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http://www.frigoletto.com.br/Cartograf/projees.htm
partir de um determinado ponto (ponto de vista). De acordo com Erwin Raisz (famoso
cartógrafo americano), as projeções azimutais são de três tipos: polar, equatorial e oblíqua.
Elas são utilizadas para confeccionar mapas especiais, principalmente os náuticos e
aeronáuticos.
Vejamos, a seguir, alguns dos mais conhecidos tipos de projeção cartográfica.
Projeção de Mercátor
INTRODUÇÃO
Esse artigo tem por finalidade apresentar a síntese dos resultados obtidos nas
pesquisas que realizamos com os professores de Geografia que atuam nas escolas da rede
Municipal de Uberlândia – MG, acerca do ensino da Cartografia e do uso do mapa nas aulas
de Geografia.
A idéia que norteou a pesquisa nasceu de observações de nossa experiência
profissional, quando deparamos com a grande dificuldade dos alunos para compreender o
mapa como meio de comunicação; mais tarde, entendemos que esta dificuldade estendia-se
também aos professores.
Assim, faremos uma breve discussão a respeito da formação dos professores de
Geografia, a partir de dados levantados junto à Secretaria Municipal de Educação de
Uberlândia – MG.
A partir de nossa experiência docente e das pesquisas que realizamos, notamos que
há, em geral, por parte dos alunos, uma grande dificuldade de compreensão da Cartografia
como linguagem de representação do espaço, decorrente, muitas vezes, do fato de que a
maioria dos professores ainda trabalha as noções cartográficas por meio de práticas
inadequadas. O mapa é oferecido ao aluno como mero instrumento visual de ilustração e, com
isso, a leitura cartográfica fica comprometida, porque ele não compreende a simbologia desta
linguagem; por conseguinte, o estudante apenas memoriza alguns fatos para submeter-se às
provas e, em pouco tempo, tudo é esquecido. Dessa forma, o mapa, em lugar de linguagem, é
reduzido à condição de conteúdo de ensino.
Em 2003, realizamos, junto à Secretaria Municipal de Educação, um levantamento
do número de escolas e professores de Geografia da rede municipal de ensino de Uberlândia –
MG. Pelos dados recolhidos, o município conta, hoje, com um total de 53 unidades escolares,
das quais 20 estão instaladas na zona urbana e 13 na zona rural. Estas escolas oferecem ensino
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de 5ª a 8ª séries, e as demais (10 escolas), todas da zona urbana, atendem apenas às séries
iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª séries). Aproximadamente, 109 professores lecionam
Geografia (dados de abril/2003). Cerca de 70% são graduados em Geografia (licenciatura
plena) e os demais são formados em Estudos Sociais (15%) e em História (15%).
Preocupamo-nos com a possibilidade da ausência de uma formação específica
(Licenciatura Plena) dificultar o processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos/temas da
Geografia, mais especificamente o ensino da Cartografia, pois, conforme uma grade curricular
do curso de Estudos Sociaisi[2], a qual tivemos acesso, nenhuma carga horária destinava-se ao
ensino da Cartografia.
Outro fator que nos chamou atenção é que mais da metade desses profissionais
trabalham em regime de contrato anual, e somente 40% são efetivos no cargo. Conforme
descrito no capítulo I do Art. 67 da L.D.B nº. 9394/96, o ingresso nos sistemas de ensino
público deverá acontecer exclusivamente por concurso público de provas e títulos, como
forma de valorização profissional.
Porém, fomos informados por uma assessora da SME, que houve concurso público
no ano de 2002 para admitir profissionais de diversas áreas, incluindo a educação, e somente
uma minoria conseguiu média de 60% para aprovação. Os demais, reprovados no concurso,
foram contratados para que os alunos não ficassem sem aula. Segundo a mesma, o maior
obstáculo para a aprovação da grande maioria dos candidatos a professores inscritos no
concurso, foi a prova de redação, pois eles não conseguiram interpretar e escrever o mínimo
exigido pela equipe responsável pelo processo seletivo.
Nesse mesmo ano, iniciamos uma pesquisa em algumas escolas municipais, com o
propósito de investigar como os professores de Geografia trabalham a Cartografia, e como o
mapa é utilizado para leitura, interpretação e análise do espaço geográfico. Utilizamos
questionários mistos, compostos por questões fechadas, semi-abertas e abertas, e ouvimos
depoimentos dos professores participantes.
Ao tentarmos aplicar os questionários aos professores, esbarramos com a falta de
interesse e empenho dos mesmos para respondê-los. Alguns ficaram incomodados com nossa
presença e se recusaram a responder às perguntas, o que dificultou muito o desenvolvimento
do nosso trabalho.
Por isso, resolvemos convidar os professores para um mini-cursoii[3] que
ministramos no Centro Municipal de Estudos e Projetos (CEMEPE), em que desenvolvemos
algumas sugestões metodológicas voltadas à prática cartográfica em sala de aula. Naquela
oportunidade, fizemos uma sondagem, por meio dos questionários, visando levantar os dados
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que necessitávamos. Todavia, discutiremos, neste artigo, somente alguns dos resultados
obtidos, bem como a experiência com os professores participantes do mini-curso.
A divulgação do mini-curso nas escolas foi realizada pela assessoria pedagógica
do CEMEPE, que determinou sua obrigatoriedade. Seria uma espécie de “treinamento” a
todos os professores de Geografia que ingressaram na rede municipal de ensino no ano de
2003, por meio de concurso público ou contrato, além dos professores já efetivos em
concursos anteriores. Outra vantagem era que os nossos encontros aconteceriam nos horários
de móduloiii[4] dos professores, oportunizando, assim, a participação de todos. Esperávamos
um elevado número de inscritos para este mini-curso e nos dispusemos a ministrá-lo em dois
períodos distintos, trabalhando com turmas menores (cerca de 25 professores), a fim de
atender a um número maior de interessados, além de ser uma ótima oportunidade para realizar
um diagnóstico mais significativo para nossa pesquisa.
Porém, para nossa surpresa, apenas 22 professores se inscreveram, sendo que duas
pessoas não atuavam na área de Geografia, mas se interessaram pelo tema. Os encontros
aconteceram, portanto, em apenas um período.
Compreendemos, dessa forma, que, além dos diversos problemas enfrentados
pelos professores das escolas públicas, a falta de interesse em atualizar-se é um fator que
dificulta a reflexão de suas práticas docentes, bem como o engajamento nas lutas por
melhores condições de trabalho, salários, pela melhoria da qualidade do ensino etc.
Em nosso primeiro encontro, apresentamos nossa proposta de trabalho, que,
inicialmente, seria de 16 horas (quatro encontros de quatro horas cada), nos quais
discutiríamos algumas sugestões metodológicas com o objetivo de facilitar a compreensão
dos conceitos de localização e orientação, escala, projeção, entre outros, tão importantes para
o entendimento do mapa. A maior parte do grupo manifestou interesse em aumentar a carga
horária do curso para 40 horas, argumentando a necessidade de “aprender coisas novas”; além
disso, com essa carga horária, o curso seria considerado como extensão, o que os beneficiaria
no plano de progressão de carreira.
Iniciamos o curso, entregando os referidos questionários. Alguns reclamaram
muito da quantidade de perguntas e, apesar de termos nos preocupado com a clareza e a
objetividade das questões, além de explicar cada uma diante do grupo, muitos tiveram
dificuldades de interpretação, exigindo um tempo muito maior que o previsto para concluírem
as respostas. A dificuldade enfrentada por alguns professores em interpretar e escrever,
mencionada anteriormente pela assessora da SME, foi também por nós constatada no
momento de sua aplicação.
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A cartografia não é uma ciência nem uma arte, mas é, sem dúvida
alguma, um método científico que se destina a expressar fatos e fenômenos
observados na superfície da Terra, e, por extensão, na de outros astros, como a Lua,
Marte, etc., através de simbologia própria (OLIVEIRA, 1988, p. 14).
geográficos –, que tem como objetivo facilitar a compreensão do espaço, concebido como um
produto histórico, consolidado por intermédio de ações sociais de diferentes grupos que nele
interagem e o (re)constroem.
No que se refere à segunda definição, acreditamos que esse poderia ser o conceito
de mapa, e não de Cartografia; ainda assim, não concordamos que o mapa se limite a isso. Em
se tratando de mapas, estes devem servir para representar determinados espaços, transmitir
informações, localizar e fazer correlações entre fenômenos, ou seja, servem para a apreensão
dos fatos geográficos de maneira simplificada e estruturada.
A terceira definição é igualmente equivocada, na medida em que limita a
Cartografia à representação do espaço físico. Sabemos, pois, que esta utiliza diversas
linguagens (mapas, gráficos, entre outros) que possibilitam a representação de qualquer
fenômeno de ordem econômica, social, política, e assim por diante.
O espaço geográfico é o espaço social modificado pela ação histórica: “...pelas
representações cartográficas é possível mediar o conhecimento do espaço, que como fator
social é um espaço vivido e um campo de representações simbólicas” (FRANCISCHETT,
2002, p. 32).
Listamos alguns conceitos/conteúdos cartográficos (Cf. TABELA 01) para que os
professores identificassem o grau de dificuldade que apresentam (ou não) em relação ao
trabalho pedagógico em sala de aula. A maioria dos professores investigados não domina
noções como escala, projeções cartográficas, perfil topográfico e, principalmente correlações.
Até mesmo na leitura de legenda, elementar para decodificar um mapa, alguns
professores demonstraram dificuldade para realizar. Conseqüentemente, esse professor não
tem condições de trabalhar o mapa, limitado o seu uso como recurso visual e não como
linguagem que permite expressar espacialmente um conjunto de fatos.
Os estudos desenvolvidos por Oliveira (1977) já denunciavam que o mapa é usado
como um recurso visual, e que não se considera o ensino do mapa, e, sim, o ensino pelo
mapa. Segundo a autora, o ensino do mapa tem que ser gradativo, com variações para cada
faixa etária, visando chegar, efetivamente, à compreensão de um mapa complexo, que exige
alto grau de abstração. Por isso, sugere que a educação cartográfica inicie nos primeiros anos
de escolaridade das crianças, explorando o espaço próximo, familiar ou particular, evoluindo
para os espaços mais distantes.
Acreditamos que a formação inicial dos professores apresenta-se como uma das
possíveis causas das dificuldades por eles encontradas com relação à leitura do mapa. Porém,
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a maioria dos professores declarou que, no curso de graduação, aprendeu a ler e interpretar
mapas, e que os mapas que aprenderam a ler e interpretar aplicam-se à sala de aula.
Mas, como podem saber ler e interpretar um mapa se não dominam conceitos
elementares da linguagem cartográfica, como foi demonstrado na tabela anterior?
Para que aconteça a leitura do mapa, é preciso conhecer a linguagem cartográfica.
Do mesmo modo, sem dominar alguns conceitos/conteúdos elementares (orientação e
localização geográfica, legenda, projeção, escala), o professor não está preparado para o
trabalho com a Cartografia e com os mapas junto aos seus alunos.
Diante desta problemática, entendemos que a busca pela formação continuada
contribuiria para que os professores tivessem a oportunidade de enfrentar suas dificuldades,
repensar práticas, corrigir falhas.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS