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DTZ1544897 - ESTUPRO. PROVA. DÚVIDA.

Admitido, pela própria ofendida, o seu


amor pelo acusado e, bem assim, o desejo de com ele manter relações sexuais, a
prova da falta de consentimento para a prática da relação sexual há de ser límpida e
segura. Hipótese, porém, em que a vítima se deixou desnudar por completo, aceitando
carícias preliminares deveras avançadas, em lugar ermo, para onde conduzida pelo
acusado, o qual ainda se achava com um pé engessado, com dificuldades de se
movimentar. Dúvida sobre o dissenso instalada. Ao menos, dúvida sobre a
compreensão que o acusado pudesse ter tido acerca da seriedade de eventual
dissenso, incompatível com o andar dos acontecimentos, dissenso, porém, que, de
qualquer forma, teria se estabelecido apenas em relação ao ato sexual propriamente
dito. Lesões no interior da cavidade vaginal que não sugerem o estupro, muito bem
podendo ter resultado de inadequada prática quiçá por inexperiência, em que o
acusado mais vazão deu ao instinto e a paixão, sem preocupação com situação de
desconforto da parceira. Dúvidas que hão de militar em prol do acusado. Apelo
provido, para a absolvição com base no art. 386, VI, do CPP. (TJRS - ACr
70017904186 - 7ª C. Crim. - Rel. Desemb. Marcelo Bandeira Pereira - DJ. 28.12.2006)

DTZ4028819 - PENAL E PROCESSUAL PENAL. ESTUPRO. ATENTADO VIOLENTO


AO PUDOR. OFENDIDAS MENORES DE 14 ANOS. VIOLÊNCIA PRESUMIDA.
CRIME CONTINUADO. PRELIMINARES SUSCITADAS PELO APELANTE: 1)
ILEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA PROPOSITURA DE AÇÃO
PENAL NOS CRIMES CONTRA OS COSTUMES. 2) NULIDADE DA SENTENÇA
POR CERCEAMENTO DE DEFESA EM FACE DO INDEFERIMENTO DE
DILIGÊNCIA. REJEITADAS. MÉRITO. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. ART. 386, INC.
VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. ACOLHIMENTO. REFORMA DA
SENTENÇA. PROVIMENTO DO RECURSO. (TJRN - ACr 2007.002246-1 - C.Cr. -
Relª Convª p/ o Ac. Juíza Patrícia Gondim - DJ 13.02.2008)

DTZ1052090 - ESTUPRO - PRESUNÇÃO DE VIOLÊNCIA - No caso concreto, foi o


réu, ora apelante, processado por haver, segundo a denúncia, em duas oportunidades,
no mês de maio de 1999, no interior de seu caminhão, constrangido, mediante
violência presumida pela idade, a vítima A. de L. P., contando 12 anos e 9 meses, à
prática de conjunção carnal. Desvirginando-a. Até onde os autos deixam ver, e o bom
senso permite concluir, não se trata de moça ingênua ou simplória, a ponto de deixar-
se iludir por um vizinho, com quem, aliás, já vinha se relacionando por sua livre e
espontânea vontade, não devendo ela situar-se naquela margem de proteção legal,
como se criança ou retardada mental fosse, pois, a toda evidência, é incogitável sua
equiparação a uma criança. Constando-se, ademais, que os depoimentos da ofendida
e do acusado são coincidentes e, até certo ponto, o favorecem, parece-me um contra-
senso colocar a legalidade formal acima da justiça, ainda se tratando de caso em que
a lei confere maior gravidade à prática da ação, se menor de 14 anos a vítima,
erigindo a conduta à categoria de crime hediondo, com rigorosíssima apenação, a ser
cumprida em regime integralmente fechado. Por conseguinte, a violência presumida
não pode ver-se aprisionada por um critério rígido e absoluto, quando a ofendida não é
mais criança, comportando, antes, temperamentos à norma, sob pena de se verem
engessados em molduras legais os operadores do Direito. Por fim, uma curiosidade.
Neste processo, sequer conflitam entre si as versões da vítima e do acusado,
mostrando-se, antes, ajustadas e compatíveis com todo o restante da prova, o que
cede espaço até mesmo à aceitação da tese do erro quanto à idade da menor, quase
adulta, desenvolvida e desenvolta, e ao questionamento de sua inocência e seu
consentimento válido para a conjunção carnal. Apelo ministerial desprovido. (TJRJ -
ACrim. 3177/2002 - 8ª C. Crim. - Rel. Des. Flavio Magalhães - DORJ 19.02.2003)
DTZ1052077 - ESTUPRO - MENOR DE 14 ANOS - PRESUNÇÃO DE VIOLÊNCIA
RELATIVA - CONSENTIMENTO DA VÍTIMA - COMPROVAÇÃO - ABSOLVIÇÃO -
ATESTADO DE POBREZA - DESCONSTITUIÇÃO - INOCORRÊNCIA - A presunção
de violência nos crimes de estupro, por ser a mulher menor de 14 anos, é relativa. Se
comprovado que a conjunção carnal ocorreu porque acusado e vítima, de comum
acordo, assim o quiseram, sem que tenha havido qualquer violência, não há que se
falar em crime de estupro. Não havendo nos autos nada que, de forma concreta,
desconstitua o atestado de pobreza constante dos autos e firmado pela autoridade
policial, é parte legítima o MP para a propositura da ação penal. (TJMG - ACrim.
234.906-6/00 - 2ª C. Crim. - Rel. Des. José Antonino Baía Borges - DJMG 28.11.2002)

DTZ4420809 - PENAL. PROCESSO PENAL. ESTUPRO. ABSOLVIÇÃO.


PRESUNÇÃO DE VIOLÊNCIA RELATIVA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO
CONHECIDO E DESPROVIDO. 1.O Ministério Público insurge-se contra decisão que
absolveu o acusado da prática do crime de Estupro com presunção de violência. Aduz
que o consentimento da vítima não elide a presunção e que esta é de natureza
absoluta. 2.A presunção de violência nos crimes contra os costumes, segundo a mais
moderna doutrina e jurisprudência, como a do Tribunal de Justiça do Rio Grande do
Sul, é de natureza relativa, podendo o magistrado, para evitar absurdos, averiguar a
existência ou não de violência psíquica, moral ou física, investigando o comportamento
da vítima, se era capaz de entender o caráter libidinoso do fato. 3.No caso em
epigrafe, a vítima era apaixonada pelo acusado e passou a seduzi-lo quase
diariamente. Contraíram um namoro, mesmo sabendo ela que o acusado era casado,
e mantiveram relações sexuais semanais. Após as relações a vítima acabou
engravidando, com o que a mãe ingressou com a representação criminal na delegacia,
desaguando no ajuizamento da ação penal. Atualmente, o acusado vive sob o mesmo
teto da vítima, que se manifestou diversas vezes em seus depoimentos pela
absolvição do acusado. Percebe-se, neste caso, que não houve, por parte do
acusado, qualquer conduta que possa ser desvalorada. Não seduziu a menor, não lhe
deixou traumatizada, mas, pelo contrário, vive uma espécie de união estável com a
vítima, hoje mais velha e mãe de seu filho. 4.A vítima, no presente caso, demonstrou,
em seus depoimentos e nos de suas colegas de escola, que possuía capacidade
plena de compreender o caráter libidinoso do fato, consentindo e até mesmo incitando
o acusado à prática de relações sexuais. 5.Sob uma perspectiva teórica, a nova teoria
do funcionalismo de Roxin orienta o intérprete da ciência penal a encontrar uma
função na pena em todo o percurso do injusto penal. No presente caso, a pena, antes
de cumprir alguma de suas funções, destruiria completamente esta família, deixaria a
criança desguarnecida e, ademais, não traria nenhum benefício à sociedade. 6.Por
todas estas razões, a sentença deve ser mantida. 7.Recurso conhecido, porém
desprovido. (TJCE - ACr 2003.0012.0471-3/1 - 2ª C.Cr. - Relª Desembª Maria Sirene
De Souza Sobreira - DJ 12.09.2008)

DTZ4110631 - Apelação criminal. Atentado violento ao pudor. Palavra da vítima.


Relevância. Conjunto probatório. Harmonia. Tentativa de estupro. Presunção de
violência. Relativa. Em tema de crimes contra o costume, a palavra da vítima possui
grande relevância e, em harmonia com o conjunto probatório, autoriza o decreto
condenatório. A presunção de violência nos crimes contra o costume é relativa e,
portanto, o consentimento da vítima, aliado ao fato de já possuir à época dos fatos
experiência sexual, torna o fato atípico. (TJRO - ACr 100.017.2006.001588-4 - Rel.
Desemb. Cássio Rodolfo Sbarzi Guedes - DJ 20.02.2008)

DTZ1884507 - ESTUPRO. AUSÊNCIA DE PRESUNÇÃO DA VIOLÊNCIA.


ABSOLVIÇÃO MANTIDA. Como afirmou a Magistrada, analisando a prova do
processo e absolvendo o recorrido da prática do crime de estupro: ¿A situação em
análise não deixa dúvidas de que as relações sexuais mantidas entre o acusado e a
pretensa vítima ocorreram de modo consensual e espontâneo, sem qualquer ameaça
ou constrangimento, e, ainda, sem que esta tivesse oposto qualquer tipo de
resistência. Outrossim, não se podendo afirmar, modo concludente, que a vítima não
tivesse condições de avaliar as conseqüências de seus atos, ou que fosse ingênua e
desinformada sobre questões sexuais, seu consentimento há que ser tido como válido,
não havendo se falar em presunção de violência. Não se trata, aqui, de ausência de
provas para sustentar juízo condenatório, mas, sim, de evidências que nos conduzem
à atipicidade do fato. Além dos argumentos acima editados, há, que se considerar que
o tipo penal de que se vê acusado o réu gira em tomo do verbo nucelar
¿constranger¿, e tal conduta, corolário lógico de tudo o que já se disse, não se fez
presente, outra razão para que se dê por verificada a atipicidade do fato denunciado,
imperando a solução vertida no art. 386, inciso III do Código de Processo Penal.
¿ DECISÃO: Apelo ministerial desprovido. Unânime. (TJRS - AC 70020856043 - 7ª C.
Cr. - Rel. Sylvio Baptista Neto - J. 13.09.2007)

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