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Anterioridade da lei. Artigo 1.º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
• Princípio da legalidade ou da reserva legal, C.F., artigo 5.º, XXXIX.
• Princípio da anterioridade da lei Para que haja crime e seja imposta pena é preciso que o fato tenha
sido cometido depois de a lei entrar em vigor.
• Nullum crimem, nulla poena sine praevia lege.
1. praevia anterior à pratica da conduta;
2. scripta a lei penal tem que ser escrita;
3. stricta lei em sentido estrito;
certa tem que ser absolutamente compreensível.
• Origens reais desse princípio Artigo 39 da Magna Carta inglesa, de João sem Terra, em 1215. Foi,
porém, na Declaração dos Direitos do Homem na Revolução Francesa, de 26 de agosto de 1789 que o
princípio foi formulado em termos precisos: “ninguém pode ser punido senão em virtude de uma lei
estabelecida e promulgada anteriormente ao delito e legalmente aplicada”. O princípio passou a figurar
nas constituições revolucionárias francesas de 1791 e 1793. Após, instalou-se nas constituições de todos
os povos e nos códigos de todos os países cultos.
A lei penal no tempo. Artigo 2.º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único – A lei posterior, que de outro modo favoreça o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
• Revogação Derrogação (quando cessa em parte a autoridade da lei) ab-rogação (quando se extingue
totalmente).
• Revogação Expressa (a nova lei determina a cessação da norma anterior) tácita (o novo texto é
incompatível com o antigo).
• Princípio da irretroatividade da lei penal Esse princípio vige somente em relação à lei mais severa.
Admite-se no direito transitório a aplicação da lei mais benigna (lex mitior).
Temos, assim, dois princípios que regem os conflitos de direito intertemporal:
1.º - o da irretroatividade da lei mais severa.
2.º - o da retroatividade da lei mais benigna.
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• C.F., artigo 5.º, inciso XL, “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu” retroatividade
benéfica.
• Ultra-atividade É possível a aplicação de uma lei não obstante cessada a sua vigência, desde que
mais benéfica em face de outra posterior. Essa qualidade da lei, pela qual tem eficácia mesmo depois de
cessada a sua vigência, recebe o nome de ultra-atividade.
• Combinação de leis? Existe divergência na doutrina.
• Abolitio criminis Nova lei suprime normas incriminadoras anteriormente existentes. Há o
desaparecimento da figura delituosa e de todas as suas conseqüências.
• Novatio legis incriminadora Nova lei incrimina fatos antes considerados lícitos.
• Novatio legis in pejus Nova lei modifica o regime anterior, agravando a situação do sujeito. Nova
lei mais severa.
• Novatio legis in mellius Nova lei modifica o regime anterior, beneficiando o sujeito. Há o
abrandamento da figura delituosa e de suas consequências.
• Lei intermediária Pode acontecer que o sujeito pratique o fato sob o império de uma lei, surgindo,
depois, sucessivamente, duas outras, regulando o mesmo comportamento, sendo a intermediária a mais
benigna. Solução? Sempre vai prevalecer a mais benigna.
Lei excepcional ou temporária. Artigo 3.º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período
de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência.
• Leis excepcionais Promulgadas em casos de calamidade pública, guerras, revoluções, etc.
• Leis temporárias Possuem vigência previamente fixada pelo legislador.
• Auto-revogação das leis excepcionais e temporárias Elas fogem à regra geral, não precisando que
lei posterior a revogue.
• Ultra-atividade Continuam a serem aplicadas aos fatos praticados durante a sua vigência mesmo
depois de sua auto-revogação.
• Tertia legis combinação de lei pelo juiz? Não pode.
Tempo do crime. Artigo 4.º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado.
Tempo do crime é o momento em que ele se considera cometido (tempus delict).
Teorias sobre o tempo do crime:
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• Teoria da atividade Momento da prática da ação ou omissão, ainda que outro momento seja o
resultado.
• Teoria do resultado Momento em que ocorre o resultado.
• Teoria mista É indiferente o momento da ação ou do resultado.
Qual teoria adotada? É o da atividade, pois é no momento da conduta que o sujeito manifesta a sua
vontade, inobservando o preceito proibitivo.
Eficácia da lei penal no espaço. Territorialidade. Artigo 5.º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
Parágrafo 1.º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontre
(...)
Parágrafo 2.º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados (...)
• Princípio da territorialidade A lei da nação onde o fato foi praticado é que deve ser aplicada. Não
importa a nacionalidade do sujeito ativo do delito ou do titular do bem jurídico lesado.
• Princípio da nacionalidade ou personalidade Esse princípio cogita da aplicação da lei penal no
país do criminoso, pouco importando onde o fato seja praticado. Exemplo: se um brasileiro praticar um
crime no Uruguai, cairá o fato sob o império da lei penal de nosso país (artigo 7.º, II, b).
• Princípio da defesa ou real ou proteção ou ordem jurídica interessada Valoriza-se a ordem
jurídica violada. Leva em conta a nacionalidade do bem jurídico lesado pelo crime, independentemente do
local de sua prática ou da nacionalidade do sujeito ativo. Exemplo: aplicar a lei brasileira a um fato
criminoso cometido no estrangeiro, lesivo ao interesse nacional, qualquer que fosse a nacionalidade do
autor (artigo 7.º, I e par. 3.º).
• Princípio da justiça penal universal ou cosmopolita ou comunidade universal O criminoso é
julgado e punido aonde for detido (artigo 7.º, II, a).
• Princípio da representação Será aplicada a lei da bandeira do navio ou aeronave onde ocorreu o
fato (artigo 7.º, II, c).
O Código Penal brasileiro adotou o princípio da territorialidade como regra; os outros como exceção.
Lugar do crime. Artigo 6.º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Vejamos alguns exemplos:
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a) Na fronteira Brasil-Bolívia um cidadão brasileiro, que se encontra em território nacional, atira em
outro, em solo boliviano, vindo este a falecer.
b) Um francês, na Argentina, envia uma “máquina infernal” a um brasileiro, que se encontra no Rio de
Janeiro, vindo o engenho a explodir e matar a vítima.
c) Um brasileiro atravessa a fronteira Brasil-Uruguai atirando num argentino, que vem a sofrer somente
ferimentos.
A quem cabe o jus puniendi?
Para a solução do problema têm sido preconizadas três teorias principais:
• Teoria da atividade É considerado o lugar do crime aquele em que o agente desenvolveu a
atividade criminosa. Assim, se a vítima é ferida num determinado país e vem a morrer em outro, aquele é
o competente para conhecer o fato (no primeiro exemplo, o Brasil).
• Teoria do resultado Locus delicti é o lugar da produção do resultado. No exemplo citado,
competente para conhecer o homicídio seria o país em que se produziu o resultado morte, qual seja a
Bolívia.
• Teoria da ubiqüidade Lugar do crime é aquele em que se realizou qualquer dos momentos do iter,
seja da prática dos atos executórios, seja da consumação. No exemplo, competentes seriam os dois países.
É a teoria dominante da doutrina e das legislações penais.
O nosso código adotou a teoria da ubiquidade. Assim, quando o crime tem início em território
estrangeiro e se consuma no Brasil, é considerado praticado no Brasil.
Extraterritorialidade. Artigo 7.º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I – os crimes:
a) contra a vida ou liberdade do Presidente da República.
b) contra o patrimônio ou fé pública da União, do DF, de Estado, Municípios...
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço...
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
II – os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticado por brasileiro;
c) praticado em aeronaves ou embarcações brasileiras...
Parágrafo 1.º Fala que os crimes narrados no inciso I estão sujeitos à lei brasileira, incondicionalmente.
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Parágrafo 2.º Fala que os crimes narrados no inciso II estão sujeitos à lei brasileira, sob algumas
condições.
Parágrafo 3.º Princípio da ordem jurídica interessada.
Eficácia da lei penal em relação às pessoas que exercem determinadas funções públicas.
Privilégios ocorrem a determinadas funções:
• Imunidade diplomática Privilégio outorgado aos agentes diplomáticos observados os aspectos de
reciprocidade. Desdobra-se em três garantias:
a) Inviolabilidade do diplomata, da sua família e de seus pertences (imunidade material) aqui ocorre o
crime porém fica suspenso o processo
b) Imunidade formal que estabelece que os diplomatas, seus familiares e funcionários da embaixada
serão julgados, ainda que por crimes comuns, em seus países de origem.
c) Isenção fiscal.
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de menor gravidade de que a principal, é absorvida por esta”. Exemplo: artigo 132 (...) Pena –
detenção, de três meses a 1 ano, se o fato não constituir crime mais grave.
• Princípio da consunção O delito consumado absorve o delito tentado. Para Damásio E. de Jesus,
“ocorre a relação consuntiva ou de absorção quando um fato definido por uma norma incriminadora é
meio necessário ou normal, fase de preparação ou execução de outro crime, bem como quando
constitui conduta anterior ou posterior do agente, cometida com a mesma finalidade prática atinente
àquele crime”. ANTE FATO E PÓS-FATO IMPUNÍVEIS
• Princípio da alternatividade A norma penal que prevê vários fatos alternativamente. Adquiriu /
vendeu / cedeu, mesmo que gratuitamente droga. O indivíduo vai responder por uma das alternativas.
Os critérios da subsidiariedade e da consunção são de aplicação secundária ou complementar ao
princípio da especialidade.
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ANTIJURÍDICA
O agente não estar em uma das causas de justificação / exclusão de antijuridicidade:
1. Legítima defesa
2. Estado de necessidade
3. Exercício regular de direito
4. Estrito cumprimento do dever legal
5. Consentimento do ofendido
As causas previstas no art. 23 CP excluem a antijuridicidade da conduta e, faltando esta, não existirá o
crime.
*** a ação típica só será antijurídica se não for autorizada por outro dispositivo legal.
CULPÁVEL é um juizo de censura sobre a conduta do agente, no caso concreto.
O sujeito age tipicamente, antijuridicamente, mas somente terá praticado o crime se sua ação também for
culpável.
Elementos da culpabilidade:
• Imputabilidade utilizamos o critério bio-psicológico não são imputáveis: menor de 18 anos
(art. 27 CP) / embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou de força maior (art. 28, § 1.º
CP) / doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (art. 26 CP)
• Potencial conhecimento do ilícito (é a possibilidade do agente conhecer a norma penal, segundo
suas condições culturais) é o erro de proibição
• Exigibilidade de conduta diversa aqui se analisa a coação irresistível e a obdiência hierarquica.
CONCURSO DE CRIMES
ART. 69 MATERIAL agente, mediante + de 1 ação ou omissão, pratica 2 ou mais crimes
somam-se as penas.
ART. 70 FORMAL agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica 2 ou mais crimes aplica-
se as mais grave das penas + 1/6 até 1/2 ***** se a ação é dolosa e a ação ou omissão resultam de
desígnios autônomos somam-se as penas.
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ART. 71 CRIME CONTINUADO agente, mediante + de 1 ação ou omissão, pratica 2 ou mais
crimes da mesma espécie os crimes subsequentes são continuações do primeiro aplica-se a mais
grave + 1/6 a 2/3
TEORIA GERAL DA PENA
PENA é a consequência jurídica da infração penal (crimes ou contravenções penais), pré-estabelecida
na lei e aplicada pelo juiz, após o devido processo legal.
PRINCÍPIOS DA PENA
1. LEGALIDADE não pena sem prévia cominação legal;
2. PERSONALIDADE a pena nãopassará da pessoa do condenado;
3. PROPORCIONALIDADE a pena terá que ser peoporcional à conduta do agente;
4. HUMANIDADE a pena terá que ser humana;
MOMENTOS DA PENA
1. COMINAÇÃO DA PENA exclusivamente pelo Poder Legislativo;
2. APLICAÇÃO DA PENA exclusivamente pelo Poder Judiciário;
3. EXECUÇÃO DA PENA fica a cargo do Poder Executivo sempre em conjunto com o Poder
Judiciário (juizo da execução);
TEORIAS DA PENA
1. ABSOLUTA / RETRIBUTIVA a pena teria como finalidade exclusivamente a retribuição;
2. RELATIVA a pena não teria uma finalidade retibutiva, mas sim preventiva;
3. MISTA / ECLÉTICA a pena teria três finalidades: retributiva / preventiva / função
ressocializadora;
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Regime progressivo 1/6 de cumprimento da pena, passa de um regime mais severo para
outro, mais benéfico;
Regressão de regime quando o apenado descumprir alguma condição do regime semi-aberto
(falta média ou grave + comuns: tentativa de fuga, posse de entorpecentes) ou do aberto;
Penas São substitutivos penais:
restritivas • Prestação pecuniária tem um caráter indenizatório; consiste na entrega de DH à
de vítima ou seus familiares / mínimo de 1 e máximo de 360 SM / será deduzido do
direitos montante de eventual condenação em ação de reparação civil;
(43 a 48) • Perda de bens e valores em favor do Fundo Penitenciário Nacional / máximo: o
montante do prejuizo causado ou do provento obtido pelo agente;
• Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas aplicável à
condenações superiores a 6 meses de privação de liberdade / dar-se-á em entidades
assitenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos conjêneres / 1 hora
de tarefa corresponde a 1 dia da condenação;
• Interdição temporária de direitos proibição de exercício de cargo, função ou
atividade pública, bem como de mandato eletivo / proibição de exercício de profissão,
atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do
poder público / suspensão de habilitação para dirigir ??? / proibição de frequentar
determinados lugares;
• Limitação de fim de semana obrigação de permanecer, aos sábados e domingos,
por 5 horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado;
Pena de Sempre direcionado ao fundo penitenciário / calculada em dias-multa / mínimo de 10 e máximo
multa de 360 dias-multa / cada dia multa: 1/30 SM até 5 x SM / deve ser paga em 10 dias após
(49 a 58) transitada em julgado a sentença (pode ser em parcelas mensais)
*** Jamais uma pena de multa descumprida converte-se em PRD or PPL aplica-se as
normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública.
Penas Morte / caráter perpétuo / trabalhos forçados / banimento / cruéis
proibidas
CF
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ex., 121, § 1.º (minorante) ou 150, § 2.º (majorante)
***** no crime continuado ou concurso material ou formal aplica-se ainda esta última
majorante;
***** na tentativa aplica-se ainda esta última minorante;
Fixação do PRIMÁRIO REINCIDENTE
regime + de 8 anos Inicialmente fechado Inicialmente fechado
(33, § 2.º) De 4 a 8 anos Inicialmente semi-aberto Reclusão = fechado
- de 4 anos Inicialmente aberto Detenção = semi-aberto
***** exceções lei de crimes hediondos (8.072/90) tem que cumprir em regime
inteiramente fechado (não cabe progressão de regime).
***** exceção desta exceção lei de crimes de tortura tem que cumprir em regime
inicialmente fechado (cabe progressão).
Substitutivo É quando o juiz, diante de uma pena privativa de liberdade, tenta troca-la por uma restritiva
penal de direito ou multa.
(44) Requisitos:
• Crimes dolosos até 4 anos réu não reincidente em crime doloso circunstâncias
judiciais (59) assim recomendarem crime não cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa até 1 ano = 1 PRD ou PM / mais de 1ano = 1 PRD + PM ou 2
PRD
• Crimes culposos qualquer pena réu não reincidente em crime doloso
circunstâncias judiciais (59) assim recomendarem crime não cometido com
violência ou grave ameaça à pessoa até 1 ano = 1 PRD ou PM / mais de 1ano = 1
PRD + PM ou 2 PRD
EXECUÇÃO DA PENA
• PROGRESSÃO cumprido mais de 1/6 da pena terá direito;
• REGRESSÃO quando o apenado descumprir alguma condição do regime semi-aberto (falta
média ou grave + comuns: tentativa de fuga, posse de entorpecentes) ou do aberto;
• REMIÇÃO para cada 3 dias trabalhados, é remido 1 dia;
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• REMIÇÃO PELO ESTUDO para cada 18h de studos, é remido 1 dia *** tem que estar
trabalhando também;
• DETRAÇÃO DA PENA descontar o tempo em que o sujeito ficou preso provisoriamente ou
preventivamente (antes da sentença penal condenatória).
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6. retratação do agente (hipóteses admitidas por lei: difamação, calúnia, crimes de falsa
perícia ou falso testemunho ***** não cabe na injúria)
7. casamento do agente com a vítima (em crimes contra os costumes)
8. casamento da vítima com terceiro (em crimes contra os costumes / crime cometido sem
violência real ou grave ameaça / desde que a ofendida não requeira o prosseguimento da
ação no prazo de 60 dias)
9. perdão judicial (ex. em crime de homicídio culposo) *** a sentença que conceder perdão
judicial não será considerada para efeito de reincidência
PRESCRIÇÃO
ANTES DE TRANSITAR EM JULGADO DEPOIS DE TRANSITAR EM JULGADO PRESCRIÇÃO
PRESCRIÇÃO PUNITIVA regula-se pelo EXECUTÓRIA regula-se pela pena aplicada
máximo da pena privativa de liberdade cominada ao
crime
Pena + 12 anos em 20 anos do dia do crime Pena + 12 anos em 20 anos do dia do trânsito em julgado
Pena de 8 a 12 anos em 16 anos do dia do crime Pena de 8 a 12 anos em 16 anos do dia do trânsito em julgado
Pena de 4 a 8 anos em 12 anos do dia do crime Pena de 4 a 8 anos em 12 anos do dia do trânsito em julgado
Pena de 2 a 4 anos em 8 anos do dia do crime Pena de 2 a 4 anos em 8 anos do dia do trânsito em julgado
Pena de 1 a 2 anos em 4 anos do dia do crime Pena de 1 a 2 anos em 4 anos do dia do trânsito em julgado
Pena – 1 ano em 2 anos do dia do crime Pena – 1 ano em 2 anos do dia do trânsito em julgado
• Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional a prescrição é
regulada pelo tempo que resta da pena;
• Prescrição de multa em 2 anos quando for somente multa / no mesmo prazo da PPL quando alternativa ou
cumulativamente aplicada;
• Redução dos prazos da prescrição menor de 21 anos ao tempo do crime / maior de 70 na data de sentença
os prazos prescriocionais são reduzidos à metade;
• Causas impeditivas da prescrição (a prescrição não corre) enquanto não resolvida, em outro processo,
questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime / enquanto o agente cumpre pena no
estrangeiro;
• Causas interruptivas da prescrição pelo recebimento da denúncia ou queixa / pela pronúncia / pela
sentença condenatória recorrível / pelo início ou continuação do cumprimento da pena / pela reincidência.
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ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato) aplica a medida de
segurança
Espécies de medidas de segurança:
• Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico para os inimputáveis / será
por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a
cessação da periculosidade / prazo mínimo de 1 a 3 anos / a perícia médica realizar-se-á ao termo
do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o
determinar o juiz da execução.
• Sujeição a tratamento ambulatorial para os inimputáveis que cometeram crimes puníveis
com detenção / será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante
perícia médica, a cessação da periculosidade / prazo mínImo de 1 a 3 anos / a perícia médica
realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer
tempo, se o determinar o juiz da execução.
Norma Penal
Norma penal em sentido amplo Define tanto os fatos puníveis como princípios gerais do
sistema penal punitivo.
Norma penal em sentido estrito É a que descreve uma determinada conduta como ilícita
e impõem uma sanção.
As normas penais se classificam da maneira seguinte:
• Normas penais incriminadoras Descrevem condutas puníveis e impõem as respectivas sanções.
Ex.: art. 121 C.P. (homicídio).
• Normas penais permissivas Determinam a licitude ou a impunidade de certas condutas. Ex.: art. 23
C.P. (legítima defesa).
• Normas penais finais, complementares ou explicativas Esclarecem o conteúdo das outras, ou
delimitam o âmbito de sua aplicação. Ex.: art. 4.º C.P.
As normas penais ainda podem ser:
• Gerais ou Locais Segundo a extensão espacial de sua aplicação determinadas por condições
peculiares a certas regiões do Estado. Exemplos: as locais podem ser editadas em um período de
calamidade pública, em determinadas regiões de um Estado.
• Comuns ou Especiais Comum é o Código Penal. Especiais são as leis que se agregam ao Código
Penal.
• Completas ou Incompletas Completas são as normas que possuem preceito ou protáse e sanção.
Incompletas são as normas que tem preceito, mas a sanção se encontra em outra lei, ou dentro da
mesma lei, mas em outro artigo, p. ex., o art. 304 C.P. As incompletas são denominadas Normas
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Penais em Branco. Elas remetem a outra regra. Ela não é auto aplicável. Depende de outra norma ou
ato administrativo para a incriminação da conduta.
Norma penal em branco, em sentido estrito Quando a lei penal remete a outra fonte
legislativa. Exemplo: artigo 36 da Lei n.º 6368/76 (Lei de Entorpecentes) que é remetida a disposições do
Ministério da Saúde para sabermos o que é substância entorpecente.
Norma penal em branco, em sentido lato (amplo) Quando a lei penal remete à própria
lei penal ou à mesma fonte legislativa (Congresso Nacional), p. ex., artigo 304 do Código Penal.
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Extradição é o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou
condenado para a justiça de outro Estado competente para julgar ou puni-lo. Pode ser:
• Ativa, em relação ao Estado que a reclama.
• Passiva, em relação ao Estado que a concede.
• Voluntária, quando ocorre a concordância do extraditando.
• Imposta, sem o consentimento do extraditando.
Princípios da extradição:
Princípio da legalidade Artigo 91, inciso I da Lei 6815 de 19/08/80 (Estatuto do
Estrangeiro).
Princípio da especialidade Impossibilidade de ser julgado por fato diverso daquele do
pedido de extradição.
Princípio da identidade O ato tem que ser considerado ilícito nos dois países.
Princípio da comutação Artigo 91, inciso III da Lei 6815.
Princípio da jurisdicionalidade Artigo 77, inciso VIII da Lei 6815. Tem que haver um
juiz, um tribunal antes do delito.
Princípio do non bis iden Artigo 77, inciso III da Lei 6815. Não será extraditado quando
o juiz brasileiro for competente para punir.
Princípio da reciprocidade Artigo 76 da Lei 6815. Tem que haver reciprocidade entre
os países.
Outros artigos da Lei 6815:
Artigo 91 Não será extraditado se o outro país não computar o período que o condenado
ficou preso aqui no Brasil.
Artigo 77 Fala sobre as condições negativas da extradição. Em tais hipóteses não poderá
existir extradição.
Artigo 78 Fala sobre as condições positivas da extradição. Em tais hipóteses poderá
existir extradição.
Artigo 65 Fala sobre a deportação, ou seja, a expulsão de estrangeiro.
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Legal Título do delito no Código Penal;
Doutrinária Nome dado ao fato delituoso pela doutrina dependendo da categoria
dogmática a que se insere ou em razão dos múltiplos elementos ou em razão da natureza, estrutura ou
conteúdo da infração.
Crimes de mão própria ou de atuação especial Somente podem ser praticados pelo sujeito ativo
pessoalmente, p. ex., falso testemunho.
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• Crimes comissivos Praticado mediante ação. Existem 2 tipos: comissivos propriamente ditos
(tipicamente praticados por ação) e comissivos por omissão (onde a ação constitui exatamente a
inação).
• Crimes omissivos Praticado mediante a omissão. Existem 3 tipos: omissivos próprios (são aqueles
que se perfazem com a simples abstenção da realização de um ato independentemente do resulatado
posterior), omissivos impróprios (a ação condiciona o resulatado) e de conduta mista (são aqueles que
possuem fase inicial positiva e final comissiva).
Crime continuado.
Artigo 71 “Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de
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um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a
dois terços”.
Exemplo de crime continuado Um dia um elemento assalta um rapaz na faculdade; no
mesmo dia, assalta um posto de gasolina; continuando, assalta o hotel em que estava hospedado. O
elemento é preso no dia seguinte.
Crimes progressivos.
Ocorre quando o sujeito, para alcançar o crime mais grave, passa pelos menos graves, p.
ex., o homicídio (a pessoa foi lesionada antes de morrer).
Delito putativo.
Ocorre quando o agente considera erroneamente que a conduta realizada por ele constitui
crime quando na verdade é um fato atípico. Não houve crime, somente na imaginação dele, p. ex., a
mulher que toma um abortivo, tem um corrimento, só que ela não estava grávida. É o chamado não crime.
Divide-se em:
• Putativo por erro de prescrição O agente acredita que existe uma norma que incrimine a atitude.
• Putativo por erro de tipo O agente acredita que cometeu o crime, existe uma lei incriminadora, mas
falta na sua conduta alguns elementos exigidos pela norma penal. No exemplo acima, “falta a mulher
estar grávida”.
• Putativo por obra do agente provocador Alguém, de forma insidiosa, provoca o agente a prática de
crime e, ao mesmo tempo, toma todas as providências para que o crime não ocorra. A doutrina e a
jurisprudência entendem que não houve crime nesse caso.
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Crime de flagrante esperado.
Não há provocação, há simples comunicação prévia à polícia que determinado bem jurídico
corre risco.
Crime exaurido.
Quando depois de consumado o crime, o agente vai até as últimas consequências.
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• Crimes bilaterais São crimes que exigem mais de uma pessoa, ainda que uma não seja culpada.
Exemplo: bigamia; duas pessoas se casam; o homem ou a mulher se casam de novo; a amante não
sabia que ele era casado.
Crimes multitudinários.
Crimes praticados sob influência de multidão. É uma circunstância que atenua a pena.
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Crimes de forma livre e crime de forma vinculada.
• Forma livre Não exige que a conduta do agente seja pré-determinada. Não há
necessidade de seguir determinado crime, tipo, p. ex., crime de homicídio (existem várias formas de
se cometer o crime).
• Forma vinculada A forma de ação do agente tem que estar descrita pela norma p.
ex., o curandeirismo (artigo 284).
Crimes conexos.
São aqueles que apresentam ligação entre si, seja por um nexo de causalidade, seja por
mútua dependência entre os crimes. Exemplo: A mata B para raptar a mulher deste. É uma conexão causal
entre o 1.º e o 2.º crime. A conexão pode ser:
• Teleológica ou finalística Quando o crime é praticado para assegurar a realização de outro crime.
Quer realizar uma conduta maior, mas para isso, realiza condutas menores. É o crime meio para
assegurar o crime fim.
• Causal ou consequêncial Quando é cometido para ocultar ou minimizar a possibilidade de ser
descoberto o crime, p. ex., rouba e põem fogo no carro para descaracterizar as provas.
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• Ocasional ou atípica Que leva ao concurso de delitos, e este pode ser concurso formal, concurso
material ou continuado.
Crime a prazo.
O crime ocorreu hoje, mas vamos esperar determinado prazo para saber se ele é simples ou
qualificado, p. ex., artigo 129, parágrafo 1.º “Se a lesão corporal resulta incapacidade para as
ocupações habituais, por mais de 30 dias”.
Quase crime.
Ocorre nos casos de crimes impossíveis (artigo 17 – “Não se pune a tentativa quando, por
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime”)
e nos casos de impunibilidade (artigo 31 – “O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo
disposição expresa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado”).
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• Crime de tentativa Ação perfeita e acabada que não atingiu exito por circunstâncias alheias à
vontade do agente.
Antijuridicidade.
Exclusão da ilicitude
Artigo 23 “Não há crime quando o agente pratica o fato:
I – em estado de necessidade;
II – em legítima defesa;
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito”.
Excesso punível
Parágrafo único. “O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo
excesso doloso ou culposo.”
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• Repulsa com meios necessários Ou seja, necessidade de moderação nos meios. Meio necessário á
aquele que possa causar o menor dano possível; que o ofendende cesse a agressão. A moderação diz
respeito a intensidade dada pelo agente no emprego dos meios de defesa, exigindo do defendente que
“não permita que sua reação cresca em intensidade além do razoavelmente exigido pelas
circunstâncias para fazer cessar a agressão”.
• Uso moderado dos meios O defendente irá responder pelo excesso doloso ou culposo.
• Conhecimento da agressão e necessidade de defesa (O elemento subjetivo da legítima defesa). É
preciso que o sujeito tenha conhecimento da situação de agressão injusta e da necessidade da repulsa.
Excesso culposo invencível Exclui a pena.
Excesso culposo vencível Irá responder na forma culposa, se era previsto o resultado.
Legítima defesa x legítima defesa Se a justiça não identificar o causador, irá absolver os
dois.
Legítima defesa real x legítima defesa real Nunca poderá existir por causa da agressão
injusta. Não tem como os dois alegarem a injusta agressão.
Legítima defesa real x legítima defesa putativa Poderá ocorrer. É o caso de dois
desafetos; um deles vai à casa do outro para pedir desculpas com um pacote de presente nas mãos;
chegando à casa do outro, este supõe que será agredido e então age atirando com seu revolver (legítima
defesa putativa). Aquele que queria pedir desculpas reage à injusta agressão sacando de seu revolver e
atirando (legítima defesa real).
Legítima defesa ofensiva Quando o comportamento do agredido constitui um fato típico.
Legítima defesa sucessiva É a repulsa contra o excesso, p. ex., “A, defendendo-se de
agressão injusta praticada por B, comete excesso. Então, de defendente passa a agressor injusto,
permitindo a defesa legítima de B”.
Legítima defesa putativa Quando o agente, por erro de proibição plenamente justificado
pelas circunstâncias, supõem encontrar-se em face de agressão injusta (artigo 20, parágrafo 1.º) “É
isento de pena quem, por erro plenamente jutificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se
existisse tornaria a ação legítima ...”
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Artigo 24 “Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se ...”
Definição É a situação em que se encontra o homem que para salvar de perigo atual ou
iminente, um bem jurídico próprio ou alheio, é obrigado a sacrificar um bem jurídico de outrem.
Requisitos:
• Existência de uma situação de perigo;
• Uma conduta lesiva a um bem jurídico;
Quanto ao perigo:
• Atual (é o que está se desencadeando);
• Ameaça à direito próprio ou alheio;
• Situação não causada voluntariamente pelo agente;
• Inexistência do dever de enfrentar o perigo (artigo 24, parágrafo 1.º c/c artigo 13, parágrafo 2.º, 2.ª
parte, a, b, c) Se o agente tiver a obrigação legal de enfrentar o perigo, não poderá alegar estado de
necessidade.
Quanto a conduta lesiva:
• Inevitabilidade do comportamento lesivo Tem que existir uma situação em que não havia outra
alternativa;
• Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado O sacrifício não era razoavelmente exigível;
• Conhecimento da situação justificante O agente tem que ter conhecimento prévio do estado de
necessidade.
Formas de estado de necessidade:
• Próprio Se o bem jurídico pertence ao próprio agente que pratica;
• Impróprio Se o bem jurídico não pertence ao agente que pratica.
Aspecto subjetivo:
• Real Quando realmente existe a situação de estado de necessidade;
• Putativo Quando por erro de tipo ou erro de proibição, o agente acredita estar em uma situação de
estado de necessidade.
Quem sofre agressão:
• Agressivo Quando a conduta do agente atinge um bem jurídico de terceiro que não tinha nada
haver com a história;
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• Defensivo Quando a conduta do agente atinge um interesse de quem causou a situação.
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O exercício regular de um direito também exclui a ilicitude. A expressão direito é
empregada em sentido amplo, abrangendo, todas as espécies de direito subjetivo (penal ou extrapenal).
Exemplos: prisão em flagrante realizada por um particular; direito de correção do pai em relação ao filho;
direito de retenção permitido pelo Código Civil.
Intervenções médicas e cirúrgicas As intervenções médicas se constituem em um
exercício regular de um direito. Trata-se de uma prática permitida pelo Estado e realizada de acordo com
os meios e regras permitidos.
Violência esportiva Constitui crime a prática esportiva de que resultam lesões corporais?
A prática de vários esportes, como o futebol, o boxe e a luta livre pode produzir resultados danosos. Desde
que haja obediência irrestrita às regras do jogo, os seus autores não respondem por crime, encontrando-se
acobertados pela excludente do exercício regular de direito.
Desistência voluntária.
Artigo 15 “O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ...”
Não caracteriza a desistência voluntária os gritos da vítima ou a chegada de vizinhos.
A desistência voluntária somente é possível na tentativa imperfeita.
Nos crimes de mera conduta (onde não há a necessidade de ocorrer o resultado) não há desistência
voluntária.
Arrependimento eficaz.
Artigo 15 “... ou impede que o resultado se produza, só responderá pelos atos já praticados”.
O arrependimento eficaz tem lugar quando o agente já tenha ultimado o processo de execução do crime,
desenvolve nova atividade impedindo a produção do resultado, p. ex., ministra o veneno, se arrepende, e
daí ministra o antídoto.
Requisitos do arrependimento eficaz:
• Delito sem violência ou grave ameaça;
• Reparação do dano moral ou restituição do dano material;
• A restituição tem que ocorrer pelo agente ou pelos co-autores do delito;
• A restituição ou reparação tem que ocorrer até a data da denúncia.
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Artigo 17 “Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime”.
Existem duas hipóteses onde pode ocorrer o crime impossível:
• Delito impossível por ineficácia absoluta do meio Quando o meio empregado no crime é tão
ineficaz que é impossível acontecer o resultado. Esta ineficácia tem que ser absoluta e não relativa, p.
ex., o agente pretendendo matar a vítima, aciona o gatilho do revolver, mas a arma está descarregada.
• Delito impossível por impropriedade absoluta do objeto É quando inexiste o objeto material sobre o
qual deveria recair a conduta, ou quando pela sua situação ou condição, torna impossível a produção
do resultado visado pelo agente, p. ex., a mulher, supondo-se em estado de gravidez, pratica manobras
abortivas.
Existem várias teorias a respeito do quase-crime:
• Teoria sintomática O critério decisivo é a periculosidade do agente.
• Teoria subjetiva O critério decisivo é a intenção do agente.
• Teoria objetiva Estabelece que a imputação de um fato penal possui elementos objetivo e subjetivo,
e sem a concorrência do primeiro não há falar-se em tentativa. O elemento objetivo é o perigo ao bem
jurídico penalmente tutelado. Esta teoria subdivide-se em duas:
a) Teoria objetiva pura (não há tentativa em qualquer caso, seja a inidoneidade absoluta ou
relativa).
b) Teoria objetiva temperada (exige sejam absolutamente inidôneos o meio empregado
pelo agente e o objeto sobre o qual a conduta recai. Em caso de inidoneidade relativa
há tentativa. É a teoria abraçada pelo legislador penal brasileiro.
Do concurso de agentes.
Quando várias pessoas concorrem para a realização da infração penal, fala-se em co-
delinqüência, concurso de agentes, co-autoria, participação, co-participação ou concurso de delinqüentes.
Os crimes podem ser monossubjetivos (cometidos por um só sujeito, p. ex., o homicídio)
ou plurissubjetivos (exigem pluralidade de pessoas, p. ex., a rixa).
Existem duas espécies de concurso:
• Concurso necessário (não é o caso de co-autoria; todos são autores).
• Concurso eventual (artigo 29).
Cuida-se do concurso necessário no tocante aos crimes plurissubjetivos. Fala-se em
concurso eventual quando, podendo o delito ser praticado por uma só pessoa, é cometido por várias. No
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primeiro, o concurso de agentes é descrito pelo preceito primário da norma penal incriminadora, enquanto
no segundo não existe essa previsão.
Autor do crime É o sujeito que executa a conduta expressa pelo verbo da figura típica
descritiva ou quem realiza o fato por intermédio de outrem (autoria mediata).
Teorias à respeito da autoria:
• Restritiva Autor é tão somente quem pratica a conduta típica (nosso Código Penal);
• Extensiva Autor é todo aquele que contribui para a produção do resultado;
• Subjetiva Autor é quem age com vontade de ser autor e partícipe. Aquele que age com vontade
solidária;
• Finalista Autor é aquele que tem o domínio finalista do fato no crime culposo. Será autor quando
contribuir para a produção do resultado, não agindo com o dever de cuidado objetivo.
Formas de autoria:
• Direta É o que age;
• Indireta Mediata (quando da realização de um delito, o autor se vale de um terceiro que atua como
um instrumento); colateral (ocorre quando os agentes desconhecem a conduta um do outro, mas
realizam atos convergentes que produzem um resultado visado por todos).
Formas do concurso do agente:
• Co-autoria É co-autor todo aquele que realiza a conduta descrita pelo tipo penal. Dá-se co-autoria
quando várias pessoas realizam os elementos do tipo, ainda que sejam tarefas distintas. Exemplo de
co-autoria em crime culposo: 2 trabalhadores no 1.º andar de uma construção terão que descer uma
tábua; ao contrário, julgando ser mais fácil, arremessam a tábua para baixo e esta vem a lesionar
alguém na calçada.
• Participação Na participação, os agentes não cometem o comportamento positivo ou negativo
descrito pelo preceito primário da norma penal incriminadora, mas concorrem, de qualquer modo, para
a realização do delito. É o aporte doloso que se realiza para uma conduta dolosa de outrem. A
participação ocorre quando o sujeito, não praticando ato executório, concorre de qualquer modo na
participação do crime. O partícipe não tem domínio sobre o fato típico. Ele participa, anui, colabora
para a realização do crime.
Formas de participação:
• Instigação É o que determina dolosamente a outra pessoa a realização de um fato típico doloso. A
instigação pode ocorrer por gesto, palavra e atitude. O dolo na instigação diz respeito a realização do
tipo pelo outro;
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• Cumplicidade Ligada a idéia de colaboração material. Existem duas formas: forma primária
(quando o aporte é preliminar à execução do crime) e forma secundária (levada a efeito a qualquer
momento do iter criminis).
Requisitos para haver participação:
• Tem que haver uma pluralidade de condutas para que possa existir a participação;
• É indispensável a relevância causal;
• Liame subjetivo (tem que haver a intenção de participar);
• Identidade de infração para todos os participantes;
Punibilidade na participação No artigo 29 (“Quem, de qualquer modo, concorre para o
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”) está estabelecido a teoria
unitária de autores. Autor é quem pratica o núcleo do verbo. A punibilidade dependerá de cada um dos
partícipes ou co-autores que receberá a pena na medida de sua culpabilidade. O fato é comum, a
culpabilidade individual.
Cooperação dolosamente distinta Parágrafo 2.º do artigo 29 (“Se algum dos
concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; esta pena será
aumentada até a metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave”). Ex. Mourão
determina que Caio de uma surra em Tíssio. Caio, ao contrário, mata.
Participação impunível Artigo 31 (“O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio,
salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado”).
Participação de participação Ex. A induz B a induzir C para matar D.
Participação sucessiva É quando A instiga B a matar C. Todavia, sem que se saiba, D
também instiga B a matar C.
A participação pode acontecer em qualquer momento do iter criminis. Seja na instigação,
seja no início da execução, seja na fase executória ou no acobertamento do crime.
Os fatos anteriores ou são punidos como crimes autônomos ou são insignificantes penais.
Participação e arrependimento É quando, iniciado o iter criminis, um dos participantes
se arrependa de contribuir na conduta delituosa, persistindo os outros.
Autoria incerta Ex. é quando dois sujeitos, pretendendo matar a vítima a tiros de
revólver, postam-se de emboscada, ignorando cada um o comportamento do outro. Ambos atiram e a
vítima vem a falecer em conseqüência dos ferimentos produzidos pelos projéteis de um dos revolveres,
não se apurando se é de A ou de B.
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Participação mediante omissão Para que alguém seja partícipe mediante omissão basta
que não tenha impedido a prática do crime, infringindo um dever jurídico, p. ex., um policial que se omite
diante de um roubo. Tem que existir um nexo de causalidade entre o delito e a omissão. O agente tem que
ter o dever jurídico de agir (artigo 13, parágrafo 2.º, letras a, b, c).
Comunicabilidade e incomunicabilidade de condições, elementares e circunstâncias.
Artigo 30 Circunstâncias incomunicáveis “Não se comunicam as circunstâncias e as
condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.”
Circunstâncias São dados acessórios que, agregados ao crime, tem a função de aumentar
ou diminuir a pena. Circunstâncias objetivas ou materiais dizem respeito ao meio empregado, ao objeto,
ao fato, à forma que foi praticado o crime. Circunstâncias subjetivas dizem respeito à pessoa que participa
do crime, p. ex., condição de reincidência.
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