Sie sind auf Seite 1von 3

DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO

Os institutos não guardam estreiteza de relação com os homônimos de Direito


Civil. Ambos os institutos têm em comum o fato de decorrerem da conjugação de dois
fatores essenciais: o decurso de certo lapso de tempo e a inércia do titular de um direito.
Ligação com a segurança jurídica.Tolhe o direito subjetivo do sujeito ativo agir.

Súmula Vinculante 8.

DECADÊNCIA

A decadência está disciplinada no artigo 173 e no art. 150, § 4, do CTN. Em


Direito Tributário a decadência significa a extinção do direito de a fazenda pública
efetuar o lançamento. Dessa forma, curiosamente, a decadência extingue algo que ela
impediu que chegasse a existir.

A regra geral relativa à decadência encontra-se no art. 173, I, CTN: o direito de


constituir o crédito extingue-se em cinco anos contados do primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que poderia ter sido efetuado o lançamento. ***** Cuidado com a
situação em que o fato gerador se considera constituído no último instante do dia 31 de
dezembro.

O parágrafo único do artigo 173 do CTN, segundo entendimento majoritário,


trata de uma hipótese de antecipação do início da contagem do prazo decadencial.
Conforme entendimento absolutamente majoritário o auto de infração é suficiente para a
configuração do lançamento. A notificação realizada após o início do prazo decadencial
não o suspende ou o interrompe. A suspensão do crédito tributário, como visto, não
impede a realização do lançamento, assim, não afeta o prazo decadencial (visão de parte
do STJ).

O inciso II do artigo 173 trata da hipótese de anulação, por vício formal, do


lançamento anteriormente efetuado, mencionando que a data da definitividade da
anulação é o termo a quo de contagem do prazo. Conforme Hugo de Brito Machado não
pode ser inserido nenhum elemento substancial novo nessa hipótese, sendo que o tributo
somente pode ser maior que o primitivamente lançado na hipótese de erro de cálculo.

Nos casos de lançamento por homologação a decadência do direito do fisco


rever o ato realizado pelo contribuinte ocorre em 5 anos, a contar do fato gerador (essa
situação é conhecida como homologação tácita). Nessa situação ocorre a extinção
definitiva do crédito pelo instituto da homologação tácita, implicando indiretamente na
extinção do direito de lançar. Não estão sujeitos a essa regra de decadência para os
lançamentos por homologação os casos em que o contribuinte agiu com dolo, fraude ou
simulação, aplicando-se nessas situações a regra do artigo 173, I, do CTN, prazo mais
dilatado para a decadência.

O artigo 150, §4, do CTN preceitua que salvo disposição em contrário, o prazo
para homologação será de 5 anos, a contar da ocorrência do fato gerador. Escoado esse
prazo não será possível a Fazenda Pública rever ato realizado pelo sujeito passivo,
exceto nos casos de comprovada ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Percebe-se
que nos tributos lançados por homologação, como regra, o prazo decadencial é menor
que na regra geral do artigo 173, I, do CTN.

Nos tributos lançados por homologação com o pagamento do tributo apurado


pelo contribuinte aplica-se com perfeição a regra do artigo 150, §4, do CTN.

Realizada a apuração pelo sujeito passivo e não adiantado o pagamento, aplica-


se a regra do artigo 173, I, do CTN. Nesse sentido: REsp 445.137.

O STJ desde o ano de 1995 até meados do ano de 2005 adotou a tese dos 5 + 5,
entendendo que nos tributos lançados por homologação haveria aplicação cumulativa
(não alternativa) do artigo 150, §4 e 173, I, ambos do CTN, de modo que escoado o
primeiro teria início o segundo, implicando sempre num prazo superior a 10 anos para a
constituição do crédito tributário. Nessa linha: REsp 69.308/SP.

A partir do REsp 638.692/PR, relator Ministro Luiz Fux, o STJ revisitou o tema
e alterou o entendimento, vedando a aplicação cumulativa dos dispositivos.

PRESCRIÇÃO

Situação a ser verificada após o lançamento (assim, já se vê que enquanto se fala


de decadência não se fala em prescrição). A prescrição acarreta a extinção do direito
que a fazenda possui de promover ação judicial para a cobrança do crédito tributário já
definitivamente constituído e não pago pelo sujeito passivo. A prescrição extingue o
direito de ação judicial para cobrança do crédito não paga.

A prescrição é regulada pelo artigo 174, “caput”, do CTN: A ação para a


cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua
constituição definitiva.

Atenção: Quando o sujeito passivo é notificado do lançamento dentro do prazo


decadencial não há mais que se perquirir sobre decadência. No entanto, o prazo
prescricional não se inicia nesse momento, podendo o sujeito passivo impugnar
administrativamente o lançamento, sendo certo que o início da contagem do prazo
prescricional iniciar-se-á apenas com a constituição definitiva do crédito.

Assim: a) caso o sujeito passivo não faça impugnação administrativa do


lançamento o prazo se inicia na data da notificação do lançamento; b) na data da
notificação ao sujeito passivo da decisão administrativa definitiva que tenha mantido
total ou parcialmente o lançamento por ele impugnado.

O parágrafo único do artigo 174 do CTN apresenta quatro hipóteses de


prescrição:
a) despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal (antes da LC
118/2005 era exigida a citação pessoal do devedor).
b) pelo protesto judicial
c) por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
d) por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em
reconhecimento do débito pelo devedor. Súmula 248 do STJ.
As três primeiras situações são sempre judiciais, a última poderá ocorrer na
esfera extrajudicial.

Inconstitucionalidade do artigo 2, §3, da LEF que determina a suspensão da


prescrição pelo prazo de 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta
ocorrer antes de findo aquele prazo, com a inscrição em dívida ativa da CDA.

O tema da prescrição nos tributos lançados por homologação merece uma


análise mais detida, notadamente em razão do entendimento do STF e sobretudo do STJ
de que havendo a declaração do contribuinte, desacompanhada do pagamento respectivo
pagamento, não há necessidade de lançamento pelo fisco para a cobrança do crédito
tributário, caso concorde com a atividade empreendida pelo sujeito passivo. REsp
658.138/PR.

Sobre o assunto, interessante o quadro apresentado por Eduardo Sabbag:


DEVE DECLARA PAGA CORRE(M) O(S)
DECLARAR PRAZO(S) DE...
100 100 100 Extinção do C.T.
100 NÃO DECLARA ZERO Decadência, art.
173, I, CTN
100 100 ZERO Prescrição (100)
100 80 80 Decadência (20)
100 80 ZERO Prescrição (80) e
Decadência (20)

Das könnte Ihnen auch gefallen