traduz-
significativos nem para as empresas nem para os se na clareza das regras
trabalhadores. No que respeita à concretização de jurídicas aplicáveis à rela-
que determinadas componentes remuneratórias são ção contributiva. A partir
base de incidência contributiva, que aliás já actual- da entrada em vigor do
mente como tal poderiam ser consideradas, o alar- Código será muito mais
gamento será efectuado de forma progressiva, isto é, fácil para as empresas, e
33% ao ano. Ao que acresce que a entrada em vigor para os cidadãos, conhe-
de algumas foi diferida para depois de 2014. Mas cerem as suas obrigações
o que o Código Contributivo traz é o aumento da contributivas e saberem
protecção dos trabalhadores, pois se a contribuição quais as regras que lhe
para a Segurança Social incidir sobre a remuneração são aplicáveis. Introduz
efectivamente auferida pelo trabalho que prestam, a racionalização do crité-
será essa medida a que servirá para a determinação do montante das rio de fixação da taxa contributiva, que
prestações sociais. é fixada de acordo com a protecção que
é conferida ao trabalhador, que constitui
Quais são os benefícios do Novo Código Contributivo? um pilar essencial para o reforço da sus-
18 PessoalJaneiro2011
tentabilidade da Segurança Social. Intro-
duz mecanismos que facilitam a luta con-
tra a fraude e a evasão contributiva, por
exemplo as declarações de remunerações
oficiosas, as trocas de dados com o siste-
ma de informação fiscal ou o aumento das
contra-ordenações para os incumpridores.
Introduz mecanismos de desincentivo
do recurso a vínculos laborais precários,
como é exemplo a criação de uma taxa
contributiva de 5% a cargo das entidades
contratantes de 80% ou mais do trabalho
de um prestador de serviços. Em suma,
o Código Contributivo é um pilar muito
importante no reforço do combate à frau-
de, da protecção dos trabalhadores e da
sustentabilidade do sistema de segurança
social público.
PessoalJaneiro2011
19
GRANDE ENTREVISTA
a empregabilidade e é nisso que o Governo
aposta. Assim, durante o ano de 2011, mais de
70 mil desempregados vão fazer formação
profissional (40 500 em cursos de Educação e
Formação de Adultos e 30 mil em acções de
formação modular). Para além disso, já estão
a ser encaminhados para os Centros Novas
Oportunidades os desempregados com habi-
litações inferiores ao 12º ano (prevê-se que,
até ao final de 2011, o número de encaminha-
mentos seja 200 mil). Também os beneficiá-
rios do Rendimento Social de Inserção serão
alvo de uma política activa de formação. Des-
de logo, através de acções de formação em
competências básicas: leitura, escrita, cálculo
e tecnologias de informação e comunicação;
mas também em acções de formação profis-
sional onde contamos integrar 30 000 benefi-
ciários do RSI.
20 PessoalJaneiro2011
Os departamentos RH das empresas
vão ter pela frente um ano bas-
tante difícil. Que conselhos pode a
Maria Helena dos Santos André
ministra do Trabalho dar aos res- Maria Helena dos Santos André é a
ponsáveis pela Gestão das Pessoas responsável desde 26 de Outubro
dentro das organizações? de 2009 pela pasta do Trabalho e
Era o que faltava … a Ministra do Trabalho da Solidariedade Social no Gover-
e da Solidariedade Social estar a aconselhar no. Nasceu em 1960, é licenciada
os dirigentes das empresas. Quando muito, em Línguas e Literaturas Modernas
a Ministra pode dizer que não acredita que pela Faculdade de Letras da Univer-
a eficiência económica se faça sem coesão sidade de Lisboa e era secretária-
social, nem que as decisões, mesmo que legí- geral adjunta da Confederação Eu-
timas, sejam respeitadas independentemente ropeia de Sindicatos, cargo para o
se não forem baseadas no diálogo social e qual foi reeleita em 2007, quando
em processos de comunicação eficientes. o primeiro-ministro José Sócrates a
convidou para assumir funções no
O Ministério do Trabalho é um bom Executivo. Antes de ir para Brux-
sítio para trabalhar? elas, há quase 20 anos, coordenar
Eu acho que sim, e espero que venha ainda a na CES as áreas do mercado de tra-
melhorar dado que as responsabilidades que balho, da formação, da imigração e
lhe estão atribuídas são da maior importância da juventude, foi um dos quadros da UGT, dirigindo o Departamento Internacional da
para o nosso país. União Geral de Trabalhadores, entre 1988 e 1991.
PessoalJaneiro2011
21
Responsabilidade
Social
O papel social da empresa
Sair da Casca
Exemplo a seguir
Adecco
Consultoria e Certificação
Pedra Base
Bureau Veritas
ESPECIAL RH – responsabilidade social
O papel social
da Empresa
Tradicionalmente, as empresas sempre tiveram um presa pode seguir, tendo em conta o seu maior
impacto: uma orientação para as questões inter-
papel social activo na protecção dos colaboradores e nas relacionadas com os colaboradores e a me-
lhoria das suas condições de vida, ou um papel
nas acções de filantropia. Mas não será legitimo exigir mais activo na comunidade. Qualquer que seja
o caminho a seguir, a ligação ao ‘core business’
retorno e medir o impacto dos investimentos feitos? da empresa, o envolvimento dos colaboradores
e a criatividade são factores chave de sucesso
por: Elsa Vilalobos, Manager da Área de Inovação Social, Sair da Casca e estão intimamente ligados. A ligação ao ‘core
business’ permite às empresas encontrarem so-
luções na sua “essência”, nas suas competências
É
e no que melhor sabem fazer, contribuindo
frequente encontrarmos empresas cuja actuação social está ligada assim para a maximização do impacto para a
à caridade e bastante desligada do seu negócio, sendo esta situa- empresa e para a comunidade.
ção visível na comunicação das empresas: catálogos de instituições O envolvimento dos colaboradores, além de
patrocinadas, de acções sociais de “apoio à comunidade”, ou de reforçar a coesão interna da organização, pode
“investimento na comunidade”. ser uma fonte de oportunidades: estes podem
Mas se estamos a falar em “investimento na comunidade” não será legitimo contribuir com as suas competências, a sua
exigir retorno, ou seja, medir o impacto dos investimentos feitos? criatividade e os seus conhecimentos pessoais
É neste contexto que o sector empresarial começa a questionar o impacto da para o desenvolvimento de projectos em ins-
sua actuação social. Acresce ainda o facto de vivermos num contexto de crise tituições do Terceiro Sector. Uma das grandes
social e económica à qual nem o Estado nem o Terceiro Sector conseguem tendências neste sentido são os programas de
dar uma resposta eficaz. Consequentemente, é colocada uma responsabilida-
de ainda maior sobre a actuação das empresas, para além das suas obrigações A actuação social das empresas
legais. A actuação social das empresas deve ser definida através de estratégias deve ser definida através de estra-
ou políticas de envolvimento com a comunidade, indissociáveis do seu ‘core tégias ou políticas de envolvimento
business’ e do contexto competitivo, que pressupõem a definição do âmbito
de actuação, compromissos, áreas de actuação e critérios de escolha de insti-
com a comunidade, indissociáveis
tuições/ projectos a apoiar. do seu ‘core business’ e do contex-
Após a reflexão sobre o seu papel social, são vários os caminhos que uma em- to competitivo
24 PessoalJaneiro2011
voluntariado. Com o Ano Europeu do Volunta- viços para as populações Com o Ano Europeu do Volunta-
riado em 2011, há ainda uma maior sensibiliza- pobres, com característi-
riado em 2011, há ainda uma maior
ção das empresas para inovarem neste tipo de cas específicas e preços
práticas, contribuindo assim para o desenvolvi- acessíveis e/ou a empresa sensibilização das empresas para
mento social e económico do país. integra as populações na inovarem neste tipo de práticas,
A criatividade é um factor que escasseia quan- sua cadeia de valor, como contribuindo assim para o desenvol-
do falamos no sector social. É preciso mudar fornecedores ou distribui- vimento social e económico do país
o ‘mindset’ e pôr as empresas a pensarem em dores, criando novas com-
novos modelos de actuação que integrem ques- petências e desenvolvendo a economia local.
tões sociais, onde podem ser clientes, fornece-
dores e parceiros. ‘Social Business’
Existem exemplos de caminhos, altamente ins- O ‘social business’ é um modelo empresarial, criado para responder a necessi-
piradores e coerentes com a missão e cultura dades sociais. A diferença com o modelo tradicional de negócio é que, depois
do mundo empresarial como o “negócio inclu- do reembolso do investimento, os lucros são reinvestidos nas empresas. O
sivo”, promovido pelo World Business Council objectivo é a auto-suficiência, o desenvolvimento da actividade e o fim da
for Sustainable Development, e o social busi- subsídio-dependência que permite à estrutura concentrar-se na sua missão
ness de Muhammad Yunus. As empresas po- social em vez de passar uma grande parte do seu tempo a angariar fundos.
dem usar o orçamento disponível para a filan- Estes dois modelos têm um ponto em comum: dão às pessoas a oportuni-
tropia e investir num destes modelos, criando dade de saírem do ciclo de pobreza. Traduzem a evolução da filantropia
uma nova visão da empresa, em que o retorno empresarial baseada no donativo para uma estratégia de investimento social.
não é apenas financeiro mas também social. A convicção de que o sector económico não pode ter sucesso em sociedades
O “negócio inclusivo” tem em geral dois tipos que falham é o pressuposto de base para a redefinição do papel social das
de modelos: a empresa desenvolve bens ou ser- empresas.
PessoalJaneiro2011
25
ESPECIAL RH – responsabilidade social
Empresas e desenvolvi-
mento sustentável
O papel das empresas para o desenvolvimento sustentável é evidente. Contudo, só nos
últimos anos é que as empresas começaram a tomar consciência das oportunidades que
advêm do seu compromisso para um mundo sustentável e a ciência tornou claras as catás-
trofes inerentes a um desenvolvimento não sustentável.
por: Luís Rochartre, Secretário-geral do BCSD Portugal
A sustentabilidade é actualmente o
motor da inovação e a performan-
ce sustentável de uma empresa é
uma forma de medir a qualidade
da sua gestão
26 PessoalJaneiro2011
Para melhor explorar as dinâmi-
Corrida Verde cas dos RH no âmbito do desen-
volvimento sustentável, o BCSD
Luís Rochartre, Secretário-geral do BCSD Portugal – Conselho
Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, defende Portugal adoptou o Chronos, uma
que, “no que diz respeito a políticas de responsabilidade so- ferramenta de e-learning destinada
cial, Portugal está em linha com as melhores práticas dos seus a promover a mensagem do desen-
parceiros europeus. Contudo, ainda há muito caminho a per- volvimento sustentável nos colabo-
correr para se atingirem os objectivos globais, que garantam a
radores das empresas
sustentabilidade do planeta. A “corrida verde” está em curso –
entre governos e empresas. A sustentabilidade é actualmente
o motor da inovação e a performance sustentável de uma
empresa é uma forma de medir a qualidade da sua gestão. A Desenvolvimento Sustentável e
© BCSD
PessoalJaneiro2011
27
ESPECIAL RH – responsabilidade social
28 PessoalJaneiro2011
ESPECIAL RH – responsabilidade social
30 PessoalJaneiro2011
ESPECIAL RH – responsabilidade social
Certificação em
Responsabilidade Social
As organizações devem ser
responsáveis pelos impactes
das suas decisões, actividades
e produtos na sociedade e no
ambiente. A certificação em
Responsabilidade Social assegu-
ra isso mesmo. A Pessoal foi fa-
lar com Ricardo Ferro, Director
de Business Development do
Grupo Bureau Veritas Portugal
e especialista em certificação de
Responsabilidade Social.
por: Duarte Albuquerque Carreira
foto: Design e Forma
32 PessoalJaneiro2011
reforço do desempenho individual e organizacional, pelo incremento das
competências técnicas e sociais da organização, através de políticas de for-
mação dos trabalhadores; redução dos níveis de stress e absentismo dos co-
Bureau Veritas
laboradores através da adopção de políticas de conciliação da vida familiar e O Bureau Veritas tem, com o seu know-how, colaborado
profissional; uma gestão ambientalmente mais eficiente e responsável, con- no desenvolvimento de guias, manuais e normas na área da
duzindo as empresas a simultaneamente alcançar dois objectivos: menor de- Responsabilidade Social e cooperado com as principais or-
lapidação de recursos naturais e menores custos na utilização dos mesmos; ganizações que desenvolvem estes trabalhos, como a APEE,
atracção e retenção mais fácil dos colaboradores mais talentosos; reforço das organismo de normalização sectorial para as áreas da Ética e
ligações com os clientes e os fornecedores pelas suas actuações socialmente Responsabilidade Social, o GRACE a rede RSO.pt, para além
responsáveis; maior penetração em novos mercados pela quantidade cres- do grupo em Portugal ser subscritor dos 10 princípios do
cente de consumidores a preocupar-se com a aquisição de produtos social e Global Compact.
ambientalmente responsáveis; e menores conflitos com ONG, comunidades
locais, trabalhadores e seus representantes, entidades públicas, órgãos gover-
namentais”, termina.
Uma organização certificada em responsabilidade social terá uma maior pro- que melhor se posicionam à escala mundial
babilidade que as suas práticas sejam mais consistentes, operacionalizadas de têm cada vez mais este tipo de exigências re-
forma mais eficaz e que tragam maior beneficio às partes interessadas envol- lativas aos seus fornecedores. E se houver uma
vidas. Não obstante o nosso país ter evoluído muito nos últimos dois anos aposta clara das empresas portuguesas, podere-
no número de organizações certificadas como socialmente responsáveis, o mos conseguir aumentar o número de empre-
director de Business Development do Grupo Bureau Veritas e também pre- sas fornecedoras destas marcas que valorizam
sidente da Comissão Técnica da NP4469 avisa que ainda há muito países estas práticas e permitem um maior retorno à
que estão à nossa frente nesta matéria. “O que se constata é que as marcas sua cadeia de valor”.
PessoalJaneiro2011
33
ESPECIAL RH – responsabilidade social
34 PessoalJaneiro2011
Resiliência
36 PessoalJaneiro2011
o futuro que sempre sonhaste”. E já de saída ainda lhe deixou o desa-
fio: “olha que há mais vida para além da carreira!”.
Foram palavras desafiadoras e ao mesmo tempo um bálsamo que aju-
Miguel Villa de Freitas
dou o João a começar a desanuviar um horizonte de nuvens carrega- Consultor de Formação nos domínios de desenvolvimento
das. Sentiu na pele o desafio e a oportunidade para construir e refor- pessoal, competências de liderança e gestão do desempenho.
çar a sua resiliência. Sócio da Leadconsulting. Licenciado em Psicologia. Exerceu
Qualquer semelhança desta situação com a realidade já vivida (ou a funções na BP Portuguesa e na Onicommunications. Acredi-
viver) por muitos de nós, é pura coincidência, mas ilustra bem que na tado em Inteligência Emocional e Liderança pela Hay/ McBer
actual conjuntura situações semelhantes são cada vez mais prováveis, e pela ‘6seconds’. Acreditado nas metodologias de assess-
e que a resiliência será cada vez mais uma competência chave a desen- ment 360º PDI (Personnel Decisions International) e Facilita-
volver – no trabalho e na vida. dor certificado nos sistemas de formação DDI (Development
Ser resiliente não nos dispensa de viver o forte impacto emocional da Dimensions International).
experiência, mas ajuda-nos a desenvolver um sentido de autoria e de
esperança encarando a adversidade ou a perda como uma possível
oportunidade para começar de novo. Quase sempre o falhanço ou a
decepção pode ser uma porta de entrada para uma descoberta mais sabático” para se reencontrar com os seus
profunda do sentido e propósito da vida, e até mesmo um caminho valores mais profundos e de clarificar os
de libertação daquilo que descobrimos mais tarde serem falsas segu- seus desejos e propósitos mais genuínos. Só
ranças. depois começar a traduzir isso num plano
A investigação sobre este tema demonstra que a capacidade de resili- de acção coerente.
ência é “ordinária” e não “extraordinária”. Traduz-se em comportamen- - Revisitar e reescrever a sua missão pessoal.
tos, pensamentos e acções que podem ser aprendidas e desenvolvidas No domínio interpessoal e da acção:
por qualquer um. - Cultivar as relações com membros pró-
• A capacidade de auto-regulação de sentimentos, emoções e impulsos; ximos da família, amigos, colegas. Pedir e
• Uma visão positiva e equilibrada de si próprio – os seus pontos fortes aceitar ajuda e apoio daqueles que se preo-
e capacidades; cupam connosco e que nos escutam.
• A capacidade de comunicação e de resolução de problemas; - Manter-se activo na pertença a grupos que
• A capacidade de fazer planos e tomar decisões realistas; proporcionem suporte social.
• A qualidade da rede de relações dentro e fora da família. As relações - Do ponto de vista profissional, actualizar
de confiança são o principal suporte para lidar equilibrada e constru- a rede de contactos e a partir daí fazer o
tivamente com o falhanço e a adversidade. levantamento de oportunidades.
Que sugestões podemos apresentar ao João para lidar construtivamen- - Desenvolver algumas metas realísticas. Fa-
te com este contratempo e desenvolver a resiliência? zer alguma acção regularmente – mesmo que
A nível intrapessoal: pequena – que lhe permita avançar no senti-
- Estar atento ao seu diálogo interior, desafiando padrões de pensa- do dos objectivos. Em vez de se focalizar em
mento que, por serem irrealistas, exagerados ou catastrofistas, podem tarefas que são inatingíveis, perguntar-se a si
estar a originar crenças limitadoras sobre si próprio ou sobre a situa- próprio: “Qual a acção que eu sei que posso
ção específica. cumprir hoje que me pode ajudar a avançar
- Aceitar as circunstâncias que não podem ser alteradas pode ajudar a na direcção que pretendo seguir?”.
focalizar-se nas circunstâncias que podemos alterar. - Cultivar hábitos de um estilo de vida saudá-
- Cultivar um optimismo realista sobre o futuro, alimentando a ex- vel, preservando o seu equilíbrio físico e emo-
pectativa de que os acontecimentos positivos não tardarão a aparecer. cional. Fazer exercício regular, descansar e dor-
- Não ter medo dos sentimentos e emoções intensas; quanto mais os mir o suficiente e uma dieta equilibrada ajuda
tratarmos por “tu” e os assumirmos como nossos, mais lhe retiramos a a gerir a energia necessária para lidar com os
carga aversiva e mais nos auto regulamos. desafios de forma energética e determinada.
- Fazer uma “autobiografia”; rever os seus pontos fortes e qualidades e - Envolver-se em actividades regulares de
ter em conta áreas de maior vulnerabilidade. que retire prazer e relaxamento.
- Visualizar um dia tipo do estilo de vida em que se sentirá plenamente Acima de tudo, ver nesta situação de vida
realizado e preenchido. O que estará a fazer, com quem estará, como uma oportunidade para aprofundar o seu
ocupará o seu tempo? auto-conhecimento e revitalizar as suas
Um dia, inesperadamente – ou - Resistir (se possível) escolhas e decisões. Muitas pessoas reco-
nem tanto –, o João foi confrontado à tentação de ter de nhecem que, depois de um período de
fazer logo qualquer “travessia do deserto”, melhoraram as suas
com uma má notícia. Era convi- coisa a qualquer preço; relações, aumentaram a sua auto-confian-
dado a repensar o seu futuro na de “fuga para a fren- ça e renovaram a sua capacidade de apre-
empresa. No princípio sentiu tudo te”. Conceder-se a si ciar e tirar partido da vida tal como ela se
como um “murro no estômago” próprio algum “tempo apresenta.
PessoalJaneiro2011
37
RECRUTAMENTO & SELECÇÃO
Recrutamento através
das redes sociais
A Rede Social Contacto, criada pela Sonae, foi a primeira rede social desenvolvida por
uma empresa em Portugal com o objectivo de facilitar a contratação de jovens licenciados
de elevado potencial. Segundo o Corporate Leadership Council, esta é a primeira rede
mundial de uma única empresa que tem como missão encontrar novos e promissores
talentos tendo em vista o seu recrutamento.
por: Cátia Pereira
38 PessoalJaneiro2011
maior interacção entre as empresas e os can- sentido, a Sonae tem pro- “A utilização das redes sociais é
didatos, facilitando o processo de selecção. No curado novas formas de uma tendência crescente (…), têm
entanto, as redes sociais devem ser vistas como chegar a cada vez mais
complementares no processo de recrutamento, potenciais candidatos,
o condão de permitir uma maior
já que ainda há variáveis que apenas o contacto aproveitando as vanta- interacção entre as empresas e os
pessoal permite aferir. A utilização das redes so- gens da massificação das candidatos, facilitando o processo de
ciais é uma tendência crescente, sendo também novas tecnologias e da selecção” [Miguel Rangel]
uma importante fonte de informação para em- Internet. O lançamento
pregador e empregado”. da Rede Contacto tem
O número de utilizadores da Rede Social Con- como objectivo facilitar a contratação de jovens licenciados de elevado po-
tacto superou todas as expectativas e faz do ano tencial. A Sonae é uma empresa de pessoas e, por isso, tem de investir na
de 2010 o mais participado de sempre do Pro- captação dos melhores talentos”.
grama Contacto. Mas além da quantidade, existe E como funciona a Rede Social Contacto? Miguel Rangel explica: ”A Rede
a garantia de qualidade dos participantes, em Contacto introduz uma forma alternativa de os jovens universitários demons-
resultado da interacção que é estabelecida com trarem o seu potencial, já que possibilita a cada candidato reforçar a sua
os inscritos na Rede Social Contacto. avaliação com dinâmicas de participação que vão para além do seu currículo
Tudo começou com o Programa Contacto em académico.
1986, criado com o intuito de criar um impor- Assim, os jovens estão a ser desafiados a realizar diversas tarefas, desde a re-
tante momento de comunicação junto da co- alização de trabalhos até ao preenchimento de questionários, passando por
munidade universitária, de forma a possibilitar opiniões sobre temas específicos ou jogos online ‘Quiz’. Estes desafios são co-
o recrutamento de jovens quadros. Todos os locados pelas diversas empresas Sonae e permitem aos participantes acumu-
anos, o Programa Contacto realiza um evento, lar pontos para uma classificação que possibilita aceder ao ‘Dia Contacto’, um
o “Dia Contacto”, que tem como principal ob- evento que reunirá cerca de 60 jovens de elevado potencial e que lhes dará a
jectivo dar a conhecer a futuros profissionais oportunidade de conhecer por dentro a Sonae. Destes 60, são seleccionados
com elevado potencial a realidade empresarial 20 jovens para realizar estágios na Sonae, podendo depois ser integrados nos
do maior grupo económico privado português quadros das empresas Sonae”.
não financeiro. O Programa Contacto propicia A Rede Social Contacto está integrada no Programa Contacto da Sonae e é
uma oportunidade para conhecer, por dentro, um meio de relacionamento com os jovens universitários. Oferece uma for-
as estratégias e planos de desenvolvimento da ma alternativa destes demonstrarem o seu potencial, já que possibilita a cada
Sonae, contactando directamente com os seus candidato reforçar a sua avaliação com dinâmicas de participação que vão
principais líderes. Paralelamente, também existe para além do seu currículo académico.
o objectivo de se identificarem potenciais talen- “A Rede Contacto está prestes a atingir os 10 000 jovens registados, um valor
tos que possam, futuramente, vir a integrar a que supera largamente as nossas expectativas. Vamos abrir as portas aos que
equipa Sonae. Segundo Miguel Rangel, ”as em- mais se destacarem e esperar que aproveitem a oportunidade”, remata Mi-
presas Sonae acreditam que as pessoas estão guel Rangel. Os jovens finalistas interessados em participarem no Programa
no centro do seu sucesso e, por isso, investem Contacto devem fazer o seu registo na Rede Contacto, disponível em www.
na atracção dos melhores colaboradores. Nesse programacontactosonae.com.
PessoalJaneiro2011
39
PERFIL
Gestão de Afectos
Francisco Pedro Balsemão é o Director de Recursos Humanos do maior Grupo
de comunicação nacional: Impresa. Como tal, o departamento que lidera tem de levar
a cabo uma “Gestão de Afectos”, atendendo às várias categorias profissionais que o
Grupo tem, desde jornalistas a actores, num total de 1311 trabalhadores.
por: Duarte Albuquerque Carreira fotos: Design e Forma
PessoalJaneiro2011
41
PERFIL
se ‘Comparative Human Rights’, e curiosamente
era a que menos tinha a ver com o tipo de ad-
vocacia que fazia na altura, que era Mercados de
Capitais. Depois do ‘Master’, estive quatro meses
em Nova Iorque, a trabalhar na Missão de Por-
tugal nas Nações Unidas, também na área dos
Direitos Humanos. Deve ter sido por essa altura
que comecei a desenvolver a vontade de traba-
lhar na área dos recursos humanos, que aliava
dois tipos de “Direitos”: Direito Societário, que
ia de encontro à perspectiva do empregador, e
Direitos Humanos, aplicável a todos, mas espe-
cialmente aos trabalhadores. Mas o gosto pela
Gestão dos Recursos Humanos nasceu muito
antes. É algo que aprendemos desde a escola
primária, quando negociávamos com os profes-
sores o prazo para a entrega dos trabalhos de
casa. Acho que sempre relevei o factor humano
acima de tudo o resto e daí a passagem para
esta área ter sido natural.
42 PessoalJaneiro2011
“(…) O gosto pela Gestão dos
Recursos Humanos nasceu muito Tudo em Família
antes. É algo que aprendemos
Ter o pai como “patrão” facilita ou pode
desde a escola primária, quando ser uma dificuldade adicional?
negociávamos com os professores É preciso saber distinguir as coisas. O meu pai será
o prazo para a entrega dos sempre, em primeiro lugar, meu pai, mas em assuntos
trabalhos de casa” profissionais é o Dr. Balsemão. Temos uma relação
saudável porque temos uma capacidade de trabalho
semelhante e temos os mesmos valores. Ajuda con-
vas fora do Grupo, o convite para a Direcção hecê-lo e saber o que ele valoriza mas é normal que
dos Recursos Humanos era praticamente irre- ele seja mais exigente com os filhos. Até à data tenho
cusável. sentido um apoio grande da sua parte, bem como
dos outros elementos da Comissão Executiva, e isso
Quais as especificidades da Gestão RH é uma fonte de motivação.
da Impresa?
O ‘core’ do nosso negócio é a informação e o Em que medida se sente no Grupo o peso
entretenimento e temos que ter uma atenção do conceito de “empresa familiar”? Pode
especial com as pessoas que trabalham nessa complementar a sua resposta com algum exemplo prático?
área. Pelo facto de termos categorias profissio- É uma empresa familiar no sentido lato da palavra, pela forma próxima como a Administração e
nais diferentes, como jornalistas e actores, so- as chefias trabalham junto dos trabalhadores. Apesar de haver muitos procedimentos internos em
mos obrigados a uma gestão diferente: a gestão vigor, muitos assuntos são tratados pegando no telefone ou dirigindo-se pessoalmente ao gabinete
de afectos. Isto está também relacionado com a de outrem. Mas a Impresa não tem o conceito de empresa familiar formalizado.
natureza da nossa actividade, que é desgastante
e está sujeita a um crivo diário. As audiências
televisivas são medidas ao minuto, os jornais
e revistas têm um enorme impacto social e bos os casos, o talento deve inspirar aqueles que com ele trabalham, seja pela
os desafios decorrentes das novas plataformas gestão que faz dos recursos à sua disposição, seja pela qualidade do seu traba-
são cada vez maiores. Tudo isto constitui uma lho, e deve partilhar os valores da empresa. Depois de efectuada esta segmen-
fonte de pressão constante sobre os jornalistas tação, é necessário responder a duas perguntas. A primeira é: como podemos
e outros trabalhadores que exercem funções potenciar o talento identificado? Na Impresa temos procurado desenvolver
editoriais. É normal que alguns dos problemas as capacidades de determinados segmentos através da formação na área das
ocorridos nestas áreas sejam diferentes e por- ‘soft skills’. Realizámos, por exemplo, dois cursos transversais, os Editoriais
tanto tenham que ser abordados de forma di- para o Futuro, dirigido a jornalistas com funções de chefia, e os Jovens com
ferente. No entanto, não podemos descurar as Elevado Potencial, para pessoas com menos de 32 anos com potencial de
outras áreas funcionais e de suporte que têm crescimento. Em ambos os casos fomentámos a retenção do talento através
um papel fundamental para o sucesso do nos- de prémios de permanência. É também essencial descobrir e acompanhar o
so negócio. Estas áreas não podem ser tratadas que os talentos valorizam e procurar satisfazer os seus interesses.
como sendo menores e também merecem todo
o nosso apoio. Qual a importância da Responsabilidade Social para o Gru-
po Impresa?
Como é que faz a gestão do talento? A Impresa promove, desde 2003, a responsabilidade social através da SIC
A gestão do talento é encarada, no Grupo, Esperança, uma IPSS que actua como “chapéu de sol” para todas as iniciativas
como uma vantagem competitiva. Em primeiro desta natureza realizadas no Grupo. Internamente, a DRH tem trabalhado
lugar, é preciso identificar o talento. Compete com a SIC Esperança na organização e promoção da participação dos tra-
à DRH, em conjunto com as áreas funcionais, balhadores do Grupo em acções de voluntariado. Num sentido mais lato
definir quais as características que definem um da responsabilidade social, a DRH procura promover internamente as boas
talento. Estas variam de área para área, mas é práticas em áreas, por exemplo, como o ambiente e a boa forma física.
possível detectar na Impresa dois padrões gerais
de talento: por um lado, o talento-gestor, que Por que razão o grupo Impresa, do ponto de vista dos tra-
deve ter capacidade de liderança, obter resulta- balhadores que gere, é uma boa empresa para trabalhar?
dos excepcionais, conhecer e apostar nas novas Principalmente pelos valores e pela missão da empresa, bem como pela ima-
tendências na sua área, etc. Por outro, o talento- gem que esta tem no exterior. As pessoas que trabalham no Grupo orgu-
especialista, o ‘expert’, que tem conhecimentos lham-se da sua independência editorial e dos produtos e serviços Impresa. A
especializados no âmbito da sua área funcional nossa cultura organizacional tem implícito um enorme respeito e justiça no
mas não deixa de trabalhar para cumprir com tratamento dos trabalhadores que julgo ser raro encontrar noutras empresas
os objectivos definidos pela empresa. Em am- do ramo.
PessoalJaneiro2011
43
topgrading
44 PessoalJaneiro2011
ceis nas organizações são as decisões sobre as
pessoas - contratar, promover, despedir, etc. A
capacidade de tomar boas decisões em relação
Maria José Santos
às pessoas representa uma das últimas fontes de
Maria José Santos, Licenciada em Gestão pelo ISCTE,
vantagem competitiva em que podemos con-
Lisboa, é ‘Business Unit Manager’ da Mercuri Urval Por-
fiar, já que poucas organizações são realmente
tugal, onde desenvolve igualmente actividades como
boas nisso.”
‘Senior Management Consultant & Business Coach’.
As organizações que fazem ‘topgrading’ são ca-
Colabora com a Mercuri Urval desde 1997, com res-
pazes de conduzir melhorias ou alterações em
ponsabilidades ao nível de desenvolvimento de negócio,
factores de elevado valor estratégico, tais como
gestão, de projectos e de equipas de trabalho.
a produtividade, inovação, qualidade, serviço
Possui uma sólida experiência em projectos relaciona-
ao cliente, e ‘time-to-market’. Ter consistente-
dos com Alinhamento Estratégico, ‘Business Transfor-
mente um forte desempenho operacional pode
© Bruno Gonçalves
mation’, Desenvolvimento Organizacional, bem como
ser uma força poderosa na construção do va-
Identificação, Coaching e Desenvolvimento de Pessoas
lor para o accionista. Isto não quer dizer que
Chave, implementados em clientes nacionais e multina-
o talento é o único ‘driver’ do valor para o ac-
cionais dos mais diversos mercados.
cionista, mas que é um dos mais importantes e
um dos únicos que os ‘senior managers’ podem
controlar directamente.
A filosofia subjacente ao ‘topgrading’ é tão sim- A filosofia
talentosos disponíveis. “Disponível” significa o
ples, que é espantoso que sejam tão poucas as número total de pessoas no círculo de talento
subjacente ao
empresas que realmente o fazem. Com efeito, que estão dispostos a trabalhar por um certo
demasiadas vezes, gestores de todos os níveis
‘topgrading’ é
nível de compensação, numa determinada em-
cometem o dispendioso erro de tentar gerir o tão simples, que
presa específica, numa função específica.
seu caminho para a excelência com pessoas de é espantoso que
Na verdade, as empresas mais bem sucedidas
baixo desempenho na sua equipa. sejam tão pou-
executam simultaneamente os quatro elemen-
Nada do que uma empresa faz é mais impor- tos do ‘topgrading’:
cas as empresas
tante do que contratar e desenvolver as pessoas 1) Procurar e identificar proactivamente as pes-
certas (acredita Larry Bossidy/ AlliedSignal). As
que realmente
soas de elevado desempenho (‘Top Performers’)
estratégias são intelectualmente simples, mas o fazem dentro ou fora da empresa.
o sucesso da implementação da estratégia de- 2) Utilizar os mais avançados e rigorosos mé-
pende de quem está a implementá-la. Procurar todos de selecção para cometer menos erros e contratar e promover apenas
proactivamente e empregar as pessoas mais pessoas de elevado desempenho.
talentosas pode ter um efeito multiplicador na 3) Desenvolver o capital humano existente, fornecendo aos colaborado-
criação de outras vantagens competitivas (Geo- res formação, coaching e acompanhamento e/ou redireccionando aqueles
ffrey Smart). que têm um baixo desempenho, para funções em que possam ser ‘top
As pessoas de elevado desempenho contri- performers’.
buem mais, inovam mais, trabalham de forma 4) Exigir aos managers a todos os níveis que adoptem uma filosofia de ‘top-
mais inteligente, ganham mais facilmente a grading’ para a construção das suas equipas.
confiança dos clientes, demonstram mais de- Em empresas de elevado desempenho, este processo é contínuo e não é
senvoltura, têm mais iniciativa, desenvolvem uma iniciativa ou um programa isolado.
melhores estratégias de negócio, implementam
mudanças de forma mais eficaz, entregam uma Incrementar a criação de valor
qualidade de trabalho superior, demonstram Para aqueles que têm a enorme responsabilidade de aumentar o valor para
maior trabalho de equipa, e encontram formas o accionista, o ‘topgrading’ fornece uma ferramenta poderosa.
para terminar o trabalho em menos tempo e Ao aumentar o nível de talento, é possível ver subir importantes indicado-
com menor custo. res de desempenho. Ao contrário de muitos factores que também afectam
o valor para o accionista, tais como os clientes, concorrentes, investidores
Na prática, o que é o ‘Topgrading’? e as tendências económicas internacionais, a direcção e a administração
‘Topgrading’ significa simplesmente procurar sénior podem controlar directamente o nível de talento da empresa (‘Bra-
proactivamente e empregar as pessoas com dford Smart’).
mais talento disponíveis e simultaneamente Uma vez que poucas empresas adoptam realmente uma filosofia de ‘to-
efectuar a reintegração (interna ou externa- pgrading’, este representa uma fonte de vantagem competitiva segura.
mente) daqueles que têm menor capacidade Por agora.
ou desempenho. Isto é, ‘topgrading’ significa
Nota: Adaptado de Topgrading de Organization – Board & Directors (Smart & Smart); Bibliografia:“Topgrading”
empregar apenas pessoas de elevado desempe- e The Smart Interviewer: Tools and Techniques for Hiring the Best) - Bradford D. Smart; “Good to Great” ; Jim
nho. Essas pessoas correspondem aos 10% mais Collins; “The War for Talent” - Michaels a.o.
PessoalJaneiro2011
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Melhores Empresas Para Trabalhar
Semear a
sustentabilidade
na sociedade
great place to work
PessoalJaneiro2011
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great place to work
Nota
prémio de formação e liderança para a sus-
tentabilidade (Microsoft e Cisco – 2009 e 2010).
Sustentabilidade como estratégia organizacional.
- Inclusão do departamento de recursos humanos no
plano de sustentabilidade.
- Desenvolvimento de produtos sustentáveis.
- Utilização de matérias primas com menor impacto
ambiental.
Comunicação, comunicação, comunicação
- Disponibilização de informação, formação e partilha
com os colaboradores e com o exterior: melhores prá-
ticas no exterior e no seio da organização.
Empresas sustentáveis são socialmente responsáveis
- Contribuição para a diminuição da pegada de carbono.
- Preferência por meios digitais.
- Prática de reciclagem.
- Opção por transportes colectivos para os colaborado-
res e/ou veículos de menor impacte ambiental.
48 PessoalJaneiro2011
as pessoas, mais comprometidas e produti-
vas quando respeitam as organizações para
as quais trabalham. A RSE é, por isso, um ele-
Nota
mento com uma importância crescente para
esta equação.
No caso de uma empresa de origem britâ-
nica, o empenho em comprometer-se com
os stakeholders e o facto de considerar o
impacte da sua actividade em áreas-chave
do negócio fez a diferença. Exemplos das
melhores práticas nesta área incluem: a
condução do negócio com base em Prin-
cípios Globais que estabelecem requisitos
aos fornecedores, de modo a que obede-
çam às leis nacionais e internacionais; a
colaboração com o ‘Marine Stewardship
Council’, no sentido de apenas vender pei-
xe aprovado pelo esquema de avaliação
ambiental da companhia e, por exemplo, Prémio de Responsabilidade Social (Accenture e Cisco – 2009 e 2010).
a substituição de 99 por cento das embala- Cidadania corporativa: respeito na organização
gens de PVC dos produtos alimentares que - Intervenção social por parte de todos os colaboradores enquanto cidadãos corporativos.
comercializam. - Disponibilização e remuneração do tempo de trabalho em voluntariado.
Os valores também são integrados a todos os Acção social: as acções falam mais alto
níveis, o que pressupõe o envolvimento dos - Doação de materiais ou equipamentos.
colaboradores em iniciativas com a comu- - Desenvolvimento económico de zonas carenciadas.
nidade. Oferecer uma oportunidade a mais - Parcerias com organizações humanitárias.
de 2500 pessoas que enfrentam barreiras na - Patrocínios a desportistas.
procura de emprego, incluindo sem-abrigo, RSE interna: equidade e igualdade de oportunidades
portadores de deficiência, jovens e pais, fez - Informação e formação sobre práticas de responsabilidade social.
parte do programa ‘Marks and Start’, por
- Apoio à maternidade/paternidade.
exemplo, considerado o maior esquema le-
- Promoção de equidade e igualdade no recrutamento e selecção.
vado a cabo por uma organização para pro-
porcionar experiência profissional. Mais de
Fonte: Estudo de 2009 e de 2010 das Melhores Empresas Para Trabalhar em Portugal
90 por cento das pessoas que participaram
neste programa, no primeiro ano, declara-
ram que uma colocação na Marks & Spencer,
ainda que por pouco tempo, mudou as suas contabilidade ou a segurança. Durante um ano, cerca de 1000 colabora-
vidas e gerou a confiança que necessitavam dores da empresa desempenharam o papel de mentores neste cenário
para regressar ao mundo do trabalho. Os e desenvolveram capacidades como o coaching e a comunicação – tudo
participantes conquistaram empregos segu- no decorrer do seu dia de trabalho.
ros e permanentes, quer em lojas da Marks
& Spencer ou em áreas como a educação, a Procura-se ética no ADN das organizações
São estas organizações que o Instituto procura e avalia (actualmente
presente em 45 países), há mais de vinte e cinco anos. Comprome-
Os empregadores líderes reconhe- tido em encontrar organizações cujo perfil incorpore, no seu ADN,
cem que não apenas têm a obriga- a busca pela melhoria contínua e a excelência na gestão, o Institu-
ção de promover políticas susten- to, decidiu, recentemente, reforçar o reconhecimento das empre-
táveis na sua própria organização, sas para as quais a ética e a inovação são palavras de ordem. Em
Portugal e no Reino Unido, destaca organizações pela Formação e
mas também de dar passos pró-
Liderança em Sustentabilidade e pela Responsabilidade Social. Ini-
activos na educação dos consumi- ciativas adoptadas com a missão de fazer eco das melhores práticas
dores e no lobbying aos Governos e dos exemplos de referência a nível mundial. Esperamos pelo efeito
para criar uma mudança real multiplicador nos diversos mercados.
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ANÁLISE JURÍDICA
Responsabilidade Social
e Direito do Trabalho
por: Tiago Cochofel de Azevedo, Advogado do Departamento de Direito do Trabalho
da SRS Advogados
50 PessoalJaneiro2011
Por fim, a responsabilidade social não comporta apenas um efeito a termo, a fim de evitar uma estrutura de custos fixa demasiado
directo na produtividade dos trabalhadores, mas igualmente um onerosa. Do mesmo modo, e durante a execução do contrato de
efeito potenciador da reputação, marca e imagem das empresas, trabalho, se a atribuição de benefícios acrescidos potenciaria a pro-
com a consequente crescente atenção por parte dos consumido- dutividade dos trabalhadores, o facto é que são cada vez mais as
res e investidores. Aliás, tem já sido apontado que nas situações empresas que pretendem retirar ou reduzir os benefícios já exis-
de crise económica, como aquela em que actualmente vivemos, tentes, modificar os sistemas de retribuição e, de um modo geral,
os consumidores tendem a identificar-se e privilegiar as marcas diminuir os níveis de despesa com os seus recursos humanos.
socialmente responsáveis e as empresas que desenvolvem acções Em todo o caso, não será de excluir a relevância do papel que
junto dos seus trabalhadores, das comunidades ou de grupos des- os incentivos públicos poderão representar numa recepção
favorecidos. mais acelerada da responsabilidade social pelos empresários.
Nas empresas multinacionais ou de maior dimensão, este tipo Aliás, o Código do Trabalho acolhe e permite ao legislador a
de responsabilidade encontra-se já enraizada e institucionalizada, adopção de medidas de descriminação positiva, isto é, medi-
sendo frequentes a adopção de códigos de conduta, ‘guidelines’ das legislativas que beneficiem certos grupos, desfavorecidos
internacionais que contêm os valores da organização ou mesmo a em função de factor de descriminação, com o objectivo de
introdução de linhas de ‘whistleblowing’ (mecanismos que permi- garantir o exercício, em condições de igualdade, dos direi-
tem aos trabalhadores denunciar, em condições de segurança e/ tos previstos na lei ou corrigir uma situação de desigualdade
ou de anonimato, a prática de actos discriminatórios ou abusivos que persista na vida social. Tais incentivos poderão passar
no interior do grupo ou empresa). Sucede que, uma substancial por regimes fiscais mais favoráveis, taxas contributivas para a
parte da nossa tecitura empresarial é composta por PME, forte- Segurança Social mais reduzidas e por um revisitar do tema
mente afectadas pelo clima economicamente desfavorável que se da flexibilidade laboral, que atribua às empresas mecanismos
vem sentido. Com efeito, a rigidez da lei laboral origina a procura reais, plausíveis e verdadeiramente eficazes de gestão da sua
por formas flexíveis de contratação, de natureza temporária ou força de trabalho.
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AO ALMOÇO COM...
Oportunidades: 2011
por: Duarte Albuquerque Carreira fotos: Design e Forma
52 PessoalJaneiro2011
como a Maria João disse, irá continuar a fazer o seu trabalho de cada vez
mais cercar as políticas e as decisões que o Governo toma. Principalmente
políticas que se advinham bastante austeras devido à conjuntura de crise
que vivemos. Notamos nas conversas que vamos tendo com os nossos
clientes, e com as empresas com as quais trabalhamos, que há uma grande
expectativa no que diz respeito a investimento, porque esta instabilidade
conduz a isso mesmo e leva a deslocalização para mercados emergentes,
este fenómeno vê-se claramente nas grandes multinacionais.
PessoalJaneiro2011
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AO ALMOÇO COM...
como uma única. A Ibéria, em muitos casos, é
Uma frase motivacional... considerada uma única região, quase um úni-
co país. Claro que poderia ser uma alternativa,
o nosso mercado dos 10 milhões quintuplica-
va. Mas não sei até que ponto, e perante a si-
tuação em que está Portugal e Espanha, estas
políticas conjuntas poderiam ser a solução. Eu,
pessoalmente, acredito que sim devido à força
económica que ganharíamos como região ibé-
rica. Se será possível nos próximos anos, não
acredito. Bom, só se a crise for realmente de
tal ordem que empurre os governos de ambos
os países a tal.
54 PessoalJaneiro2011
especial para um laboratório de desenvolvi- todos. É a nossa especialidade. Poderíamos fazer o desenvolvimento e ges-
mento de projectos que possam criar algumas tão de uma plataforma electrónica e sistema informático para recepção das
empresas vocacionadas para a exportação. Por candidaturas e projectos tailor made (Elan IT); em que fazíamos toda a re-
exemplo, eu sei que em Portugal a aquicultura cepção, análise e validação de projectos e candidaturas (Manpower Professio-
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IMAGENS RH
Conferência
Fotos: DeF
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wellness & places
Rework
Jason Freid e David Heine-
meier Hansson criaram a
37signals, uma empresa que Bugatti
factura todos os anos milha- O Veyron 16.4 da Bugatti é o carro com a
res de milhões de dólares., produção mais cara de sempre. A potên-
seguindo uma filosofia que usa cia, a velocidade, a performance e o luxo,
e abusa de uma qualidade que são garantidos. Atinge os 100 quilómetros
os portugueses têm para dar e por hora em 2,5 segundos e a velocidade
vender: a arte da improvisação. máxima de 400 quilómetros por hora em
Lua de Papel, 248pp apenas 55 segundos.
Toshiba Camileo
Sportcam
É resistente à água, à neve, à
chuva e até ao pó, por isso
pode levar esta mini-câmara
para qualquer lado e garantir
filmagens bem sucedidas. A
câmara foi pensada para des-
portistas activos e para fãs da
aventura, mas também serve
para as típicas filmagens casei-
ras. Pesa apenas 114g e cabe
em qualquer bolso.
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VIAGENS
Aspen
Luxo e requinte no
velho oeste americano
texto e fotos: Fernando Borges
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O que mudou mesmo foi que, com o perfis de esquiadores, a Aspen Moun-
declínio da prata no final dos séc. XIX, tain, conhecida pelas suas belas paisa-
Aspen passou a ser alvo de investido- gens, Snowmass, perfeita para crianças,
res que viram nas montanhas da região Aspen Highlands, para os mais expe-
um potencial para a construção de um rientes e Buttermilk, para os iniciantes.
resort de esqui, fundando-se em 1945 a Um ponto perdido no meio do Colora-
Aspen Skiing Corporation para, em 1950, do que se tornou famoso pela sua bele-
tornar-se internacionalmente numa das za e sofisticação, um lugar de 6 mil ha-
mais conhecidos e desejados destinos de bitantes que no Inverno, quando leves
neve, um ponto de encontro de milio- plumas brancas transformam as ruas em
nários e estrelas do mundo artístico e macios tapetes de neve passa a ter 27 mil
desportivo, sendo comum entre cada pessoas a percorrer pouco mais de 9,5
descida e em qualquer das 350 pistas km2 repletos de lojas de grife e edifícios
cruzarmo-nos com Tom Hanks, Kevin cujas fachadas nos fazem recuar aos
Costner, Julia Roberts, Paris Hilton, Do- tempos do velho-oeste, quando Aspen
nald Trump, George Clooney, Nicolas ainda vivia da exploração de minério.
Cage… Mas Aspen não deixou de ser um Um lugar delicioso mesmo para quem
ponto perdido no meio do nada. não faz esqui e opta pelo turismo con-
Mas este é um ponto no meio de um templativo a partir de uma qualquer
nada pleno de fascínio, um ponto no varanda de um qualquer restaurante,
meio de um nada composto por quatro para quem percorre as suas ruas, exclu-
montanhas direccionadas para vários sivas para peões, ao encontro das mais
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VIAGENS
seios em trenó e da patinagem no gelo
para crianças e adultos, das ‘hot springs’,
piscinas de águas termais nos arredores
da cidade que atraem famílias e casais,
dos bares que oferecem cardápios com
tequilas, mojitos, caipirinhas e drinques
típicos de vários países, das cartas de vi-
nhos que oferecem produtos de França,
Itália, Austrália, Nova Zelândia e, espe-
cialmente, das vinícolas da Califórnia,
das mesas dos restaurantes onde não
falta caviar, trufas e ‘foie gras’.
Uma programação que não esquece as
noites, oferecendo atracções para todos
os gostos e idades, abrindo as portas a
uma vida nocturna que tanto pode ser
pacata como agitada, onde quem manda
é o visitante. Uma vida nocturna mar-
cada pela vida agitada dos restaurantes
e bares, dos jantares que abrem menus
cheios de especialidades e alternativas
internacionais, sofisticados e descontra-
ídos às 21 horas e se prolongam pelos
bares até às 2 horas da manhã, dos clu-
bes nocturnos com diversos estilos mu-
de 30 galerias de arte e 100 restaurantes sicais, do country à música electrónica,
ou para quem parte do après-ski deve das adegas de vinho, das pistas de gelo
ser passado numa piscina com a água a onde o convívio e a agitação acontece
40° enquanto os termómetros anunciam de uma forma natural, divertida e infor-
uma temperatura exterior de vários mal, ou das noites do simples vaguear
graus negativos e a neve cai sobre os te- pelas ruas iluminadas pelas vitrinas das
lhados de elegantes e românticos chalés mais de 200 lojas de griffe.
de madeira. É assim a mediática Aspen das estre-
E esta é também uma típica cidade do las, do clima típico de montanha que
velho-oeste por onde circula a elegância no Inverno cobre com o longo manto
e que faz do luxo uma bandeira. branco as montanhas do Colorado, das
Logo à chegada, no Aspen/ Pitkin Coun- taças do Mundo de esqui, da elegância e
ty Airport, jovens vestidos de Ralph Lau- do glamour. A Aspen que já se chamou
ren apresentam-se como verdadeiros Roaring Fork Valley, uma antiga cidade
“embaixadores” da cidade e oferecem-se que passou pela febre da exploração mi-
para chamar um táxi, encontrar um ho- neira e que soube guardar o charme vi-
tel a gosto ou para dar informações gra- toriano e o espírito do oeste americano,
tuitamente. Jovens que são contratados que se transformou num dos melhores
pelas estações de esqui e que têm como resorts de esqui do Mundo e que foi vo-
a missão oferecer um tratamento “VIP” a tada por diversas vezes pelos leitores da
todos que chegam à velha Roaring Fork conceituada Ski Magazine como a estân-
Valley, tornando ainda mais agradáveis cia nº 1 em après-ski.
os dias passados neste lugar de eleição e
fazendo com que cada visitante se torne
um verdadeiro fã e apaixonado deste
ponto perdido no meio do nada. Contactos
A Aspen que começa a sua programa- Morada: Campo Grande, nº 220 B
ção de Inverno em Novembro e a es- 1700-094 Lisboa - Portugal
tende até Março, dos shows de rock Tel: +351 21 781 74 70 Fax: +351 21 781 74 79
gratuitos nas bases das montanhas e E-mail: travel@across.pt
das temporadas de ópera e concertos www.across.pt
de música erudita no teatro, dos pas-
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O PRINCÍPIO COMEÇA NO FIM
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