Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
SEMINÁRIO II
Tema:
OS MOVIMENTOS DA TERRA EM LIVROS
DIDÁTICOS E A CONCEPÇÃO DE
ESTUDANTES DA PRIMEIRA FASE DO
TERCEIRO CICLO EM TRÊS MUNICÍPIOS DA
REGIÃO NORTE MATOGROSSENSE
Sinop/MT
Dezembro/2009
Rebeca Priscila Nascimento Souza Silva
Roseane Pereira do Nascimento Santos
Schana Bauchspiess Malinski
SEMINÁRIO II:
OS MOVIMENTOS DA TERRA EM LIVROS DIDÁTICOS E
A CONCEPÇÃO DE ESTUDANTES DA PRIMEIRA FASE
DO TERCEIRO CICLO EM TRÊS MUNICÍPIOS DA
REGIÃO NORTE MATOGROSSENSE
Sinop/MT
Dezembro/2009
Sumário
2
Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Problema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Metodologia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5
Recorte Literário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Abordagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10
Objetivo Geral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Objetivo Específico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Tipo de Pesquisa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
População. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14
Instrumentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14
Resultados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23
Anexo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Bibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3
Introdução
4
Problema
Metodologia
5
Os métodos que utilizamos para definir esses conceitos foram basicamente
livros didáticos de geografia voltados à primeira fase do terceiro ciclo, a quinta
série do ensino fundamental, eles abordam esse tema de maneira própria para
crianças com faixa etária de 10 – 12 anos, que é a faixa etária das crianças
entrevistadas.
Além de observar minuciosamente o tema, problema e os fatos aqui ocorridos
sobre o conteúdo curricular, para um melhor entendimento e compreensão
sobre os fatos realizamos uma pesquisa de campo, onde fomos a três escolas
públicas localizadas em municípios distintos: sendo uma em Vera (Escola
Estadual Nossa Senhora do Perpétuo Socorro), uma em Santa Carmem
(Escola Municipal Selvino Damian Preve) e uma em Sinop (Escola Municipal
Emeb Sadao Watanabe), onde observamos como o assunto foi apreendido
pelos alunos. Como instrumento de coleta de dados para esse trabalho de
campo, utilizamos um questionário sobre o tema para que conseguíssemos
avaliar o entendimento, aprendizado do aluno.
Com esse questionário não tínhamos a intenção de delimitar o conhecimento
do aluno, mas sim observar o quanto as idéias sobre esse assunto foram
absorvidas para o conhecimento dos alunos.
Também contamos com a ajuda dos personagens mais importantes nesse
contexto que são os professores, para que pudéssemos tornar o nosso estudo
mais amplo e abrangente, o qual nos respondeu algumas perguntas referentes
ao percentual avaliativo dos seus alunos, sobre as maiores dificuldades que
eles puderam observar nos alunos durante o estudo desse tema, e qual a
maneira mais fácil para que eles expliquem e os alunos consigam compreender
de maneira clara o que esta sendo estudado e como os professores vêem os
PCNs, e as suas opiniões, se são favoráveis ou não para transmitir uma boa
educação para as nossas crianças.
No decorrer de todo o nosso trabalho buscamos manter como foco principal o
problema apresentado, nesse contexto conseguimos obter acesso aos livros
didáticos utilizados pelos professores e alunos, onde verificamos o tipo de
linguagem utilizada pelos autores, se estão utilizando uma linguagem mais
explicativa visando o aprendizado ou uma linguagem mais técnica que acaba
por ser mais complexa e dificulta o aprendizado tornando-o mais difícil e
6
demorado, e se estão dentro das normas dos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs).
O assunto aqui abrangido, nos PCNs de Ciências do terceiro ciclo (5ª e 6ª série
do ensino fundamental), está discriminado na parte de Terra e Universo e
propõe uma observação direta, busca e organização de informações sobre a
duração do dia em diferentes épocas do ano e sobre os horários de nascimento
e o ocaso do Sol, da Lua e das estrelas ao longo do tempo, reconhecendo a
natureza cíclica desses eventos e associando-os a ciclos dos seres vivos e ao
calendário.
Por fim com os resultados dos questionários em mãos, os comparamos
verificando a porcentagem de erros e de acertos se eles alcançaram pelo
menos à média (5,0), e comparamos os resultados entre os três municípios
para tentar encontrar uma média para a região, fizemos gráficos para que
ficasse mais clara e esclarecedora a nossa comparação, e principalmente para
mostrar que a nossa intenção não é denegrir a imagem da escola e sim
apontar erros e soluções para os problemas encontrados, verificando se esses
resultados tiveram influência ou não dos livros didáticos e como pode ser
resolvido.
Recorte literário
8
° A translação e o calendário:
A Terra leva em média 365 dias e 6 horas para dar uma volta completa ao
redor do Sol, no movimento de translação. E foi com base nesse
movimento que foi criado o nosso atual calendário, em que o ano tem 365
dias distribuídos em 12 meses.
Como o movimento de translação leva 365 dias e 6 horas, estas horas
ficam sobrando, e a cada quatro anos elas somam um dia (4 x 6h = 24h),
esse dia é colocado no mês de Fevereiro como o dia 29. Quando isso
acontece o ano tem 366 dias e é chamado de ano bissexto.
A partir do movimento de translação as pessoas estabelecem uma
unidade de tempo o ano. E, assim com acontece com o movimento de
rotação (os dias e as noites), o de translação (o ano) também serve como
base para determinar o ritmo de uma série de atividades humanas.
9
tempo. Nunca foi comprovado cientificamente que a Lua têm influência
sobre a vida das pessoas, mas muita gente se baseia na Lua para cortar
cabelo, fazer regime, plantar e podar árvores.
Abordagem
10
estão levando com a barriga e fingindo que aprenderam? Os livros didáticos
utilizados estão dentro das normas dos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs), estão utilizando uma linguagem mais didática e mais compreensiva e
cumprindo o seu papel na educação que é auxiliar o aprendizado dos alunos?
Esses questionamentos foram essenciais na observação e avaliação dos
questionários, pois queremos que os alunos possam ter acesso a uma
educação de qualidade e que tenha acesso ao conhecimento necessário para
o seu dia a dia, mesmo que este pareça sem importância, mas, que por trás
dele, com certeza, há anos a fio de muito estudo e muitas pesquisas. Com isso
temos que a nossa abordagem vai desde um assunto aparentemente tão
simples, porém tão importante para a vida do aluno e que deve ser
devidamente ensinado dentro das normas dos PCNs para que possa ser
facilmente compreendido e que o professor possa obter um sucesso nas aulas
e visualizar que os seus alunos estão aprendendo o conteúdo por ele ensinado.
Objetivo geral
11
Com esse trabalho queremos mostrar que de acordo com o livro utilizado, se
este estiver dentro das normas curriculares e utilizar uma linguagem mais
explicativa voltada exclusivamente para o aprendizado do aluno, ou seja,
menos complexa e com palavras complicadas e também a forma como ele é
abordado influenciam de tal maneira tornando o aprendizado mais fácil ou mais
complicado.
Os alunos devem ser questionados com perguntas simples como, por exemplo,
o porquê do dia, por que o ano tem 365 dias, como acontecem as estações do
ano?
Essas perguntas estimulam e trazem a aula para o dia a dia da criança, ou
seja, os alunos devem ser despertados para os acontecimentos naturais ao seu
redor e assim começar a sentir certa curiosidade sobre coisas que outrora
pensavam ser tão simples, mas que por trás levam anos de observação e,
além disso, são tão importantes e tão úteis para nós como a organização do
nosso calendário.
Queremos mostrar que ao aprenderem esse assunto e ao serem estimulados
para o mundo a sua volta, os alunos também se tornam aptos a aprofundar
esse conhecimento de acordo com seu grau de conhecimento.
Essa pesquisa procura mostrar que é possível uma interação com os livros e
os alunos e que essa interação pode ser maravilhosa se os livros utilizarem a
linguagem correta e se estiverem trazendo a quantidade essencial de
conhecimento para que este esteja de acordo com as normas dos PCNs e os
alunos com conhecimento suficiente, pelo menos dentro de uma média
nacional.
Tipo de pesquisa
12
objetivo principal de observar se os alunos realmente aprenderam o que o
professor ensinou, se fixaram esse aprendizado para o seu conhecimento e
principalmente se o livro utilizado por eles teve algum tipo de influência no
aprendizado por parte dos alunos.
Segue em anexo o questionário, seguido de resposta, sendo que este foi
aplicado nas escolas. Este foi elaborado com questões fechadas procurando
deter o máximo possível de dificuldade para que os alunos não se sentissem
pressionados em respondê-lo e que pudessem assim mostrar se sabem ou não
o que esta sendo perguntado. Escolhemos para esse questionário perguntas
fechadas para que os alunos sentissem menos dificuldade em respondê-las e
principalmente por que perguntas abertas além de propiciar certo grau de
dificuldade também envolvem outras questões como o fato de que ao avaliar o
que a criança respondeu nos teríamos que avaliar o fato de que um pouco do
que ele escreveu está correto, por que ninguém sabe nada e que ao corrigir os
questionários haveria certa dificuldade por nossa parte e assim não há motivos
contrários às perguntas fechadas.
Também analisamos os livros didáticos que estão sendo utilizados pelos
professores em sala de aula com intuito de analisar se eles estão de acordo
com as normas dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e se trazem
uma quantidade apropriada de informações sobre os movimentos da Terra,
focando na utilização deste, no dia a dia das crianças, e utilizado de uma
linguagem própria para a idade dessas crianças.
A nossa intenção com essa pesquisa de campo é analisar o nível de
conhecimento dos alunos, qual a relação dos livros com esse conhecimento e
também observar qual localidade obteve um maior desempenho em relação à
quantidade de acertos, e se esse desempenho tem influencia do livro que esta
sendo utilizado.
Em seguida realizamos uma comparação entre os resultados e os livros
didáticos para uma melhor compreensão e também para facilitar a analise dos
conteúdos e dos resultados da pesquisa.
População
13
Durante a realização de nossa pesquisa, a população basicamente envolvida
foi: os alunos de três quintas séries (equivalente a primeira fase do terceiro
ciclo), estas em escolas públicas que por sua vez estão localizadas em três
municípios diferentes, sendo uma em Vera (Escola Estadual Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro) cuja sala pesquisada possuía 23 alunos, uma em Santa
Carmem (Escola Municipal Selvino Damian Preve) cuja sala pesquisada
continha 22 alunos e uma em Sinop (Escola Municipal Emeb Sadao Watanabe)
que possuía 30 alunos na sala de aula pesquisada, sendo assim os alunos,
quais responderam os questionários totalizam aproximadamente 75 alunos, os
professores também fazer parte da nossa população, pois eles possibilitaram
que a pesquisa fosse efetuada nos dando acesso aos livros utilizados por eles
e nos mostrando as maneiras como esse assunto foi explicado em sala de aula
e qual maneira foi possível obter um maior sucesso entre os alunos, e também
os diretores e coordenadores que abriram as portas das escolas e
disponibilizaram um tempo das aulas para que os questionários fossem
respondidos e assim nos possibilitando realizar a nossa pesquisa de acordo
com o planejado. Estes podem totalizar uma população de aproximadamente
12 pessoas. Assim a população total desse trabalho foi de aproximadamente
87 pessoas (se somarmos os alunos e os professores, coordenadores,
diretores e totós os envolvidos na escola).
Instrumentos
14
analises sobre como anda o aprendizado dos alunos e ver se os livros ajudam
ou atrapalham pelo fato de estarem ou não de acordo com os PCNs.
A escolha de alguns desses instrumentos está envolvida com a praticidade, a
escolha do questionário, por exemplo, pois com um questionário composto por
questões fechadas os alunos acabam tendo menos dificuldade de responder,
pois eles lêem a resposta e só tem que pensar um pouquinho e relembrar a
resposta, pois eles já estudaram o conteúdo.
E a escolha do PCN é por que ele é um material didático completo e que avalia
condições necessárias para que os alunos obtenham uma educação de
qualidade em um contexto nacional e mundial e se seguidos corretamente
propiciam um aprendizado mais fácil e de qualidade auxiliando professores e
escolas a trabalharem de maneira especial cuidando da educação que seus
alunos estão recebendo. E se os livros estiverem de acordo com as normas
dos PCNs temos certeza que serão livros mais completos e menos complexos
propiciando sim uma educação de qualidade para todos e diminuindo a
desigualdade cultural, dando oportunidade a todos e tornando a nossa
sociedade mais justa e “humana”.
Resultados
15
71% de acertos, essa é uma diferença muito grande principalmente por se
tratar de municípios vizinhos e que dividem as mesmas raízes culturais.
Os gráficos abaixo comparam cidade por cidade e mostram a porcentagem de
acertos, sem analisar a concepção que os alunos evidenciaram ao responder
os questionários aplicados em sala de aula, e mostram claramente os
resultados de forma que é possível evidenciar uma provável diferença entre os
livros e os métodos utilizados pelos professores sendo que estes podem ser as
principais causas de tanta desigualdade nos resultados:
Vera
Quest Acert Porcentag
ão os em
1 19 82,60%
2 9 39,14%
3 10 43,48%
4 11 47,83%
5 10 43,48%
6 16 68,57%
7 15 65,20%
8 7 30,40%
9 8 34,78%
10 10 43,48%
Santa Carmem
Quest Acert Porcentag
ão os em
1 21 95,50%
2 19 86,37%
3 11 50%
4 10 45,46%
5 5 22,72%
6 22 100,00%
7 12 54,55%
8 16 72,73%
9 12 54,55%
10 5 22,72%
16
Sinop
Quest Acert Porcentag
ão os em
1 30 100%
2 18 60%
3 20 66,60%
4 18 60%
5 16 53,30%
6 29 96,60%
7 18 60%
8 17 56,60%
9 23 76,60%
10 23 76,60%
17
Obsevemos o grafico de Sinop na questão um, os dados apontam 100% de
acertos, muito bem todos sabem quais são os movimentos da Terra, porem
agora observemos a mesma cidade, agora a questão dois, dos 30 estudantes
que sabiam quais eram os movimentos da Terra apenas 18 soube responder o
que significava o movimento de rotação e dos mesmos 30 estudantes, 20
conseguiram responder a questão três corretamente. E analisando aos
questionários foi possivel observar que dos 30 estudantes apenas 15 souberam
responder as questões dois e três, metade da população de alunos pesquisada
em Sinop. Sendo assim temos que os alunos sabem quais são os movimentos
mais sentem dificuldade em identifica-los.
Ao fazermos as mesmas comparações com os outros dois municipios temos
que na cidade de Santa Carmem para a questão um quase todo os alunos
questionados acertaram sendo que apenas um aluno errou a questão, e
desses 21 estudantes, 19 acertaram a questão dois e 11 a questão três, e
desses mesmo 21 estudantes que souberam responer a questão um somente
11 estudantes conseguiram responder as questões dois e três e esses alunos
são os mesmos 11 estudantes que responderam a questão três, se
compararmos em média dos 22 estudantes 50% acertou, porém estamos
comparando a concepção de acordo com as respostadas dadas por eles na
questão um, questão que antecede os conceitos das questões dois e três,
sendo assim dos 21 estudantes que sabem responder quais são os
movimentos da Terra somente 52,4% também sabem responder qual a
definição dos movimentos de rotação e translação.
Então fizemos a mesma comparação com o municipio de Vera e na questão
um 19 alunos acertaram, bom só nessa comparação os estudantes de Vera
possuem um menor número de respostas corretas. Bom desses 19 alunos
“somente 9” conseguiram responder a questão dois e desse mesmo 19 alunos
apenas 10 souberam a resposta da questão três, assim também temos que do
nímero de alunos que soube responder a questão um, cinco alunos souberam
identificar os conceitos de rotação e translação. Porém em meio aos resultados
de Vera uma questão muito estranha, um dos alunos que não soube responder
a questão de número um soube responder as questões dois e três. Nós
supomos que ele tenha confundido a questão um e por isso respondeu errado
18
ou simplesmente por falta de atenção, algo que é comum em crianças dessa
faixa etária.
Outro ponto importante e que pode ser destacado é o fato de que as questões
que a maioria dos alunos acertou foram as questões de número um e seis, as
quais uma se refere aos movimentos da Terra e a outra as estações do ano. E
que podemos evidenciar que são questões de nível basiquíssimo, e também
muito presentes no dia a dia das crianças.Nesse mesmo aspecto, as demais
questões se alternaram de acordo com os métodos utilizados pelos
professores e as exigências de cada escola, sendo para uma cidzde o
percentual de acertos foi grande em dada questão que em outra foi muito
menos com no caso da questão dez, no municipio de Sinop, aproximadamente
77% (cerca de 23 estudantes) souberam responder a questão enquanto no
municipio de Santa Carmem, aproximadamente 23% (5 estudantes) souberam
responder a mesma questão. Esses dados podem ser vistos claramente no
gráfico 4.
Assim, se observarmos mais atentamente os resultados aqui apresentados,
veremos que a cidade de Vera obteve um percentual inferior aos outros
municipios, isso deve-se, provavelmente aos livros didáticos em conjuntos com
os métodos exigidos pela escola e os utilizados pelo professor.
Na analise dos livros didáticos os municípios de Vera e Santa Carmem utilizam
o mesmo livro (Sampaio, Francisco Coelho. Redescobrindo o planeta azul: a
Terra pede ajuda 5ª série – 2ed. – Curitiba: Positivo, 2005) este contém uma
linguagem muito técnica e complexa, com um conteúdo muito curto, com
apenas uma página voltada ao assunto e esta ainda possui duas ilustrações,
além de não conter nada sobre ano bissexto e que deveria conter, pois está se
falando de movimentos da Terra e o ano bissexto está relacionado com o dia a
dia das crianças, pois a cada quatro anos temos um dia a mais e eles com
certeza devem ter percebido isso ou já devem ter ouvido alguém comentar algo
sobre esse assunto, nesse caso coube ao professor repassar esse
conhecimento para os alunos e segundo os resultados esse assunto foi muito
pouco falado e dos 23 alunos de Vera apenas sete acertaram a pergunta
referente ao ano bissexto (questão de número 8), ou seja, 30% dos alunos não
conseguiram responder a pergunta simplesmente por esta não esta no livro
didático, que é o principal material de estudo e pesquisa dos estudantes.
19
Em Santa Carmem a diferença foi enorme na mesma pergunta 68% dos alunos
acertou isso, explicou a professora, é por que ela ensinou a mais, fugindo um
pouco do livro didático para trazer aos seus alunos a quantidade de
conhecimento necessário para o seu futuro.
Já o município de Sinop, além de ter conseguido um alto índice de
porcentagem, possui um livro muito bom (Moreira, Igor. Construindo o espaço
humano 5ª série – 3ed. – São Paulo: Editora Ática, 2007) nós o consideramos
bom pelo fato de que este livro possui uma linguagem muito fácil e explicativa
contendo todos os conteúdos necessários sobre os movimentos da Terra e
explicando as formas de organização das atividades humanas além de explicar
o ano bissexto, as estações do ano, em fim é um livro completo que possui
numa linguagem especial trazendo o conhecimento para o cotidiano dos alunos
e não é a toa que Sinop conseguiu obter o maior percentual, se compararmos
as três cidades.
Sendo assim os livros influenciaram grandemente nos resultados obtidos sendo
que o livro mais completo possibilitou um resultado mais alto do que nos
lugares que possuíam o livro mais complexo, os livros estão sim dentro dos
PCNs, exceto pela parte que falta explicar o ano bissexto e que é fundamental.
Com relação aos professores eles responderam perguntas que estão
relacionadas com o percentual de acertos e erros, a professora de Santa
Carmem, Simone de Oliveira nos disse:
-- “Quero esclarecer que todos os livros didáticos trabalhados neste período
de docência estão de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, uns
que se utilizam de uma linguagem muito técnica, complexa e bem
aprofundada como os Mellem Adas e Igor Moreira, outros menos complexa, e
aprofundada, mas também trabalhando uma linguagem que não condiz com a
realidade cognitiva dos alunos que entram na 5ª série, como a coleção
Positivo e o livro de Rogério Martinez... Contudo, na minha opinião, nenhum
acompanha o ritmo de aprendizagem e o grau cognitivo dos alunos, pois os
textos são longos, os exercícios de difícil compreensão por parte dos
educandos e o jogo de palavras usado nos textos dos livros dos quais
trabalhei dificulta a compreensão dos alunos, impedindo uma auto
aprendizagem a até mesmo o trabalho do professor que recorre a resumos
20
com linguagem mais acessível a eles, usando o livro apenas como apoio para
algumas atividades.
Este ano “trabalho” com a coleção positivo, e o tema da acadêmica –
Movimentos da Terra – é trabalhado de forma bem superficial, condizendo
com o que o aluno tem que saber no nível de 5ª série, porém como já
mencionado anteriormente, o jogo de palavras e de frases do texto é um
empecilho para a auto aprendizagem da maioria dos educandos, cabendo ao
professor maiores esclarecimentos. O assunto foi trabalhado com material
preparado pelo professor, não utilizando o livro, apenas para a analise de
desenhos. Em relação a este assunto os alunos trocam muito um movimento
com o outro, no caso de rotação com o de translação, e isto pode ser
comprovado no questionário respondido por eles. Os alunos sempre discutem
o assunto em sala, mas a maioria não consegue relacionar com o seu dia a
dia. Dei minha opinião sincera, sobre os questionamentos, e espero ter
contribuído para este trabalho de forma qualitativa e quantitativa.”.
A professora de Santa Carmem mostrou-se muito sincera em relação aos fatos
aqui mencionados e que são referentes à resposta dada por ela a nossa
entrevista, ela esta com toda a razão quando fala da linguagem utilizada nos
livros didáticos e também quando se refere ao resultado do questionário em
que realmente muitos dos seus alunos trocaram os movimentos de rotação por
translação e vice-versa ao responderem as questões quatro e cinco em que
são questionados sobre o ano e sobre o motivo da existência do dia e da noite,
assim ela apontou erros que poderiam ser evitados, isso com relação ao jogo
de palavras utilizado, a língua Portuguesa é ampla e extensa assim não há a
necessidade de se usar apenas palavras complexas e diferentes, pois na faixa
etária dessas crianças o vocabulário delas é curto e com palavras simples.
Agora a professora de Vera que deu a sua opinião de forma bem simples e
rápida procurando ser bem abrangente:
-- “Os livros utilizados até agora estão dentro dos PCNs, porem não trazem os
conteúdos para o período vivenciado pelos alunos, além de utilizar uma
linguagem difícil diminuindo a compreensão dos alunos no referido tema.
Assim eu acabo por ter que complementar o estudo com textos mais fácies e
com outras atividades deixando o livro um pouco de lado para poder dar conta
do conteúdo, em relação ao baixo índice dos resultados dos meus alunos eu
21
acredito que seja por um pouco de falta de interesse deles em responder o
questionário, pois quando avaliados por mim, no momento do estudo, eles me
mostraram que conseguiram aprender, exceto alguns alunos que são
extremamente desinteressados e não vem a escola para aprender, e
simplesmente pela complexidade do conteúdo, pois é difícil para uma criança
compreender algo que esta fora do nosso convívio como os movimentos pois
nos não vemos e nem sentimos os movimentos mas com uma observação
conseguimos identificá-los, mas para uma criança é muito mais difícil, ma
minha opinião essa é a maior dificuldade das crianças. Espero ter conseguido
responder em poucas palavras e auxiliado o trabalho das acadêmicas.”.
A professora de Vera colocou sua opinião trazendo algo que realmente é
comum na faixa etária dessas crianças, certo desinteresse e também a
dificuldade em relacionar o conhecimento, pois como explicar à uma criança
algo que acontece a sua volta e ela não percebe e como fazê-la entender algo
que até outro dia milhões de pessoas adultas com um conhecimento mais
amplo não conseguiam entender, realmente ela trouxe uma questão muito
complexa e que realmente faz parte da consciência do educador.
A seguir a opinião da professora de Sinop que nos possibilita entender o
porquê de um resultado extremamente alto se comparado com o resultado de
Vera, ela nos disse:
-- “Esse tema é bem abordado em sala de aula. O PCN é utilizado no
planejamento semanal do professor, ou seja, planejar para depois aplicar e
usá-lo dando apoio ao livro didático. Em minha opinião o livro mais completo
para estudar esse tema é o livro “Construindo o espaço Humano”, de Igor
Moreira e Elizabeth Auricchio, pois além de conter os conteúdos programados
para essa determinada série. Porém existem varias séries na escola e cada
uma segue com o conteúdo de uma maneira. Para mim a 5ª série do período
vespertino é bastante esforçada e por isso já esta bastante adiantada eles
estão estudando sobre “atmosfera”. Mesmo assim todas as séries já
estudaram esse conteúdo.
Este livro abrange com certa exatidão o conteúdo, desde a teoria do Big
Bang, até eclipse lunar. E isso possibilita que os alunos aprendam mais,
porém a maior dificuldade que os alunos apresentaram foi em compreender
os solstícios e equinócios, não sei o porquê mais eles não conseguem
22
absorver. E as notas obtidas nesse questionário condizem com as notas
obtidas na avaliação que eu apliquei em sala de aula, e com exceção de
alguns alunos, todos absorveram o ensino com exatidão, no possível é claro.”.
Ela nos mostrou que a abordagem do autor foi fundamental para auxiliar os
resultados e que os alunos possuem uma dificuldade com os solstícios e
equinócios, porém mesmo com essa dificuldade eles apresentaram um
percentual alto de acertos e ao serem questionados, antes da prova, sobre o
que eles achavam desse conteúdo eles responderam que para eles era mais
fácil entender por que esse assunto esta ligado com o seu cotidiano e por que
a professora explica muito bem e que durante a explicação ela cita exemplos o
que facilita o entendimento e os auxiliar a aprender e não os deixa esquecer
para a hora da avaliação. É possível identificar a interação entre estudantes,
livros e professores.
Assim todos os resultados foram expostos aqui, no resultado do questionário, a
relação com os livros e os resultados, as respostas das professoras, respostas
estas que nos auxiliaram muito e uma comparação entre esses resultados.
Assim outras comparações podem ser feitas através dos resultados aqui
apresentados.
Conclusão
23
Assim podemos concluir que um bom livro é capaz de transformar a educação
do nosso estado, pois com um bom livro que busca uma interação com o
cotidiano dos alunos possibilita sim, a real interação desse conhecimento com
a vida dos estudantes, assim os alunos saem preparados para continuar o
estudo seguinte que possui certa interação com esse cotidiano e com as séries
seguintes, e que uma boa sociedade depende a educação e a educação de
qualidade se faz com livros de verdade. Portanto podemos dizer que a nossa
região pode alcançar um alto padrão na qualidade da educação se investir na
qualidade dos materiais utilizados nas escolas e com uma educação de
qualidade o nosso estado pode alcançar um maior estatos no campo nacional
em qualidade de educação.
Assim podemos resumir que os resultados evidenciaram que os livros
didáticos trazem abordagens distintas do tema. O livro adotado no município de
Sinop é mais abrangente, com linguagem mais acessível ao entendimento do
aluno. Nas escolas de Vera e Santa Carmem, o livro adotado é o mesmo,
sendo que a abordagem deste é mais reduzida (somente uma página dedicada
ao tema) e apresenta linguagem técnica que necessita de textos
complementares. Os resultados também mostram que os livros didáticos
influenciaram diretamente no aprendizado dos alunos, pois o índice de acertos
dos alunos é maior no município de Sinop, que adota o livro que tem
abordagem mais abrangente, o que, a nosso ver indica que a escolha do livro
didático pode ser um instrumento de melhoria na qualidade do ensino ofertado
na região.
Anexo
24
a. ( ) rotação e meteoróides;
b. ( ) translação e meteoróides;
c. ( x ) rotação e translação.
2. O que é rotação?
a. ( x ) é a volta da Terra em torno do seu próprio eixo;
b. ( ) é a volta da Terra em torno do Sol;
c. ( ) é a volta do Sol em torno da Terra.
3. O que é translação?
a. ( ) é a volta da Terra em torno do seu próprio eixo;
b. ( x ) é a volta da Terra em torno do Sol;
c. ( ) é a volta do Sol em torno da Terra.
25
8. O ano tem 365 dias e 6 horas, essas 6horas que sobram a cada 4 anos
somam um dia completo. Esse dia é colocado no mês de Fevereiro como o dia
29. Quando isso ocorre esse ano tem 366 dias e é chamado de:
a. ( ) ano bimestral;
b. ( ) ano trissexto;
c. ( x ) ano bissexto.
Bibliografia
26
• Sampaio, Francisco Coelho. Redescobrindo o planeta azul: a Terra pede
ajuda 5ª série – 2ed. – Curitiba: Positivo, 2005
• Moreira, Igor. Construindo o espaço humano 5ª série – 3ed. – São
Paulo: Editora Ática, 2007
• Normatização e apresentações de trabalhos científicos e acadêmicos:
guia para aluno, professores e pesquisadores UFES / Universidade Federal
do Espírito Santo, Biblioteca Central. – 6ed. Ver. E ampl. – Vitória: A
Biblioteca, 2002.
• Ciência & Educação, v. 9, n. 1, p. 93-104, 2003 (texto da revista)
• Física na Escola, v. 4, n. 2, 2003
• Lucci, Elian Alabi. Geografia: homem e espaço. A natureza, o homem e
a organização do espaço, 5ª série – 16ª Ed. – São Paulo: Editora Saraiva,
2001.
27