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Técnicas de Socorrismo
P Princípios Básicos
de Vida - Adulto)
Autor: Raquel Gil Murça
Data última revisão: Agosto 2021
O conteúdo deste Manual é propriedade da Alves & Rasteiro, não podendo ser copiado
sem autorização da Alves & Rasteiro.
1. Introdução /Enquadramento
2. Objetivos a atingir
2.1. Objetivos Gerais:
9. Fraturas …......................................................................................................... 30
9.1. Fraturas abertas/expostas ….................................................... 30
9.2. Fraturas fechadas …................................................................. 30
9.3. Fratura do Ombro …................................................................. 32
9.4. Fraturas do Úmero …................................................................ 32
9.5. Fraturas do Ante Braço …......................................................... 33
9.6. Fratura da Perna …................................................................... 33
9.7. Fratura dos Dedos …................................................................. 34
10. Entorse …......................................................................................................... 34
10.1. Entorse simples …................................................................... 34
10.2. Entorse moderada ….............................................................. 35
10.3. Entorse severa/rutura dos ligamentos …................................ 35
11. Intoxicação/Envenenamento …....................................................................... 35
11.1. Via de absorção ….................................................................. 36
1.1 Emergência
“Todos os problemas, reais ou potenciais, súbitos ou urgentes, físicos ou
psicossociais, que envolvem sempre uma avaliação inicial, um diagnóstico, um
tratamento e uma avaliação final. A resolução destes mesmos problemas pode
implicar, cuidados mínimos ou medidas de reanimação, ensino ao doente ou à
família, encaminhamento adequado e conhecimento das implicações legais.”
SHEEHY’S (2001)
Quando contacta o 112 deve fornecer algumas informações essenciais para que
sejam ativados os meios adequados à situação de emergência em causa.
4. Abordagem da Vítima
Perante uma ocorrência da qual tenha resultado uma vítima quem presta o
socorro deve ter em consideração uma sequência de procedimentos a tomar, segundo
uma ordem específica. Estes procedimentos visam manter a integridade do socorrista,
permitindo a prestação de primeiros socorros de uma forma rápida e eficaz, com
ativação atempada dos meios de ajuda diferenciada adequados. Assim sendo, os
princípios básicos de atuação perante uma vítima são:
Criar condições de segurança para o socorro no local do acidente;
5. Lesões da pele
As lesões da pele ocorrem muito frequentemente podendo resultar em situações mais
ou menos graves. É fundamental que o socorrista saiba identificar o tipo de lesão com
que se depara para que possa tomar os procedimentos adequados e ativar
atempadamente a ajuda diferenciada, caso seja necessário. As lesões da pele dividem-
se em dois principais grupos: as lesões fechadas e as lesões abertas.
Figura 3 – Escoriação
5.2.5. Amputação
Lesão em que ocorre a separação parcial ou total de um membro. Este tipo de lesão é
grave estando associada a hemorragias e fraturas. Requer uma atuação rápida e
eficaz.
Perante uma vítima de amputação deve:
- Calçar luvas descartáveis;
- Controlar a hemorragia: Se necessário realizar garrote;
- Cobrir a zona com penso esterilizado ,SEM LAVAR OU DESINFETAR, ou com pano
limpo e sem pelos;
- Contactar 112;
- Guardar o membro amputado num saco limpo e bem fechado, se possível
esterilizado e com gelo.
- Aguardar pela chegada de ajuda diferenciada mantendo a vigilância da vítima.
6.Hemorragias
Um individuo tem aproximadamente 7 a 8% do seu peso corporal em sangue (cerca de
5 a 6 litros no adulto). Uma hemorragia consiste na perda de sangue de forma não
controlada. A gravidade desta ocorrência varia consoante o vaso sanguíneo
atingido e o tipo de hemorragia que está a decorrer. Uma hemorragia extensa não
controlada pode conduzir a Estado de Choque que é resultado da perda sanguínea
com insuficiência circulatória e deficiente oxigenação dos órgãos vitais podendo
conduzir à morte em poucos minutos.
6.8. Garrote
A técnica de controlo de hemorragia através da realização de garrote só deve ser
utilizada quando todas as outras técnicas falharam ou quando ocorreu a
destruição/amputação de um membro.
Como realizar um garrote:
- O material utilizado deve ser de tecido não elástico, largo e preferencialmente
aplicado por cima da roupa a 15 cm da lesão;
- Aplicar o garrote entre a ferida e o coração; respeitando os 15 cm acima da
lesão;
- Anotar sempre a hora a que o garrote começou a fazer compressão;
Após a realização de um garrote este NUNCA DEVE SER RETIRADO ATÉ À CHEGADA
AO HOSPITAL, pois pode colocar em risco a vida da vítima.
Figura 11 – Garrote
depois aplicado sobre a lesão. Estas aplicações não devem exceder períodos de
tempo superiores a 10 minutos, sob o risco de desenvolver uma queimadura por
frio.
7. Epistaxis
A hemorragia do nariz, denominada epistaxis, é um tipo de hemorragia que ocorre
com alguma frequência, principalmente em crianças.
Nestas situações deve:
Calçar luvas descartáveis;
Manter a vítima sentada, com a cabeça na posição normal;
Comprimir com o dedo a narina que sangra, durante 5 minutos ;
Aplicar gelo externamente e sem contato direto com a pele ;
Se a hemorragia não parar, introduzir um tampão coagulante com capacidade
de absorção (spongostan) na narina que sangra, fazendo ligeira pressão para
que a cavidade nasal fique bem preenchida;
Se necessário, encaminhar a vítima para o hospital;
Em caso de epistaxis NÃO DEVE:
Controlar a hemorragia nasal que resulte de traumatismo;
Assoar;
Lavar o nariz internamente.
8. Queimaduras
Uma queimadura é uma lesão do tecido produzida pelo efeito do calor, de produtos
químicos ou eletricidade. As queimaduras são classificadas de acordo com:
8.1. Agente Causal
Queimadura de 2º Grau:
Nestas queimaduras é atingida a primeira (epiderme) e segunda
(derme) camadas da pele. Formam-se bolhas na pele (flictenas), cuja base
pode ser vermelha ou branca, as quais estão cheias de um líquido claro e
espesso. Presença de rubor, calor e dor.
Queimadura de 3º Grau:
Na queimadura de 3º grau ocorre a destruição da pele e de outros
tecidos subjacentes. Pode apresentar coloração esbranquiçada, castanha ou
preta (tipo carvão). O doente, na maioria dos casos, não refere dor pois houve
a destruição dos terminais nervosos da pele, responsáveis pela transmissão de
informação de dor ao cérebro. A dor pode estar presente ao nível dos bordos
da lesão.
9. Fraturas
O esqueleto é o suporte e proteção do corpo humano, permitindo manter-nos na
posição ereta. Quando submetido a uma força energética superior à sua capacidade
de absorção pode sofrer fraturas. Assim, a fratura define-se quando existe toda e
qualquer alteração da continuidade de um osso.
As fraturas podem ser:
9.1. Fraturas abertas/expostas
Quando existe exposição dos topos ósseos por rotura da pele. Normalmente
encontram-se associadas a hemorragia abundante e com grande risco de infetar.
9.2. Fraturas fechadas
A pele encontra-se intacta, não se visualizando os topos ósseos.
Geralmente a existência de fraturas encontra-se associada a um conjunto de sinais e
sintomas, sendo os mais comuns:
• Dor localizada;
• Perda da mobilidade;
• Pode haver deformação do membro afetado;
• Alteração da sensibilidade;
• Edema (inchaço) equimose e/ou hematoma;
• Alteração da coloração da pele;
• Crepitação óssea: som dos topos ósseos na zona de fratura;
• Exposição óssea, no caso da fratura exposta.
10. Entorse
Lesão provocada pelo movimento exagerado de uma articulação ocorrendo lesão dos
ligamentos – estiramento (distender, rasgar ou rutura). É frequente ocorrer nos
tornozelos, joelhos e ombros.
A entorse pode ser classificada em 3 graus:
grau 1 - simples;
grau 2 –moderada ;
grau 3-severa.
11. Intoxicação/Envenenamento
Diariamente contatamos com produtos tóxicos quer em nossa casa quer no local
de trabalho. Quando ocorre um envenenamento é fundamental ter conhecimento
acerca dos procedimentos a tomar.
Com o propósito de permitir um auxílio adequado às vítimas de envenenamento
existe um Centro Informativo Anti Veneno (CIAV), com médicos especializados que
aconselham os procedimentos a tomar tendo em conta a via de envenenamento e o
produto que o provocou. CIAV: 808 250 143.
O envenenamento consiste numa série de efeitos sintomáticos quando uma
substância tóxica entra em contato com o corpo humano.
Essas substâncias podem ser absorvidas por diferentes vias:
11.1. Via de absorção
11.1.1. Ingestão/digestiva (comida, álcool, medicamentos);
11.1.2. Inalação/respiratória (gases tóxicos, fumos ou vapores, mistura de reagentes);
11.1.3. Absorção/cutânea (contacto com o organismo através da pele);
11.1.4. Injeção (picadas de animais, estupefacientes);
11.1.5. Mucosa ocular (quando um produto atinge os olhos).
Em caso de envenenamento deve:
- Realizar uma rápida e segura abordagem à vítima, procurando reunir informações
sobre o sucedido;
- Se necessário remover a vítima para longe da fonte de envenenamento - Contatar
CIAV, ou 112 (que irá estabelecer ligação ao CIAV);
- Ao contactar um dos números de apoio de emergência, para além das informações a
referir anteriormente indicadas, deve ainda transmitir os seguintes dados:
• Quem; sexo, idade e peso aproximado da vítima, gravidez;
• O quê; nome da substância, animal, planta;
• Quanto; quantidade ingerida ou tempo de exposição;
• Quando; há quanto tempo;
• Onde; em casa, na rua;
• Como; jejum, alimentos, bebidas alcoólicas
11.2. Sintomas
Dificuldade em respirar;
Cianose;
Confusão;
Possível inconsciência com PCR.
11.3. Atuação
- Seguir as indicações do CIAV, específicas para cada veneno;
- As embalagens devem ser guardadas.
NÃO DEVE:
- Provocar o vómito;
- Dar de beber ou comer.
De acordo com a via pela qual ocorre um envenenamento, existem um conjunto de
medidas específicas a seguir:
Por Inalação:
- Verificar se o local é seguro e arejado;
- Abordar a vítima em segurança retirando-a do local para uma zona arejada. Por
Ingestão:
Muitas das intoxicações por via digestiva são de fácil resolução pela remoção do
conteúdo gástrico através da indução do vómito. No entanto, a sua realização tem
contra indicações e está dependente do tempo decorrido e do produto em causa.
NÃO se estimula o vómito nas seguintes situações:
• Vítima inconsciente, sonolenta ou que não consegue engolir;
• Ingestão de corrosivos;
• Ingestão de produtos que provoquem convulsões;
• Ingestão de produtos que façam espuma;
• Ingestão de petróleo ou derivados.
Somente deve ser estimulado o vómito quando lhe for dada indicação pelo CIAV ou
pelo operador da central 112.
Por Absorção:
- Remover as peças do vestuário que estiverem em contacto com o tóxico;
12. Lipotímia
Perda momentânea da consciência, sem alteração da frequência cardíaca ou do
padrão respiratório. Normalmente esta situação dura cerca de 2 a 3 minutos .
Pode apresentar diversas causas como: o excesso de calor, fadiga, hipoglicemia,
hipotensão, factor emocional, debilidade orgânica, e problemas cardíacos ou
cerebrais.
Antes da perda de consciência por parte do doente este apresenta vários sinais/
sintomas tais como: palidez, suores frios, zumbido nos ouvidos, visão turva e pulso
fraco.
12.1. Atuação
12.1.1. Atuação antes da perda de consciência
Se se aperceber que a pessoa está a apresentar estes sintomas deve sentá-la,
pedindo-lhe que coloque a cabeça entre as pernas.
Seguidamente deve humedecer a região frontal da vítima com água fria e sempre que
possível oferecer bebidas açucaradas.
12.1.2. Atuação após perda de consciência
Deitar a vítima com as pernas levantadas cerca de 30º, desapertando-lhe a roupa à
volta do pescoço, peito e cintura;
Se a vítima não recuperar rapidamente deve ser colocada na posição lateral de
segurança;
Tranquilizar a pessoa quando esta recuperar e erguê-la gradualmente até a sentar;
Logo que a vitima esteja consciente oferecer bebidas açucaradas;
Caso a vitima não recupere a consciência chamar 112.
5- Verificar a Respiração:
Avaliar se a vítima apresenta sinais de respiração e de circulação sanguínea.
Para tal, descobrir a região torácica e avaliar se respira através da técnica VOS’P:
Ver, movimentos torácicos;
Ouvir, ruídos respiratórios;
Sentir ,a saída de ar na face;
Pulso, palpar pulso.
Compressões torácicas
Colocar a base de uma mão no centro do peito;
Colocar a outra por cima;
Entrelaçar os dedos;
Comprimir o peito;
Ritmo: 100 compressões por minuto;
Pressão: depressão de cerca de 4-5 cm
Se possível mudar de Prestador de SBV a cada 2 min (cerca de 5 ciclos)
Ventilações
Perante a atual situação pandémica por Covid-19 as autoridades de saúde
recomendam que não se executem ventilações boca a boca.
Fechar o nariz da vítima;
Inspirar normalmente;
Colocar os lábios sobre a boca ou máscara;
Soprar até o peito expandir;
Duração: 1 segundo; deixar o peito baixar; repetir;
também deva estar equipada de modo a possibilitar tratar ferimentos mais graves até
à chegada de profissionais qualificados. Recomenda-se que a elaboração da mala de
primeiros socorros tenha em consideração o meio em que nos encontramos e quem a
vai utilizar. Neste contexto, deverão ser equacionados critérios relativos a:
Número e localização das pessoas a que se destina;
Espaço físico;
Tipo de atividade desenvolvida no local e fatores de risco identificados;
A localização da mala de primeiros socorros deve ser de conhecimento geral,
dando preferência a locais estratégicos, de fácil acesso, onde não ocorram alterações
de temperatura e sem humidade. O local selecionado deve estar devidamente
sinalizado.
Com o objetivo de facilitar a utilização da mala de primeiros socorros e
permitir a correta utilização do seu conteúdo, existe um conjunto de medidas a ter em
conta no acondicionamento do seu material:
Manter o material corretamente acondicionado e organizado;
Manter os produtos dentro das suas caixas de embalagem;
Quando se procede à abertura de qualquer embalagem, registar a data
em que abriu;
Respeitar os prazos de validade dos produtos;
Utilizar embalagens individuais sempre que possível;
Medicamentos: seguir as indicações e posologia indicados no folheto
técnico.
Salvaguardando o anteriormente mencionado, o conteúdo mínimo de
uma mala de primeiros socorros deverá consistir em:
Luvas descartáveis;
Tesoura;
Termómetro;
Soro Fisiológico;
Solução antisséptica;
Álcool Etílico;
Compressas esterilizadas (diferentes dimensões);
Capítulo IV – Bibliografia