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O Modelo de Ising 2D
O modelo de Ising é uma ferramenta importante para o estudo de materiais com propriedades
magnéticas definindo que cada elemento pode estar em dois estados. Apesar das aproximações con-
sideradas no problema, o modelo apresenta resultados próximos a realidade. Usando um tratamento
estatı́stico, obtemos as grandezas desejadas a partir das medias no decorrer da simulação de Monte
Carlo usando o algoritmo de Metrópolis. Determinaremos a magnetização do sistema para diferentes
tamanhos de rede e temperaturas afim de verificar o seu comportamento perto da transição de fase.
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2 Fı́sica Estatı́sica - O Modelo de Ising 2D
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Fı́sica Estatı́sica - O Modelo de Ising 2D 3
• atualiza os valores de E e M . Histograma de |m| para l=10 e T=1.0 Histograma de |m| para l=10 e T=1.5
1 £ 2 2
¤
c= 2 hE i − hEi (7) 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
NT Histograma de |m| para l=10 e T=2.5 Histograma de |m| para l=10 e T=3.0
1 £ 2 ¤
χ= hM i − hM i2 . (8)
NT
M =N − −β
2ν c(εN − −β
M 2ν ), (10) Histograma de |m| para l=20 e T=2.0 Histograma de |m| para l=20 e T=2.25
Histograma de |m| para l=20 e T=2.5 Histograma de |m| para l=20 e T=3.0
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1ã)(iMtm
0oçaengz0,,4862 N=421065
012Tempratu3(T)45
4 Fı́sica Estatı́sica - O Modelo de Ising 2D
Histograma de |m| para l=40 e T=1.0 Histograma de |m| para l=40 e T=1.5
Histograma de |m| para l=40 e T=2.0 Histograma de |m| para l=40 e T=2.25
Histograma de |m| para l=40 e T=2.5 Histograma de |m| para l=40 e T=3.0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 o aumento da temperatura, alguns spins mudam de sen-
Histograma de |m| para l=40 e T=5.0 tido e ao passar pela Tc , o sistema tenderá anular a mag-
netização total. Observando que a curva da figura 5 é
mais suave para sistemas pequenos e apresenta grande
flutuação. Para sistemas grandes, a curva é mais fechada.
A curva terá uma assı́ntota no limite N → ∞ ao chegar
a temperatura crı́tica. Esse resultado mostra a transição
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
de fase para a amostra que inicialmente estava no estado
Figura 4: histogramas para diferentes temperaturas na rede de
ferromagnético e ao passar pelo ponto crı́tico se torna
spins com N = 1600. paramagnético.
O comportamento da magnetização é praticamente o
mesmo para diferentes número de spins: estável até
elementos podem mudar de orientação como uma chegar na temperatura crı́tica e depois decresce forma de
transição espontânea. Apesar do fenômeno não mu- forma mais aguda dependendo do tamanho do sistema.
dar a magnitude da magnetização, poderá ocorrer Após essa temperatura, a magnetização deve aproximar
falhas durante o calculo da média. mais ainda do zero quanto maior for o sistema. Com
relação a a barra de erros, são tão pequenas que nesses
Ao trabalhar dessa forma, temos um problema ao tratar gráficos quase é impossı́vel de enxergar-las. Observa-se
uma rede com número de spins par. Observando as fig- na tabela I que os valores da barra de erro são bem pe-
uras 2, 3 e 4, o valor do histograma quando m = 0 sofre quenos. Os maiores valores são encontrados próximo da
uma queda comparado ao valor da vizinhança. Isso se temperatura crı́tica de cada tamanho de rede. Clara-
deve porque temos a magnetização discretizada em 2N +1 mente, um número menor de passos de MC contribuem
valores, e os valores diferentes de m = 0 serão somados para o aumento da barra de erro.
aos pares m e −m. O valor do histograma quando m = 0
não terá nenhum acréscimo e passará a imagem de ter N T = 1.0 T = 3.0 T = 2.25 T ∗ = 2.25
metade da probabilidade dos outros valores. 25 1.1725·10−5 7.3431·10−4 4.7887·10−4 2.0058·10−3
Com relação a curva de distribuição da magnetização, 100 6.8286·10−6 4.6612·10−4 1.1017·10−3 3.8690·10−3
podemos verificar que quanto maior a rede, mais estreito 400 3.6005·10−6 4.4921·10−4 1.8162·10−3 5.4985·10−3
1600 8.3631·10−7 1.1950·10−4 3.6467·10−3 5.3255·10−3
será essa curva. Com o aumento da caixa, o sistema terá
mais estados possı́veis de ocupar, quebrando uma mesma Tabela I: valores da barra de erro para diferentes situações. T ∗ =
barra do histograma de um sistema pequeno em diversas 2.25 é uma simulação realizada com um décimo do número de passos
outras com probabilidades diferentes entre si. Assim, os de MC.
estados mais prováveis serão contabilizados muito mais
que os outros. Essa diferença de probabilidades dos novos Aplicando o logaritmo na equação 10 e trabalhando na
valores de m que geram esse afinamento no histograma. temperatura de T = 2.27, que é bem próxima da crı́tica,
Observa-se também que quanto maior a rede, mais flu- obtemos uma função linear. A partir dos resultados da
tuações aparecem na curva gerada pelo histograma. Es- figura IV envolvendo o coeficiente angular da curva Tc ,
sas pequenas flutuações, ou ruı́dos, são criadas quando o obtemos que β = 0.12424 ± 0.00302. Esse valor do ex-
número de passos de Monte Carlo é pequeno comparado poente crı́tico é bem próximo do esperado, demonstrando
ao tamanho da rede. Isso significa que para cada rede que o processo é muito coerente.
que contenha n spins tem que ter um número de passos Podemos obter a energia em função da temperatura
de MC proporcional ao mesmo n. e veremos que o seu comportamento é parecido com
Em temperaturas baixas, dificilmente os spins trocam da magnetização. Ao calcular o calor especı́fico e a
de orientação pois a probabilidade é desfavorável. Com suscetibilidade magnética, veremos um ponto no qual es-
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,oçaengz00,,49865371T=2.0957(TC)
0ã)(iMtm
2103Núm1e0rodespin10(N)1e+04
Fı́sica Estatı́sica - O Modelo de Ising 2D 5
1
K. Binder and D. W. Heermann: Monte Carlo Methods in Statistical Physics, Springer-Verlag (1992).
2
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3
M. J. de Oliveira: Termodinâmica, Ed. Livraria da Fı́sica (2005).
4
T. Tomé and M. J. de Oliveira: Dinâmica Estocástica e Irreversibilidade, Ed. USP (2001).
5
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6
S. Salinas: Introdução à Fı́sica Estatı́stica, Ed. USP (1999).