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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA
REGISTRADO(A) SOB N°

ACÓRDÃO uni uni um um l i um um um mi m


Vistos, relatados e discutidos estes autos de
Agravo de Instrumento n° 0529729-68.2010.8.26.0000,
da Comarca de Itapecerica da Serra, em que é
agravante INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS
sendo agravado EDNIR MUNIZ SANTOS LUIZ (JUSTIÇA
GRATUITA).

ACORDAM, em 16a Câmara de Direito Público do


Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte
decisão: "DERAM PROVIMENTO AO RECURSO. V. U.'\ de
conformidade com o voto do(a) Relator(a), que integra
este acórdão.

O julgamento teve a participação dos


Desembargadores VALDECIR JOSÉ DO NASCIMENTO
(Presidente sem voto) , LUIZ DE LORENZI E CYRO
BONILHA.

São Paulo, 19 de abril de 2011.

AMARAL VIEIRA
RELATOR
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SEÇÃO DE DIREITO PÚBLICO

AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 0 5 2 9 7 2 9 - 6 8 . 2 0 1 0

AGTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL


AGDA: EDNIR MUNIZ SANTOS LUIZ

Ementa:
AGRAVO. TUTELA ANTECIPADA
OBJETIVANDO A CONCESSÃO DE BENEFÍCIO
ACIDENTÁRIO. PROVA INEQUÍVOCA QUE INDIQUE
A VERSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES E RISCO DE
DANO IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO
INEXISTENTES. INDEFERIMENTO. A presença de
risco de dano irreparável ou de difícil reparação é
condição 'sine qua non' para a concessão da tutela
antecipada, especialmente a de caráter satisfativo,
não se admitindo ainda seu deferimento quando for
qualificada pela irreversibilidade. Ausente na
hipótese igualmente a verossimilhança das
alegações da autora, uma vez que não há prova
segura, coligida sob a égide do contraditório, de
que os males de que afirma padecer a incapacitem
atualmente para o trabalho.

VOTO N° 18999

Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de liminar para que


seja recebido no efeito suspensivo, lançado contra r. decisão que, em ação
pleiteando o restabelecimento de auxílio-doença, deferiu em favor do
agravada-autora o pedido formulado em sede de antecipação de tutela.

Recorre a autarquia, afirmando, inicialmente a tempestividade de


seu agravo de instrumento, pois nos termos da legislação processual vigente,
computa-se em dobro o seu prazo recursal. No mérito, funda-se o recurso na
assertiva de que a pretensão da segurada não tem amparo fático, pois cessado

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AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 0 5 2 9 7 2 9 - 6 8 . 2 0 1 0
o auxílio-doença administrativamente por limite médico. Alega não terem
sido satisfeitos os requisitos necessários à concessão da medida antecipatória,
inexistindo nos autos prova inequívoca do direito alegado, além do perigo da
irreversibilidade. Acrescenta ser necessária a instrução probatória, com a
realização da perícia médica em juízo, lembrando gozar de presunção de
legitimidade a perícia médica administrativa, consoante jurisprudência trazida
à colação. Argumenta não ser ilegal nem dotado de arbitrariedade o
mecanismo da alta programada, tratando-se de procedimento sério e
respaldado cientificamente, pois a estimativa da duração do benefício, feita
durante o exame médico, leva em consideração a incapacidade apresentada
pelo segurado. Requer a revogação da decisão agravada, dando-se provimento
ao recurso.

O recurso, devidamente instruído com a prova de recolhimento do


porte de retorno, foi recebido no duplo efeito, tendo sido contraminutado.

E o relatório.

Merece acolhida o presente agravo, pois só se dá à tutela antecipada


o caráter satisfativo quando estiver demonstrado o fundado receio de dano
irreparável ou de difícil reparação, condição que não está satisfeita no caso
vertente, no qual, se julgada procedente a demanda, o autor receberá
oportunamente, devidamente corrigidos, todos os benefícios em atraso que
eventualmente lhe forem reconhecidos.

Ademais, não pode a tutela antecipada deferir medida qualificada


pela irreversibilidade (art. 273, § 2o do CPC), circunstância que certamente
está presente nesta hipótese, eis que a autarquia não terá, no caso de
improcedência da demanda, como recobrar da agravada os benefícios de
caráter alimentar que lhe forem pagos por conta daquela antecipação.

A par disso, a própria verossimilhança das alegações da agravada é


discutível na espécie, uma vez que não há prova segura, coligida sob a égide
do contraditório, de que os males de que afirma padecer o incapacitem

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atualmente para o labor. Isto porque as conclusões do laudo apresentado por
seus médicos particulares não encontram confirmação no exame realizado
pelo perito médico autárquico, decorrendo daí que apenas perícia judicial,
isenta, elaborada por profissional afeito às perícias médicas do trabalho,
poderá dirimir a questão, o que torna temerária, devido a sua evidente
irreversibilidade, a concessão da tutela em seu favor.

Nem se alegue que a alta programada não pode prevalecer por não
se basear na real avaliação da capacidade/incapacidade do obreiro pela perícia
médica administrativa, pois sabidamente a referida alta só produz efeitos
quando o segurado se conforma com o termo final estabelecido para o auxílio-
doença, tanto que consta expressamente do documento que comunica a alta
programada o direito do segurado de requerer Pedido de Prorrogação ou
Pedido de Reconsideração, passando então a vigorar aquela alta apenas após
nova perícia médica, confirmadora do prognóstico de plena recuperação de
sua capacidade laboral. E nessa hipótese tem ainda o segurado o direito de
interpor recurso à Junta de Recurso da Previdência Social.

E nunca é demais lembrar ser firme a orientação do Colendo


Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a antecipação de tutela exige
"evidência, elementos probatórios robustos, cenário fático indene a
qualquer dúvida razoável" (3a T. REsp 410.229, Min. Menezes Direito, j .
24.9.02) ou ainda "se houver possibilidade da ocorrência de qualquer
dúvida sobre a qualidade, quantidade e valor da prova, ela deixa de ser
inequívoca" (I a T. AI 169.465-AgRg, rei. Min. José Delgado, j . 22.6.98), o
que leva à inevitável conclusão de que, sempre que o direito do autor à tutela
antecipada depender de prova a ser feita em juízo, porque contrastada aquela
na qual forra seu direito, não faz jus àquela medida excepcional.

Ressalta-se, ainda, que as ações propostas contra a Fazenda Pública


se sujeitam ao duplo grau de jurisdição, e só após a confirmação pela 2a
Instância é que a sentença produz efeito, decorrendo daí que a concessão de
tutela antecipada contra o INSS, por se cuidar de simples decisão
interlocutória, deve ser avaliada com extremado rigor e cautela, porque
importa em lhe emprestar força que é negada à própria sentença.

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AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 0 5 2 9 7 2 9 - 6 8 . 2 0 1 0
Resta, portanto, revogada a decisão atacada.

Pelo exposto, meu voto dá provimento ao recurso.

Relator

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