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AMARAL VIEIRA
RELATOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 0 5 2 9 7 2 9 - 6 8 . 2 0 1 0
Ementa:
AGRAVO. TUTELA ANTECIPADA
OBJETIVANDO A CONCESSÃO DE BENEFÍCIO
ACIDENTÁRIO. PROVA INEQUÍVOCA QUE INDIQUE
A VERSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES E RISCO DE
DANO IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO
INEXISTENTES. INDEFERIMENTO. A presença de
risco de dano irreparável ou de difícil reparação é
condição 'sine qua non' para a concessão da tutela
antecipada, especialmente a de caráter satisfativo,
não se admitindo ainda seu deferimento quando for
qualificada pela irreversibilidade. Ausente na
hipótese igualmente a verossimilhança das
alegações da autora, uma vez que não há prova
segura, coligida sob a égide do contraditório, de
que os males de que afirma padecer a incapacitem
atualmente para o trabalho.
VOTO N° 18999
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o auxílio-doença administrativamente por limite médico. Alega não terem
sido satisfeitos os requisitos necessários à concessão da medida antecipatória,
inexistindo nos autos prova inequívoca do direito alegado, além do perigo da
irreversibilidade. Acrescenta ser necessária a instrução probatória, com a
realização da perícia médica em juízo, lembrando gozar de presunção de
legitimidade a perícia médica administrativa, consoante jurisprudência trazida
à colação. Argumenta não ser ilegal nem dotado de arbitrariedade o
mecanismo da alta programada, tratando-se de procedimento sério e
respaldado cientificamente, pois a estimativa da duração do benefício, feita
durante o exame médico, leva em consideração a incapacidade apresentada
pelo segurado. Requer a revogação da decisão agravada, dando-se provimento
ao recurso.
E o relatório.
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atualmente para o labor. Isto porque as conclusões do laudo apresentado por
seus médicos particulares não encontram confirmação no exame realizado
pelo perito médico autárquico, decorrendo daí que apenas perícia judicial,
isenta, elaborada por profissional afeito às perícias médicas do trabalho,
poderá dirimir a questão, o que torna temerária, devido a sua evidente
irreversibilidade, a concessão da tutela em seu favor.
Nem se alegue que a alta programada não pode prevalecer por não
se basear na real avaliação da capacidade/incapacidade do obreiro pela perícia
médica administrativa, pois sabidamente a referida alta só produz efeitos
quando o segurado se conforma com o termo final estabelecido para o auxílio-
doença, tanto que consta expressamente do documento que comunica a alta
programada o direito do segurado de requerer Pedido de Prorrogação ou
Pedido de Reconsideração, passando então a vigorar aquela alta apenas após
nova perícia médica, confirmadora do prognóstico de plena recuperação de
sua capacidade laboral. E nessa hipótese tem ainda o segurado o direito de
interpor recurso à Junta de Recurso da Previdência Social.
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Resta, portanto, revogada a decisão atacada.
Relator