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28/Julho/2003

Banheiros com acessibilidade para


pessoas com deficiência física e idosos

Banheiros com acessibilidade para pessoas com deficiência física e idosos


COMO CONSTRUIR
Diretrizes de projeto e execução para banheiros com acessibilidade

O banheiro necessita atender às diferentes características das pessoas que vão utilizá-lo
e isso deve ocorrer de uma forma segura e independente. O termo que define um projeto
que atenda ao maior número de pessoas possíveis é o Desenho Universal, e requer
considerar as habilidades ou dificuldades de utilização de um espaço pelas pessoas ao
longo de toda a vida.

Considera-se, em nossa sociedade, que a privacidade seja um fator preponderante para


que as funções orgânicas e de higiene pessoal possam ser efetuadas adequadamente,
sendo que somente entre as crianças ainda pequenas a falta de privacidade não
representa um problema. O usuário portador de deficiência não consegue, muitas vezes,
entrar no ambiente em que esteja localizada a bacia sanitária, pias e chuveiro devido a
dimensões inadequadas, portas com vãos estreitos e peças e metais sanitários dispostos
de uma forma inacessível para uma pessoa com mobilidade reduzida.

O impacto social e psicológico que pode causar a esse usuário é grande, desestimulando
a saída para outros ambientes que não podem ser utilizados com privacidade sem a
ajuda de terceiros e muitas vezes tendo na própria residência a necessidade de auxílio
devido às características inadequadas dos equipamentos e do ambiente. Hoje, diz-se que
uma proposta arquitetônica cria ou suprime uma deficiência.

Pesquisas recentes em APO (Avaliação Pós-Ocupação) têm apontado que, apesar dos
avanços em termos de normalização, legislação e interesse, ainda que isolados, de
algumas escolas de arquitetura, o atendimento aos quesitos básicos de acessibilidade ou
do Desenho Universal está ainda longe da incorporação cotidiana nas atividades de
projetos executivos. Além disso, há casos em que se verifica uma interpretação
equivocada da NBR 9050/94 resultando em projetos que, por vezes, oferecem mais
barreiras que acessos.

Assim, pelas razões já expostas, o banheiro de uso residencial ou situado em espaços de


uso coletivo e tal como ocorre há muitas décadas nos países desenvolvidos é um dos
ambientes internos da edificação que tanto para pessoas com dificuldades permanentes
quanto para aquelas com dificuldades temporárias deve ser simplesmente acessível. Daí
ter procurado destacá-lo como exemplo prático neste artigo.

Por que executar um projeto detalhado de acessibilidade?


Detalhes que muitas vezes são imperceptíveis para uma pessoa que utiliza um espaço
sem ter alguma dificuldade de locomoção podem se tornar impeditivos se essa pessoa
estiver utilizando bengala, cadeira de rodas ou alguma prótese. Imagine uma pessoa
sentada em um vaso sanitário sem poder alcançar o papel higiênico, nem levantar-se
para pegá-lo. Isso ocorre inúmeras vezes, não por um desrespeito às pessoas com
alguma dificuldade de locomoção, mas por falta de detalhamento no projeto e critérios
na execução.

Outra necessidade é o planejamento prévio para execução da obra em locais cujos


parâmetros de acessibilidade devam ser respeitados. Caso o projeto preveja paredes de
gesso acartonado, é necessário deixar reforços internos, nos locais onde serão fixadas
barras de apoio e transferência, para suportar o peso de uma pessoa. A localização e
altura dos pontos hidráulicos e elétricos devem ser adequadas para que não se torne
necessário quebrar as paredes para uma reforma posterior. A drenagem deve ser
projetada para que um desnível máximo de 0,015 m (chanfrado a 45o) entre o piso do
boxe do chuveiro e o restante do piso do banheiro seja suficiente. Isso reduz o risco de
alguém escorregar e cair no piso molhado do boxe.

Assim sendo, serão elencados os critérios que devem ser adotados no desenvolvimento
de um projeto e posterior construção de um banheiro para que atenda às necessidades de
um maior número de pessoas possíveis, segundo o conceito do Desenho Universal.

Espaço interno

Detalhes técnicos de projeto e execução de um banheiro a serem respeitados:

 Localização
Em edifícios públicos, os sanitários acessíveis devem estar próximos ao local de maior
fluxo de pessoas, junto a refeitórios, auditórios ou salas de espera. Devem estar em
conjunto com os demais sanitários e ter uma comunicação visual que determine a
direção. Os sanitários acessíveis devem ser sinalizados com o símbolo internacional de
acesso.
 Antecâmara
A maioria das antecâmaras ou anteparos visuais não permite a circulação de uma pessoa
em cadeira de rodas. Para que isso seja possível é necessária uma área de 1,20 x 1,20 m,
livre de obstáculos, para que a pessoa possa fazer um giro de 90o.

 Portas de entrada
Para permitir a abertura da porta com autonomia por uma pessoa em cadeira de rodas,
deve ser deixado um espaço de 0,60 m de parede, do lado da maçaneta (que deve ser do
tipo alavanca). Caso seja impossível de executar, devido às dimensões reduzidas do
ambiente, existem sistemas simples de automatização para abertura de portas. As portas
dos banheiros, bem como as dos boxes acessíveis, devem ter um vão livre de, no
mínimo, 0,80 m. Quando a abertura for invertida, ou seja, abrir para fora do banheiro,
torna-se necessário a instalação de uma barra horizontal na parte interna do ambiente a
uma altura de 0,80 m do piso e próxima às ferragens, para facilitar o fechamento por
uma pessoa sentada em uma cadeira de rodas. Caso se opte por uma porta de correr, o
trilho deve ser instalado na parte superior.
 Espaço interno
Nos banheiros residenciais e sanitários públicos, uma pessoa em cadeira de rodas deve
poder girar 360o e, para isso, é necessário um espaço livre de 1,50 m de diâmetro. Essa
área pode avançar 0,25 m sob pias sem coluna e bancadas suspensas.

 Lavatórios
Os lavatórios devem ser instalados a uma altura de 0,80 m do piso e possuir uma altura
livre na parte inferior de 0,70 m para permitir a aproximação de uma cadeira de rodas.
Esse espaço, chamado de área da aproximação, é a previsão da inserção na área de piso
de um retângulo de 0,80 x 1,10 m podendo avançar sob a pia suspensa. Para tanto, não
devem ser escolhidas pias com coluna, saias superiores a 0,10 m de altura ou gabinetes
que interfiram na utilização da pia. Existem modelos de pias nas quais o sifão está
próximo à parede, adequados em residências de pessoas com muita dificuldade de
locomoção, quando o sifão atrapalha a aproximação e utilização da pia.

 Chuveiro
Caso o fechamento do chuveiro seja com boxe, suas portas devem ter vão livre de 0,80
m. O ambiente deve ser provido de bancos retráteis de 0,45 m de profundidade por 0,70
m de comprimento, instalados a uma altura de 0,46 m do piso. Deve ser, ainda, prevista
uma área de transferência de 0,80 x 1,10 m dentro ou fora do boxe para permitir a
transferência da cadeira de rodas para o banco interno. Quando a área de transferência
estiver fora do boxe, o vão de passagem deve ser livre de obstáculo em pelo menos 0,80
m. Devem ser previstas barras horizontais e verticais.

 Metais
Os misturadores devem ser monocomando e estar no máximo a 0,50 m da face frontal
do lavatório e seu design deve ser do tipo alavanca ou cruzeta. Torneiras com sensores
são indicadas para sanitários públicos. Nos chuveiros, os metais devem ser instalados a
uma altura entre 0,80 m e 1,00 m e, obrigatoriamente, com ducha manual afixada em
altura acessível.

Bacia sanitária e pia


Detalhe de barra de apoio

 Boxe acessível
As dimensões mínimas de boxe sanitário acessível devem ser de 1,50 m na parede que
for instalada a bacia por 1,70 m, quando a porta abrir para fora ou for de correr. Ou seja,
deve ter dimensões que permitam a transferência frontal e lateral para a bacia sem
sobreposição com a área de varredura da porta.

 Bacia sanitária
As bacias sanitárias têm como padrão a altura de 38 cm. Para o uso específico por
portadores de deficiência física, a altura final da peça deve ser de 46 cm. Além do
aumento de altura da bacia, há outros pontos a serem levados em conta:
a) A louça, bem como o assento, deve ter uma fixação mais resistente, para evitar
acidentes
b) Deve existir área de transferência com dimensões de 0,80 x 1,10 m, ao lado e à frente
do vaso sanitário e instalação de barras de apoio

Há, basicamente, três maneiras para adaptar as bacias existentes à altura necessária:
1) Utilizar assento da bacia sanitária especial que, por ser mais espesso, garante que a
altura final da bacia (altura em relação ao assento) seja de 0,46 m, conforme
recomendado em norma técnica. Esse tipo de adaptação é indicado em ambientes
residenciais e não em sanitários públicos. A manutenção inadequada das ferragens de
fixação pode ocasionar sérios acidentes
2) Colocação de base na bacia, aumentando a altura final. Nesse caso, o ideal é que a
base tenha uma projeção coincidindo com a base da bacia. É aceitável um avanço de até
5 cm (para cada lado) em relação à base da bacia. Esse é um dos maiores erros em
projetos, ocasionado degraus, patamares que tornam a utilização da bacia impraticável
3) Aquisição de bacias já com a medida solicitada (algumas empresas já as fabricam) ou
a utilização de bacias suspensas, o que torna a adaptação da altura mais fácil, já que há
mobilidade quanto à altura de instalação da peça. Mas, uma vez instalada a peça
sanitária, sua altura está fixada, não sendo aconselhada para problemas físicos
temporários. Essa peça tem, ainda, a colocação e usos limitados a banheiros com
instalações hidráulicas e tubulações previamente planejadas e cuidadosamente
preparadas

Bacia suspensa
 Bacia com caixa acoplada
Conforme o design e inclinação da parte posterior da caixa acoplada, o ato de sentar na
bacia torna-se mais cômodo, não interferindo com o tampo da louça. A caixa acoplada
deve ter um ângulo de inclinação maior que 90o em relação com o assento. Quanto
menor é esse ângulo, mais difícil torna-se manter a tampa aberta, dificultando o seu uso
por pessoas com deficiência. As barras devem ser instaladas acima da caixa acoplada,
respeitando-se o espaço para manutenção.

 Barras de apoio e transferência


As barras são utilizadas, principalmente, para que uma pessoa se transfira de uma
cadeira de rodas para o vaso sanitário, chuveiro ou banheira e também para apoio de
pessoas idosas, usuários de muletas ou bengalas em boxes, banheiras, ao lado de peças
sanitárias e mictórios. Junto às bacias sanitárias, elas devem ter o comprimento de 0,90
m, devendo ser instaladas na horizontal, a 0,76 m de altura do piso tanto na parede
lateral como de fundo da bacia sanitária. Devem ter boa empunhadura, com diâmetro
entre 30 e 45 mm, e estar firmemente fixadas em paredes ou divisórias a uma distância
mínima de 40 mm. As extremidades devem estar fixadas ou justapostas nas paredes
com formato recurvado. As barras de apoio e seus elementos de fixação e instalação
devem ser de material resistente à corrosão, conforme NBR 10283.

Na impossibilidade de instalação de barras nas paredes laterais serão admitidas barras


laterais articuladas ou fixas (com fixação na parede de fundo), desde que sejam
observados os parâmetros de segurança e de dimensionamento e que barras e apoios não
interfiram na área de giro e transferência.

Bacia sanitária e acessórios


Boxe e chuveiro

Papeleira
 Válvula de descarga
O acionamento do mecanismo de descarga deve ficar dentro do alcance manual do
usuário considerando crianças e idosos. Uma altura de 1,00 m a partir do piso é
adequada. O manuseio deve ser com uma só mão e com esforço físico mínimo.

 Papeleira
Tratando-se de papeleiras embutidas ou que avancem menos de 10 cm em relação à
parede, a parte pela qual se retira o papel deve estar localizada a 0,40 m do piso e a uma
distância máxima de 0,15 m da borda frontal da bacia. No caso de papeleiras que, por
conta das dimensões, não atendam a esse parâmetro, o acesso ao papel deve estar entre
1,00 m e 1,10 m do piso, sobre a barra de apoio e transferência.

 Acessórios e equipamentos elétricos


A área de manuseio dos acessórios como toalheiros, saboneteiras e registros deve estar
localizada entre 0,80 m e 1,00 m de altura do piso. Tomadas e interruptores também
devem estar a essa altura e permitir a aproximação, alcance e manuseio de uma pessoa
em cadeira de rodas, especialmente aqueles que estejam próximos a bancadas de pias
para utilização de barbeadores, secadores ou interruptores para acender luzes sobre os
espelhos. Os comandos de aquecedores devem estar entre 0,80 m e 1,20 m e ser
instalados interfones ou sistemas de segurança próximos à bacia sanitária.

 Espelhos
A maioria dos espelhos em banheiros públicos não permite a visualização de uma
criança, pessoa com estatura muito reduzida ou em cadeira de rodas. Para que isso
aconteça, devem ser instalados a 0,90 m de altura do piso ou, acima disso, deve estar
inclinado frontalmente a 10o.

Elétrica
Banheiro residencial
O banheiro residencial é um espaço que requer como uma das condições básicas
privacidade, higiene e adequada iluminação e ventilação, bem como a segurança dos
equipamentos e materiais de acabamento como pisos, metais e louças. Existem
elementos que são básicos em um projeto para que esse ambiente possa ser adequado
para atender às necessidades pessoais do usuário.

O piso deve ser antiderrapante, mesmo quando molhado. O mobiliário e os tampos de


granitos devem ter cantos arredondados e a largura livre da porta de acesso de 0,80 m.
Se necessário, deve-se inverter sua abertura, ou instalar porta de correr. O espaço
interno, para possibilitar o giro de uma pessoa em cadeira de rodas, deve incluir um
espaço livre circular com diâmetro de 1,50 m, podendo ultrapassar em, no máximo, 0,25
m sob a pia ou sob qualquer obstáculo acima de 0,70 m. É necessário possibilitar o
espaço de transferência (0,80 x 1,10 m) frontal e lateral à bacia, bem como ao chuveiro.

A drenagem do boxe deve ser feita por grelhas, preferencialmente próximas à parede,
pois algumas rodas de cadeiras de banho podem danificar o ralo. Desníveis no boxe e
soleiras nunca serão superiores a 0,015 m, mesmo assim, serão chanfrados a 45o. As
barras de apoio são fundamentais para evitar acidentes no banheiro, principalmente em
chuveiros ou banheiras. Suporte de toalhas de rosto e banho, prateleiras para apoio de
xampu e saboneteiras devem estar ao alcance do usuário, considerando crianças e
pessoas sentadas.

Acessórios
Leia mais

Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço,


mobiliário e equipamentos urbanos - NBR 9050. ABNT, 1994.

Revestimentos eletrolíticos de metais e plásticos sanitários - NBR 10283. ABNT,


1988.

The Bathroom Criteria for Design. Alexander Kira. Cornell University, ITHACA,
New York, 1966.

Universal Design Handbook. Wolfgang F. E. Preiser; Elaine Ostroff (editores). New


York: Mc Graw Hill, 2001.

Avaliação pós-ocupação. Método e técnicas aplicados à habitação social. Marcelo


de Andrade Roméro; Sheila Walbe Ornstein (coordenadores editores). Porto Alegre.
Antac/Finep/CEF, 2003.

Space requeirements for acessibility: cross - cultural comparisons - Theo J. M.


Voordt. In: Edward Steinfeld. Enabling Environments cap. 3 edited by Edward
Steinfeld and G. Scott Danford.

European Concept for Acessibility. Maarten Wijk (ed.) Holanda: The European
Commission, março 1996.

Sites de interesse
www.access-board.gov/ada-aba/status.htm (The Access Board. A federal agency
committed to accessible design. Washington, DC. Revision of ADA and ABA
accessibility guidelines)

http://www.buffalo.edu/reporter/vol33/vol33n8/n4.html (University at Buffalo)

http://habitare.infohab.org.br/projetos/publicacoes.asp (Portal Habitare, novos livros


sobre Avaliação Pós-Ocupação)

www.tecto.com.br/content.asp?
contid=36562&trade=2&d=14/03/2003&c=1&id=252260&a=c (Portal
de Arquitetura)

www.pressalit.com.br (catálogo
de produtos)

www.deca.com.br (catálogo de produtos)

Por
Silvana Serafino Cambiaghi
silvana@nvcnet.com.br

Sheila Walbe Ornstein


sheilawo@usp.br

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