Juízo, foi aberta audiência de CONCILIAÇÃO, INSTRUÇÃO E JULGAMENTO nos autos do Processo acima referido. O Representante do Ministério Público estava ausente no início da audiência. Feito o pregão, fez-se presente a parte autora desacompanhada de advogado. Na oportunidade, o Juiz designou a advogada JACIRA RODRIGUES para o patrocínio da parte autora. Presente o Requerido, acompanhado de advogado. No curso da audiência, fez-se presente o promotor Alexandre Manuel Lopes. Iniciada a audiência, não houve possibilidade de acordo. Em seguida, passou–se à instrução da demanda . De início, este Juízo deixa acolher a preliminar de legitimidade ativa do órgão ministerial, uma vez que a atuação extraordinária tem expressa chancela na Lei 8.560/1992. 1. ANA KELLY RIBEIRO DA COSTA (já identificada nos autos). Interrogada pelo Juízo, respondeu que: confirma os termos da petição inicial, assim como as declarações de fls. 08; QUE ainda mora no mesmo endereço constante nos autos, oportunidade em que foi advertida de que DEVE COMUNICAR A ESTE JUÍZO QUALQUER MUANÇA TEMPORÁRIA OU DEFINITIVA DE ENDEREÇO; QUE não está trabalhando; QUE não tem outro companheiro atualmente; QUE tem outro filho de oito anos de idade; QUE estava trabalhando em casa de família como empregada doméstica, mas precisou deixar o emprego, pois sua mãe adoeceu e veio a falecer recentemente. QUE como não tem com quem deixar seus filhos, teve que parar de trabalhar; QUE está sendo mantida pelo seu pai e também recebe uma ajuda financeira da família de seu primeiro filho, que tem oito anos; QUE a Investigante não possui nenhum problema de saúde que exija acompanhamento médico constante; QUE não há a menor possibilidade da Investigante ser filha de outro homem; QUE sabe que o Requerido trabalha, mas não sabe com o quê e tampouco a remuneração dele; QUE sabe que o Requerido tem uma noiva, mas não tem outro filho; QUE o durante a gravidez, o Requerido não prestou qualquer auxílio. QUE o Requerido e sua família não têm qualquer contato com a criança. DADA A PALAVRA A ADVOGADA, respondeu que: reconhece que, na primeira quinzena de novembro teve relação sexual com um conhecido, sem uso de métodos contraceptivos; QUE este seu parceiro se chamava CARLOS; QUE Carlos não mora mais em Belém ou Ananindeua; QUE não tem mais informações dele; QUE a sua menstruação veio normalmente em dezembro, antes da relação mantida com o Requerido; QUE sua menstruação sempre foi regular; QUE depois da relação mantida com o Requerido, nos meses seguintes, não se relacionou sexualmente com outros homens; QUE assim se manteve durante a gravidez; QUE mora próximo da casa do Requerido; QUE nunca convidou os parentes do Requerido para aniversário da criança; QUE o Requerido fala para toda vizinhança que a Investigante não é sua filha e que a RL não sabe quem é o pai; QUE uma vizinha sua que conhece apenas como BENEDITA, afirma que a Investigante se parece muito com o Requerido, “em tudo”; QUE outra vizinha, conhecida por LUZIA afirma a mesma coisa; QUE a irmã do Requerido, chamada DIANA, sabe que a declarante manteve relações sexuais na ata afirmada, até porque o fato ocorreu na casa dele. QUE a declarante deixou a casa dele no dia seguinte. DADA A PALAVRA AO ADVOGADO DO REQUERIDO, respondeu que: o Requerido não foi visitar a criança, logo após o nascimento; QUE foi a própria declarante que foi à porta da casa do Requerido exigir a ajuda dele; QUE a criança não está matriculada em creche ou escola. NADA MAIS HAVENDO, ESTE JUÍZO PASSOU A OUVIR O REQUERIDO. *********************************************************** ***************** 2. EDIVANDRO BASTOS DE SOUZA (RG: 3557725. FILIAÇÃO: MIGUEL RAIOL DE SOUZA E LINDOMAR BASTOS DE SOUZA. CPF: 702520922- 87). Interrogado pelo Juízo, respondeu que: não usou preservativo; QUE na época moravam próximos e ainda continuam morando no mesmo endereço; QUE trabalhava como vigilante e que atualmente está desempregado, mas passou no concurso público em Castanhal; QUE tem uma companheira, mas dessa relação ainda não advieram filhos; QUE não sabe dizer se na época da provável concepção a mãe da Investigante tinha outro parceiro sexual; QUE sua atual companheira trabalhava na Guarda Municipal de Belém, mas será dispensada nos próximos meses. DADA A PALAVRA AO ADVOGADO DO REQUERIDO, respondeu que: logo após o nascimento da criança, ajudou com duas cestas básicas; QUE é difícil manter uma conversa com a mãe da Investigante; QUE a mãe da Investigante fez vexame na frente da casa do declarante; QUE não possui nenhum problema de saúde que exija acompanhamento médico constante, e o mesmo se aplica a sua companheira; QUE sabe que a mãe da Investigante tinha outro companheiro, mas ele já havia morrido em dezembro de 2003; QUE acredita que no período próximo ao contato sexual mencionado, ANA KELLY tinha relacionamento com outros homens, retificando o que havia declarado acima ao afirmar não saber se ANA KELLY tinha outros parceiros. DADA A PALAVRA A ADVOGADA, respondeu que: na noite anterior ao contato sexual, havia sápido com a RL e outros amigos, sendo que na volta estava muito tarde. Em razão disso, Ana Kelly pediu para dormir na casa do declarante, quando este lhe disse que havia só uma cama, mas consentiu que ela fosse para a casa dele; QUE, por fim, ambos dormiram na mesma cama; QUE ninguém viu Ana Kelly sair da casa dele na manhã seguinte. DADA A PALAVRA AO MP, NADA FOI REQUERIDO. NADA MAIS HAVENDO, ESTE JUÍZO PASSOU A OUVIR A TESTEMUNHA DO REQUERIDO. *********************************************************** ***************** 3. MARCELO TRINDADE JARDIM (natural de Belém, solteiro, trabalha descarregando caminhão, filho de MARIA DA CONCEIÇÃO TRINDADE JARDIM, com endereço já informado nos autos). Aos costumes nada disse. Testemunha compromissada, não contraditada e advertida da pena cominada ao crime de falso testemunho. Inquirido por este Juízo, respondeu que: a única coisa que sabe dos fatos envolvendo Ana Kelly e o Requerido é o que dizem na rua; QUE mora uma 3 ruas distante da casa de Ana Kelly; QUE o Requerido trabalhava em uma firma de segurança; QUE não sabe se ele ainda trabalha lá; QUE conhece a Investigante e ela Investigante se parece um pouco com o Requerido, como a cor da pele e o tipo de cabelo; QUE esclarece que só vê a Investigante de longe. DADA A PALAVRA AO ADVOGADO DO REQUERIDO, respondeu que: o Requerido tem um relacionamento atual; QUE tem uma companheira, que salvo engano, ela mora com ele; QUE, na época da provável concepção, pode afirmar que Ana Kelly freqüentava festas, mas não sabe dizer se ele tinha diferentes parceiros sexuais; QUE Ana Kelly é muito explosiva; QUE não sabe dizer se o Requerido ajudou Ana Kelly durante a gravidez ou após o nascimento da criança; QUE conhecia um homem apenas por Carlos, do jogo de bola e que algumas vezes o via na companhia de Ana Kelly; QUE ele este cidadão não mora mais próximo da casa do declarante. DADA A PALAVRA AO MP, NADA FOI REQUERIDO. NADA MAIS HAVENDO, ESTE JUÍZO PASSOU A OUVIR A SEGUNDA TESTEMUNHA DO REQUERIDO. *********************************************************** ******************** 4. NEILSON DA SILVA BARRETO. (natural de Ananindeua, solteiro, motorista, filho de MARIA FELIX DA SILVA BARRETO, com endereço já informado nos autos). Aos costumes nada disse. Testemunha compromissada, não contraditada e advertida da pena cominada ao crime de falso testemunho. Inquirido por este Juízo, respondeu que: sabe que o Requerido teve um único relacionamento sexual com Ana Kelly; QUE quem lhe contou isso foi o próprio Requerido; QUE o Requerido trabalhava como vigilante, mas está desempregado; QUE o Requerido lhe disse que está aguardando ser chamado em um concurso para o qual obteve a aprovação em Castanhal; QUE o Requerido tem uma companheira e ambos residem na mesma casa; QUE não pode afirmar se lá pelos meados de novembro ou dezembro de 2003 Ana Kelly tinha outros parceiros sexuais; QUE conhece a Investigante e acredita que ela se parece com o Requerido. DADA A PALAVRA AO ADVOGADO DO REQUERIDO, respondeu que: no período citado, via Ana Kelly na companhia de outros homens, saindo para festas; QUE não conheceu nenhum Carlos naquele período, que andasse na companhia de Ana Kelly. DADA A PALAVRA AO MP, NADA FOI REQUERIDO. *********************************************************** ******************* Deliberação em audiência: 1. Requisite-se data para a realização do exame de DNA, informando urgência no agendamento do exame. 2. As partes devem informar a mudança temporária ou definitiva de endereço. O Requerido ficou ciente de que será intimado do exame por seu advogado. *********************************************************** ****************** Nada mais havendo, foi encerrado o presente termo de audiência que segue assinado pelo Juiz de Direito Antonio Jairo de Oliveira Cordeiro.