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ÉTICA E CIDADANIA

Por: Rosana Lodi Lourenço

A sociedade atual encontra-se permeada por vários acontecimentos, os quais


as mídias de massa, constantemente, procedem à reificação. Atitudes como a
violência, a injustiça, a intolerância religiosa, o desrespeito às diferenças, a corrupção
... Enfim a perda de valores importantes para o convívio harmonioso em sociedade faz
parte de um enorme quantitativo de informações recebidas cotidianamente. Tudo
isso, instaura-se em nossas vidas de maneira exaustiva e, de certa forma, pode
estimular a naturalização de atitudes negativas no seio social e certo descrédito por
parte das crianças e dos jovens com relação ao sentimento de justiça e credibilidade
social. A escola, neste contexto, necessita desempenhar um importante papel
estimulando a convivência harmoniosa entre pares, dentro de uma atmosfera que
valorize o diálogo, a democracia, a pluralidade cultural, a riqueza das relações e a
reflexão crítica a cerca dos acontecimentos.

Os termos sem vergonha e ética vêm sendo utilizados largamente na sociedade


como um todo. A vergonha, nesta abordagem, está intimamente ligada à questão da
falta de moralidade. Existe certa regularidade de pensamento quando abordamos a
ética, à medida que nos remeti imediatamente a outra palavra, moral. Elas são
indissociáveis, pois a moral se interliga aos aspectos de obrigatoriedade social e a ética
aos aspectos desejáveis em termos de atitudes que convirjam para o bem comum.

É sabido que o nascimento por si só não demarca qual será a natureza do


comportamento humano, boa ou ruim. Essa conduta é construída socialmente, nas
diferentes instâncias formais e não formais de convívio social. A escola, enquanto um
lócus formal de ensino, deve se reconhecer como um espaço muito importante, mas
não o omnipresente, na construção de determinadas condutas requeridas pela
sociedade.

As regras sociais são legitimadas desde o nascimento pelos sujeitos e o bem


moral se traduz num conceito imaterial consubstanciado a partir da internalização
dessas regras, princípios e valores de forma sensível pelos sujeitos, ou seja, como algo
satisfatório, bom, desejável. Assim, ao contrário, quando não estabelecidas pela
consciência como algo justo, que proporcione certa satisfação afetiva, os sujeitos não
as validarão.

A condição de satisfação, de bem estar íntimo vai ao encontro das diferentes


formas de ser, agir e sentir dos indivíduos. Os sentimentos como: amor, confiança,
autorespeito e simpatia se traduzem em exemplos da dimensão afetiva. Assim, tais
sentimentos são importantes para a interiorização do bem moral. Percebe-se a
relevância da dimensão afetiva no desenvolvimento do conceito moral.

O êxito funciona como incentivador e o fracasso, quando ocorrido sucessivas


vezes, pode ser o deflagrador da sensação de frustração e de incapacidade. Portanto, o
erro, uma avaliação abaixo da média esperada, ambos, necessitam ser trabalhados
pedagogicamente, de maneira ponderada pelo docente no propósito que tais
elementos sirvam como pistas para novas estratégias de aprendizagem.

A racionalidade é também um pressuposto importante para a legitimação da


moral, pois a partir de reflexões, sob certas situações, os sujeitos farão escolhas. Não
obstante, a capacidade de dialogar, de comunicar-se, de colocar diferentes pontos de
vista à tônica da interpretação alheia também é algo imprescindível. Neste universo, a
escola deve articular o diálogo, a exposição dos diferentes olhares e favorecer a
reflexão dos valores morais.

Verifica-se, outro fator importante, porém com relação à dimensão intelectual,


diz respeito a aceitação social, o que os outros pensam a respeito de determinada
pessoa ou fato, qual é o juízo atribuído a tais. Então, observa-se que as dimensões da
construção da moralidade apresenta-se sob dois aspectos: o afetivo e o intelectual.
Sendo o cognitivo correlacionado a idéia de racionalidade, de responsabilidade, livre
arbítrio para se fazer escolhas segundo regras, princípios e valores internalizados.

Ora, o conceito de desenvolvimento moral se constrói permanentemente, ou


seja, por toda a vida. Não necessariamente somente na infância. A racionalidade e a
afetividade se estruturam a partir das interações sociais. Na infância, destaca-se duas
fases distintas: a heteronímia, que ocorre em média dos três ou quatro anos e perdura
até os oito anos. É a primeira etapa do desenvolvimento moral da criança, nesta fase a
criança legitima as regras a partir do poder, do papel dos pais, as regras são exteriores
a ela. Percebe-se uma incapacidade, ainda, em se propor novas regras.

Já, autonomia inicia-se por volta dos oito anos com a compreensão de regras
internalizadas, resguardando-se certa lógica, racionalidade. Aqui, a criança é capaz de
propor novas regras, de expor seu ponto de vista, de respeitar e ser respeitado, de
analisar e julgar atos. É um processo gradativo. A autonomia constrói-se nas relações
interpessoais, dos grupos mais próximos até contextos sociais mais amplos,
posteriormente.

A escola, no desenvolvimento da autonomia, deverá propiciar momentos,


práticas no dia-a-dia, as quais, os alunos experimentem o diálogo, o respeito às
diferenças, a solidariedade, a democracia, o auto-respeito, a racionalidade. No
propósito dessas crianças legitimarem as regras, as condutas morais dentre as
experiências vividas.

A transversalidade da ética como um fundamento prático pertence a todas as


disciplinas. Pode-se mencionar as questões ambientais tão pertinente ao cenário
contemporâneo e a premência em se atribuir determinado questionamento ético com
relação à exploração desenfreada de certos recursos naturais. Outro aspecto
importante, da abrangência da ética no currículo, aponta para situações de
determinadas guerras e a análise das permanências históricas do passado no presente.
Enfim, a construção do principio ético perpassa por todo o currículo, assim está
associada ao conhecimento próprio dos espaços escolares, organizado em disciplinas e
a identidade social dos futuros atores sociais, ou seja, com a própria formação da
cidadania.
REFERÊNCIAS

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13 ed. São Paulo: Ática,


2003.

LA TAILLE, Yves de. Desenvolvimento Moral: Princípios,


sentimentos, valores. São Paulo: Atta Mídia e Educação. 1 DVD.

PARAMETROS CURRICULARES NACIONAL. ÉTICA [1997] Disponível


em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livros082.pdf>.
Acesso em: 29 nov. 2009.

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