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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

1ª Edição: setembro/2010

Transcrição:

Eliane Condinho

Copidesque:

Marcelo Ferreira e Nicibel Silva

Revisão:

Adriana Santos

Capa e Diagramação:

Matheus Freitas
Introdução

Você sabe o que é ser equilibrado? O que é equilí-


brio? É uma coisa tão simples. Só para ilustrar, se uma
cadeira tivesse apenas três pernas e alguém se assen-
tasse nela, iria cair. Se ela tivesse duas pernas, o tombo
seria maior ainda. Se ela tivesse somente uma perna en-
tão, a pessoa teria que se equilibrar para ficar assentado
nela, se é que seria possível isso. Como a cadeira tem
quatro pernas, quando alguém se assenta, não aconte-
ce nada.
Querido leitor, querida leitora, sobre a falta de equi-
líbrio na vida espiritual o Senhor disse: “O meu povo
está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento.”

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(Oséias 4.6.) Aprouve a Deus trazer o conhecimento
pleno, para que pudéssemos ter, aqui na Terra, uma
vida equilibrada. O nosso modelo é um só: Jesus.
Não temos outro modelo. Quando o apóstolo Paulo
disse: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo”
(1 Coríntios 11.1), ele nos mostrou que estava imi-
tando o Senhor e que podemos fazer o mesmo. Mi-
nha oração é uma só e essa:
“Senhor Deus, enche agora o nosso coração, para
que possamos ser imitadores de Cristo. Traga transfor-
mação, mudança de vida, e que o equilíbrio de Jesus
seja também o nosso equilíbrio. Meu Senhor e Pai, que
cada leitor esteja com o coração aberto à tua Palavra,
e de maneira gloriosa, que o Espírito Santo venha fa-
lar ao seu coração, espalhando bênção, vitória, graça
e misericórdia sobre a vida dele. Maravilhosa é a tua
presença, o teu agir na vida de seus filhos, meu Deus
e Pai. Derrama Senhor sobre cada leitor mais da tua
graça, do teu poder maravilhoso, e que ele seja inun-
dado pela tua presença. Nesta hora e para sempre. No
nome de Jesus. Amém!”

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A autoridade
de Jesus

Encontramos quatro evangelhos nas Escrituras: o


de Mateus, o de Marcos, o de Lucas e o de João. São
quatro retratos, por assim dizer, pintados por cada
um deles acerca do Senhor Jesus, do seu ministério,
da sua vida. Quando você os lê, percebe que todos
são diferentes, mas complementares. São faces dife-
rentes do mesmo Jesus, com quem cada um desses
discípulos teve a oportunidade de conviver.
Até a vinda e encarnação de Jesus foram muitas
as profecias e sinais nesse sentido. Numa visão, o

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profeta Ezequiel contemplara assim a Jesus: “A for-
ma de seus rostos era como o de homem; à direita, os
quatro tinham rosto de leão; à esquerda, rosto de boi;
e também rosto de águia, todos os quatro.” (Ez 1.10).
Com frequência, essa visão é relacionada a cada um
dos quatro evangelhos. Agora veja a visão que João
tivera, conforme descrita em Apocalipse, capítulo 4,
verso 7: “O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o
segundo, semelhante a novilho; o terceiro tem o rosto
como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante
à águia quando está voando.” Guardadas as devidas
proporções e o contexto, é quase a mesma revela-
ção, em épocas tão distintas.
Meus irmãos, não há nada nas Escrituras que
não tenha uma razão de ser. Mateus apresenta Je-
sus como leão ao falar de sua autoridade e seu po-
der. Repare que ele abre o evangelho apresentando
a genealogia de Jesus, que o leva a ser conhecido
como Rei, tudo para falar do reino de Deus. Cada
ação de Jesus – seu poder sobre a natureza, as en-
fermidades, os espíritos demoníacos etc – retrata,
acima de tudo sua autoridade. Mateus abre seu
evangelho apresentando a genealogia de Jesus,
para fechá-lo falando da chamada “Grande Comis-

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são”, quando Jesus afirma: “[...] Toda a autoridade
me foi dada no céu e na terra.” (Mt 28.18.)
Creio que a intenção de Mateus ao apresentar
a autoridade de Jesus é mostrar que ela pode ser
compartilhada, pois cada um que recebe a Jesus
como Senhor e Salvador recebe essa autoridade, a
autoridade do leão. Alguém que já esteja na fé há
sessenta anos e outro que esteja há apenas duas
semanas, os dois têm a mesma autoridade, pois
quando uma pessoa aceita Jesus como seu único e
suficiente Salvador, Ele passa a habitar nela.
Reforçando então essa autoridade apresentada
por Jesus, vejamos, por exemplo, quando ele fez
cessar uma tempestade: “Então, entrando ele no bar-
co, seus discípulos o seguiram. E eis que sobreveio no
mar uma grande tempestade, de sorte que o barco era
varrido pelas ondas. Entretanto, Jesus dormia. Mas os
discípulos vieram acordá-lo, clamando: Senhor, salva-
nos! Perecemos! Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que
sois tímidos, homens de pequena fé? E, levantando-se,
repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonan-
ça. E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem
é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?” (Mt
8.23-27.)

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“Quem é este que até os ventos e o mar lhe obe-
decem?”; questionaram, surpresos, os discípulos.
Foram muitas as manifestações nesse sentido: na
cura de vários enfermos, na libertação dos opressos
e endemoninhados, ao ressuscitar a filha de Jairo,
e muito mais. Vejamos outro exemplo, de quando
ele liberta um homem opresso e amarrado por uma
legião de demônios. Esse homem era da cidade de
Gadara. Veja o texto:
“Tendo ele chegado à outra margem, à terra dos
gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemo-
ninhados, saindo dentre os sepulcros, e a tal ponto
furiosos, que ninguém podia passar por aquele cami-
nho. E eis que gritaram: Que temos nós contigo, ó Filho
de Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes de tempo?
Ora, andava pastando, não longe deles, uma grande
manada de porcos. Então, os demônios lhe rogavam:
Se nos expeles, manda-nos para a manada de porcos.
Pois ide, ordenou-lhes Jesus. E eles, saindo, passaram
para os porcos; e eis que toda a manada se precipi-
tou, despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, e nas
águas pereceram. Fugiram os porqueiros e, chegando
à cidade, contaram todas estas coisas e o que aconte-
cera aos endemoninhados. Então, a cidade toda saiu

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para encontrar-se com Jesus; e, vendo-o, lhe rogaram
que se retirasse da terra deles.” (Mt 8.28-34.).
Deduz-se por esse texto que tamanha era a au-
toridade de Jesus, que de longe os demônios re-
conheceram isso. Era algo visível. Assim com esse,
são muitos os exemplos selecionados por Mateus
com a intenção dele de mostrar esse poder de Je-
sus como Leão. E o mais glorioso disso é que essa
autoridade nos foi dada por Jesus. Agimos em seu
nome e poder. Mas cabe aqui um esclarecimento: a
autoridade de Jesus estava ancorada não só no seu
poder, mas na sua santidade, no seu testemunho,
pois era dependente, submisso e obediente ao Pai.
Não se trata, portanto, de agir em seu nome e sua
autoridade como quem vale de uma “vara de con-
dão” ou de um “passe de mágica” para obter tudo.
É autoridade com responsabilidade. É possível ver
nos evangelhos que em muitas ocasiões Jesus op-
tou pelo anonimato, pela discrição, pois nunca teve
como intenção o exibicionismo. Jesus era, acima de
tudo, autoridade, mas também servo. É disso que
vamos tratar no capítulo.
Outra ressalva importante: a intenção de Ma-
teus em mostrar muitos dos feitos de Jesus era para

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reforçar que ele era o Messias há muito esperado e
desejado, embora fosse rejeitado por muitos. Como
Messias, cabia-lhe a gloriosa missão de anunciar e
implementar o reino de Deus, o reino do Pai, junto
aos homens. Mais que, por palavras, Jesus revelou
esse reino por meio de suas ações que traduziam
graça, favor, misericórdia, libertação e salvação.

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Seja servo
como Jesus

Se Mateus apresenta Jesus como leão, como


quem tem poder e autoridade, Marcos o apresenta
como boi, retrato do seu espírito de serviço e sub-
missão. Lemos no capítulo 10, verso 45: “Pois o pró-
prio Filho do Homem não veio para ser servido, mas
para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.”
Isso é equilíbrio na fé. O equilíbrio não é apenas a
autoridade do leão, mas também a disposição de
serviço e a humildade do boi. Marcos assim retrata
a Jesus com a clara intenção de levar os leitores à

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compreensão da necessidade de servir, de sermos
humildes. O boi é um animal que “sabe” que nasceu
para morrer.
Jesus sempre teve esta compreensão de que
viera ao mundo para morrer em nosso lugar. Numa
análise sobre o evangelho de Marcos, a Bíblia Almei-
da Século 21 (Edições Vida Nova, 2008, pg 992) traz o
seguinte comentário:
“(...) O evangelho de Marcos destaca-se sobrema-
neira como o evangelho da ação. Contém apenas um
dos longos discursos de Jesus (o discurso do monte das
Oliveiras). Por outro lado, demora-se com a narração
dos feitos de Jesus. Apresenta-nos mais as obras que as
palavras de Cristo. Marcos registra dezoito dos milagres
de Jesus, mas apenas quatro de suas parábolas. Essa
ênfase nas ações é apropriada para um evangelho es-
crito provavelmente em Roma e que visava em primeiro
lugar aos romanos. Marcos emprega dez latinismos e
faz referências ao Antigo Testamento em número bem
menor que o dos outros evangelistas. Explica os costu-
mes dos judeus a seus leitores romanos. Nem sequer
emprega a palavra ‘lei’, que ocorre oito vezes em Ma-
teus, nove vezes em Lucas e quinze em João. Por visar
especialmente aos romanos, Marcos omite qualquer

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referência à genealogia e à infância de Jesus. Os roma-
nos interessavam-se mais por poder que por árvores
genealógicas. É por isso que em Marcos Jesus é apre-
sentando como o grande Vencedor – sobre a tempesta-
de, sobre os demônios, as enfermidades e sobre a mor-
te. Ele é o Servo do Senhor (Cf. Isaías): em primeiro lugar
o Servo conquistador, em seguida, o Servo sofredor e,
finalmente, o Servo triunfante pela ressurreição. Embo-
ra o evangelho de Marcos seja principalmente histórico,
também apresenta forte colorido teológico. O primeiro
versículo dá a nota chave: ‘... evangelho de Jesus Cristo,
Filho de Deus.’ A divindade de Jesus é enfatizada várias
e várias vezes, quer de forma explícita, quer implícita.
Ele é o Filho do Homem, o Messias, Aquele por quem os
séculos haviam esperado. Uma das mais vigorosas pas-
sagens teológicas dos evangelhos sinóticos menciona
Jesus declarando que o Filho do Homem viera para ‘dar
a via em resgate de muitos’ (10.45). Conforme indica
o primeiro versículo do livro, este é, acima de tudo, o
evangelho de Jesus Cristo, as boas novas da salvação
por meio de sua morte expiatória.”
De fato, Jesus é revelado, dentre outras coisas,
como Servo. Para ilustrar essa importância de ser-
mos como ele, permita-me contar algo. Temos um

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projeto de restauração de meninas vítimas de pros-
tituição infantil. É um trabalho social efetivo, mas
ao mesmo tempo, uma extensão e face desse evan-
gelho de serviço, de “boi”. Quando as meninas che-
gam sujas, machucadas, feridas, é preciso tomá-las
e envolvê-las com amor e misericórdia.
Meu querido, Deus tem dado uma visão à nossa
igreja. Uma igreja, muitas vezes, pode ser grande,
com um número infinito de membros. Mas é tão im-
portante que cada membro seja cuidado. A Palavra
diz: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis
a lei de Cristo.” (Gl 6.2.) A carga, muitas vezes, não é
o marido que não é crente, uma enfermidade, nada
disso. Muitas vezes são as pressões do dia-a-dia, as
situações delicadas, a desgraça do desemprego... E
quando uso o termo “desgraça”, quero dizer que é a
falta da graça mesmo, ou seja, no sentido de que a
graça muitas vezes não canta o seu hino tão maravi-
lhoso e o coração fica doído e machucado.
Sejamos servos como Igreja. Jesus, no evangelho
de Marcos, nos mostra esta face, a face de sermos
servos, de fazermos algo em prol do outro. Como
igreja, devemos perguntar às pessoas: “Há alguma
que eu possa fazer por você? Como posso servi-lo?” Mas

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sabe por que muitas vezes não se faz essa pergun-
ta? É porque muitos não querem ouvir a resposta,
pois essas pessoas poderão dizer: “Sim, eu preciso”.
Quantas vezes, querido, você tem a oportunidade de
servir, mas lhe falta aquela disposição de ir há tantos
lugares onde existe tanta necessidade de uma pala-
vra, de uma visita. Se você chegar a um hospital, na
enfermaria, e perguntar: “Quem não recebeu nenhu-
ma visita esta semana?”, você verá algumas mãos se
levantando. Se aproxime daquelas pessoas e comece
a servir-las.
Esse é evangelho da face do boi. Esse é o evan-
gelho do serviço, do ser servo.

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Jesus, o Filho
do Homem

Jesus também tem outra face, a face de homem.


Você sabia que o Evangelho de Lucas é o que mais
aparece a intervenção de anjos?! Você vai encontrar
anjos em praticamente todos os capítulos, porque
os anjos são espíritos ministradores em favor dos
que hão de herdar a salvação. De novo, vejamos
o que a mesma Bíblia Almeida Século 21 comenta
acerca desse evangelho (pg. 1019): “O grande tema
do evangelho de Lucas é: Jesus Cristo é o Salvador di-
vino. Desde o início tudo se concentra em torno desse

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fato supremo. Mesmo antes do nascimento de Cristo,
o anjo, como mensageiro de Deus, ordenou a Maria
que o chamasse Jesus (1.31), que significa ‘o Senhor
salva’. Aos pastores, o anjo trouxe ‘novas de grande
alegria’ (2.10) anunciando que na cidade de Davi nas-
cera ‘o Salvador, que é Cristo, o Senhor.’”
O evangelho de Lucas é um “evangelho de an-
jos”, um evangelho de louvor, de cânticos. Nenhum
dos outros evangelhos (Mateus, Marcos e João)
apresenta mais louvor e adoração que o de Lucas.
Isso porque fomos criados para o louvor da glória
de Deus. Quando acompanhamos a Jesus em Lu-
cas, vemos um Jesus mais humano, mais homem,
por assim dizer. O vemos cansado, com fome, sendo
tentado. Algumas vezes o encontramos esgotado,
irado. Jesus em Lucas é apresentado como tendo a
face do homem.
Nós somos homens e muitas vezes queremos
nos apresentar aos outros como sendo aquilo que
não somos de fato. Não quero dizer que a todo
instante devemos ser como boi, em constante ser-
viço, pois somos limitados inclusive no físico e no
psicológico. Não é errado, por exemplo, jejuar qua-
renta dias e orar no monte cinquenta noites. Mas

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você também é humano e limitado. Você precisa
do alimento, do sono, do descanso. Você não come
somente o “maná do céu” espiritualmente falando.
Então, como homem (homem no sentido genérico,
homem e mulher), você tem emoções e sentimen-
tos, sonhos e desejos; trabalha, estuda, tem vizinhos
(uns bons e outros nem tanto quem sabe), colegas
de trabalho, de igreja... E conciliar tudo isso requer
equilíbrio, o que nem sempre é possível. Mas Jesus
é o nosso modelo, pois ele foi, ao mesmo tempo,
Deus e Homem, Homem e Deus.
O evangelho de Lucas então apresenta Jesus
como o Filho do Homem. “Pois o Filho do Homem não
veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-
las.” (Lucas 9.56.) Nesse evangelho você encontra em
detalhes absolutos tudo sobre o nascimento de Jesus,
desde Maria recebendo a anunciação de que geraria
um filho, até seu nascimento de fato e sua apresen-
tação no Templo, seu batismo nas águas e no Espírito
Santo, para, em seguida, ser tentado pelo diabo no
deserto. Vejamos o texto sobre a anunciação do nas-
cimento de Jesus:
“No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de
Deus, para uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a

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uma virgem desposada com certo homem da casa de
Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria.
E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te,
muito favorecida! O Senhor é contigo. Ela, porém, ao
ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pen-
sar no que significaria esta saudação. Mas o anjo lhe
disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante
de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a
quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande
e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe
dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre
sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim.
Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não
tenho relação com homem algum? Respondeu-lhe o
anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do
Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso,
também o ente santo que há de nascer será chamado
Filho de Deus. E Isabel, tua parenta, igualmente conce-
beu um filho na sua velhice, sendo este já o sexto mês
para aquela que diziam ser estéril. Porque para Deus
não haverá impossíveis em todas as suas promessas.
Então, disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se
cumpra em mim conforme a tua palavra. E o anjo se
ausentou dela.” (Lucas 1.26-38.)

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Porque Maria se colocou como serva é que o
Espírito Santo pode encontrar nela a pessoa ideal
para gerar Jesus. Jesus foi homem segundo a vonta-
de de Deus. Amigo, compassivo e próximo. Homem
ideal de Deus. Em Lucas vemos Jesus sendo amigo
de publicanos, samaritanos, tendo compaixão. Ele
esteve próximo dos discriminados, dos excluídos,
dos marginalizados e rejeitados. Veja os versos 29 a
37 do capítulo 7 de Lucas:
“Todo o povo que o ouviu e até os publicanos reco-
nheceram a justiça de Deus, tendo sido batizados com
o batismo de João; mas os fariseus e os intérpretes da
Lei rejeitaram, quanto a sim mesmos, o desígnio de
Deus, não tendo sido batizados por ele. A que, pois,
compararei os homens da presente geração, e a que
são eles semelhantes? São semelhantes a meninos
que, sentados na praça, gritam uns para os outros:
Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos
lamentações, e não chorastes. Pois veio João Batista,
não comendo pão, nem bebendo vinho, e dizeis: Tem
demônio! Veio o Filho do Homem, comendo e beben-
do, e dizeis: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, ami-
go de publicanos e pecadores! Mas a sabedoria é jus-
tificada por todos os seus filhos. Convidou-o um dos

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fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando
na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. E eis que uma
mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava
à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabas-
tro com unguento; e, estando por detrás, aos seus pés,
chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava
com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia
com unguento.”
No mesmo capítulo, verso 13, vemos Jesus esbo-
çando compaixão por uma viúva que chorava pela
morte do único filho que tinha: “Vendo-a, o Senhor se
compadeceu dela e lhe disse: Não chores!” Agora veja
os versos 27 a 37 do capítulo 10 de Lucas, que trata
do imenso amor e da grande compaixão pelos ne-
cessitados:
“[...] Amarás ao teu próximo com a ti mesmo. [...]
Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus:
Quem é o meu próximo? Jesus prosseguiu, dizendo:
Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a
cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo
lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, reti-
raram-se, deixando-o semimorto. Casualmente, descia
um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o,
passou de largo. Semelhantemente, um levita descia

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por aquele lugar e, vendo-o, também passou de
largo. Certo samaritano, que seguia o seu caminho,
passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. E,
chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-
lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio
animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele.
No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao
hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se algu-
ma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando
voltar. Qual destes três te parece ter sido o próximo
do homem que caiu nas mãos de salteadores? Res-
pondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de mise-
ricórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede
tu de igual modo.”
Poderíamos aqui pontuar inúmeras passagens
desse maravilhoso evangelho que retratam a mi-
sericórdia e a compaixão de Jesus como Filho do
Homem. Por hora, contudo, cabe aqui finalizar
com uma passagem desse mesmo evangelho que
trata da necessidade de também agirmos como
ele: “Naquela mesma ocasião, chegando alguns,
falavam a Jesus a respeito dos galileus cujo sangue
Pilatos misturava com os sacrifícios que os mesmo
realizavam. Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses

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galileus eram mais pecadores do que todos os outros
galileus, por terem padecido estas coisas? Não eram,
eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependestes,
todos igualmente perecereis.” (Lc 13.1-3.)

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Jesus, o nosso
Deus

Agora vejamos, por fim, o último evangelho, o


de João. Ele assim apresenta Jesus logo de inicio:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus,
e o Verbo era Deus.” (Jo 1.1.) João aqui apresenta Je-
sus como sendo Deus, ou seja, como tendo então a
face da águia dentro da visão que o profeta Ezequiel
tivera. É a águia simbolizando Jesus como Deus.
Águia é a ave que voa mais alto, em direção ao
sol. É tão interessante que o sol não queima seus
olhos. Encontramos no evangelho de João Jesus

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como Deus, o que Ele realmente é. Ele nos mostra
a realidade da face do Senhor como Deus. No evan-
gelho de João encontramos oito vezes Jesus dizen-
do: “Eu sou a voz que clama no deserto; Eu sou o pão
da vida; Eu sou o pão que desceu do céu; Eu sou a luz
do mundo; Eu sou a porta; Eu sou o bom pastor; Eu
sou o caminho; Eu sou a videira verdadeira.” Segundo
ainda comentário da Bíblia Almeida Século 21 (pg
1062): “O quarto evangelho declara expressamente
o propósito do livro: ‘Jesus ... realizou na presença de
seus discípulos ainda muitos outros sinais...’ Estes, po-
rém, foram registrados para que possais crer que Jesus
é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais
vida em seu nome’ (20.30-31). Do prólogo 1.1-18, com
o grande clímax: ‘... e vimos a sua glória...’ (v.14), até a
confissão de Tomé: ‘Senhor meu e Deus meu!’ (20.28),
o leitor é constantemente constrangido a prostrar-
se de joelhos em atitude de adoração. Jesus Cristo é
mostrado como mais que um simples homem; na ver-
dade, mais do que um mero enviado sobrenatural ou
representante da Divindade. Ele é o verdadeiro Deus,
que veio em carne. Os hebreus, que esperavam o Mes-
sias da promessa (1.19-26), necessitavam de provas
da alegação de que Jesus era esse Messias prometido

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no Antigo Testamento. João apresenta essas provas.
Os milagres e os sermões escolhidos pelo evangelista
dentre todos os que os discípulos, presenciaram em
apenas vinte dias dos três anos de ministério público
de Jesus convalidam de forma impressionante e deci-
siva a condição de Cristo, o Filho de Deus. Oito sinais
ou ações não apenas revelam o seu poder, mas tam-
bém atestam a glória do divino detentor da graça re-
dentora. Jesus é o grande ‘Eu sou’, a única esperança
de uma raça que, não fosse por ele, nada mais podia
esperar. Água transformada em vinho; comerciantes e
animais para sacrifícios expulsos do templo; o filho de
um nobre curado à distância; o paralítico curado no
sábado; a multiplicação de pães; Jesus caminhando
sobre a superfície da água; a visão restaurada a um
cego de nascença; Lázaro chamado de volta da mor-
te: todos esses milagres revelam quem é Jesus e o que
ele faz. De forma gradual, João o retrata como a fonte
da nova vida; a água da vida; e o pão da vida. Até seus
próprios inimigos recuam e caem perante o ‘Eu Sou’,
que se entregava voluntariamente ao sofrimento da
cruz (18.5-6).”
Jesus é a videira, em Caná da Galiléia Ele realizou
seu primeiro milagre ao transformar água em vinho.

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Vejamos o texto de João 2, versos 1 a 12:
“Três dias depois, houve um casamento em Caná
da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus. Jesus tam-
bém foi convidado, com os seus discípulos, para o ca-
samento. Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe
disse: Eles não têm mais vinho. Mas Jesus lhe disse: Mu-
lher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a mi-
nha hora. Então, ela falou aos serventes: fazei tudo o
que ele vos disser. Estavam ali seis talhas de pedra, que
os judeus usavam para as purificações, e cada uma le-
vava duas ou três metretas. Jesus lhes disse: Enchei de
água as talhas. E eles as encheram totalmente. Então,
lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre-sala.
Eles o fizeram. Tendo o mestre-sala provado a água
transformada em vinho (não sabendo donde viera, se
bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a
água), chamou o noivo e lhe disse: Todos costumam
pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam farta-
mente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom
vinho até agora. Com este, deu Jesus princípio a seus
sinais em Caná da Galiléia; manifestou a sua glória,
e os seus discípulos creram nele. Depois disto, desceu
ele para Cafarnaum, com sua mãe, seus irmãos e seus
discípulos; e ficaram ali não muitos dias.”

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Quando lemos o evangelho de João, capítu-
lo a capítulo, encontramos essas oito expressões
do Senhor dizendo: “Eu sou.” Jesus diz claramente:
“Eu sou Deus.” Interessante que João foi o discípulo
mais próximo de Jesus e por isso teve condições por
assim dizer de apresentá-lo como era e ainda é: o
Filho de Deus. João também é descrito como sen-
do “o discípulo a quem Jesus amava.” (Jo 21.20,24).
Dos quatro evangelhos apresentado, o de João é
tido como o mais teológico deles, quando nele seu
autor trata da natureza e pessoa de Cristo e do sig-
nificado da fé nele. Jesus é apresentado nesse evan-
gelho como o Filho de Deus.
Provavelmente, por conta de viver sempre nas
alturas e também por sua majestade por assim di-
zer, poderíamos dizer que pelo fato de Jesus ser o
Filho de Deus e estar nas alturas com o Pai é que
uma de suas faces é a de águia, pois como a águia,
Jesus vive nas alturas.
Eis então, de modo sucinto, a revelação da pes-
soa de Jesus pelos quatro evangelhos: como Leão,
para representar seu poder e sua autoridade; como
Boi, Novilho, para retratar seu espírito de serviço e
sua humildade; como Homem, para referir-se à sua

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humanidade; e, por fim, como Águia, para indicar
sua majestade e deidade. Conhecer, portanto, cada
um dos evangelhos é conhecer também o próprio
Jesus em toda sua plenitude.

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CONCLUSÃO

Amado leitor, em cada circunstância devemos


apresentar uma face do nosso querido Senhor e
Salvador Jesus Cristo. Portanto, ser batizado com
o Espírito Santo, profetizar, falar em línguas, são re-
alidades que têm que encher o nosso coração. Ca-
minhar por fé, caminhar com uma vida abundante,
caminhar cheio do Espírito Santo, é uma realidade.
Você precisa apresentar cada face do Senhor em
sua vida. Se você encontrar uma pessoa endemo-
ninhada, qual face do Senhor você apresentará? A
autoridade ao dizer aos demônios “Sai, em nome de
Jesus”?!

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Quando digo que você deve apresentar as faces
de Jesus, não significa que Jesus tenha muitos cor-
pos. Jesus é um, mas a face, o modo como Ele se
apresenta, como se revelou nos quatro Evangelhos,
traz para nós um sentido tão sério, tão forte, de com-
promisso e também de entendimento. Diante das
necessidades das pessoas, se você encontrar uma
pessoa ferida, machucada, alguém que está preci-
sando de comida, que face você deve mostrar para
ela? A face de Jesus como servo. Você vai cuidar das
feridas daquela pessoa, vai alimentá-la, como servo.
Jesus disse: “Eu vim para servir.” Sirva querido. Jesus
é o nosso modelo. Diante de um problema na famí-
lia, seja com seu marido, sua esposa ou seus filhos.
Como homem, o que aquela pessoa está precisando
naquela hora? De sentido para existir, de respostas
para a sua vida. Como homem, ele está desemprega-
do, precisa de quê? Precisa de emprego, precisa ter
trabalho, precisa desta revelação dos homens, preci-
sa da ministração de anjos em sua vida.
Como homens, precisamos de algo que encha o
nosso coração e nos faça subir às alturas. Queremos
subir ao monte santo de Sião, mas não é simples-
mente subirmos ao monte, contemplarmos a glória

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do Senhor, nos alimentarmos e recebermos da un-
ção. Podemos subir, mas precisamos descer, porque
é aqui na Terra que a vida continua. O que eu quero
mostrar é o que significa a necessidade do equilíbrio
na vida. Temos um modelo de equilíbrio, que é Je-
sus. E Ele é apresentado em quatro Evangelhos. Não
apenas em um Evangelho. A Palavra de Deus poderia
ter concentrado tudo em um único evangelho, mas
o Espírito Santo nos trouxe a revelação nos quatro
evangelhos, porque nós precisamos ter a realidade e
a compreensão da ministração completa.
Em nossa igreja, o propósito é apresentar Jesus
em toda a sua plenitude. Apresentamos Jesus como
Deus, mas temos de apresentá-lo também, como
servo. Como igreja, ajudamos as crianças necessi-
tadas. O servo faz isto. Andamos pelos hospitais,
vamos pelos presídios. Só o Evangelho faz toda a
diferença.
Que você possa considerar a necessidade do
equilíbrio em sua vida. Queremos ser uma igreja
equilibrada. Há igrejas que são apenas leões. É só
cura, libertação. É uma bênção, mas e as outras fa-
ces? Outras só querem ser o boi: só assistência so-
cial, cesta básica, cuidar de crianças. Há outras que

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querem ser só o homem: só encontro de casais, só
comunhão, só lazer, só futebol, mas e a outra parte?
Há outras que querem viver só lá no monte, só vo-
ando lá em cima. Não é assim. Precisamos de uma
vida equilibrada. Ser cristão é ser esta pessoa.
A Palavra diz: “E, assim, se alguém está em Cristo,
é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que
se fizeram novas.” (2 Coríntios 5.17.) Você é o melhor
de Deus. Você é esta nova criatura. Por isso, hoje,
você tem este coração novo. O coração é o centro
da vida, é o que você é. Você tem este novo coração,
esta nova vida, uma vida de vitória, em nome do Se-
nhor. Essa é a minha oração final por ti.
“Ó Deus e Pai, agradeço pela realidade da tua vida
na minha vida. Eu te agradeço porque tenho recebi-
do um novo coração. Eu te agradeço por Jesus o teu
Filho, meu exemplo. Eu te agradeço porque eu tenho
o que o Senhor diz que eu tenho. Eu tenho dentro de
mim o leão, eu tenho a autoridade em teu nome. Eu
tenho a face do boi, porque eu sou servo. Senhor, eu
tenho a face do homem, porque eu sou homem, e
como homem o Senhor conhece as minhas lágrimas,
as minhas dores, meus desencontros, minhas neces-
sidades, mas eu tenho a face da águia, e posso voar

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as maiores alturas e contemplar a Glória do Senhor.
Nesta hora venha ao meu coração, para que jamais
eu possa esquecer desta realidade e que eu possa viver
a plenitude da tua vida em minha vida. No nome de
Jesus. Amém”!

Deus abençoe!

Pr. Márcio Valadão

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JESUS TE
AMA E QUER
VOCÊ!

1º PASSO: Deus o ama e tem um plano


maravilhoso para sua vida. “Porque Deus amou
o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigê-
nito, para que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.“ (Jo 3.16.)

2º PASSO: O Homem é pecador e está

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separado de Deus. “Pois todos pecaram e
carecem da glória de Deus.“ (Rm 3.23b.)

3º PASSO: Jesus é a resposta de Deus,


para o conflito do homem. “Respondeu-lhe
Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim.“ (Jo 14.6.)

4º PASSO: É preciso receber a Jesus em


nosso coração. “Mas, a todos quantos o rece-
beram, deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.“
(Jo 1.12a.) “Se, com tua boca, confessares Je-
sus como Senhor e, em teu coração, creres que
Deus o ressuscitou dentre os mortos, será sal-
vo. Porque com o coração se crê para justiça
e com a boca se confessa a respeito da salva-
ção.” (Rm 10.9-10.)

5º PASSO: Você gostaria de receber a


Cristo em seu coração? Faça essa oração de
decisão em voz alta:

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“Senhor Jesus eu preciso de Ti, confesso-te o
meu pecado de estar longe dos teus caminhos.
Abro a porta do meu coração e te recebo como
meu único Salvador e Senhor. Te agradeço por-
que me aceita assim como eu sou e perdoa o
meu pecado. Eu desejo estar sempre dentro
dos teus planos para minha vida, amém”.

6º PASSO: Procure uma igreja evangé-


lica próxima à sua casa.
Nós estamos reunidos na Igreja Batista da
Lagoinha, à rua Manoel Macedo, 360, bairro
São Cristóvão, Belo Horizonte, MG.
Nossa igreja está pronta para lhe acom-
panhar neste momento tão importante da
sua vida.
Nossos principais cultos são realizados
aos domingos, nos horários de 10h, 15h e
18h horas.

Ficaremos felizes com sua visita!

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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão

CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG

www.lagoinha.com

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