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Humanismo em Portugal (Panorama Histórico-

Literário) Características

Prof: LÍGIA FREITAS Frente: 01 Aula: 07


GE030507

CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL
Portugal tem como marco
Ao final da Idade Média a Europa passa por cronológico de toda essa
profundas transformações. A imprensa é aperfeiçoada transição a Revolução de
permitindo maior divulgação dos livros; a expansão Avis (1383 – 85), quando D.
marítima é impulsionada graças ao desenvolvimento da João, o Mestre de Avis,
construção naval e à invenção da bússola, dando aliado aos burgueses,
espaço, assim, ao aparecimento da atividade comercial. proporcionou a expansão
Surge o mercantilismo, e com ele, a economia ultramarina. A tomada de
baseada exclusivamente na agricultura perde em Ceuta em 1415, primeira
importância para outras atividades. As cidades portuárias conquista. Os humanistas
crescem, atraindo camponeses. Criam-se novas passam a difundir a idéia de
profissões e pequenas indústrias artesanais começam a que os valores e direitos de
se desenvolver. cada indivíduo deveriam
Uma nova classe social emerge nas pequenas sobrepor-se as ordens
cidades (burgos), composta por mercadores, sociais. Grandes
comerciantes e artesãos, as quais passam a desafiar o admiradores da cultura
poder dos nobres. Essa classe recebe o nome de greco-latina, cujas idéias
Burguesia. seriam amplamente aceitas
O espírito medieval, baseado na hierarquia no Renascimento antigo, Rei D. João
nobreza – clero – povo, começa a se desestruturar e o estudavam, copiavam e
homem preso ao feudo e a o senhor adquire nova comentavam os textos de
consciência. Diante do progresso, percebe-se como força poetas e de filósofos
criadora capaz de influir nos destinos da humanidade,
descobrindo, conquistando e transformando o Universo. A expressão Humanismo se refere
O homem descobre o homem. A idéia de que o genericamente a uma série de valores e ideais
destino estava traçado por forças superiores, a qual relacionados à celebração do ser humano. O termo,
caracteriza a homem como ser passivo, vai sendo porém, possui significados diversos, muitas vezes
substituída pela crença de ele é o mentor de seu conflitantes.
próprio destino. O misticismo medieval começa a Segundo Bernard Cottret, biógrafo de Calvino, o
desaparecer, e o Teocentrismo cede lugar ao seu actual significado surge apenas em 1877. Significa,
Antropocentrismo. segundo este autor, o interesse dos sábios do
Renascimento pelos textos da antiguidade clássica (em
Latim e Grego) em detrimento da escolástica medieval.
Autores clássicos como Cícero ou Séneca voltam a ser
lidos com um interesse acrescido na Europa do século
XVI.
Humanistas famosos são entre outros Petrarca,
Gianozzo Manetti, Lorenzo Valla, Marsilio Ficino, Erasmo
de Roterdão, François Rabelais, Pico de La Mirandola,
Thomas Morus e João Calvino.

O Humanismo foi, portanto, o movimento cultural


que esteve a par do estudo e da imitação dos clássicos.
Fez do homem o objeto do conhecimento,
reivindicando para ele uma posição de importância no
contexto do universo, sem contudo, negar o valor
supremo de Deus.

O MOVIMENTO LITERÁRIO.

O Humanismo na Literatura teve início em 1418,


quando Fernão Lopes foi nomeado guarda-mor da
O belo ideal renascentista de voltar ao homem, como fonte Torre do Tombo, passando a cronista-mor da Torre do
máxima de inspiração e de colocá-lo como centro do universo Tombo em 1434.
(Leonardo da Vinci). O Humanismo caracterizou-se, portanto, por ter
sido um período de transição entre a Idade Média
(teocentrismo) e o Renascimento (antropocentrismo).
O seu término foi em 1527 com o retorno de Sá de
Miranda a Portugal, introduzindo o Classicismo.
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- Narrativa simples (devido à sua origem plebéia).
O Momento - Preocupação com a verdade histórica.
- Surgimento da burguesia (comerciantes, - Visão imparcial (impessoal) da história
mercadores , artesãos). - Valorização dos movimentos de massa, apesar de
- Decadência da Igreja. ainda conceber a história de uma forma regio-
- A língua deixou de ser o galego-português, cêntrica, ou seja, girando-a em torno dos reis.
passando para o português. - Considerado "o pai da história de Portugal".
- O homem passou a valorizar o conhecimento
(sabedoria): consumo de livros, difusão de novas Obras:
idéias, atenção voltada para a cultura greco-latina.
Esse tipo de homem passou a ser conhecido como "Crônica del-rei D. Pedro"
HUMANISTA. "Crônica del-rei D. Fernando"
- O teocentrismo ("Deus como o centro do universo") "Crônica del-rei D. João I"
deu lugar ao antropocentrismo ("o homem como o
centro do universo"). O TEATRO - PRINCIPAL PRODUÇÃO
LITERÁRIA DA ÉPOCA
A Poesia
A poesia desligou-se da música, servindo para a Nasce o Teatro em Portugal - Gil Vicente
leitura e declamação. O seu ambiente principal era o
palácio ou castelo, ficando conhecida como "Poesia O ano de nascimento do teatrólogo Gil Vicente, o
Palaciana". introdutor do teatro em Portugal, não é conhecido ao
Apesar de ainda presa ao tema medieval (trova- certo; alguns assinalam que teria sido em 1465 ou 1466,
doresco), como "a mulher inacessível" por exemplo, a e o ano de sua morte entre 1536 e 1540. Alguns
poesia palaciana tornou-se mais requintada (superior, documentos dão-no como, além de dramaturgo, ourives.
variada e atraente) do que a poesia do Trovadorismo. Sabe-se, entretanto, que ele iniciou sua carreira teatral
em 1502, quando,
Veja exemplo: (1) "Cantiga sua partindo-se" representando os
servidores do Palácio do
"Senhora, partem tão tristes rei D. Manoel, declamou
meus olhos por vós, meu bem, em espanhol o Auto da
que nunca tão tristes vistes Visitação ou Monólogo
outros nenhuns por ninguém. do Vaqueiro, na câmara
Tão tristes, tão saudosos, de D. Maria de Castela .
tão doentes da partida, Vicente, figura
tão cansados, tão chorosos, cimeira do teatro
da morte mais desejosos português, foi homem de
cem mil vezes que da vida. coragem, que não
Partem tão tristes os tristes, hesitou em denunciar
tão fora d'esperar bem, com lucidez,
que nunca tãi tristes vistes mordacidade e sentido
outros nenhuns por niguém". de humor os abusos, hipocrisias e incoerências que
(João Ruiz de Castelo Branco) estavam a sua volta. Nada escapou a sua observação: o
clérigo devasso e venal, esquecido do verdadeiro sentido
As poesias desse período foram reunidas, em de sua missão; o velho cúpido e avarento; a moça fútil e
1516, por Garcia de Resende, sob o título de preguiçosa; a esposa infiel, hipócrita e interesseira –
"Cancioneiro Geral". No "Cancioneiro Geral" encontramos todos eles constituem personagens vivas, lançadas do
286 poetas (dentre eles, o próprio Garcia de Resende) tempo para a eternidade pelo genial Mestre Gil.
com mais de mil composições. “Foi assim que começou... No mais rico cenário de
Encontramos vários cronistas nesse período então no Paço Real Português, na magnificente
(Gomes Eanes de Azurara, Rui de Pina), mas o destaque alcova real, horas depois de a rainha Dona Maria,
ficou a cargo de Fernão Lopes. E é sobre ele que vamos mulher de D. Manuel, Ter dado à luz aquele que viria
tratar neste módulo. a ser El-rei”
Fernão Lopes D. João III, na noite de 7 para 8 de julho do ano da
graça de 1502... "entrou um vaqueiro dizendo: Perdiez!
Considerado o marco do Humanismo em Siete repelones / me pegaron à la entrada...".
Portugal, quando, em 1418 o infante Dom Duarte o ...E mestre Gil, entrando naquela suntuosa câmara
nomeou "guarda-mor" ou "guarda das escrituras" da recamada de damascos e pedrarias, com seu Monólogo
Torre do Tombo. Em 1434, sucedendo a seu pai, Dom do Vaqueiro, inicia a sua carreira de dramaturgo. E, por
Duarte incumbiu Fernão Lopes de escrever a biografia ser coisa nova em Portugal, Dona Leonor lhe pediu que o
dos reis de Portugal, de Dom Henrique até Dom João I, repetisse, endereçado ao nascimento do Redentor, nas
tornando-se, assim, "cronista-mor" da Torre do Tombo. matinais do Natal, em 1502.
Características de Fernão Lopes

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