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de saúde primários
Plano Estratégico
2007 - 2009
Plano Estratégico
2007 - 2009
Título:
Reforma dos Cuidados de Saúde Primários
Plano Estratégico
2007 - 2009
Pré Impressão:
Focom XXI - Centro Gráfico, Lda.
Impressão e acabamento:
Litomaior - Ind. Litográfica, Lda.
Depósito Legal:
nº
Reprodução proibida
Í n dice
Apresentação 6
Sobre a MCSP 8
Legislação 37
A prese n t açã o
Luís Pisco
Coordenador da Missão para
os Cuidados de Saúde Primários
A actual reforma dos cuidados de saúde primários (CSP), conduzida pelo Minis-
tério da Saúde, através da Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP),
assenta numa mudança organizacional desenvolvida a partir da linha da frente da
prestação de cuidados de saúde, por equipas de profissionais em contacto directo
com os cidadãos. O envolvimento destas equipas, desde a primeira etapa deste
processo, foi essencial para o surgimento de uma nova forma de organizar a pres-
tação de cuidados de saúde, que significou uma inovação radical face às práticas
administrativas e excessivamente burocratizadas que ainda hoje dominam a actu-
ação da maioria dos centros de saúde.
S obre a M CSP
Enquadramento Legal
A Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP) é uma estrutura de missão
na dependência directa do Ministro da Saúde, criada pela Resolução do Conselho
de Ministros nº157/2005, de 12 de Outubro, para conduzir o projecto global de
lançamento, coordenação e acompanhamento da estratégia de reconfiguração dos
centros de saúde e implementação das unidades de saúde familiar. Pela Resolução
do Conselho de Ministros nº 60/2007, de 24 de Abril, o mandato da MCSP foi
prorrogado por dois anos.
Atribuições
Coordenar e apoiar o processo global de implementação das unidades de saúde familiar
(USF) apoiando as candidaturas (“papel de provedoria das iniciativas dos profissionais”)
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estabelecendo termos de referência para a contratualização e painel de indicadores das
actividades das carteiras de serviços.
Promover a realização de estudos que contribuam para formas inovadoras de gestão dos
serviços e de melhoria de articulação com outras unidades prestadoras de cuidados e que
proporcionem oportunidades de serviços partilhados e diversificação de oferta de cuidados.
Missão
Conduzir o projecto global de lançamento, coordenação e acompanhamento da
estratégia de reconfiguração dos centros de saúde e implementação das unidades
de saúde familiar.
Visão
Uma rede prestadora de cuidados de saúde primários de excelência, adequados
às características das populações, próxima das famílias e dos cidadãos, sustentável
e baseada no empreendedorismo profissional.
Valores 9
• Disponibilidade
• Equidade
• Excelência
• Independência
• Inovação
• Lealdade
• Partilha
• Transparência
1. L id er a n ç a e au t o n o mi a de ges t ão
Implementar uma participação efectiva dos cidadãos nos ACS e nas estruturas de
contratualização das ARS equivale a dar um passo decisivo no sentido da reapro-
priação destas novas estruturas, por parte da comunidade, enquanto dispositivo
colectivo, solidário, de protecção e de coesão social. As iniciativas recentes de
institucionalização e reforço das associações e organizações de utentes vão neste
sentido. A nível europeu registam-se movimentos e progressos neste processo de
participação e de empowerment dos cidadãos nos sistemas de saúde.
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Ob je ctivos e s t rat é gi c o s
2. M e lh o ri a d a a c e s s i b i l i d a d e
A missão dos ACS implica que uma parte substancial da sua actividade e dos cui-
dados prestados sejam concretizados na comunidade que serve e em articulação
com outras instituições de âmbito da saúde, da educação e da inclusão social.
Estas intervenções incluem, quer as dirigidas ao indivíduo/família, designadamente
as orientadas para a promoção da saúde, prevenção e resolução ou paliação de
problemas concretos, quer as dirigidas a grupos populacionais e/ou ambientes es-
pecíficos, numa perspectiva de promoção e protecção da saúde das populações. A
ideia essencial é que os novos centros de saúde também sejam configurados como
um centro de recursos de intervenção na comunidade: (i) de forma directa, pela
execução dos programas e projectos de intervenção; e (ii) indirecta, pelo apoio
interno que darão às suas unidades funcionais, além da resposta às diversas neces-
sidades da população que serve, na perspectiva de que todos os outros cuidados
de saúde visam também a educação e a inclusão.
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Ob je ctivos e s t rat é gi c o s
3. Avaliação e monitorização
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Ob je ctivos e s t rat é gi c o s
4. G es tão d as T I C
Ob je ctivos e s t rat é gi c o s
5. G ove rn a ç ã o c l í n i c a
A governação clínica é um conceito recente, entre nós, que abrange vários as-
pectos da condução de um serviço de saúde, como a efectividade clínica, a au-
ditoria clínica, a gestão do risco, a satisfação do doente e o desenvolvimento de
competências profissionais. Envolve todos os membros da equipa de saúde pelo
22 reconhecimento do contributo de cada um para a qualidade dos cuidados. Implica
esforço conjunto, da equipa, para identificar aspectos que necessitem de melhoria
e para procurar soluções. E implica responsabilização pelos serviços prestados,
passando pela disponibilização de informação aos utentes.
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Ob je ctivos e s t rat é gi c o s
6. G es tão d o c on h e c i me n to e
q u a lif i c aç ã o d os p ro f i s s ionai s
No sector da saúde, onde o trabalho é cada vez mais multidisciplinar, uma boa
24 parte das tarefas são já realizadas através de redes, com recurso ao trabalho em
equipa e num ambiente de gestão horizontal. Aqui, a gestão do conhecimento con-
siste sobretudo em colocar ao alcance de cada funcionário e gestor a informação
que cada um necessita, no momento preciso, para que a sua actividade seja efec-
tiva. É este tipo de prática que é necessário concretizar com a reorganização dos
CSP, onde o conhecimento é crucial, não apenas para a qualidade dos cuidados
prestados, mas também para o desenvolvimento de cenários eficazes de aborda-
gem dos problemas de saúde da população. Importa, por isso, implementar planos
de formação nos novos centros de saúde que incluam todos os profissionais e
que sejam definidos segundo as necessidades reais da instituição e dos objectivos
da reforma.
A formação deve ser vista como um investimento indispensável para que a re-
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Ob je ctivos e s t rat é gi c o s
7. I n ova ç ã o e s i mp l i f i c a ç ã o
n a p re s t aç ã o d e c u i d ad o s
Um dos sintomas do mau funcionamento dos centros de saúde, que é ainda muito
referido, é a sensação que o médico de família tem de estar afogado em burocra-
cias, sentindo-se, muitas vezes, impotente para se libertar do cerco, da pressão
constante e da crescente procura, pelos doentes, de actos não clínicos.
Por outro lado, é reconhecido desde há muito que uma das falhas mais óbvias
do SNS tem sido a incapacidade de abolir as barreiras de índole variada que são
colocadas à circulação do cidadão entre os CSP e os cuidados hospitalares. O
sistema de saúde, como serviço para o cidadão, tem de aperfeiçoar uma Gestão
Integrada que elimine barreiras e garanta fluidez nos circuitos que o utente ou o
doente necessitem de percorrer ao longo dos cuidados primários, dos cuidados
hospitalares ou dos cuidados continuados.
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Ob je ctivos e s t rat é gi c o s
8. A cre d i t a ç ã o d e s e r v i ç os
O novo modelo organizacional dos CSP deve adquirir a sua maturidade corres-
pondendo às exigências de qualidade e cultivando a inovação e a melhoria dos cui-
dados que presta. Para que isso suceda, é fundamental lançar, conceber e executar,
nesta primeira fase da reforma, uma estratégia de avaliação da qualidade dos CSP
de forma a obter resultados, com manifestos ganhos em saúde e estabelecendo
uma relação clara entre a qualidade e o desempenho. A qualidade deve conjugar
a incorporação das inovações com a segurança e a efectiva aplicação destas, numa
30 lógica de antecipação de respostas e soluções para os problemas de saúde das
pessoas. A avaliação e melhoria da qualidade deve visar sobretudo obter novo
conhecimento sobre o valor acrescentado que este tipo de actuação produz, em
termos de impacto, na saúde da população.
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Ob je ctivos e s t rat é gi c o s
9. Via b il i d ad e f i n an c e i ra d os C S P
A boa governação dos CSP deve significar também a sua capacidade de alcançar
um equilíbrio entre as necessidades dos cidadãos e os recursos do sistema de saú-
de, prestando serviços de qualidade. Esta efectividade é essencial para assegurar a
viabilidade e a equidade do sistema de saúde a longo prazo, evitando uma escalada
insuportável nas despesas com a saúde. A previsão dos estudos realizados sobre as
USF, já em funcionamento, indica uma poupança considerável neste novo modelo
organizativo, o que traduz, desde já, um sinal importantíssimo na prossecução do
objectivo de viabilidade financeira dos CSP. A introdução de novos modelos de
financiamento pode constituir um passo decisivo nesta matéria.
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10. C o mu n i c a ç ã o c o m o s
cid a d ã os e o s p ro f i s s i onai s
A reorganização profunda que está a ser operada através da reforma dos CSP
deve ser comunicada à população de uma forma sistemática e planeada. Comuni-
car os objectivos das mudanças e das melhorias que se pretendem alcançar é um
poderoso instrumento de gestão das expectativas que, por sua vez, os poderes
públicos ficam obrigados a igualar ou a superar com a sua actuação.
Num processo de mudança radical como este, que se traduz pelo lançamento das
primeiras USF, pela discussão dos modelos organizacionais das outras unidades
funcionais e pela reorganização dos centros de saúde, poderia ter sido contra-
producente levar a cabo um plano de comunicação com tais características, uma
vez que a transformação das estruturas conhecidas dos cidadãos é um processo
assimétrico, não global, que resulta da adesão gradual e crescente dos próprios
34 profissionais de saúde.
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Ob je ctivos e s t rat é gi c o s
de juízos de execução e a alteração do mapa VI anexo 2 — No âmbito dos tribunais administrativos e fiscais,
ao Decreto-Lei n.o 186-A/99, de 31 de Maio, desig- dar concretização às seguintes medidas:
nadamente:
a) Criação de seis novos juízos liquidatários espe-
a) Extinção das seguintes varas e juízos e reafectação cialmente vocacionados para a recuperação dos proces-
dos recursos humanos existentes: sos na área tributária;
i) As 15.a, 16.a e 17.a Varas Cíveis do Tribunal da b) Flexibilização dos mecanismos de gestão dos qua-
Comarca de Lisboa; dros dos tribunais administrativos e fiscais, no sentido
ii) A 9.a Vara Criminal do Tribunal da Comarca de de permitir ao Conselho Superior dos Tribunais Admi-
Lisboa; nistrativos e Fiscais uma maior capacidade de gestão;
iii) O 4.o Juízo do Tribunal de Família e Menores c) Criação de um tribunal administrativo de círculo
de Lisboa; e de tribunal tributário em Aveiro;
iv) Os 4.o e 5.o Juízos do Tribunal do Trabalho de d) Fusão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lou-
Lisboa; res com o Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa.
v) Os 8.o, 9.o, 10.o, 11.o e 12.o Juízos de Pequena
Instância Cível de Lisboa; 3 — Proceder à redução dos quadros de magistrados
vi) O 4.o Juízo de Pequena Instância Cível Liquida- e funcionários do Tribunal do Trabalho do Porto.
tário de Lisboa; 4 — Determinar que a presente resolução seja con-
vii) As 6.a, 7.a, 8.a e 9.a Varas Cíveis do Tribunal cretizada mediante a aprovação de dois diplomas no
da Comarca do Porto; prazo máximo de 30 dias a partir da publicação da
viii) O 4.o Juízo Criminal do Tribunal da Comarca mesma.
do Porto;
ix) O 3.o Juízo do Tribunal de Família e Menores Presidência do Conselho de Ministros, 29 de Março
do Porto; de 2007. — O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho
x) O 7.o Juízo Cível do Tribunal da Comarca de Vila Pinto de Sousa.
Nova de Gaia;
pela Resolução do Conselho de Ministros n.o 157/2005, iii) Definir, em articulação com as administrações
de 12 de Outubro. regionais de saúde, os termos de referência da contra-
2 — Prorrogar a nomeação do licenciado Luís tualização com as associações de centros de saúde e
Augusto Coelho Pisco enquanto coordenador da MCSP, destas com as USF e outras unidades funcionais;
cujas competências correspondem às fixadas na Reso- iv) Promover, em articulação com os serviços e orga-
lução do Conselho de Ministros n.o 157/2005, de 12 de nismos competentes, a elaboração de um plano estra-
Outubro, auferindo a remuneração mensal correspon- tégico para os recursos humanos com o objectivo do
dente à que lhe for abonada pelo serviço de origem, desenvolvimento das qualificações dos profissionais,
acrescida de despesas de representação no montante com destaque para a formação de dirigentes e a gestão
fixado para o cargo de director-geral. do conhecimento;
3 — Determinar que a estrutura de missão, para além v) Acompanhar e avaliar o progresso da reforma dos
das definidas pela Resolução do Conselho de Ministros cuidados de saúde primários e desenvolver um plano
o
n. 157/2005, de 12 de Outubro, tem ainda as seguintes de comunicação sistemática sobre o curso da mudança;
atribuições: vi) Promover a realização de estudos que contribuam
para formas inovadoras de gestão dos serviços e de
a) Quanto à implementação das unidades de saúde melhoria de articulação com outras unidades presta-
familiar (USF): doras de cuidados e que proporcionem oportunidades
de serviços partilhados e diversificação de oferta de
i) Coordenar e apoiar tecnicamente o processo global cuidados;
de implementação das USF, executar um plano inte- vii) Propor modalidades de participação dos muni-
grado de acompanhamento e promover um programa cípios, entidades sociais e associações de utentes na ges-
de avaliação e acreditação das mesmas, de acordo com tão dos centros de saúde e unidades funcionais de pres-
o quadro de competências definido; tação de cuidados de saúde.
ii) Desempenhar um apoio efectivo às candidaturas
a USF e um papel de provedoria das iniciativas dos 4 — Determinar que os membros da MCSP, desig-
profissionais; nados para assessorar o coordenador, mantêm as remu-
iii) Estabelecer, em articulação com as administrações nerações recebidas nos seus lugares e funções de origem,
regionais de saúde, os termos de referência para a con- sem prejuízo dos direitos a eles inerentes.
tratualização e painel de indicadores de monitorização 5 — Determinar a existência de uma equipa de acom-
das actividades das carteiras básica e adicional de panhamento, constituída por dois elementos da MCSP,
serviços; sendo um o seu coordenador, por um vogal do conselho
iv) Definir e participar num plano de desenvolvimento directivo da Administração Central do Sistema de
de competências e de formação, de natureza organi- Saúde, I. P., e por um vogal do conselho directivo de
zacional, para os profissionais das USF; cada administração regional de saúde, à qual incumbe,
a nível nacional, a coordenação e articulação da reforma
b) Quanto à reconfiguração dos centros de saúde: dos cuidados de saúde primários, informando o Ministro
da Saúde sobre o seu desenvolvimento.
i) Coordenar o processo de lançamento e implemen- 6 — Determinar que sejam constituídas, em cada
tação das associações de centros de saúde, conduzir a administração regional de saúde, para acompanhamento
sua transformação organizacional em unidades de gestão e apoio da reforma as seguintes equipas:
e definir um quadro de referência para o acompanha- a) Uma equipa regional de apoio, coordenada por
mento do exercício dos futuros gestores, contribuindo um elemento indicado pela MCSP e com a anuência
para a criação de uma cultura ética de transparência do presidente do respectivo conselho directivo, cons-
e de prestação de contas; tituída por profissionais da região de saúde, com a mis-
ii) Propor o desenvolvimento de programas de melho- são de avaliar as candidaturas às USF e apoiar e acom-
ria da qualidade, contribuir para a existência de uma panhar todo o processo de implementação de USF;
boa governação clínica e promover a inovação na pres- b) Uma equipa de acompanhamento e coordenação
tação de cuidados de saúde com a adopção das melhores da reconfiguração dos centros de saúde, à qual cabe
práticas; conduzir, no âmbito da região de saúde, as orientações
iii) Elaborar a carta de missão tipo para as lideranças definidas pela MCSP, constituída por um vogal do res-
e o regulamento interno tipo para os centros de saúde pectivo conselho directivo, que coordena, pelo respon-
e apoiar e supervisionar a definição e implementação sável dos serviços de apoio à gestão dos centros de saúde
dos manuais de articulação entre os centros de saúde e por um elemento da MCSP, e pelo coordenador da
e as unidades neles integradas; equipa regional mencionado na alínea anterior.