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Interpretação clínica

• Homem de 72 anos vem ao consultório, com queixa de

dor abdominal baixa há 1 mês, com diarréia e sangramento. A

dor é do tipo cólica. Esta tendo em média 3 episódios de

diarréia por dia com sangue na maioria da evacuações. Não

apresenta perda de peso ou episódios febris. Nega hemorróidas. Tem hipertensão há 20

anos e há 10 anos foi submetido a cirurgia de revascularização miocárdica, com colocação

de ponte de safena e artéria mamária. Faz uso de diuréticos e bloqueador de canal de cálcio.

• Ao exame hemodinâmicamento compensado, PA 140/80 mmHg, pulso de 72 bpm.


Pulmões limpos e abdome flácido, indolor a palpação e sem massas.

• Cultura de fezes negativas. Realizada colonoscopia que mostrou úlceras aftóides com
exsudato e lúmen estreitado em região bem delimitada no ângulo esplênico. Há divertículos

de sigmóide e nenhuma outra lesão de mucosa.

Qual a hipótese para esse paciente?

A presença de dor abdominal, diarréia, sangramento intestinal e inflamação no angulo esplênico

do cólon caracteriza a colite isquêmica. O local mais comum de isquemia do cólon é o ângulo

esplênico, a área divisória de fluxo (watershed) entre as artérias cólica média e mesentérica

inferior. Estreitamento da luz intestinal com ulceração em área claramente demarcada é típico.

Fatores predisponentes incluem desidratação, hipercoagulabilidade, baixo fluxo (arteriopatia

aterosclerótica) e infecção por Escherichia coli. O tratamento de colite isquêmica consiste em

hidratação e antibióticoterapia. Menos de 20% de pacientes necessitarão de ressecção do

segmento intestinal afetado.

Doenças isquêmicas intestinais

Existe três padrões típicos de doenças isquêmicas

intestinais, cada um com fisiopatologia e terapia

características: isquemia mesentérica crônica, isquemia

mesentérica aguda e colite isquêmica.

Colite isquêmica – A colite isquêmica é resultante do

baixo fluxo no mesentério, decorrente de hipotensão,

desidratação, hipercoagulabidade e vasculite. O lado

esquerdo do cólon é a região mais freqüentemente afetada. As “impressões digitiformes”, ou


haustrações edemaciadas, podem ser vistas nas radiografias de abdome. Neste caso devemos

fazer o diagnóstico diferencial com megacólon tóxico, que é uma complicação grave da retocolite

ulcerativa, que apesar da baixa indicidência, tem alta mortalidade (25% a 30%). A figura ilustra

essa situação. Avaliação endoscópica pode mostrar a escassez de vasos, ulcerações aftóides e

áreas de inflamação, fortemente demarcadas.

Isquemia mesentérica aguda – Isquemia mesentérica aguda é resultante do embolismo na artéria

celíaca ou mesentérica superior causada por valvopatia mitral e/ou aórtica ou fibrilação atrial.

Pacientes que apresentem um estado de baixo fluxo (Ex. desidratação) e hipercoagulabilidade

podem sofrer isquemia mesentérica aguda por trombose arterial. Clinicamente, esses pacientes

apresentam dor periumbilical súbita e grave, náuseas, vômitos, sensibilidade abdominal difusa à

palpação, leucocitose e íleo adinâmico. O pronto reconhecimento desta doença é vital, porque o

tratamento imediato é fundamental. Angiografia de urgência, seguida de trombólise ou cirurgia

imediata, é aúnica forma de previnir o infarto mesentérico e a alta mortalidade associada.

Isquemia mesentérica crônica – A isquemia mesentérica crônica (angina intestinal) é causada por

diminuição do fluxo sangüíneo devido à aterosclerose dos vasos mesentéricos proximais. Achados

típicos são dor abdominal pós-prandial, medo de se alimentar e grande perda de peso. O

diagnóstico pode ser sugerido por ultrassonografia doppler dúplex ou angiografia mesentérica.

Tratamento – revascularização cirúrgica ( com melhores resultados) ou angioplastia

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