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Componente

Curricular Módulo II
Química Tecnológica Combustão e Combustíveis

Ligações Químicas

Edição 2011.1
Autores
Dayanne Chianca de Moura
Jeanne Freire de Medeiros
Kytéria Sabina Lopes de Figueredo
Luis Ferreira de Lima
Maryelzy Felipe David de Oliveira Aula
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Apresentação
Os átomos de quase todos os elementos podem se
combinar, formando ligações e gerando substâncias cujas
energias são sempre menores do que a soma das
energias que esses átomos teriam se permanecessem
separados. Em outras palavras: podemos dizer que um
composto químico é formado apenas se proporcionar
uma situação de estabilidade termodinâmica maior que
aquela envolvendo seus constituintes isoladamente.
Assim, podemos dizer que quando uma ligação química é
formada, energia é liberada!
Quando nos referimos às substâncias químicas, muitas vezes
pensamos na sua utilidade. Quando queremos um isolante procuramos um
determinado material, quando precisamos de um condutor pensamos em
outro, quando é necessário riscar algo pensamos em substâncias mais duras
e resistentes e assim poderíamos citar vários outros exemplos.
Mas qual a relação entre a utilidade dos materiais e suas propriedades?
Por que um determinado material pode ter um uso e outro semelhante não
serve para o mesmo fim? Qual será a explicação para que os materiais
tenham comportamentos tão diferentes e por conseqüentemente, usos tão
variados.
Nas Aulas 4 e 5, estudaremos a formação de três tipos de ligações
química (iônica, covalente e metálica), os fatores que as determinam e as
características dos produtos resultantes de tais ligações.

Ligação iônica
Uma ligação iônica é conseqüência da atração eletrostática entre íons
de cargas opostas. Normalmente, a reação química entre metais alcalinos e
halogênios leva a formação de sais que, se dissolvidos em solução aquosa,
conduzem eletricidade. Esta é uma evidência de que os sais são formados
por íons.

Formação das ligações iônicas


Por que um cristal de cloreto de sódio (NaCl) tem energia menor do que
um gás de um átomo de sódio e cloro muito separados?
Podemos imaginar a formação de um sólido em três etapas: (1) os
átomos de sódio liberam elétrons, (2) que se ligam aos átomos de cloro, e
(3) os íons resultantes agrupam-se como um cristal.
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O sódio tem configuração [Ne]3s1, tem
um elétron fora da camada fechada sugerindo
que o átomo formará um íon Na+. No entanto,
esse elétron é fortemente atraído pela carga
nuclear efetiva. A energia de ionização
experimental do sódio é 494 kJ.mol-1. Já a
energia liberada quando os elétrons se ligam
átomos de cloro para formar os ânions é igual
a -349 kJ.mol-1. Assim, o balanço da mudança
de energia é 494 – 349 = +145 kJ.mol-1, um
aumento de energia, ver Figura 1. Assim, não
existe razão para formar NaCl.
A contribuição que falta é a atração
eletrostática entre os íons de cargas opostas
no sólido, a qual libera grande quantidade de
energia. No caso do NaCl, temos uma FIGURA 1 – Energias relativas
liberação de 787 kJ.mol-1. de Na(g) e Cl(g).

Na(g) → Na+(g) + e- Energia necessária = 494 kJ.mol-1


Cl(g) + e- → Cl-(g) Energia liberada = 349 kJ.mol-1
Na+(g) + Cl- → NaCl(s) Energia liberada = 787 kJ.mol-1

Assim, a mudança de energia líquida no


processo global é 145 – 787 kJ.mol-1 = -642
kJ.mol-1, um decréscimo de energia. Então,
pode-se concluir que um sólido composto de
íons Na+ e Cl- tem energia mais baixa do que o
gás formado por átomos de Na e Cl.
Um aspecto importante é que a ligação
iônica é uma característica do cristal como um
todo. Assim, todos os cátions interagem mais
ou menos com todos os ânions, todos os
cátions repelem-se uns aos outros e todos os FIGURA 2 – Fragmento do sólido
iônico NaCl.
ânions repelem-se uns aos outros.
A energia necessária para a formação de ligações iônicas é fornecida,
em sua maior parte, pela atração eletrostática (coulômbica) entre os íons de
cargas opostas, em que a maior contribuição energética é a energia
fornecida pelo cátion.
Em um aspecto geral, o modelo iônico é apropriado para compostos
binários entre elementos não-metálicos e elementos metálicos,
particularmente os do bloco s. Os elementos metálicos podem perder seus
elétrons de valência e formar cátions, já os elementos não-metálicos
acomodam os elétrons em suas camadas e tornam-se ânions.

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Sólido iônico x Sólido cristalino
Um sólido iônico é um conjunto de cátions e
ânions em um arranjo regular. Já os sólidos
cristalinos são um exemplo de sólidos iônicos
formados por átomos, moléculas ou íons
empacotados em um padrão regular.
A atração eletrostática entre os
íons positivos e negativos no NaCl
cristalino (e em outros compostos
iônicos) é a força estabilizante que
mantém os íons juntos no cristal.

A estrutura eletrônica, mais provável, para compostos iônicos binários


podem ser previstas a partir de seus cátions e ânions. Um átomo de um
metal do bloco s forma um cátion, ele perde um ou mais elétrons até atingir a
estrutura de um gás nobre de seu caroço, que é chamada de octeto de
elétrons.
O magnésio ([Ne]3s2) forma Mg2+,
que tem a configuração do neônio
([He]2s22p6). Os íons Mg2+ não perdem
mais elétrons em uma reação química
porque as energias de ionização dos
elétrons do caroço são altas demais
para serem recuperadas pelas atrações
íon-íon. O hidrogênio perde um elétron
para formar um próton exposto. O lítio
e o berílio perdem seus elétrons para
formar um dublete igualando a
configuração eletrônica do hélio (1s2),
FIGURA 3 – Átomos do bloco s
quando se tornam Li+ e Be2+,
atingindo estrutura de um gás nobre.
respectivamente. Ver Figura 3.
Quando os átomos estão a esquerda do bloco p no período 4 e os mais
pesados perdem seus elétrons s e p, eles expõem um caroço de gás nobre
rodeado por uma subcamada completa adicional de elétrons d. Por exemplo,
o índio ([Kr]4d105s25p1) forma o íon In3+ com configuração [Kr]4d10. Ver
Figura 4.

FIGURA 4 – Configuração eletrônica do In e In3+. 4


No bloco d, as energias dos
orbitais (n-1)d ficam abaixo das dos
orbitais ns. Com isso os elétrons s são
perdidos em primeiro lugar, seguindo-
se um número variável de elétrons (n-
1)d. No caso do ferro ([Ar]3d64s2) para
formar o íon Fe3+ deverá perder 3
elétrons, dos quais 2 são removidos
da subcamada 4s e 1 da subcamada
3d, ficando com a configuração
[Ar]3d5.
Os não-metais raramente
perdem elétrons em reações químicas
por possuírem altas energias de
ionização, contudo podem adquirir
elétrons suficientes para completar a FIGURA 5 – Átomo de não-metais
camada de valência e formar o octeto. atingindo estrutura de um gás nobre.

Eles não ganham elétrons, pois envolveria acomodação de elétrons em


uma camada com uma energia maior, Figura 5. Por exemplo, o nitrogênio
tem configuração eletrônica [He]2s22p3, possuindo 5 elétrons na camada de
valência e para atingir a configuração de um gás nobre precisa ganhar 3
elétrons. Ver Figura 6.

FIGURA 6 – Configuração eletrônica do N e N3-.

Símbolos de Lewis
Um símbolo de Lewis é um símbolo no qual os elétrons da camada de
valência de um átomo ou um íon simples são representados por pontos
colocados ao redor do símbolo do elemento. Cada ponto representa um
elétron em um orbital e um par de elétrons representa dois elétrons
emparelhados partilhando um orbital. A Tabela 1 apresenta alguns exemplos
dos símbolos de Lewis.

TABELA 1 – Símbolos de Lewis e valências de alguns elementos.

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Regra do octeto
A denominação “regra do octeto” surgiu em razão da
quantidade estabelecida de elétrons para a estabilidade
de um elemento, ou seja, o átomo fica estável quando
apresentar em sua camada de valência 8 elétrons (ns2
np6) estrutura de um gás nobre, com exceção do hélio.
Destaca-se que os quatro gases nobres mais leves
(He, Ne, Ar e Kr) não se ligam a qualquer elemento. Já os
dois seguintes (Xe e Rn) podem se ligar a alguns
elementos, apesar de serem muito pouco reativos. Entre
estes, o radônio é radiativo e se degrada com facilidade,
razão pela qual os compostos desse elemento são pouco
estudados. Já o xenônio forma compostos bem
conhecidos com o flúor e o oxigênio, além de sais com
metais alcalinos nos quais aparece formando ânions com
o oxigênio (XeO64-, no Na4XeO6). Porém, em todos esses
elementos, uma característica comum é a camada de
valência com oito elétrons (exceto no He) e a baixa ou
inexistente reatividade, o que consolida a Regra do Octeto
como um princípio válido.

O símbolo de Lewis para o oxigênio, por


exemplo, representa a configuração dos elétrons
de valência 2s22p4, veja a Figura 7, com 4 elétrons
emparelhados – 2 no orbital 2s e 2 no orbital 2p – e
2 elétrons desemparelhados no orbital 2p. O
símbolo de Lewis é um resumo visual da
configuração eletrônica dos elétrons de valência de
um átomo que permite acompanhar os elétrons FIGURA 7 – Símbolo de
Lewis para o oxigênio.
quando um íon se forma.
Para deduzir a fórmula de um composto iônico usando a representação
dos símbolos de Lewis, primeiramente representamos o cátion pela remoção
de pontos do símbolo do átomo do metal. Posteriormente, o ânion é
representado pela transferência desses pontos para o símbolo de Lewis do
átomo de não-metal, até completar a camada de valência.
Talvez seja necessário ajustar o número de íons de cada tipo para
poder acomodar todos os pontos removidos do símbolo do átomo do metal
nos símbolos dos átomos do não metal. Finalmente, escrevemos a carga de
cada íon como um sobrescrito, na forma usual. A Figura 8 representa dois
exemplos:

FIGURA 8 – Representação dos compostos iônicos usando os símbolos de Lewis: (a)


cloreto de cálcio (CaCl2) e (b) cloreto de sódio (NaCl).
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Gilbert Newton Lewis
Físico e químico norte-americano nasceu em
Weymouth, em Massachusetts (Figura 9), a 25 de Outubro
de 1875 e faleceu em Berkeley, na Califórnia, a 23 de
Março de 1946. Foi professor de Química no Instituto de
Tecnologia de Massachusetts (MIT) e em Berkeley, na
Universidade da Califórnia desde 1912, levando a cabo
investigações no campo das ligações químicas,
termodinâmica e da eletrólise. Foi, também, criador da
noção de par eletrônico, que representou um avanço
decisivo no conhecimento da estrutura atômica.

FIGURA 9 – Gilbert Newton Lewis.

Publicou diversos trabalhos, destacando-se Valence


and the Structure of Atoms and Molecules. Morreu, em
1946, no seu laboratório, rodeado pelos livros e
instrumentos científicos que tanto amava.

Os átomos de muitos metais dos blocos d e p podem apresentar


valência variável, ou seja, podem perder um número variável de elétrons.
Eles podem formar compostos diferentes como, por exemplo, chumbo, o
óxido de chumbo (II) de fórmula PbO e óxido de chumbo (IV), de fórmula
PbO2.

Propriedades de compostos iônicos


São propriedades observadas nos compostos iônicos:
- Altos pontos de fusão e ebulição esta característica é explicada pelo arranjo
cristalino destes compostos. O arranjo molecular de uma ligação iônica está
tão fortemente ligado que é preciso de uma considerável energia para
quebrar o arranjo do retículo cristalino, portanto, o ponto de ebulição e de
fusão se elevam.
- No estado sólido são maus condutores de eletricidade, mas conduzem
corrente elétrica quando fundidos ou dissolvidos em água. A condução
corrente elétrica ocorre quando existe a presença de elétrons livres, ou seja,
com mobilidade.
- Solubilidade em água (a maioria).
- Apresentam aspecto cristalino.
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Exemplos de compostos iônicos
Podemos citar como exemplos de compostos iônicos e suas aplicações
os itens da Tabela 2.

TABELA 2 – Exemplos de compostos iônicos.


Substância Fórmula química Aplicações
Sal de cozinha
Cloreto de sódio NaCl
Produção de NaOH
Fluoreto de sódio NaF Cremes dentais
Cloreto de potássio KCl Fertilizantes
Cloreto de mercúrio II HgCl2 Pesticida
Giz, cimento, ind. siderúrgica e
Carbonato de cálcio CaCO3
química
Dióxido de titânio TiO2 Pigmentos de tintas e esmaltes
Ind. Petrolífera, pigmento,
Sulfato de Bário BaSO4
cosmético, etc.

Revelação de impressões digitais

A formação de impressões
digitais quando tocamos um
determinado objeto é possível através
do suor das mãos, o qual é formado
basicamente por água (99%) e
materiais sólidos (1%), entre os quais
o aminoácidos e outros compostos nitrogenados, ácidos
graxos, ácido lático, glicídios e lipídeos, além de
compostos inorgânicos como os ânions cloreto, sulfato
e fosfato e cátions metálicos como sódio, potássio e
ferro.
Os íons cloretos (Cl-) podem ser revelados nas
impressões digitais através da reação com nitrato de
prata (AgNO3), formando cloreto de prata (AgCl). Após
ser exposto a luz ultravioleta, o cloreto de prata
apresentará uma coloração cinza escuro, devendo a
impressão assim que revelada ser rapidamente
fotografada.

AgNO3 + Cl- → AgCl + NO3-

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Referências
ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida
moderna e o meio ambiente. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

FARIAS, R. F. de. Introdução à química forense. Campinas, SP: Editora


Átomo, 2007.

GILBERT LEWIS. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010.


[Consult. 2010-06-30]. Disponível: <URL: http://www.infopedia.pt/$gilbert-
lewis>.

KOTZ, J. C.; TREICHEL JR, P. Química geral 1 e reações químicas. 5.ed.


São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. v. 1

TEXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. de; FAIRCHILD, T. R.; TAIOLI, F. Decifrando


a Terra. 2ª reimpressão. São Paulo: Oficina de textos, 2000.

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Atividade
1) Escreva a configuração eletrônica dos íons abaixo:

a) cobre (I); c) manganês (II)


b) cobre (II); d) chumbo (IV)

2) Escreva a estrutura de Lewis dos compostos constituídos pelos


seguintes elementos químicos:

a) Ba (Z=56) e F (Z=9)
b) Mg (Z=12) e S (Z=16)
c) Na (Z=11) e O (Z=8)

d) Ca (Z=20) e Br (Z=35)

3) Podem ser citadas como propriedades características de substâncias


iônicas:
a) Baixa temperatura de ebulição e boa condutividade elétrica no estado
sólido.
b) Formação de soluções aquosas não condutoras da corrente elétrica e
pequena solubilidade em água.
c) Estrutura cristalina e pequena solubilidade em água.
d) Baixa temperatura de fusão e boa condutividade elétrica no estado sólido.
e) Elevada temperatura de fusão e boa condutividade elétrica quando em
fusão.

4) Os elementos X e Y têm, respectivamente, 1 e 6 elétrons na camada de


valência. Quando X e Y reagem, forma-se um composto:
a) Covalente, de fórmula XY.
b) Covalente, de fórmula X2Y.
c) Covalente, de fórmula XY2.
d) Iônico, de fórmula XY.
e) Iônico, de fórmula X2Y.

5) Os compostos formados pelos pares:

(1) Sr e Br (3) Ba e O
(2) Rb e O (4) K e Br
Possuem fórmulas cujas proporções entre os cátions e os ânions são,
respectivamente:
Dados: Ba (Z=56); O (Z=8); Sr (Z=38); Cl (Z=17); K (Z=19); Rb (Z=37); Br(Z=35)
a) (1) 1 : 1 (2) 2 : 2 (3) 1 : 1 (4) 1 : 2
b) (1) 1 : 2 (2) 2 : 1 (3) 1 : 1 (4) 1 : 1
c) (1) 1 : 1 (2) 1 : 2 (3) 2 : 1 (4) 2 : 1
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Atividade
d) (1) 1 : 2 (2) 1 : 1 (3) 2 : 1 (4) 1 : 1
e) (1) 2 : 2 (2) 1 : 1 (3) 2 : 1 (4) 1 : 1

6) Os cristais iônicos se caracterizam por:


a) Apresentar baixo ponto de fusão.
b) Conduzir muita corrente elétrica e calor.
c) Apresentar brilho.
d) Ser altamente higroscópicos.
e) Possuir interações eletrostáticas fortes.

7) Considere as configurações eletrônicas de quatro elementos


químicos:
I. 1s2 2s2 3s1
II. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4
III. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s24p5
IV. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p6 5s2
Qual deles apresenta tendência a formar um ânion?
a) I e IV
b) II e III
c) I e III
d) III e IV
e) II e IV

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