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CURSO DE BIOMEDICINA
LÍQUIDOS CORPORAIS II
POP’s DO LÍQUOR
GOIÂNIA
2010
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Aline Fernanda de Souza
Brunno Câmara Lopes Costa
Rodolfo Marcelino de Barros
Tamires Rodrigues de Avelar
LÍQUIDOS CORPORAIS II
POP’s DO LÍQUOR
GOIÂNIA
2010
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INTRODUÇÃO
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Líquido Cefalorraquidiano, LCR, Líquor.
1. PRINCÍPIO
Deve-se verificar o volume, aspecto e cor do líquor. O volume pode ser variável, mais
ou menos 10 mL em cada um dos três tubos. A cor no seu estado normal é incolor, mas pode
variar em xantocrômico, hemorrágico, esbranquiçado e esverdeado. O aspecto em seu estado
normal é límpido cristalino, mas, também pode variar em ligeiramente turvo, turvo ou leitoso.
Usado para contagem de células como hemácias e leucócitos. É usada uma Câmara de
Neubauer para a contagem dessas células.
- As hemácias devem ser contadas colocando a amostra diretamente nos nove quadrantes da
Câmara de Neubauer e depois jogando na fórmula de cálculo-padrão, se tiver sobreposição de
hemácias, pode estar diluindo a amostra com solução salina (NaCl a 0.9%). Em estado
normal, não são visualizadas hemácias.
- Para contagem de leucócitos deve-se lisar primeiro as hemácias com a adição de ácido
acético glacial a 3% para melhor visualização, depois colocar na Câmara de Neubauer, fazer a
contagem também nos nove quadrantes e jogar o número de células contadas na fórmula de
cálculo-padrão de Neubauer. O normal de leucócitos deve ser de igual ou menos que 4
leucócitos por mm3 ou µl.
- Depois da contagem total de células, fazer o diferencial de leucócitos com um esfregaço na
lâmina e corando com o corante panótico, fazer a contagem de 100 células e classificá-las em
termos de porcentagens.
- Caso a quantidade de células seja escassa, pode-se estar fazendo uma centrifugação ou uma
citocentrifugação, retirando o sobrenadante para exames adicionais e utilizando o
sedimentado para o esfregaço.
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1.3 Exames Bioquímicos
1.3.1 Proteínas
A elevação dos valores protéicos totais é observada com mais frequência nos quadros
patológicos, as causas de elevação dos níveis protéicos no liquido cefalorraquidiano são:
comprometimento da barreira hematoencefálica (causada principalmente por meningite e
hemorragias), produção de imunoglobulinas no sistema nervoso central, redução da depuração
das proteínas normais no líquor e degeneração do sistema neural. Valores anormalmente
baixos ocorrerão quando o líquor estiver extravasando do sistema nervoso central.
1.3.2 Glicose
Níveis altos são sempre resultado de elevações plasmáticas. Níveis baixos são
importantes no diagnóstico de agentes causadores de meningites, associados aos valores de
leucócitos e sua contagem diferencial. A grande redução nos níveis de glicose no LCR é
causada principalmente por alterações no mecanismo de transporte de glicose através da
barreira hematoencefálica e por sua grande utilização por parte das células encefálicas.
1.3.3 Lactato
1.3.4 Glutamina
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1.3.5 Enzimas
Tem como objetivo a identificação de agentes etiológicos de meningites, para isso são
realizados diferentes tipos de exames, como:
- Bacterioscopia: utilizado para visualização de bactérias em geral, porém não é muito
específico na identificação das mesmas;
- Coloração de Gram: realizado para diferenciar bactérias Gram-negativas de Gram-positivas;
- Tinta da China: para identificação de fungos do gênero Cryptococcus;
- Baar: pesquisa de micobactérias;
- Aglutinação de látex: presença de criptococos;
- Teste do lisado de Limulus: usado para diagnóstico de meningites, causadas por bactérias
Gram-negativas.
Para uma identificação positiva, deve ser realizados meios de culturas adequados, com
o fluido contendo microorganismos, porém é mais demorado, como exemplo, meningite
bacteriana em torno de 24 horas e meningite tuberculosa em torno de seis semanas.
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2. PRINCIPAIS APLICAÇÕES CLÍNICAS
3. AMOSTRA
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3.3 Critérios Para Rejeição da Amostra
4. REAGENTES
4.1 Hematologia
4.2 Bioquímica
4.3 Microbiologia
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5. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
5.1.2 Metodologia
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- A contagem diferencial deve ser feita em um esfregaço corado. Para garantir um número
máximo de células disponíveis para o exame, a amostra deve ser concentrada antes da
preparação do esfregaço.
- Devem ser contadas 100 células, que serão classificadas e registradas em termos de
porcentagem. Se a quantidade de células for baixa e não for possível encontrar 100 células,
registram-se só os números dos tipos celulares.
Na seção de bioquímica deve-se seguir a metodologia presente nos kits comprados.
5.2.1 Citocentrífuga
5.2.2 Metodologia
6. CÁLCULOS
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Essa fórmula pode ser usada para amostras diluídas e não-diluídas, com flexibilidade
do número e do tamanho dos quadrantes contados.
Existem cálculos de correção por introdução artificial de leucócitos e proteínas no
LCR como resultado de punção traumática. Para isso, é necessário ter a contagem de
hemácias do líquor e de hemácias e leucócitos do sangue. Determinando-se a relação de
hemácias para leucócitos no sangue periférico e comparando-se essa razão com o número de
hemácias contaminantes, pode-se calcular o número de leucócitos introduzidos artificialmente
com o uso da fórmula:
7. RESULTADOS
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8. VALORES DE REFERÊNCIA
8.1 Hematologia
Hemácias: 0/µl
Leucócitos: ≤ 4/µl
Linfócitos: 95% dos leucócitos
Monócitos: 3 a 5% dos leucócitos
Neutrófilos: 0 a 2% dos leucócitos
Eosinófilos: 0
Basófilo: 0
Plasmócitos: 0
8.2 Bioquímica
Proteínas: 15 a 45 mg/dL
Glicose: 40 a 80 mg/dL
Lactato: < 25 mg/dL
Glutamina: 8 a 18 mg/dL
Cloretos: 120 a 130 mmol/L
9. CONTROLE DE QUALIDADE
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- Checar o funcionamento dos aparelhos;
- Citar a utilização de soros controles nas análises realizadas juntamente com a freqüência da
utilização dos mesmos;
- Descrever o procedimento de verificação de novos lotes de controles e reagentes.
10. INTERPRETAÇÃO
Um resultado de LCR deve sempre ser analisado em conjunto com outros dados
clínicos e laboratoriais. Em particular, deve ser lembrado que o LCR pode estar refletindo
alterações sanguíneas, sobretudo quando há aumento da permeabilidade da barreira
hematoencefálica. Hipertensão liquórica pode ser causada ou por aumento do LCR, situação
em que a pressão final permanece mais próxima da inicial, ou por processos expansivos,
situação acompanhada de queda acentuada da pressão liquórica. O índice Qr assume valores
acima de seis e abaixo de três, respectivamente. Na hipotensão liquórica a pressão inicial é
inferior a 5 cm de água e em geral resulta de diminuição na produção ou perdas anormais de
líquor. Turvação liquórica é em geral devida a aumento de células ou presença de
microorganismos. Eritrocromia caracteriza a presença de hemoglobina, resultante de hemólise
recente, enquanto xantocromia representa a presença de bilirrubina. Em recém-nascidos o
LCR é usualmente xantocrômico, contribuindo para isto a imaturidade da barreira
hematoencefálica.
Pleocitose indica processo inflamatório lepto-meníngeo, que pode ser agudo
(predomínio de neutrófilos polimorfonucleares), subagudo ou crônico (predomínio de
linfócitos, monócitos e plasmócitos). A presença de eosinófilos ou basófilos indica presença
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de reação imuno-alérgica. A hipercitose pode ou não estar acompanhada de aumento da
proteína total. A presença de macrófagos com pigmentos de hemossiderina indica hemorragia
subaracnóidea, podendo ser o único vestígio de uma hemorragia pregressa. Células
neoplásicas podem eventualmente ser encontradas no LCR. Sua origem, porém, raramente
pode ser definida.
De um modo geral, as alterações liquóricas podem ser enquadradas em grandes
síndromes:
1. Estase: encontrada abaixo dos bloqueios do canal raquiano e que podem ser parciais ou
completos. Caracteriza-se por alterações nas provas manométricas de permeabilidade do canal
medular e dissociação proteico-citológica.
2. Processos expansivos intracranianos: nos tumores, abscesso, cistos, hematomas e
aneurismas gigantes há hipertensão do tipo tumoral e dissociação proteico-citológica,
aumento de enzimas, hipercitose neoplásica ou não; hipoglicorraquia pode estar presente.
3. Hemorragia subaracnóidea: o LCR caracteriza-se por eritrocromia ou xantocromia e
presença de macrófagos com pigmentos de hemossiderina. Na hemorragia todos os elementos
do sangue passam para o liquor, habitualmente, para cada 1000 hemácias/mm3 haverá um
acréscimo de 1 ou 2 leucócitos/mm3 e 1 mg/dL de proteínas. A presença de sangue no espaço
subaracnóideo pode, porém desencadear um processo inflamatório asséptico ou facilitar
instalação de processo infeccioso.
4. Síndromes inflamatórias: podem ser agudas, subagudas ou crônicas.
Processos bacterianos: geralmente o LCR é turvo, com hipercitose à custa de neutrófilos,
associada à hiperproteino, hipoctoro e hipoglicorraquia. A identificação do agente etiológico é
feita pelo isolamento do mesmo ou por pesquisa de antígenos.
Processos virais: usualmente ocorre dissociação cito-proteica (aumento predominante da
celularidade), com glicose e cloretos normais. A hipercitose é predominantemente linfo-
monocitária.
Neurotuberculose: caracteriza-se por hipercitose linfo-mononuclear, hiperproteinorraquia,
hipocloro e hipoglicorraquia. A confirmação pode ser feita pela identificação da micobactéria.
Infecções por fungos: alterações semelhantes às da tuberculose, porém habitualmente menos
exuberantes. A confirmação pode ser feita pelo isolamento do fungo.
Neurossífilis: caracteriza-se por hipercitose à custa de linfomononuclearese plasmócitos,
hiperproteinorraquia discreta, com glicose e cloretos normais.
Neurocisticercose: geralmente existe algum grau de hipertensão liquórica, acompanhada de
hipercitose e hiperproteinorraquia. Predominam linfócitos e monócitos, sendo frequente o
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encontro de eosinófilos e plasmócitos. As reações imunológicas positivas orientam o
diagnóstico.
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