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1ª Edição: setembro/2010
Transcrição:
Eliane Condinho
Copidesque:
Revisão:
Adriana Santos
Capa e Diagramação:
Matheus Freitas
Introdução
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(Oséias 4.6.) Aprouve a Deus trazer o conhecimento
pleno, para que pudéssemos ter, aqui na Terra, uma
vida equilibrada. O nosso modelo é um só: Jesus.
Não temos outro modelo. Quando o apóstolo Paulo
disse: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo”
(1 Coríntios 11.1), ele nos mostrou que estava imi-
tando o Senhor e que podemos fazer o mesmo. Mi-
nha oração é uma só e essa:
“Senhor Deus, enche agora o nosso coração, para
que possamos ser imitadores de Cristo. Traga transfor-
mação, mudança de vida, e que o equilíbrio de Jesus
seja também o nosso equilíbrio. Meu Senhor e Pai, que
cada leitor esteja com o coração aberto à tua Palavra,
e de maneira gloriosa, que o Espírito Santo venha fa-
lar ao seu coração, espalhando bênção, vitória, graça
e misericórdia sobre a vida dele. Maravilhosa é a tua
presença, o teu agir na vida de seus filhos, meu Deus
e Pai. Derrama Senhor sobre cada leitor mais da tua
graça, do teu poder maravilhoso, e que ele seja inun-
dado pela tua presença. Nesta hora e para sempre. No
nome de Jesus. Amém!”
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A autoridade
de Jesus
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profeta Ezequiel contemplara assim a Jesus: “A for-
ma de seus rostos era como o de homem; à direita, os
quatro tinham rosto de leão; à esquerda, rosto de boi;
e também rosto de águia, todos os quatro.” (Ez 1.10).
Com frequência, essa visão é relacionada a cada um
dos quatro evangelhos. Agora veja a visão que João
tivera, conforme descrita em Apocalipse, capítulo 4,
verso 7: “O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o
segundo, semelhante a novilho; o terceiro tem o rosto
como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante
à águia quando está voando.” Guardadas as devidas
proporções e o contexto, é quase a mesma revela-
ção, em épocas tão distintas.
Meus irmãos, não há nada nas Escrituras que
não tenha uma razão de ser. Mateus apresenta Je-
sus como leão ao falar de sua autoridade e seu po-
der. Repare que ele abre o evangelho apresentando
a genealogia de Jesus, que o leva a ser conhecido
como Rei, tudo para falar do reino de Deus. Cada
ação de Jesus – seu poder sobre a natureza, as en-
fermidades, os espíritos demoníacos etc – retrata,
acima de tudo sua autoridade. Mateus abre seu
evangelho apresentando a genealogia de Jesus,
para fechá-lo falando da chamada “Grande Comis-
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são”, quando Jesus afirma: “[...] Toda a autoridade
me foi dada no céu e na terra.” (Mt 28.18.)
Creio que a intenção de Mateus ao apresentar
a autoridade de Jesus é mostrar que ela pode ser
compartilhada, pois cada um que recebe a Jesus
como Senhor e Salvador recebe essa autoridade, a
autoridade do leão. Alguém que já esteja na fé há
sessenta anos e outro que esteja há apenas duas
semanas, os dois têm a mesma autoridade, pois
quando uma pessoa aceita Jesus como seu único e
suficiente Salvador, Ele passa a habitar nela.
Reforçando então essa autoridade apresentada
por Jesus, vejamos, por exemplo, quando ele fez
cessar uma tempestade: “Então, entrando ele no bar-
co, seus discípulos o seguiram. E eis que sobreveio no
mar uma grande tempestade, de sorte que o barco era
varrido pelas ondas. Entretanto, Jesus dormia. Mas os
discípulos vieram acordá-lo, clamando: Senhor, salva-
nos! Perecemos! Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que
sois tímidos, homens de pequena fé? E, levantando-se,
repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonan-
ça. E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem
é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?” (Mt
8.23-27.)
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“Quem é este que até os ventos e o mar lhe obe-
decem?”; questionaram, surpresos, os discípulos.
Foram muitas as manifestações nesse sentido: na
cura de vários enfermos, na libertação dos opressos
e endemoninhados, ao ressuscitar a filha de Jairo,
e muito mais. Vejamos outro exemplo, de quando
ele liberta um homem opresso e amarrado por uma
legião de demônios. Esse homem era da cidade de
Gadara. Veja o texto:
“Tendo ele chegado à outra margem, à terra dos
gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemo-
ninhados, saindo dentre os sepulcros, e a tal ponto
furiosos, que ninguém podia passar por aquele cami-
nho. E eis que gritaram: Que temos nós contigo, ó Filho
de Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes de tempo?
Ora, andava pastando, não longe deles, uma grande
manada de porcos. Então, os demônios lhe rogavam:
Se nos expeles, manda-nos para a manada de porcos.
Pois ide, ordenou-lhes Jesus. E eles, saindo, passaram
para os porcos; e eis que toda a manada se precipi-
tou, despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, e nas
águas pereceram. Fugiram os porqueiros e, chegando
à cidade, contaram todas estas coisas e o que aconte-
cera aos endemoninhados. Então, a cidade toda saiu
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para encontrar-se com Jesus; e, vendo-o, lhe rogaram
que se retirasse da terra deles.” (Mt 8.28-34.).
Deduz-se por esse texto que tamanha era a au-
toridade de Jesus, que de longe os demônios re-
conheceram isso. Era algo visível. Assim com esse,
são muitos os exemplos selecionados por Mateus
com a intenção dele de mostrar esse poder de Je-
sus como Leão. E o mais glorioso disso é que essa
autoridade nos foi dada por Jesus. Agimos em seu
nome e poder. Mas cabe aqui um esclarecimento: a
autoridade de Jesus estava ancorada não só no seu
poder, mas na sua santidade, no seu testemunho,
pois era dependente, submisso e obediente ao Pai.
Não se trata, portanto, de agir em seu nome e sua
autoridade como quem vale de uma “vara de con-
dão” ou de um “passe de mágica” para obter tudo.
É autoridade com responsabilidade. É possível ver
nos evangelhos que em muitas ocasiões Jesus op-
tou pelo anonimato, pela discrição, pois nunca teve
como intenção o exibicionismo. Jesus era, acima de
tudo, autoridade, mas também servo. É disso que
vamos tratar no capítulo.
Outra ressalva importante: a intenção de Ma-
teus em mostrar muitos dos feitos de Jesus era para
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reforçar que ele era o Messias há muito esperado e
desejado, embora fosse rejeitado por muitos. Como
Messias, cabia-lhe a gloriosa missão de anunciar e
implementar o reino de Deus, o reino do Pai, junto
aos homens. Mais que, por palavras, Jesus revelou
esse reino por meio de suas ações que traduziam
graça, favor, misericórdia, libertação e salvação.
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Seja servo
como Jesus
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compreensão da necessidade de servir, de sermos
humildes. O boi é um animal que “sabe” que nasceu
para morrer.
Jesus sempre teve esta compreensão de que
viera ao mundo para morrer em nosso lugar. Numa
análise sobre o evangelho de Marcos, a Bíblia Almei-
da Século 21 (Edições Vida Nova, 2008, pg 992) traz o
seguinte comentário:
“(...) O evangelho de Marcos destaca-se sobrema-
neira como o evangelho da ação. Contém apenas um
dos longos discursos de Jesus (o discurso do monte das
Oliveiras). Por outro lado, demora-se com a narração
dos feitos de Jesus. Apresenta-nos mais as obras que as
palavras de Cristo. Marcos registra dezoito dos milagres
de Jesus, mas apenas quatro de suas parábolas. Essa
ênfase nas ações é apropriada para um evangelho es-
crito provavelmente em Roma e que visava em primeiro
lugar aos romanos. Marcos emprega dez latinismos e
faz referências ao Antigo Testamento em número bem
menor que o dos outros evangelistas. Explica os costu-
mes dos judeus a seus leitores romanos. Nem sequer
emprega a palavra ‘lei’, que ocorre oito vezes em Ma-
teus, nove vezes em Lucas e quinze em João. Por visar
especialmente aos romanos, Marcos omite qualquer
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referência à genealogia e à infância de Jesus. Os roma-
nos interessavam-se mais por poder que por árvores
genealógicas. É por isso que em Marcos Jesus é apre-
sentando como o grande Vencedor – sobre a tempesta-
de, sobre os demônios, as enfermidades e sobre a mor-
te. Ele é o Servo do Senhor (Cf. Isaías): em primeiro lugar
o Servo conquistador, em seguida, o Servo sofredor e,
finalmente, o Servo triunfante pela ressurreição. Embo-
ra o evangelho de Marcos seja principalmente histórico,
também apresenta forte colorido teológico. O primeiro
versículo dá a nota chave: ‘... evangelho de Jesus Cristo,
Filho de Deus.’ A divindade de Jesus é enfatizada várias
e várias vezes, quer de forma explícita, quer implícita.
Ele é o Filho do Homem, o Messias, Aquele por quem os
séculos haviam esperado. Uma das mais vigorosas pas-
sagens teológicas dos evangelhos sinóticos menciona
Jesus declarando que o Filho do Homem viera para ‘dar
a via em resgate de muitos’ (10.45). Conforme indica
o primeiro versículo do livro, este é, acima de tudo, o
evangelho de Jesus Cristo, as boas novas da salvação
por meio de sua morte expiatória.”
De fato, Jesus é revelado, dentre outras coisas,
como Servo. Para ilustrar essa importância de ser-
mos como ele, permita-me contar algo. Temos um
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projeto de restauração de meninas vítimas de pros-
tituição infantil. É um trabalho social efetivo, mas
ao mesmo tempo, uma extensão e face desse evan-
gelho de serviço, de “boi”. Quando as meninas che-
gam sujas, machucadas, feridas, é preciso tomá-las
e envolvê-las com amor e misericórdia.
Meu querido, Deus tem dado uma visão à nossa
igreja. Uma igreja, muitas vezes, pode ser grande,
com um número infinito de membros. Mas é tão im-
portante que cada membro seja cuidado. A Palavra
diz: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis
a lei de Cristo.” (Gl 6.2.) A carga, muitas vezes, não é
o marido que não é crente, uma enfermidade, nada
disso. Muitas vezes são as pressões do dia-a-dia, as
situações delicadas, a desgraça do desemprego... E
quando uso o termo “desgraça”, quero dizer que é a
falta da graça mesmo, ou seja, no sentido de que a
graça muitas vezes não canta o seu hino tão maravi-
lhoso e o coração fica doído e machucado.
Sejamos servos como Igreja. Jesus, no evangelho
de Marcos, nos mostra esta face, a face de sermos
servos, de fazermos algo em prol do outro. Como
igreja, devemos perguntar às pessoas: “Há alguma
que eu possa fazer por você? Como posso servi-lo?” Mas
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sabe por que muitas vezes não se faz essa pergun-
ta? É porque muitos não querem ouvir a resposta,
pois essas pessoas poderão dizer: “Sim, eu preciso”.
Quantas vezes, querido, você tem a oportunidade de
servir, mas lhe falta aquela disposição de ir há tantos
lugares onde existe tanta necessidade de uma pala-
vra, de uma visita. Se você chegar a um hospital, na
enfermaria, e perguntar: “Quem não recebeu nenhu-
ma visita esta semana?”, você verá algumas mãos se
levantando. Se aproxime daquelas pessoas e comece
a servir-las.
Esse é evangelho da face do boi. Esse é o evan-
gelho do serviço, do ser servo.
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Jesus, o Filho
do Homem
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fato supremo. Mesmo antes do nascimento de Cristo,
o anjo, como mensageiro de Deus, ordenou a Maria
que o chamasse Jesus (1.31), que significa ‘o Senhor
salva’. Aos pastores, o anjo trouxe ‘novas de grande
alegria’ (2.10) anunciando que na cidade de Davi nas-
cera ‘o Salvador, que é Cristo, o Senhor.’”
O evangelho de Lucas é um “evangelho de an-
jos”, um evangelho de louvor, de cânticos. Nenhum
dos outros evangelhos (Mateus, Marcos e João)
apresenta mais louvor e adoração que o de Lucas.
Isso porque fomos criados para o louvor da glória
de Deus. Quando acompanhamos a Jesus em Lu-
cas, vemos um Jesus mais humano, mais homem,
por assim dizer. O vemos cansado, com fome, sendo
tentado. Algumas vezes o encontramos esgotado,
irado. Jesus em Lucas é apresentado como tendo a
face do homem.
Nós somos homens e muitas vezes queremos
nos apresentar aos outros como sendo aquilo que
não somos de fato. Não quero dizer que a todo
instante devemos ser como boi, em constante ser-
viço, pois somos limitados inclusive no físico e no
psicológico. Não é errado, por exemplo, jejuar qua-
renta dias e orar no monte cinquenta noites. Mas
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você também é humano e limitado. Você precisa
do alimento, do sono, do descanso. Você não come
somente o “maná do céu” espiritualmente falando.
Então, como homem (homem no sentido genérico,
homem e mulher), você tem emoções e sentimen-
tos, sonhos e desejos; trabalha, estuda, tem vizinhos
(uns bons e outros nem tanto quem sabe), colegas
de trabalho, de igreja... E conciliar tudo isso requer
equilíbrio, o que nem sempre é possível. Mas Jesus
é o nosso modelo, pois ele foi, ao mesmo tempo,
Deus e Homem, Homem e Deus.
O evangelho de Lucas então apresenta Jesus
como o Filho do Homem. “Pois o Filho do Homem não
veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-
las.” (Lucas 9.56.) Nesse evangelho você encontra em
detalhes absolutos tudo sobre o nascimento de Jesus,
desde Maria recebendo a anunciação de que geraria
um filho, até seu nascimento de fato e sua apresen-
tação no Templo, seu batismo nas águas e no Espírito
Santo, para, em seguida, ser tentado pelo diabo no
deserto. Vejamos o texto sobre a anunciação do nas-
cimento de Jesus:
“No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de
Deus, para uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a
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uma virgem desposada com certo homem da casa de
Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria.
E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te,
muito favorecida! O Senhor é contigo. Ela, porém, ao
ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pen-
sar no que significaria esta saudação. Mas o anjo lhe
disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante
de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a
quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande
e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe
dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre
sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim.
Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não
tenho relação com homem algum? Respondeu-lhe o
anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do
Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso,
também o ente santo que há de nascer será chamado
Filho de Deus. E Isabel, tua parenta, igualmente conce-
beu um filho na sua velhice, sendo este já o sexto mês
para aquela que diziam ser estéril. Porque para Deus
não haverá impossíveis em todas as suas promessas.
Então, disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se
cumpra em mim conforme a tua palavra. E o anjo se
ausentou dela.” (Lucas 1.26-38.)
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Porque Maria se colocou como serva é que o
Espírito Santo pode encontrar nela a pessoa ideal
para gerar Jesus. Jesus foi homem segundo a vonta-
de de Deus. Amigo, compassivo e próximo. Homem
ideal de Deus. Em Lucas vemos Jesus sendo amigo
de publicanos, samaritanos, tendo compaixão. Ele
esteve próximo dos discriminados, dos excluídos,
dos marginalizados e rejeitados. Veja os versos 29 a
37 do capítulo 7 de Lucas:
“Todo o povo que o ouviu e até os publicanos reco-
nheceram a justiça de Deus, tendo sido batizados com
o batismo de João; mas os fariseus e os intérpretes da
Lei rejeitaram, quanto a sim mesmos, o desígnio de
Deus, não tendo sido batizados por ele. A que, pois,
compararei os homens da presente geração, e a que
são eles semelhantes? São semelhantes a meninos
que, sentados na praça, gritam uns para os outros:
Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos
lamentações, e não chorastes. Pois veio João Batista,
não comendo pão, nem bebendo vinho, e dizeis: Tem
demônio! Veio o Filho do Homem, comendo e beben-
do, e dizeis: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, ami-
go de publicanos e pecadores! Mas a sabedoria é jus-
tificada por todos os seus filhos. Convidou-o um dos
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fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando
na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. E eis que uma
mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava
à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabas-
tro com unguento; e, estando por detrás, aos seus pés,
chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava
com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia
com unguento.”
No mesmo capítulo, verso 13, vemos Jesus esbo-
çando compaixão por uma viúva que chorava pela
morte do único filho que tinha: “Vendo-a, o Senhor se
compadeceu dela e lhe disse: Não chores!” Agora veja
os versos 27 a 37 do capítulo 10 de Lucas, que trata
do imenso amor e da grande compaixão pelos ne-
cessitados:
“[...] Amarás ao teu próximo com a ti mesmo. [...]
Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus:
Quem é o meu próximo? Jesus prosseguiu, dizendo:
Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a
cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo
lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, reti-
raram-se, deixando-o semimorto. Casualmente, descia
um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o,
passou de largo. Semelhantemente, um levita descia
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por aquele lugar e, vendo-o, também passou de
largo. Certo samaritano, que seguia o seu caminho,
passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. E,
chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-
lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio
animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele.
No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao
hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se algu-
ma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando
voltar. Qual destes três te parece ter sido o próximo
do homem que caiu nas mãos de salteadores? Res-
pondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de mise-
ricórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede
tu de igual modo.”
Poderíamos aqui pontuar inúmeras passagens
desse maravilhoso evangelho que retratam a mi-
sericórdia e a compaixão de Jesus como Filho do
Homem. Por hora, contudo, cabe aqui finalizar
com uma passagem desse mesmo evangelho que
trata da necessidade de também agirmos como
ele: “Naquela mesma ocasião, chegando alguns,
falavam a Jesus a respeito dos galileus cujo sangue
Pilatos misturava com os sacrifícios que os mesmo
realizavam. Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses
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galileus eram mais pecadores do que todos os outros
galileus, por terem padecido estas coisas? Não eram,
eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependestes,
todos igualmente perecereis.” (Lc 13.1-3.)
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Jesus, o nosso
Deus
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como Deus, o que Ele realmente é. Ele nos mostra
a realidade da face do Senhor como Deus. No evan-
gelho de João encontramos oito vezes Jesus dizen-
do: “Eu sou a voz que clama no deserto; Eu sou o pão
da vida; Eu sou o pão que desceu do céu; Eu sou a luz
do mundo; Eu sou a porta; Eu sou o bom pastor; Eu
sou o caminho; Eu sou a videira verdadeira.” Segundo
ainda comentário da Bíblia Almeida Século 21 (pg
1062): “O quarto evangelho declara expressamente
o propósito do livro: ‘Jesus ... realizou na presença de
seus discípulos ainda muitos outros sinais...’ Estes, po-
rém, foram registrados para que possais crer que Jesus
é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais
vida em seu nome’ (20.30-31). Do prólogo 1.1-18, com
o grande clímax: ‘... e vimos a sua glória...’ (v.14), até a
confissão de Tomé: ‘Senhor meu e Deus meu!’ (20.28),
o leitor é constantemente constrangido a prostrar-
se de joelhos em atitude de adoração. Jesus Cristo é
mostrado como mais que um simples homem; na ver-
dade, mais do que um mero enviado sobrenatural ou
representante da Divindade. Ele é o verdadeiro Deus,
que veio em carne. Os hebreus, que esperavam o Mes-
sias da promessa (1.19-26), necessitavam de provas
da alegação de que Jesus era esse Messias prometido
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no Antigo Testamento. João apresenta essas provas.
Os milagres e os sermões escolhidos pelo evangelista
dentre todos os que os discípulos, presenciaram em
apenas vinte dias dos três anos de ministério público
de Jesus convalidam de forma impressionante e deci-
siva a condição de Cristo, o Filho de Deus. Oito sinais
ou ações não apenas revelam o seu poder, mas tam-
bém atestam a glória do divino detentor da graça re-
dentora. Jesus é o grande ‘Eu sou’, a única esperança
de uma raça que, não fosse por ele, nada mais podia
esperar. Água transformada em vinho; comerciantes e
animais para sacrifícios expulsos do templo; o filho de
um nobre curado à distância; o paralítico curado no
sábado; a multiplicação de pães; Jesus caminhando
sobre a superfície da água; a visão restaurada a um
cego de nascença; Lázaro chamado de volta da mor-
te: todos esses milagres revelam quem é Jesus e o que
ele faz. De forma gradual, João o retrata como a fonte
da nova vida; a água da vida; e o pão da vida. Até seus
próprios inimigos recuam e caem perante o ‘Eu Sou’,
que se entregava voluntariamente ao sofrimento da
cruz (18.5-6).”
Jesus é a videira, em Caná da Galiléia Ele realizou
seu primeiro milagre ao transformar água em vinho.
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Vejamos o texto de João 2, versos 1 a 12:
“Três dias depois, houve um casamento em Caná
da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus. Jesus tam-
bém foi convidado, com os seus discípulos, para o ca-
samento. Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe
disse: Eles não têm mais vinho. Mas Jesus lhe disse: Mu-
lher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a mi-
nha hora. Então, ela falou aos serventes: fazei tudo o
que ele vos disser. Estavam ali seis talhas de pedra, que
os judeus usavam para as purificações, e cada uma le-
vava duas ou três metretas. Jesus lhes disse: Enchei de
água as talhas. E eles as encheram totalmente. Então,
lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre-sala.
Eles o fizeram. Tendo o mestre-sala provado a água
transformada em vinho (não sabendo donde viera, se
bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a
água), chamou o noivo e lhe disse: Todos costumam
pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam farta-
mente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom
vinho até agora. Com este, deu Jesus princípio a seus
sinais em Caná da Galiléia; manifestou a sua glória,
e os seus discípulos creram nele. Depois disto, desceu
ele para Cafarnaum, com sua mãe, seus irmãos e seus
discípulos; e ficaram ali não muitos dias.”
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Quando lemos o evangelho de João, capítu-
lo a capítulo, encontramos essas oito expressões
do Senhor dizendo: “Eu sou.” Jesus diz claramente:
“Eu sou Deus.” Interessante que João foi o discípulo
mais próximo de Jesus e por isso teve condições por
assim dizer de apresentá-lo como era e ainda é: o
Filho de Deus. João também é descrito como sen-
do “o discípulo a quem Jesus amava.” (Jo 21.20,24).
Dos quatro evangelhos apresentado, o de João é
tido como o mais teológico deles, quando nele seu
autor trata da natureza e pessoa de Cristo e do sig-
nificado da fé nele. Jesus é apresentado nesse evan-
gelho como o Filho de Deus.
Provavelmente, por conta de viver sempre nas
alturas e também por sua majestade por assim di-
zer, poderíamos dizer que pelo fato de Jesus ser o
Filho de Deus e estar nas alturas com o Pai é que
uma de suas faces é a de águia, pois como a águia,
Jesus vive nas alturas.
Eis então, de modo sucinto, a revelação da pes-
soa de Jesus pelos quatro evangelhos: como Leão,
para representar seu poder e sua autoridade; como
Boi, Novilho, para retratar seu espírito de serviço e
sua humildade; como Homem, para referir-se à sua
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humanidade; e, por fim, como Águia, para indicar
sua majestade e deidade. Conhecer, portanto, cada
um dos evangelhos é conhecer também o próprio
Jesus em toda sua plenitude.
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CONCLUSÃO
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Quando digo que você deve apresentar as faces
de Jesus, não significa que Jesus tenha muitos cor-
pos. Jesus é um, mas a face, o modo como Ele se
apresenta, como se revelou nos quatro Evangelhos,
traz para nós um sentido tão sério, tão forte, de com-
promisso e também de entendimento. Diante das
necessidades das pessoas, se você encontrar uma
pessoa ferida, machucada, alguém que está preci-
sando de comida, que face você deve mostrar para
ela? A face de Jesus como servo. Você vai cuidar das
feridas daquela pessoa, vai alimentá-la, como servo.
Jesus disse: “Eu vim para servir.” Sirva querido. Jesus
é o nosso modelo. Diante de um problema na famí-
lia, seja com seu marido, sua esposa ou seus filhos.
Como homem, o que aquela pessoa está precisando
naquela hora? De sentido para existir, de respostas
para a sua vida. Como homem, ele está desemprega-
do, precisa de quê? Precisa de emprego, precisa ter
trabalho, precisa desta revelação dos homens, preci-
sa da ministração de anjos em sua vida.
Como homens, precisamos de algo que encha o
nosso coração e nos faça subir às alturas. Queremos
subir ao monte santo de Sião, mas não é simples-
mente subirmos ao monte, contemplarmos a glória
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do Senhor, nos alimentarmos e recebermos da un-
ção. Podemos subir, mas precisamos descer, porque
é aqui na Terra que a vida continua. O que eu quero
mostrar é o que significa a necessidade do equilíbrio
na vida. Temos um modelo de equilíbrio, que é Je-
sus. E Ele é apresentado em quatro Evangelhos. Não
apenas em um Evangelho. A Palavra de Deus poderia
ter concentrado tudo em um único evangelho, mas
o Espírito Santo nos trouxe a revelação nos quatro
evangelhos, porque nós precisamos ter a realidade e
a compreensão da ministração completa.
Em nossa igreja, o propósito é apresentar Jesus
em toda a sua plenitude. Apresentamos Jesus como
Deus, mas temos de apresentá-lo também, como
servo. Como igreja, ajudamos as crianças necessi-
tadas. O servo faz isto. Andamos pelos hospitais,
vamos pelos presídios. Só o Evangelho faz toda a
diferença.
Que você possa considerar a necessidade do
equilíbrio em sua vida. Queremos ser uma igreja
equilibrada. Há igrejas que são apenas leões. É só
cura, libertação. É uma bênção, mas e as outras fa-
ces? Outras só querem ser o boi: só assistência so-
cial, cesta básica, cuidar de crianças. Há outras que
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querem ser só o homem: só encontro de casais, só
comunhão, só lazer, só futebol, mas e a outra parte?
Há outras que querem viver só lá no monte, só vo-
ando lá em cima. Não é assim. Precisamos de uma
vida equilibrada. Ser cristão é ser esta pessoa.
A Palavra diz: “E, assim, se alguém está em Cristo,
é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que
se fizeram novas.” (2 Coríntios 5.17.) Você é o melhor
de Deus. Você é esta nova criatura. Por isso, hoje,
você tem este coração novo. O coração é o centro
da vida, é o que você é. Você tem este novo coração,
esta nova vida, uma vida de vitória, em nome do Se-
nhor. Essa é a minha oração final por ti.
“Ó Deus e Pai, agradeço pela realidade da tua vida
na minha vida. Eu te agradeço porque tenho recebi-
do um novo coração. Eu te agradeço por Jesus o teu
Filho, meu exemplo. Eu te agradeço porque eu tenho
o que o Senhor diz que eu tenho. Eu tenho dentro de
mim o leão, eu tenho a autoridade em teu nome. Eu
tenho a face do boi, porque eu sou servo. Senhor, eu
tenho a face do homem, porque eu sou homem, e
como homem o Senhor conhece as minhas lágrimas,
as minhas dores, meus desencontros, minhas neces-
sidades, mas eu tenho a face da águia, e posso voar
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as maiores alturas e contemplar a Glória do Senhor.
Nesta hora venha ao meu coração, para que jamais
eu possa esquecer desta realidade e que eu possa viver
a plenitude da tua vida em minha vida. No nome de
Jesus. Amém”!
Deus abençoe!
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JESUS TE
AMA E QUER
VOCÊ!
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separado de Deus. “Pois todos pecaram e
carecem da glória de Deus.“ (Rm 3.23b.)
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“Senhor Jesus eu preciso de Ti, confesso-te o
meu pecado de estar longe dos teus caminhos.
Abro a porta do meu coração e te recebo como
meu único Salvador e Senhor. Te agradeço por-
que me aceita assim como eu sou e perdoa o
meu pecado. Eu desejo estar sempre dentro
dos teus planos para minha vida, amém”.
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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
www.lagoinha.com
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