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Aury de Sá Leite – DMA - 2005
Apêndice A
Teorias Axiomáticas e Provas de Teoremas
Quadro Sinóptico
Apêndice A..................................................................................................................................... 1
Teorias Axiomáticas e Provas de Teoremas..................................................................................... 1
Conceitos-Chave - Quadro Sinóptico .............................................................................................. 1
Quadro Sinóptico ............................................................................................................................ 1
1.- Linguagem Natural .................................................................................................................... 3
2.- A Crise dos Fundamentos da Matemática................................................................................... 3
2.1.- Logicismo ........................................................................................................................... 3
2.2.- Intuicionismo ...................................................................................................................... 3
2.3.- Formalismo......................................................................................................................... 4
2.4.- Teoremas de Gödel ............................................................................................................. 4
3.- Lógica Matemática .................................................................................................................... 4
4.- Linguagens Artificiais: as Formais e as Simbólicas .................................................................... 5
5.- Teorias....................................................................................................................................... 5
6.- Teorias Axiomáticas .................................................................................................................. 5
6.1.-A Axiomatização da Aritmética - Giuseppe Peano ............................................................... 6
7.- Gramática de uma Linguagem.................................................................................................... 8
8.- Conceitos Não-definidos - Entes Primitivos .............................................................................. 9
9.- Conceitos Definidos e Definições .............................................................................................. 9
10.- Axiomas ................................................................................................................................ 10
11.- Regras de Inferência .............................................................................................................. 10
12.- Teoremas ............................................................................................................................... 10
12.1.- Teorema Recíproco - encontrar um exemplo (ou exemplos)... ......................................... 10
Teorias Axiomáticas e Provas de Teoremas Apêndice C pág. 2
Aury de Sá Leite – DMA - 2005
2.1.- Logicismo
Logicismo: teoria segundo a qual a matemática seria uma parte da lógica, pois os seus
teoremas poderiam ser derivados de conjuntos de axiomas puramente lógicos. Esta é uma
concepção desenvolvida a partir de 1884 por Gottlob Frege (1848-1925) matemático e filósofo
alemão, que retomada alguns anos mais tarde, por Bertrand Russell (1872-1970) e Alfred
North Whitehead (1861-1947), resultou na publicação em 1910 da obra “Principia
Mathematica” que pretendia deduzir as relações matemáticas das relações lógicas.
• A dificuldade da logicização completa da matemática foi pressentida já nos “Principia
Mathematica” (1925) monumental obra de Whitehead e Russell, nos quais foram requeridas
mais cem de páginas de símbolos, antes de se iniciar a mais simples das deduções. Os alicerces
deste programa acabaram por afundar em 1931 quando Gödel provou, aquele que atualmente é
conhecido como o Teorema da Incompletude de Gödel. Este teorema mostrou que a meta de
permear e integrar matemática e lógica como uma única ciência era impossível.
2.2.- Intuicionismo
Intuicionismo: concepção da filosofia da matemática, apresentada em 1908 por L. E. J.
Brouwer (1881-1966), que vincula a existência de uma entidade matemática qualquer à
possibilidade de sua gênese pela intuição humana, ou seja, teoria que afirma serem as entidades
da Lógica Matemática livres criações do pensamento, independendo de origens empíricas, e
sustentadas pela clareza que lhes confere seu caráter intuitivo.
Teorias Axiomáticas e Provas de Teoremas Apêndice C pág. 4
Aury de Sá Leite – DMA - 2005
• A formulação (intuicionista) da Teoria dos Conjuntos de Cantor deu ensejo a Bertrand Russel e
outros matemáticos logicistas a encontrarem nesta formulação uma série de paradoxos
(contradições) tidos por eles como erros e não como imperfeições ou impossibilidades
matemáticas locais, que segundo os intuicionistas apenas comprovavam que a matemática
clássica estaria necessitando de uma reformulação rigorosa a partir dos fundamentos.
• Somente para citar um exemplo deste tipo de reformulação dos princípios pretendida
pelos intuicionistas, dever-se-ia considerar que: o número zero não seria o primeiro número
“natural”, mas sim, o número um, pois isto estaria mais próximo da intuição humana.
2.3.- Formalismo
Formalismo: Concepção fundamental da lógica matemática, desenvolvida principalmente a
partir dos trabalhos de David Hilbert (1862-1943), matemático alemão, que assegura a
coerência dos sistemas pelo uso da linguagem simbólica e do método axiomático.
• É, praticamente, com David Hilbert que se inicia a tentativa de formalizar a matemática, ou seja,
inicia-se um movimento em que se acreditava poder formular completamente a matemática e, de
tal maneira consistente, que se poderiam ser apresentadas formalmente quaisquer proposições
matemáticas e, que estas, poderiam ser provadas usando-se um pequeno número de símbolos
com significados bem definidos. A axiomatização é o primeiro passo da formalização, sendo
que a este primeiro passo devem seguir formas de se provar que a matemática assim criada é
livre de contradições. Em 1931 Gödel mostrou que a formalização não pode ser considerada
como uma técnica por meio da qual se possa obter uma matemática livre de contradições.
5.- Teorias
• Teoria - conhecimento sistemático, fundamentado em observações empíricas e/ou fundamentada
em postulados racionais, voltado para a formulação de leis e categorias gerais que permitam a
ordenação, a classificação minuciosa e, eventualmente, a transformação dos fatos e das
realidades da natureza (Dicionário Houaiss).
• Teoria - conjunto de conhecimentos não ingênuos que apresentam graus diversos de
sistematização e credibilidade, e que se propõem explicar, elucidar, interpretar ou unificar um
dado domínio de fenômenos ou de acontecimentos que se oferecem à atividade prática
(Enciclopédia Encarta Digital).
• Não se deve confundir uma teoria com o sistema ou a forma de sistematização que se escolheu
para veiculá-la.
1. 1 ∈ N.
2. Se a ∈ N, a = a.
4. Se a, b, c ∈ N, a = b, b = c implica a = c.
5. Se a = b e b ∈ N, a ∈ N.
6. Se a ∈ N, então a + 1 ∈ N.
8. Se a ∈ N, a + 1 ≠ 1.
Se a, b ∈ N, a + (b + 1) = (a +b) + 1.
Teorias Axiomáticas e Provas de Teoremas Apêndice C pág. 7
Aury de Sá Leite – DMA - 2005
1. Se a, b ∈ N, a + b ∈ N.
3. Se a, b, c ∈ N, a + (b + c) = (a + b) + c.
4. Se a ∈ N, 1 + a = a + 1.
5. Se a, b ∈ N, a + b = b + a.
1. a ∈ N, a × 1 = a
2. a, b ∈ N, a × (b + 1) = (a × b) + 1
• As idéias apresentadas no livro “Arithmetices Principia Nova Methodo Exposita”, conhecido
como: “Princípios de Aritmética”, modernamente são apresentados de formas diversas por
diferentes autores. Adotaremos aqui uma formulação que nos parece bastante apropriada ao
nível deste texto e do trabalho a ser aqui desenvolido e que envolvem os seguintes conceitos e
axiomas:
(1) o número zero − cujo símbolo será adotado como 0;
(2) a unidade − cujo símbolo será adotado como sendo 1;
(3) o conceito de variável numérica ou número − usando-se para representá-los
as letras: m, n e p;
(4) o conceito de igualdade, cujo símbolo será “=”;
(5) o conceito de adição;
(6) o conceito de “sucessivo de” ou “sucessor de”− simbolicamente expresso
como: Suc(n) = n + 1;
(7) o conceito de conjunto e o de pertinência de elemento a conjunto;
(8) cinco axiomas (afirmações básicas, tomadas como verdadeiras):
os Axiomas de Peano de açodo com a nossa formulação:
1o) O zero é um número natural
se 0 ∈M e Suc(p)∈
∈M sempre que p∈
∈M, então M = N.
• Desta forma, fica estabelecido de maneira única, sem que possa haver ambigüidades ou
contradições, o que seja o conjunto dos números naturais: N = {0, 1, 1+1, 1+1+1, 1+1+1+1,
......, n, Suc(n), Suc(n) + 1, ...} que, na medida em que venhamos a reconhecer a
correspondência entre os numerais hindu-arábicos e estas adições, como por exemplo: 1 + 1 = 2
, 1 + 1 + 1 = 3; 1 + 1+ 1 + 1 = 4 e assim por diante, poderá ser reescrito como: N = { 0, 1, 2, 3,
4, 5, 6, 7, 8, 9 10, 11, ...}.
• Nota Importante: A partir dos Axiomas de Peano normalmente, se pode propor “uma”
Aritmética, onde alguns outros novos axiomas associados aos axiomas de Peano irão estabelecer
as operações aritméticas e as suas propriedades. Veja a seguir uma destas possíveis “propostas”.
Tente explicar cada um daqueles 10 axiomas e verificar se este conjunto de axiomas é suficiente
para “suportar” tudo o que necessitamos em uma “Aritmética envolvendo Números Naturais”.
Os axiomas deste sistema (Aritmética de Peano) utilizam os seguintes símbolos:
(i) ‘0’ para representar o ‘número zero’ e ‘x’ e ‘y’ para representar um número
natural qualquer (uma variável);
(ii) ‘s(x)’ para representar o ‘sucessor do número natural x’;
(iii) ‘+’ para representar a ‘adição‘;
(iv) ’×’ para representar a ‘multiplicação’;
(v) ‘<’ para representar ‘menor do que’ e
(vi) ‘=‘ para representar a igualdade;
(vii) ‘ϕ(x)’ representa uma ‘propriedade ϕ’ da ‘variável x’.
Neste sistema 1 = s(0), 2 = s(s(0)), 3 = s(s(s0))) e assim por diante.
Axiomas:
1. (∀x) (s(x) = x + 1)
2. (∀x) ¬(s(x) = 0)
3. (∀x, y) (s(x) = s(y) ⇒ x = y)
4. (∀x) (x + 0 = x)
5. (∀x, y) (x + s(y) = s(x + y) )
6. (∀x) (x × 0 = 0)
7. (∀x, y) (x × s(y) = x × y + x)
8. (∀x) ¬(x < 0)
9. (∀x, y) (x < s(y) ⇔ (x < y) ∨ (x = y) )
10. ϕ(0) ∧ ( ∀x (ϕ(x) → ϕ(s(x)) ) ⇒ ∀x ( ϕ(x) )
10.- Axiomas
• Os axiomas, que necessariamente são fórmulas-bem-formadas (fbfs) de uma linguagem formal,
são assumidos a priori, como tautologias – fórmulas válidas – desta linguagem. O antigo
conceito de que axiomas são verdades auto-evidentes ou intuitivas, vem sendo substituída
modernamente, pelo conceito de que não há a necessidade de compreendê-los direta ou
imediatamente, mas apenas através de seus efeitos, pois muitos axiomas são altamente contra-
intuitivos.
• Os axiomas de uma linguagem formal devem ser tais que se possa derivar a partir deles e com
o uso de pelo menos uma regra de inferência, outras tautologias (sentenças o fórmulas
verdadeiras), ou provar com o uso destes mesmos recursos, os teoremas desta linguagem.
• Um conjunto de axiomas é completo na medida em que seja impossível acrescentar um novo
axioma ao seu conjunto de axiomas sem que ocorra os dois fatos: (i) o axioma acrescentado é
dependente dos demais, isto é, ele pode ser derivado logicamente dos demais axiomas; (ii) o
novo axioma exige a inclusão de um novo elemento entre os conceitos primitivos da Teoria.
• Um conjunto de axiomas é consistente se, entre aqueles axiomas não existem axiomas que se
contradizem, e se for impossível utilizar estes axiomas para prova um teorema e para refutá-lo
ao mesmo tempo.
• Para Gödel um conjunto de sentenças é logicamente consistente (nenhuma contradição pode ser
deduzida das sentenças) se e somente se as sentenças tiverem um modelo, isto é, se e somente se
há um “universo” em que elas são todas verdadeiras.
12.- Teoremas
• Teorema é uma afirmação que pode ser demonstrada como verdadeira através de argumentações
e operações matematicamente aceitáveis. Em geral um teorema é o enunciado de algum
princípio geral que faz parte de uma teoria. O processo que visa mostrar que o Teorema é
verdadeiro se denomina prova.
• Philip J. Davis e Reuben Hersh, em seu livro “A Experiência Matemática” [Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1985 – pág. 46-47], afirma que cerca de 200.000 teoremas da matemática são
publicados anualmente.
13.- Lemas
• Um teorema mais simples ou imediato usado em conjunto com outros teoremas do mesmo tipo
ou teoremas já provados para provar teoremas de elevada complexidade.
14.- Corolários
• É um novo Teorema que pode ser provado utilizando-se algo já provado num Teorema anterior
ou, em outras palavras, uma proposição que deriva, em um encadeamento dedutivo, de uma
asserção precedente, produzindo um acréscimo de conhecimento por meio da explicitação de
aspectos que, no enunciado anterior, se mantinham latentes ou obscuros.
15.- Conjecturas
• Conjectura é uma proposição que é consistente de fato, mas que não se pode provar que seja
verdadeira ou falsa. Conjectura é um sinônimo para hipótese.
• Hipótese do Contínuo – esta é uma proposta feita originalmente por George Cantor de que
não existe nenhum conjunto infinito cuja cardinalidade se situa entre a cardinalidade ℵ0 lida
“aleph zero” (o menor dos valores transfinitos, que corresponde à quantidade de elementos, seja
do conjunto dos números naturais, dos conjunto dos números inteiros ou do conjunto dos números
racionais) e a cardinalidade do conjunto dos números reais ℵ1 = c , onde o c é denominado
“contínuo”). Simbolicamente, a hipótese do continuo pode ser enunciada como: ¬∃ k, ℵ0 < k
< ℵ1 , ou seja: ¬∃ k, ℵ0 < k < c.
Números quadrados
Números pentagonais
Figura 2
Contra-Exemplo:
2n 2 + 1
Dada a igualdade: 1 + 2 + 3+ 4 + 5 + ...+ (n - 1) + n= , mostre que apesar de P(0), P(1), ...,
3
p(n) para um certo n finito, serem verdadeiras, esta relação não é verdadeira para P(n+1).
Sugestão: teste a relação para 1, 2 e 3, e diga o que pôde ser concluído. Veja
que a adição de números inteiros deve sempre resultar um número inteiro, no
2 × 3 2 + 1 19 19
entanto, para n = 3: = , ou seja: 1 + 2 + 3 = o que é falso.
3 3 3
Veja no item a seguir (19, 19.3.2.) a prova de que a igualdade é falsa por
métodos algébricos.
Em símbolos:
∀X (X⊂N, X ≠ ∅) ⇒ ∃x (x∈X, x ≤ n, ∀n∈N)
• Hipótese: Y ≠ ∅.
• Pelo axioma da boa ordem, se Y ≠ ∅, Y tem um elemento mínimo. Seja este elemento m.
• É evidente que m ≠ 0, pois 0∈X por (a).
• Se m é o menor elemento de Y, é também evidente que: (m -1) ∉ Y, pois m -1 < m.
Teorias Axiomáticas e Provas de Teoremas Apêndice C pág. 16
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n (n + 1)
Provar que 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + ... + n =
2
n (n + 1)
Prova: Consiste em mostrar que: X = { x | x = , para ∀n∈N } = N.
2
Vamos usar o princípio da Indução Finita:
0(0 + 1) 0
(1) Verificar a validade para n = 0: x = = =0 ⇒0∈X
2 2
k (k + 1)
(2) Aceitar como hipótese que, para um dado k∈X: 1 + 2 + 3 + ... + k =
2
(3) Verificar se a igualdade é válida para k + 1:
k (k + 1) (k + 1)(k + 2)
Será que 1 + 2 + 3 + ... + k + (k+1) = + (k + 1) = é verdadeira?
2 2
Vejamos duas maneiras distintas de se mostrar a validade de (3)
1ª Maneira:
k (k + 1)
De (2) temos: 1 + 2 + 3 + ... + k = é verdade
2
k (k + 1)
Adicionando (k+1) à igualdade: 1 + 2 + 3 + ... + k + (k+1) = + (k+1)
2
Teorias Axiomáticas e Provas de Teoremas Apêndice C pág. 17
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k (k + 1) + 2(k + 1)
1 + 2 + 3 + ... + k + (k+1) = de onde colocando-se o fator (k+1) em evidência,
2
(k + 1)(k + 2)
obtém-se, finalmente: 1 + 2 + 3 + ... + k + (k+1) = que prova o que queríamos.
2
2ª Maneira:
(k + 1)(k + 2)
Seja tomar: 1 + 2 + 3 + ... + k + (k+1) =
2
1 + 2 + 3 + ... + k + (k+1) =
(k + 1)(k + 2) k 2 + 2k + k + 2 k 2 + k 2k + 2 k (k + 1) 2(k + 1)
= = + = +
2 2 2 2 2 2
k (k + 1)
de onde 1 + 2 + 3 + ... + k + (k+1) = + (k + 1) e está provada a igualdade.
2
19.3.2.- Um Contra-exemplo
2n 2 + 1
Dada a igualdade: 1 + 2 + 3+ 4 + 5 + ...+(n - 1) + n = , mostre pelo método da indução
3
finita matemática que ela é falsa.
Prova:
2n 2 + 1
Seja adotar Soma(n) = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + ...+(n - 1) + n = , assim teremos
3
2 × 12 + 1
n = 1 ⇒ Soma(1) = = 1,
3
2 × (n − 1) 2 + 1 2(n 2 − 2n + 1) + 1 2n 2 − 4n + 2 + 1 2n 2 − 4n + 3
n = n-1 ⇒ Soma(n-1) = = = =
3 3 3 3
2
2n − 4 n + 3
Assim, iremos adotar como hipótese de indução: Soma(n-1) = .
3
2n 2 + 1
Substituindo na igualdade original Soma(n) = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + ...(n - 1) + n= , a nossa
3
hipótese de indução, teremos:
2n 2 + 1 2n 2 − 4 n + 3 2n 2 + 1
Soma(n) = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + ...+(n - 1) + n = ⇒ Soma(n) = +n= ,
3 3 3
2n 2 − n + 1 + 2 2n 2 + 1 2n 2 + 1 − n + 2 2n 2 + 1
⇒ = ⇒ + = que é uma igualdade falsa, ou
3 3 3 3 3
seja, uma desigualdade.
Teorias Axiomáticas e Provas de Teoremas Apêndice C pág. 18
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Prova:
n2 + 2n + 1 + 2n + 3 =
n2 + 4n + 4 =
(n+2)2 = (n+2)2
n (n + 1)(2n + 1)
[Exemplo 2] Provar que 12 + 22 + 32 + ... + n2 = .
6
n (n + 1)(2n + 1)
Prova: Consiste em mostrar que: X = { x | x = , para ∀n∈N } = N.
6
Vamos usar o princípio da Indução Finita:
0(0 + 1)(2 × 0 + 1) 0
(1) Verificar a validade para n = 0: x = = =0 ⇒0∈X
6 6
k (k + 1)(2k + 1)
(2) Aceitar como hipótese que, para um dado k∈X: 12 + 22 + 32 + ... + k2 =
6
(3) Verificar se a igualdade é válida para k + 1:
(k + 1)(k + 2)(2k + 2 + 1)
Será que 12 + 22 + 32 + ... + k2 + (k+1)2 = é verdadeira?
6
Vejamos duas maneiras distintas de se mostrar a validade de (3)
1ª Maneira:
k (k + 1)(2k + 1)
De (2) temos: 12 + 22 + 32 + ... + k2 = é verdade
6
k (k + 1)(2k + 1)
Adicionando (k+1)2 à igualdade: 12 + 22 + 32 + ... + k2 + (k+1)2 = + (k+1)2
6
Teorias Axiomáticas e Provas de Teoremas Apêndice C pág. 19
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(k + 1)(k + 2)(2k + 2 + 1)
Seja tomar: 12 + 22 + 32 + ... + k2 + (k+1)2 =
6
Prova:
f ( 0) = 0
x=
f ( n ) = f ( n − 1) + 1, ∀n ∈ Ν , n ≠ 0
isto é, P(x) = P(f(n)) estabelecendo uma correspondência biunívoca entre os números naturais n e os
valores funcionais P(0), P(1), P(2), ... , P(n), ... Assim, o princípio de indução finita pode ser
reescrito utilizando este conceito, o de fórmula predicativa que percorre o conjunto N:
1ª forma:
Se para uma propriedade ou função predicativa P(x)
(a) P(0) é verdadeira
(b) para algum k ∈ N, P(k+ 1) é verdade sempre que P(k) for verdadeira,
então,
P(n) é verdadeira para todo n ∈ N.
2ª forma:
Se para uma propriedade ou função predicativa P(x)
(a) P(k) é verdadeira para algum k ∈ N
(b) se para algum n ∈ N, n ≥ k, P(n + 1) é verdade sempre que P(n) for verdadeira,
então,
P(x) é verdadeira para todo x ∈ N, x ≥ k.
10.2.- Congruências
Bibliografia
[Peano 1957] Peano, Giuseppe. Opere scelte di Giuseppe Peano. Vol. 1. Ed. U. Cassina. Cremonese, Rome,1957.
[Peano 1958] Peano, Giuseppe. Opere scelte di Giuseppe Peano. Vol. 2. Ed. U. Cassina. Cremonese, Rome, 1958.
[Peano 1959] Peano, Giuseppe. Opere scelte di Giuseppe Peano. Vol. 3. Ed. U. Cassina. Cremonese, Rome, 1959.
[Kennedy 1975] Kennedy, Hubert C. (Ed.) Selected Works of Giuseppe Peano. Edited and translated by Hubert C.
Kennedy. University of Toronto Press, 1975.
[Snapper 1979] Snapper, Ernest. “The Three Crises in Mathematics: Logicism, Intuitionism and Formalism”.
Mathematics Magazine, 52, Sept, p. 207-216
[Scimone 2002 ?] Scimone, Aldo. “An Educational Experimentation on Goldbach’s Conjecture” in European
Research In Mathematics Education III, Thematic Group 4, [Ver Internet address and date]