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revista da número 10

março de 2004
abem

Educação musical e
práticas sociais1

Jusamara Souza
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
jusa.ez@terra.com.br

Resumo. Este artigo discute a música como um fato social e suas relações com a educação
musical. Como fato social, a música não pode ser tratada descontextualizada de sua produção
sociocultural. Por isso a necessidade de colocar no centro da aula de música a relação que crianças
e adolescentes mantêm com a música, e não se limitar ao estudo da prática ou do consumo musical
meramente por seu conteúdo ou gênero. Apoiado na sociologia da música e da educação musical,
o texto pretende contribuir para a compreensão das diferentes práticas musicais de estudantes na
escola e fora dela.

Palavras-chave: sociologia da educação musical, prática social, educação musical escolar e extra-
escolar

Abstract. This paper discusses music as a social fact and its relationships with music education.
As a social fact, music can not be treated independent of the context of its sociocultural production.
Therefore, the music classes need to be constructed from the relationships that children and
adolescents have with music, instead of limiting its scope to the contents and genres of musical
practice and consumption. Based on the sociology of music and the sociology of music education,
the text intends to contribute to a better understanding of the different musical practices of students,
both inside and outside schools.

Keywords: sociology of music education, social practice, school and extra-school music education

A música como um fato social

Anne-Marie Green (1987, p. 88) escreve em plicações. Afinal de contas já estamos acostuma-
um de seus trabalhos que a presença da música em dos a ouvir frases semelhantes, ou melhor, já nos
nossa vida cotidiana é tão importante que podemos acostumamos com a idéia de que a música é impor-
considerá-la como um fato social a ser estudado. A tante na vida das pessoas. Mas talvez ainda é preci-
frase lapidar e aparentemente óbvia de Green, A.-M. so dizer alguma coisa sobre o que faria a música ser
(1987) não parece demandar a princípio maiores ex- um fato social? O que é o social nesse caso?

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Uma primeira versão deste texto foi apresentada na palestra de abertura do VI Encontro Regional Sul da ABEM, realizado de 5 a 7
de junho de 2003, em Montenegro (RS).

SOUZA, Jusamara. Educação musical e práticas sociais. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 10, 7-11, mar. 2004. 7
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Segundo a autora, se o sociólogo pretender Referindo-se aos os gêneros musicais que são
estudar o fato musical, ele deverá considerar a mú- altamente difundidos pela mídia, Green, A.-M. (1987)
sica como uma comunicação sensorial, simbólica e acredita que estes “fazem parte de um processo de
afetiva que pode, muitas vezes, estar subjacente à socialização, através dos quais os adolescentes cri-
nossa consciência (Green, A.-M., 1987, p. 91). am suas relações sociais”. Segundo a autora, es-
ses gêneros musicais “revestem-se aos olhos dos
Aqui aparece claramente um aspecto a que adolescentes de uma importância superior àquelas
os professores de música parecem ainda dar pouca que se ligam às relações ‘obrigatórias de família’. É
atenção. A música ainda aparece como um objeto por isso que o adolescente, que é quase sempre um
que pode ser tratado descontextualizado de sua pro- aluno, sente uma impressão muito forte de liberdade
dução sociocultural. Nos discursos e nas práticas com esses gêneros musicais” (Green, A.-M., 1987,
ainda temos dificuldades de incluir todos aqueles p. 100, tradução minha). Sobre essa questão, pode-
ensinamentos das mais recentes pesquisas da área mos recolher vários exemplos em pesquisas realiza-
de musicologia, etnomusicologia e mesmo da edu- das com adolescentes, como as de Müller (2000), Sil-
cação musical. va (2000), Corrêa (2000), Ramos (2002) e Fialho (2003).
Os trabalhos com o viés mais sociológico, por Investigando o fazer musical de jovens da cul-
exemplo, têm se debruçado sobre “a construção soci- tura hip hop, Fialho (2003) afirma que o papel que a
al do significado musical”. Como afirma Green, A.-M.: música ocupa na vida deles “vai muito além do signi-
Não existe objeto musical independentemente de sua ficado comumente atribuído a ela, como, por exem-
constituição por um sujeito. Não existe, portanto, por plo, o de entretenimento”. O depoimento do MC PDC,
um lado, o mundo das obras musicais (que não são trazido pela autora, é contundente: “eu carrego o rap
entidades universais e se desenvolvem em condições
como a minha vida, sem ele eu acho que eu não vivo”.
particulares ligadas a uma dada ordem cultural), e por
outro, indivíduos com disposições adquiridas ou Outras revelações são trazidas por Fialho (2003, f. 89):
condutas musicais influenciadas pelas normas da
sociedade. A música é, portanto, um fato cultural inscrito Na medida em que os hip hoppers vão passando,
em uma sociedade dada […]. (Green, A.-M., 1987, p. gradativamente, de consumidores para produtores
91, tradução minha). dessa música há uma transformação significativa em
suas vidas. Muitos contam que antes de estar na cultura
Esse entendimento mais ampliado sobre o hip hop, fazendo rap, eram usuários de drogas. Outros
praticavam crimes, como assaltos à mão armada e
significado social da música poderia ser útil para a tráfico. Nessa realidade o rap surgiu como uma alterna-
compreensão das diferentes práticas musicais dos tiva, onde foi possível deixarem as drogas e o crime,
diversos grupos de estudantes na escola, e também trocando-os pela música, e conquistando ou mantendo
um status e reconhecimento dentro da sua comunidade.
revelar “por que estudantes de diferentes grupos se
Eles atribuem ao rap o seu desligamento “das coisas
envolvem em certas práticas musicais, por que evi- negativas”.
tam outras e como respondem à música na sala de
aula” (Green, L. 1997, p. 33). Também Müller (2000, f. 117) em seu estudo
com crianças e adolescentes em situação de rua
Dessa forma, o que estaria no centro da aula em uma escola de Porto Alegre observou que os alu-
de música seria as relações que os alunos constro- nos “pareciam encontrar uma coesão na prática do
em com a música, seja ela qual for. Ainda citando rap, uma vez que, como grupo, se reconhecem como
Anne-Marie Green, a autora acredita ser mais im- mais um integrante” do movimento hip hop. Nessa
portante definir o tipo de relação que os adolescen- cultura “experimentam o sentimento de legitimação
tes, por exemplo, mantêm com a música do que “se na sua vida de exclusões”, trazida por um discurso
limitar a um estudo da prática ou do consumo musi- que reivindica os direitos sociais e denuncia as difi-
cal unicamente por seu conteúdo ou gênero de mú- culdades da vida na periferia para a qual tenta mobi-
sica apreciada ou escutada” (Green, 1987, p. 95,
lizar a sociedade. Müller (2000) destaca ainda que
tradução musical).
“a questão étnica” entre os alunos daquela escola
Isso porque as preferências musicais dos ado- “era um fator relevante na sua identificação com o
lescentes estariam ligadas a gêneros musicais que rap, uma vez que a grande maioria das crianças e
para eles possuem um significado relacionado à li- adolescentes que freqüentavam essa escola era de
berdade de expressão e de mudança. Ou seja, a origem negra.” A autora conclui: “o rap propiciava,
relação que os adolescentes mantêm com a música portanto, momentos onde a auto-estima individual
representa uma manifestação de uma identidade crescia, também, em função da autovalorização do
cultural caracterizada por dupla pertença: classe de grupo como etnia, pois identificavam-se com as ori-
idade e do meio social (Green, A.-M., p. 100). gens do movimento hip hop” (Müller, 2000, f. 118).

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Esses exemplos mostram a inserção da mú- amente, mal permitindo que expressem interesses
sica na vida de jovens, em seus aspectos comunitá- musicais diferentes dos nossos.
rio e vivencial (Small, 1989) que foge à relação abs-
trata que normalmente as escolas propiciam. Como O que aconteceria se colocássemos esse valor
Ramos (2002, f. 89) alerta, os alunos “vão construin- de excelência de um verdadeiro partilhamento de
do seu repertório a partir de suas vivências musicais experiências musicais? Que traduzisse os desejos
nos ambientes da família, na mídia e na escola”. Ao das crianças e adolescentes? A conseqüência mais
estudar a música da televisão no cotidiano de crian- óbvia e necessária dessa direção é que a formação
ças de 9 e 10 anos, a autora chegou à conclusão de de professores e pesquisadores precisa usufruir de
que para as crianças entrevistadas forma mais intensa dos benefícios éticos e episte-
mológicos de uma educação musical entendida como
falar sobre música se baseia em suas próprias uma prática social.
vivências musicais. Assim sendo, falar sobre música
significa dizer ao colega as músicas que sabe cantar
inteiras; as de que não aprenderam; as que não gostam; Na minha experiência docente tenho me de-
as que têm letras comprometedoras; as que têm letras batido com a questão: como ensinar música, propi-
que não entendem, e, por último, letras que falam de ciando uma aprendizagem capaz de, ao mesmo tem-
temas próximos de sua realidade social. Assim, escutar
po, estimular os alunos a desvendar o mundo musi-
música significa aprender música com os cantores e
grupos preferidos, aprender as músicas de que gostam cal que os cerca e ser coerente com o contexto his-
e que, de alguma forma, falam de sua realidade. tórico e cultural? Na relação entre as pessoas e
(Ramos, 2002, f. 89). música está o desafio que permeia o trabalho cotidi-
As experiências musicais vividas pelas crian- ano de tantos professores, na constante busca do
ças em relação à televisão contribuem para novos aprendizado que encontre ressonância na vida dos
conhecimentos das pesquisas sobre os meios de alunos. E, do outro lado do processo educativo, os
comunicação e para uma visão diferenciada do pa- desafios que os alunos enfrentam ao aprender músi-
pel da mídia no cotidiano de crianças e seus proces- ca: de pensarem a realidade na relação com o mun-
sos de apropriação. Sobretudo busca valorizar as do que os cerca no seu dia-a-dia, ou perceberem
experiências cotidianas das crianças, sua vida no como se dá a integração de cada um deles nas dife-
bairro e seus consumos musicais, questionando o rentes realidades desse mundo.
que os alunos aprendem dentro da escola e, não Tenho desafiado os professores a pensarem
menos importante, fora da escola. em estabelecer um diálogo entre os sujeitos do pro-
O que fazer então? cesso de ensino e aprendizagem e conhecimentos
musicais. Dessa forma, conhecer o aluno como ser
Normalmente a discussão sobre currículo em sociocultural, mapear os cenários exteriores da mú-
música tende a ignorar a exposição desses valores sica com os quais os alunos vivenciam seu tempo,
envolvidos, quando tratamos a música como um fato seu espaço e seu “mundo”, pensar sobre seus olha-
social, cuidando apenas dos detalhes da superfície, res em relação à música no espaço escolar, são
e por isso se tornam maquiagens de reformulações proposições para se pensar essa disciplina e ampli-
curriculares. No entanto, acredito que o nível dos valo- ar as reflexões sobre as dimensões do currículo,
res é o único que pode garantir mudanças estruturais. conteúdo-forma e o ensino-aprendizagem oferecidos
aos alunos.
Considerar a música como uma comunicação
sensorial, simbólica e afetiva, e portanto social, ge- Quem são os alunos e alunas, sujeitos com
ralmente desencadeia a convicção de que nossos os quais dialogamos em sala de aula? Que músicas
alunos podem expor, assumir suas experiências são referências e referentes para a cultura, com as
musicais e que nós podemos dialogar sobre elas. quais esses alunos e alunas se identificam, configu-
De todos os valores que potencializam o ensino de rando os espaços e meios socioculturais do mundo
música nos dias de hoje, esse parece ser o mais em que vivem? Como os jovens/crianças aprendem
importante. Essa premissa parece simples e natu- música? E por último: como se dá a relação entre
ral, poucos se sentiriam motivados a contestá-la. No as dimensões herdadas e construídas na música vi-
entanto, a observação cotidiana vai aos poucos nos vida no lugar/mundo, o currículo da vida dos alunos e
convencendo de que existe uma distância entre as a música ensinada/aprendida no currículo do espa-
práticas e mentalidades correntes da área e uma ço escolar?
situação de internalização desse princípio. Agimos
constantemente como se nossos alunos sobre mú- Essas questões são questões básicas que
sica nada soubessem, buscamos ensiná-la continu- podem orientar uma educação musical como práti-

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ca social e que propõem ampliar o debate sobre o rádio, cinema, revistas e computador.
processo de ensino e aprendizagem de música e
das dimensões curriculares dentro e fora da escola, A compreensão das práticas sociais dos alu-
explicitando questões relevantes sobre a vida dos nos e suas interações com a cidade, o lugar como
alunos, contribuindo para a música na escola, lugar espaço do viver, habitar, do uso, do consumo e do
ainda privilegiado para encontros sociais que permi- lazer, enquanto situações vividas, são importantes
te a nós, alunos e professores, analisar e desvendar referências para analisar como vivenciam, experimen-
as complexidades das músicas que nos rodeiam e tam e assimilam a música e a compreendem de al-
que trazemos conosco. gum modo. Pois é no lugar, em sua simultaneidade
e multiplicidade de espaços sociais e culturais, que
Na prática como seria? estabelecem práticas sociais e elaboram suas re-
presentações, tecem sua identidade como sujeitos
Pensar na educação musical, nessa perspec- socioculturais nas diferentes condições de ser soci-
tiva, parte da consciência da época em que vivemos, al, para a qual a música em muito contribui.
significa pensar também nos alunos que estão em
sala de aula como sujeitos desse contexto históri- Os adolescentes, por exemplo, se identificam
co-cultural complexo e dinâmico. Hoje, os alunos com suas tribos musicais (com o moto: diga-me o
representam uma geração que nasce, vive em meio que tu ouves e eu te direi quem tu és) freqüentando
a processos de transformação da sociedade con- os espaços multiculturais na cidade, como shows
temporânea e suas repercussões no espaço social de música sertaneja/caipira/country, e lugares como
que habita, os quais presencia e dos quais participa. boates, onde se sincronizam com o rock, a tecno
music, o hip hop, a música “pop” como o axé-music,
Como ser social, os alunos não são iguais. pagode, etc. Nesses locais, é freqüente a expres-
Constroem-se nas vivências e nas experiências so- são festiva do coletivo, o desejo do encontro do jo-
ciais em diferentes lugares, em casa, na igreja, nos vem adolescente, de ser visto e ver, identificar e so-
bairros, escolas, e são construídos como sujeitos cializar-se, marcando entre grupos e seus pares
diferentes e diferenciados, no seu tempo-espaço. E suas semelhanças e divergências, assumindo-se
nós, professores, não estamos diante de alunos como seres sociais complexos e contraditórios.
iguais, mas jovens ou crianças que são singulares e
heterogêneos socioculturalmente, e imersos na com- Com os estilos de música eles expressam
plexidade da vida humana. também sentidos da cultura juvenil, manifestados no
vestir, no comportar, no corpo, na linguagem e ges-
Na condição de ser social, esses jovens ado- tos, revelando a identidade: são pagodeiros, neo-
lescentes/crianças (con)vivem com as transforma- sertanejos, roqueiros, etc.
ções da sociedade, cuja dinâmica globaliza as pes-
soas e os lugares, organizam suas representações A realidade do currículo escolar, a forma-con-
sobre si e sobre o mundo e interagem por meio de teúdo no processo de ensino-aprendizagem musi-
relações sociais no cotidiano com diferentes e diver- cal, não está ampliando as questões relevantes da
sos espaços e meios de socialização. Esses meios vida dos alunos para além do espaço da escola, dei-
de socialização que oferecem referências de identi- xando de representar um espaço que permita a nós,
dade ao ser jovem ou criança não são só os lugares alunos e professores, pensar o espaço real e des-
tradicionais que representam relações pedagógicas vendar as complexidades da música como fato social.
institucionais como a família, a igreja e a escola.
Para Dumazedier (1994, p. 76), as práticas e
Os alunos estabelecem relações sociais e interesses extra-escolares dos jovens “ou os con-
culturais em diferentes espaços e meios de sociali- teúdos culturais que os jovens adquirem voluntaria-
zação: no lugar em que residem, no bairro em que mente durante uma parte de suas atividades indivi-
vivem, no grupo social e de amigos e, em diversas duais ou coletivas” necessitariam ser melhor anali-
formas de lazer utilizadas no tempo livre, nos locais sados. Pois, como lembra Segre: “é através das prá-
de práticas esportivas, na rua, no shopping, nos lu- ticas do tempo livre das crianças e dos adolescen-
gares de entretenimento da cidade, como os de gran- tes que poderemos compreender seu modo de in-
des eventos e festas coletivas. serção social, suas dificuldades, seus desejos, suas
aspirações ou suas confusões” (Segre apud
Ou, ainda, principalmente, se relacionam de Dumazedier, 1994, p. 76).
diferentes formas com as tecnologias modernas e
com seus fluxos de informação e consumo, por meio Há, pois, necessidade de construirmos uma
dos produtos ou objetos da mídia permeados por educação musical escolar que não negue, mas leve
relações pedagógicas não institucionais: televisão, em conta e ressignifique o saber de senso comum

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dos alunos diante das realidades aparentes do espa- pela instituição escolar, “que é antes de tudo uma
ço social e se realize de forma condizente com o tem- heteroformação” e um outro, “escolhido pelo próprio
po-espaço da cultura infanto-juvenil, auxiliando a constru- jovem fora da instituição, é antes de tudo uma
írem suas múltiplas dimensões de ser jovem/criança. autoformação,” lembrando que “as fronteiras de um
e de outro sejam sempre muito distintas”. O autor
E, não desvinculadas dessa ação e reflexão, questiona se “tomar a sério esta dualidade numa
introduzir, no espaço da sala de aula, outras formas nova concepção de ensino” não ajudaria “a delimitar
de pensar a música no mundo contemporâneo. Ou e compreender o desinteresse cultural dos alunos e
seja, a forma como a música se concretiza no livro os fracassos escolares?” (Dumazedier, 1994, p. 85).
didático, nas aulas de teoria e solfejo, muitas vezes Por isso defende que:
nega outras formas de aprendizagem, capazes de
relacionar aquelas experiências multiculturais vividas A revolução cultural do tempo livre da juventude deveria,
antes de mais nada, ser levada a sério por uma nova
no cotidiano ao conhecimento da escola, estabele-
concepção das relações de aprendizado entre as
cendo um diálogo entre os sujeitos do processo en- atividades escolares e as atividades extra-escolares,
sino-aprendizagem. entre as práticas do trabalho escolar e as atividades
extra-escolares, entre as práticas do trabalho escolar
Para concluir, gostaria de retomar algumas e as práticas da autoformação individual e coletiva do
idéias do sociólogo francês Joffre Dumazedier. Pen- tempo livre da infância e da idade adulta. Praticar a
política de avestruz, fechando os olhos para as fortes
so como Dumazedier que as crianças e jovens vi- realidades vividas fora da escola não faz com esta
vem um duplo processo de formação: um é imposto progrida. (Dumazedier, 1994, p. 91).

Referências
CORRÊA, Marcos Kröning. Violão sem professor: um estudo sobre processos de auto-aprendizagem musical com adolescentes.
Dissertação (Mestrado em Música) – Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Música, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2000.
DUMAZEDIER, Jofre. A revolução cultural do tempo livre. Trad. Luiz Octávio de L. Camargo. São Paulo: Studio Nobel: SESC, 1994.
FIALHO, Vânia. Hip Hop Sul: um espaço televisivo de formação e atuação musical. Dissertação (Mestrado em Música)–Programa de
Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Música, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.
GREEN, Anne-Marie. Les comportements musicaux des adolescentes. Inharmoniques “Musiques, Identités”, v. 2, p. 88-102, ai 1987.
GREEN, Lucy. Pesquisa em sociologia da educação musical. Revista da ABEM, Salvador, n. 4, p. 25-35, 1997.
MÜLLER, Vânia B. A música é, bem dizê, a vida da gente: um estudo com crianças e adolescentes em situação de rua na Escola
Municipal Porto Alegre – EPA. Dissertação (Mestrado em Música)–Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Música,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2000.
RAMOS, Silvia N. Música da televisão no cotidiano de crianças. Dissertação (Mestrado em Música)–Programa de Pós-Graduação
Mestrado e Doutorado em Música, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.
SILVA, Helena Lopes. Música no espaço escolar e a construção da identidade de gênero: um estudo de caso. Dissertação
(Mestrado em Música)–Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Música, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2000.
SMALL, Christopher. Música, sociedad, educación. Madrid: Alianza Editorial, 1989.

Recebido em 30/01/2004

Aprovado em 09/02/2004

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