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1. INFORMAÇÕES E OBJETIVO
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hidrográfica, bem como a relação qualidade-quantidade de água, tanto na época de cheia como na
estiagem (DA SILVA, 2011a).
Devido ao fato desta microbacia ter apresentado baixos índices de Oxigênio Dissolvido
(OD) em duas análises consecutivas, realizadas nos meses de janeiro e março de 2011, com
valores de 0,8 mg/L (miligramas por litro) e 2,5 mg/L, respectivamente; a equipe técnica do
projeto estabeleceu como necessário realizar um trabalho de investigação de campo na área, para
identificar as causas do baixo índice de OD e propor soluções para o problema.
Como unidade básica de planejamento neste trabalho é utilizada a bacia hidrográfica, que
segundo Garcez & Alvarez (1988), pode ser considerado uma área definida e fechada
topograficamente num ponto do curso de água, de forma que toda a vazão afluente possa ser
medida ou descarregada através desse ponto.
A microbacia hidrográfica do córrego do Mosquito, afluente da margem direita do rio
Jacareí, tem uma área de 3,59 km² ou 359,44 hectares, e uma extensão do curso d’água principal
de 4,25 km, de sua nascente ao exutório, abrangendo parte da área rural do município de
Joanópolis/SP, principalmente os Bairros dos Pires, da Terra Preta e do Mosquito, com uma
diversidade de uso e ocupação do solo.
O exutório deste córrego está localizado próximo à área conhecida como Mangue Seco,
após a Estrada Entre Serras e Águas (Joanópolis-Vargem). A microbacia tem uma grande
importância, pois apresenta uma vazão considerável e contribui para a autodepuração do rio
Jacareí, antes do emboque (entrada) no Reservatório Jacareí, integrante do Sistema Cantareira.
As coordenadas geográficas do ponto central da microbacia são Latitude 22° 55’ 32” S
Longitude 46° 17’ 40” W.
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anos). Os usos da água outorgados na microbacia apresentam um total de 0,00617 m³/s ou 6,17
L/s destinados à captação superficial, e 0,00416 m³/s ou 4,16 L/s de lançamento superficial (SÃO
PAULO, 2011).
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3. METODOLOGIA
Sendo:
Q = Vazão (m³/s); D = Diâmetro da Tubulação ou do Vertedouro (m); H (Altura da cota
da água (m).
São diversos parâmetros que podem ser utilizados para a análise e monitoramento quali-
quantitativo da água, sendo que os parâmetros analisados neste trabalho estão descritos abaixo.
Ainda conforme a CETESB (2008), este efeito pode “mascarar” a avaliação do grau de
poluição de uma água, quando se toma por base apenas a concentração de oxigênio dissolvido.
Sob este aspecto, águas poluídas são aquelas que apresentam baixa concentração de oxigênio
dissolvido (devido ao seu consumo na decomposição de compostos orgânicos), enquanto que as
águas limpas apresentam concentrações de oxigênio dissolvido elevadas, chegando até a um
pouco abaixo da concentração de saturação. No entanto, uma água eutrofizada pode apresentar,
durante o período diurno, concentrações de oxigênio bem superiores a 10 mg/L, mesmo em
temperaturas superiores a 20°C, caracterizando uma situação de supersaturação. Isto ocorre
principalmente em lagos de baixa velocidade onde chegam a se formar crostas verdes de algas à
superfície.
Uma adequada provisão de oxigênio dissolvido é essencial para a manutenção de
processos de autodepuração em sistemas aquáticos naturais e estações de tratamento de esgotos.
Através de medição do teor de oxigênio dissolvido, os efeitos de resíduos oxidáveis sobre águas
receptoras e a eficiência do tratamento dos esgotos, durante a oxidação bioquímica, podem ser
avaliados. Os níveis de oxigênio dissolvido também indicam a capacidade de um corpo d’água
natural manter a vida aquática (CETESB, 2008).
A concentração de oxigênio dissolvido em água é baixa, e, por conseguinte, precária do
ponto de vista ecológico. Os peixes necessitam de água que contenha pelo menos 5 mg/L de
oxigênio dissolvido para manter-se vivos (BAIRD, 2007).
A determinação do teor de oxigênio dissolvido é um dos ensaios mais importantes no
controle da qualidade da água. O conteúdo de oxigênio nas águas superficiais depende da
quantidade e tipo de matéria orgânica instáveis que a água contenha (RICHTER & AZEVEDO
NETTO, 1991).
Como conceito prático, pode-se afirmar que a solubilidade dos gases aumenta quando a
temperatura da água diminui, portanto, quanto mais elevada for a temperatura do corpo hídrico
menor é a solubilidade do O2; então naturalmente haverá uma quantidade menor de oxigênio
dissolvido do que em corpos hídricos com temperaturas menos elevadas.
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- Temperatura da Água
Variações de temperatura são parte do regime climático normal e, corpos de água naturais
apresentam variações sazonais e diurnas, bem como estratificação vertical. A temperatura
superficial é influenciada por fatores tais como latitude, altitude, estação do ano, período do dia,
taxa de fluxo e profundidade. A elevação da temperatura em um corpo d’água geralmente é
provocada por despejos industriais (indústrias canavieiras, por exemplo) e usinas termoelétricas
(CETESB, 2008).
A temperatura desempenha um papel principal de controle no meio aquático,
condicionando as influências de uma série de variáveis físico-químicas. Em geral, à medida que a
temperatura aumenta, de 0 a 30°C, a viscosidade, tensão superficial, compressibilidade, calor
específico, constante de ionização e calor latente de vaporização diminuem, enquanto a
condutividade térmica e a pressão de vapor aumentam. Organismos aquáticos possuem limites de
tolerância térmica superior e inferior, temperaturas ótimas para crescimento, temperatura
preferida em gradientes térmicos e limitações de temperatura para migração, desova e incubação
do ovo (CETESB, 2008).
A temperatura da água tem importância por sua influência sobre outras propriedades:
acelera reações químicas, reduz a solubilidade dos gases, acentua a sensação de sabor e odor, etc
(RICHTER & AZEVEDO NETTO, 1991).
- pH (Potencial Hidrogeniônico)
Segundo Richter & Azevedo Netto (1991), o termo pH é usado universalmente para
expressar a intensidade de uma condição ácida ou alcalina de uma solução.
Por influir em diversos equilíbrios químicos que ocorrem naturalmente ou em processos
unitários de tratamento de águas, o pH é um parâmetro importante em muitos estudos no campo
do saneamento ambiental. A influência do pH sobre os ecossistemas aquáticos naturais dá-se
diretamente devido a seus efeitos sobre a fisiologia das diversas espécies. Também o efeito
indireto é muito importante podendo, em determinadas condições de pH, contribuírem para a
precipitação de elementos químicos tóxicos como metais pesados; outras condições podem
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exercer efeitos sobre as solubilidades de nutrientes. Desta forma, as restrições de faixas de pH são
estabelecidas para as diversas classes de águas naturais, tanto de acordo com a legislação federal,
quanto pela legislação estadual. Os critérios de proteção à vida aquática fixam o pH entre 6 e 9
(CETESB, 2008).
Constitui-se também em padrão de emissão de esgotos e de efluentes líquidos industriais,
tanto pela legislação federal quanto pela estadual. Na legislação do Estado de São Paulo,
estabelece-se faixa de pH entre 5 e 9 para o lançamento direto nos corpos receptores (artigo 18 do
Decreto 8.468/76) e entre 6 e 10 para o lançamento na rede pública seguida de estação de
tratamento de esgotos (artigo 19-A) (CETESB, 2008).
- Condutividade Elétrica
A condutividade é a expressão numérica da capacidade de uma água conduzir a corrente
elétrica. Depende das concentrações iônicas e da temperatura e indica a quantidade de sais
existentes na coluna d’água e, portanto, representa uma medida indireta da concentração de
poluentes. Em geral, níveis superiores a 100 μS/cm (Micro Siemens por centímetro: unidade de
medida de condutividade elétrica) indicam ambientes impactados (CETESB, 2008).
A condutividade também fornece uma boa indicação das modificações na composição de
uma água, especialmente na sua concentração mineral, mas não fornece nenhuma indicação das
quantidades relativas dos vários componentes. A condutividade da água aumenta à medida que
mais sólidos dissolvidos são adicionados. Altos valores podem indicar características corrosivas
da água (CETESB, 2008).
Segundo Richter & Azevedo Netto (1991), a condutividade elétrica depende da
quantidade de sais dissolvidos na água e é aproximadamente proporcional à sua quantidade. Sua
determinação permite obter uma estimativa rápida do conteúdo de sólidos de uma amostra.
- Vazão
Vazão ou descarga de um rio é o volume de água que passa entre dois pontos por um dado
período de tempo. Normalmente, é expressa em metros cúbicos por segundo (m³/s). Sua medição
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é importante porque influencia a qualidade da água, os organismos que nela vivem e seus habitats
(PALHARES et al., 2007).
A vazão é influenciada pelo clima, aumentando durante os períodos chuvosos e
diminuindo durante os períodos secos. Também pode ser influenciada pelas estações do ano,
sendo menor quando as taxas de evaporação são maiores (PALHARES et al., 2007).
Segundo Palhares et al. (2007), rios com elevada vazão apresentam maiores concentrações
de oxigênio dissolvido que rios calmos porque eles têm uma aeração melhor.
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4. PONTOS DE MONITORAMENTO
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
PONTO DESCRIÇÃO ALTITUDE
LATITUDE S LONGITUDE W
Córrego do Mosquito -
1 22 55 17 46 17 09 898 m
cabeceira
Afluente do Córrego do
2 22 55 57 46 17 35 877 m
Mosquito
Córrego do Mosquito -
3 22 55 32 46 17 40 882 m
próximo a núcleo habitacional
Córrego do Mosquito -
4 22 56 28 46 17 41 866 m
Exutório
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5. RESULTADOS
Obs.: Resultados em azul – atendem o valor estabelecido pela legislação vigente / Resultados
em vermelho – não atendem o valor estabelecido pela legislação vigente.
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Obs.: Resultados em azul – atendem o valor estabelecido pela legislação vigente / Resultados
em vermelho – não atendem o valor estabelecido pela legislação vigente.
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morfométricos tem grande importância nos estudos de bacias hidrográficas pois, através da
abordagem quantitativa, pode-se ter uma melhor noção do comportamento hidrológica, uma vez
que, os parâmetros morfométricos são bons indicadores da capacidade de escoamento superficial
(FIORI et al., 2006).
Para Cunha in Guerra & Cunha (1994) o estudo dos cursos d’água tem importância para a
compreensão dos processos fluviais e formas resultantes, enquanto que a análise das bacias
hidrográficas permite avaliar em que medida suas propriedades condicionam o regime
hidrológico.
Os parâmetros, índices analisados e resultados obtidos estão descritos no quadro abaixo:
Quadro 1 – Resultados
Microbacia: Córrego do Mosquito, afluente da margem direita do rio Jacareí
Hierarquia Fluvial: 2ª Ordem
Área: 3,59 km²
Perímetro: 8,55 km
Extensão do curso d’água principal: 4,25 km
Coeficiente de Compacidade (Kc): 1,26 (adimensional)
Coeficiente de Forma (Kf): 0,20 (adimensional)
Índice de Circularidade (Ic): 0,62 (adimensional)
Densidade de Drenagem (Dd): 2,20 km/km²
Extensão média do escoamento superficial (l): 0,21 km
Extensão do percurso superficial (Eps): 0,23 km/km²
Sinuosidade do curso d’água (Sin): 1,36 (adimensional)
Gradiente do Canal Principal (Gcp): 9,7 %
Densidade de Segmentos da Bacia (Fs): 3,62 rios/km²
Densidade Hídrica (Dh): 1,95 rios/km²
Índice de Sinuosidade (Is): 26,59 %
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A interpretação dos resultados acima fornece dados muito importantes e interessantes, que
refletem o funcionamento hidrológico da microbacia e das características morfológicas da área. O
coeficiente de compacidade, coeficiente de forma e índice de circularidade demonstram que a
microbacia apresenta um formato meio alongado e circular, estando parcialmente sujeita a
enchentes em condição de precipitação normal.
A Densidade de Drenagem demonstra que a área é mediamente drenada, com uma
hierarquia fluvial de 2ª Ordem, que reflete a baixa ramificação do curso d’água. Os parâmetros
extensão média do escoamento superficial, extensão do percurso superficial, Relação de Relevo e
Declividade Média, refletem o relevo e a curta distância percorrida pelo escoamento superficial,
atingindo rapidamente os cursos d’água e os canais de drenagem.
O Coeficiente de Rugosidade demonstra que, segundo Rocha (1997), a microbacia é
própria para a agricultura. O Índice de Sinuosidade e Sinuosidade do Curso d’água demonstram
que o canal é pouco sinuoso, refletindo num formato predominantemente reto, típico de cursos
d’água que escoam em rochas pré-cambrianas.
O Gradiente do Canal Principal é a relação entre o desnível altimétrico e a extensão do
curso d’água, refletindo o potencial erosivo, a velocidade, a energia e a própria aeração do curso
d’água. O valor encontrado demonstra que a cabeceira do córrego do Mosquito apresenta
potencial erosivo alto; enquanto as partes baixas da bacia apresentam baixo potencial erosivo e
lento escoamento de suas águas, refletindo numa má aeração de suas águas.
Esta característica também define a alta potencialidade para decantação dos materiais
sólidos ao longo do baixo curso d’água, ocasionando o assoreamento da calha do córrego. Esta
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Segundo Da Silva & Zonato (2010), a caracterização do meio físico é importante para o
seu planejamento e as diversas possibilidades. Apesar de não se tratar de uma área densamente
povoada, a ocupação e o uso da terra que ocorrem na região do Jaguari-Jacareí, vêm causando
mudanças significativas nos sistemas naturais do local, tais como a ampliação dos processos
erosivos (SOARES, 2008).
Para o adequado planejamento da área e verificação integrada dos problemas enfrentados
no curso d’água, seja do ponto de vista qualitativo ou quantitativo, torna-se essencial o
mapeamento do meio físico. Para a finalidade deste trabalho, foram analisados e caracterizados a
geologia, o risco geológico, o relevo, os tipos de solo e o clima da área.
O clima da área é classificado como Cwa (segundo classificação de Koeppen), de inverno
seco e verão chuvoso, com temperaturas menos elevadas devido ao fator altitude. A temperatura
média anual é de 19,2 ºC (CEPAGRI, 2011) e precipitação média de 1.519,0 mm (DA SILVA,
não publicado). A evaporação potencial anual média é de 766,3 mm, com déficit hídrico médio
durante os meses de junho, julho e agosto (DA SILVA, não publicado).
O fenômeno de geada é comum na área de estudo, relacionada com as áreas de baixada
margeadas pelo córrego do Mosquito e seus afluentes, bem como a presença do reservatório
Jaguari/Jacareí na área é responsável por um processo de retenção de umidade na região, devido
ao alto volume de evaporação do barramento (DA SILVA, não publicado).
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250,0
20,0
Precipitação (mm)
Temperatura (ºC)
200,0
15,0
150,0 Temp. Média
Precipitação
10,0
100,0
5,0
50,0
0,0 0,0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Mês
A geologia presente em quase toda a área é classificada como Granitóide Piracaia. Nesta
unidade predominam rochas alcalinas de alto potássio, ocorrendo alguns termos com tendência
subalcalina ou peralcalina. Ocorre uma ampla variedade de rochas, abrangendo dioritos, quartzo-
dioritos, monzodioritos, quartzo-monzodioritos, monzonitos, quartzo-monzonitos e
monzogranitos ao lado de álcali sienitos, quartzo-álcali sienitos e álcali granitos. Em alguns
corpos foram descritas textura rapakivi, como nos de São Francisco e Itu, e outros apresentam
estruturas de fluxo laminar, principalmente nas bordas, como os sienitos Pedra Branca e Capituva
(SALVADOR, 2005).
Datações geocronológicas realizadas através do método U-Pb forneceram idades de
577 ± 2 Ma para o Maciço de Piracaia (JANASI, 1999) e de 582 ± 6 Ma para o Maciço Itu
(TÖEPFNER, 1996).
Análises realizadas indicam origem em crosta continental paleoproterozóica. Os granitos
Itu, Piracaia e Morungaba são explorados como rocha ornamental (SALVADOR, 2005).
Quanto ao geossistema predominante, a área de estudo é classificada como Rochas
Graníticas, Unidade Geoambiental Complexo Granitóides não deformados, não dobrada e
intensamente fraturada, grau de coerência dura e solo residual predominantemente argilo-síltico-
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arenoso (CPRM, 2006). São terrenos onde a geologia e relevo são favoráveis à ocorrência de
grandes movimentos naturais de massa incluindo rolamento de blocos e matacões (CPRM, 2006).
Os depósitos mais novos são formados por fluxos de detritos, coberturas coluvionares e
fluviais. Os depósitos sedimentares quaternários constituem-se por aluviões pré-atuais e depósitos
coluviais (BISTRICHI, 2001). Estes depósitos pré-atuais localizam-se em terraços, alçados de
poucos metros sobre a planície dos rios. São sedimentos inconsolidados, compostos por
cascalhos, areias, siltes, argilas, e, mais raramente, por depósitos orgânicos como as turfeiras
(SILVA, 2010).
A Província Geomorfológica da área de estudo é o Planalto Atlântico, representado pela
Zona Serra da Mantiqueira Ocidental (IPT, 1982), sendo que localmente o relevo é de Morros e
Serras Baixas.
Caracterizado por relevo de degradação em qualquer litologia, com morros convexo-
côncavos dissecados e topos arredondados ou aguçados. O sistema de drenagem principal
apresenta restritas planícies aluviais. Predomínio de processos de morfogênese (formação de
solos pouco espessos em terrenos declivosos, em geral, com moderada a alta suscetibilidade à
erosão). Atuação frequente de processos de erosão laminar e linear acelerada (sulcos e ravinas) e
ocorrência esporádica de processos de movimentos de massa. Geração de colúvios e,
subordinadamente, depósitos de tálus nas baixas vertentes. Amplitude de relevo: 80 a 200 metros,
podendo apresentar desnivelamentos de até 300 metros. Inclinação das vertentes: 15-35° (CPRM,
2006).
O tipo de solo predominante na área é o LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO
distrófico de textura argilosa, pedregoso ou cascalhento ou concrecionário (LVAd1.6), com perfil
profundo, textura argilosa, ácido e fertilidade baixa a média, com característica de resistência à
erosão devido à forte agregação dos colóides, o que torna o solo muito poroso.
Na cabeceira do curso d’água principal é encontrado o solo do tipo ARGISSOLO
VERMELHO-AMARELO distrófico (PVAd4), de textura arenosa, bem desenvolvido, bem
drenado e ácido. São solos na sua maioria de fertilidade natural baixa/média, usualmente
profundos que apresentam seqüência de horizontes do tipo A, B e C, cuja espessura não excede a
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200 cm. Estão saturados em áreas de relevo predominantemente ondulado e forte ondulado,
ocorrendo também em relevos suave ondulado e montanhoso. Apresenta alta susceptibilidade à
erosão.
Nas áreas com declividade mais acentuada são encontradas matacões, afloramentos
rochosos e blocos de rochas expostos, além rochas duras mergulhadas no perfil de solo.
Os estudos de Ross & Moroz (1997) ainda trazem que a região possui um nível de
fragilidade médio (ROSS, 1994), por ser uma área de formas de dissecação média a alta, com
vales entalhados e densidade de drenagem média a alta. Devido a essa morfologia, seria uma área
sujeita a forte atividade erosiva (ROSS & MOROZ, 1997).
Segundo o IPT, os processos erosivos predominantes nessa área seriam os “fenômenos de
escorregamentos superficiais e profundos e de rastejo, principalmente em corpos coluvionares.
São frequentes quedas de blocos relacionadas às estruturas da rocha (falhas, diáclases, xistosidade
ou qualquer outro tipo de descontinuidade) ou no caso de matações, devido ao descalçamento
provocado pela remoção de material terroso que os envolvem. Nos sopés das encostas são
comuns as formas de acumulação (depósitos de talus e rampas de colúvio). Os fenômenos de
erosão hídrica são evidentes somente nas áreas desprovidas de qualquer cobertura vegetal (IPT,
1981).
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Também são encontrados cultivos de culturas temporárias, como milho, e diversas estufas
agrícolas.
As estradas presentes na área possuem uma extensão de 4,36 km, sendo parte asfaltada e
parte de terra, o que equivale a uma relação de 1,22 km de estrada por km² de área da microbacia.
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5.4.1. Assoreamento dos cursos d’água, macrófitas aquáticas e relação com a qualidade da água
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DA SILVA, D. T. L. Relatório Técnico nº 01/2011: Avaliação dos impactos das cheias do mês
de janeiro de 2011 no município de Joanópolis/SP. Joanópolis: ONG Pró-Joá, 2011b. 24p.
GARCEZ, L. N. & ALVAREZ, G. A. Hidrologia. São Paulo: Editora Edgar Blücher, 1988.
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JUNK, W.J. 1980. Áreas inundáveis: um desafio para a limnologia. Acta Amazônica 10 (4):
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NATAL, D.; PAGANELLI, C.H.; SANTOS, J.L.H. Composição da população adulta de Culex
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Primavera-MS e Porto 18-PR. VII Encontro Sul-Mato-Gross. de Geógrafos. Três Lagoas-MS.
Anais.
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TÖPFNER, C. (1996) Brasiliano - Granitoide in den Bundesstaaten São Paulo and Minas Gerais,
Brasilien - Eine vergleichende Studie (Zircontypologie, U -(Th) - Pb und Rb - Sr -
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Altersbestimmungen). Münchner Geol. Hefte -Reihe A (Allgemeine Geologie), 17, 258 pp.,
München, Germany.
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DIEGO DE TOLEDO LIMA DA SILVA
TÉCNICO AMBIENTAL DA ONG PRÓ-JOÁ E
RESPONSÁVEL PELO PROJETO
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