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O Direito Romano, como qualquer Direito dum povo ( Direito actual ou Direito Passado ), é
um conjunto de normas ou regras de carácter social.
As normas jurídicas – são aquelas que eficazmente determinam e protegem o que pertence a
cada um, contribuindo dum modo especial para a coexistência pacífica entre as pessoas.
• Sentido objectivo – natura rerum – natureza das coisas. O Direito não pode contrariar a
natureza das coisas. ( ex. o direito romano proibia a homossexualidade ).
II – Digesto – A parte mais nobre. Representa os fragmentos. Cria uma doutrina certa e
actualizada.
50 livros, títulos, fragmentos, parágrafos. D. 3,4,5,2.
Abrange o período histórico que vai desde os primórdios da vida jurídica em Roma
( praticamente, desde a fundação da Urbs, a que, segundo a lenda e certa tradição, se atribui o ano
de 753 a.C. ) até cerca do ano 130 a.C.
“ Mors Maiorum “ – única fonte de Direito que corresponde ao costume antigo romano.
Processo típico da Época Arcaica é o procedimento das “ Leges Actiones “ – processo das
acções da lei.
Princípio da legalidade processual.
1) Testamento.
2) Adoptio – adopção.
3) Mancipatio – negócio jurídico destinado a transferir a posse da coisa.
4) In iuri Cessia - = mas por via processual.
Extremamente evoluída.
Casuísmo científico.
Forma de processar:
Subdivide-se em 3 fases:
• A clássica tardia, de 130 a 230, é um período em que já se nota, por vezes o início de
certa decadência, manifestada sobretudo na falta de génio criador. Por isso, os
jurisconsultos deste final da época clássica dedicam-se não já a obras de comentário, mas
às de compilação – repetir e coordenar o que os grandes mestres disseram.
Época post-clássica ( 230 – 530 ). É o período colocado entre 230 e a época de Justiniano,
quer dizer, entre o apogeu do clássico e o renascimento justinianeu. Esta época não tem
individualidade própria; ou é referida à época anterior e daí chamar-se post-clássica, ou à seguinte e
daí ser denominada « pré-justinieneia ». É uma época de franca decadência do Ius Romanum.
É o período que vai desde 530 ( início propriamente dito do Corpus Iuris Civilis ) até 565,
data da morte do imperador Justiniano. O Ius Romanum, nesta época, chega ao termo da sua
evolução, e codifica-se para se perpetuar.
Como o desejo de Justiniano era estabelecer a unidade na diversidade, tomando por base o
Direito Romano clássico, uma das características do direito justinianeu é a generalização; porém a
característica principal é a actualização e compilação do Ius Romanum na forma tendente a seguir o
clássico ou, até mesmo, apresentando esse direito, todo como clássico, embora saibamos hoje que
em muitos pontos interpolado.
Império do Oriente.
Classicismo
Helenização.
Auctoritas – Autoridade.
Apresenta 3 fases:
1ª fase – Autoridade dos juristas ( esse prestígio, esse « impor-se » esse « não poder
desobedecer-se » ).
Ordinárias – Eram a dos cônsules, a dos censores, a dos pretores, a dos questores e a dos
edis curúis, pois estavam integradas numa certa ordem hierárquica.
Cursas honorum – Carreiras das honras ou cargos, segundo um critério de dignidade e não
tanto de poderes.
A ordem hierárquica, a contar do cargo inferior estava instituída desta forma:
1º questores.
2º edil curul – aquele que lida com temas ligados ao urbanismo e autarquias locais de Roma,
ocupava-se de problemas de saneamento, lixo, etc.
Este carácter absoluto do imperium fica limitado por três circunstâncias muito importantes:
2- A pluralidade – O poder estava repartido por várias magistraturas, limite obvio ao poder
do imperium.
De início só existia 1 pretor, a partir de 242 a.C. criou-se o pretor urbano, encarregado de
organizar ( dentro das normas o « ius civile » ) os processos civis em que só interviessem cidadãos
romanos; e o pretor peregrino, incumbido de organizar ( mas dentro das normas do « ius gentium
» ), os processos em que pelo menos uma das partes era um peregrino, quer dizer, um « non-civis ».
Fases de actividade do pretor:
A fase “ in iure “ – O pretor tinha como tarefa fundamental a afirmação solene do direito –
“ ius dicere “. Esse “ ius dicere “ concretizava-se num “ iudicare iubere “ , dirigido ao juiz, isto é,
numa ordem dada pelo pretor ao juiz para proferir sentença neste ou naquele sentido, conforme se
provasse ou não determinado facto.
Na 2ª fase – não há um ius dicere, mas um simples iudicare, um ampliar o Direito, isto é,
julgar, decidir, conforme uma ordem jurídica já anteriormente fixada. Era presidida por um não
jurista..
I-
1- Fontes existendi – são os órgãos produtores das normas jurídicas.
3- Fontes cognoscendi – são os textos onde se encontram as normas jurídicas. São fontes de
conhecimento.
II –
a) fontes do « ius civile » - O Direito Civil, é o que provem das leis, dos plebiscitos, dos
senatusconsultos, dos decretos dos princípios ( constituições imperiais ), da autoridade dos
prudentes ( iurisprudentia ).
Costume:
1) Mores maiorum – grande fonte de direito por excelência da época Arcaica. Forma
mais antiga do costume.
Lex privata – é a declaração solene com valor normativo, que tem por base o negócio
privado. Isto verifica-se, sobretudo, quando alguém faz um acto de disposição solene acerca duma
coisa; chama-se lex rei suae dicta.
Lex publica – Surge depois da lex privata. Não é uma declaração unipessoal, a não ser a
partir da época decadente do Baixo Império. Deriva de uma promessa solene da comunidade social;
portanto, baseia-se num negócio público. “ É uma declaração solene com valor normativo, feita
pelo povo, pelo facto de aprovar em comum, nos comícios, com uma autorização responsável, a
proposta apresentada pelo magistrado. A mais importante é a lex rogata.
2- Conciones – Eram reuniões tidas na praça publica, sem carácter oficial nem jurídico, para
se discutir o projecto da lex. Intervinham pessoas em duas hóstias opostas. Intervenções
favoráveis ao projecto da lex denominavam-se suasiones, as desfavoráveis, dissuasiones.
4- Votação – 1- uti rogas – voto favorável; 2- antiquo – voto contrário ( estado antigo das
coisas ), 3- non liquet – não está liquido ( + - abstenção; não está contra nem a favor, não
está totalmente esclarecido.
5- Aprovação pelo senado – Depois de votada favoravelmente pelos comitia, a lei precisava
de ser referendada pela auctoritas patrum.
2- Lex Cincia – vem dispor, que são proibidas as doações ultra modum ( volumosas )
excepto se for a parentes próximos. Não tem propriamente uma sanção.
3- Lex Falcidia – Direito Sucessório – dispunha que uma 4 parte da herança deve ficar
obrigatoriamente ao herdeiro.
Estrutura formal:
Praefatio – prefácio, preâmbulo das leis, onde se encontra o nome do magistrado convocador.
Intercessio:
Comulativa – Alguém vem juntar-se ao devedor inicial e à responsabilidade pela sua divida.
Tacita – Alguém se obriga para que outra pessoa que naturalmente seria o devedor principal,
não se obrigue.
Ad promissio ( fiança ) – É o paradigma das obrigações pessoais do direito romano.
Garantia real ou pessoal.
Formas de Ad promissio.
1- Sponsio – forma solene de promessa, de origem sacral, só própria dos cives romani, feita
com invocação dos deuses das partes negociantes.
2- Fidepromissio – promessa, feita com a invocação da deusa fides, admitida por vives e
por não cives.
Características.
« beneficius ordinis » - beneficio na ordem. Na fila dos obrigados, o fiador esconde-se atras
da fila. Fica no ultimo lugar dos responsáveis.
Ex promissio – É uma garantia pessoal, em que um novo devedor, por uma nova stipulatio,
promete « id quod Titius debet ». Substitui o devedor inicial, por incompatibilidade entre as
obrigações, em virtude da identidade do projecto.
Garantias reais:
Pignus – Penhor, há uma traditio ( transferência da posse ) da coisa do garante para o credor.
É o direito que tem o credor de reter uma coisa alheia, móvel ou imóvel, para forçar o
devedor a cumprir a obrigação.
Hipotheca – não há datio nem traditio, verifica-se apenas uma especial afectação da coisa, ao
cumprimento uma obrigação.
Senatus Consultum Macedonianum:
Proibia o empréstimo de dinheiro, a todo o filius familias, mesmo que ele ocupasse um alto
cargo.
3- Subscriptio – É a parte final, contem a data e a indicação do lugar onde foi escrita.
É a ciência do justo e do injusto, tendo como pressuposto, certas coisas divinas e certas coisas
humanas.
Espécies de Saber:
1- Sofia – o saber puro – é o saber pelo saber. É o conhecimento em si, abstracto, sem
atender ao concreto, ao lado do prático.
2- Praxis – o saber – agir – é a ciência que tende para a acção, para o « agir », e como «
agir » não tem complemento, tende para algo que principia e acaba em nós.
Agere – Era a função de assistir às partes no processo, qual a formula a empregar, que
palavras usar, quais os prazos para apresentar provas, etc.
Ius praetorium
1- Interpretativa – ( séc. IV – meados do séc. III a.C. ). Nesta fase, a função do pretor era
administrar a justiça, fundada no ius civile. Ele era “ viva vox iuris civilis “.
2- Integrativa – ( desde fins do séc. III a.C. a 130 a.C. ). O pretor baseando-se no seu
imperium – poder de soberania, a que os cidadãos não podiam opor-se.
3- Correctiva – ( a partir de 130 a.C. ). A partir da lex aebutia de formulis, do ano 130 a.C.,
o pretor baseado na sua iurisdictio, poder específico de administrar a justiça de um modo
normal – mediante expedientes adequados, cria também direito ( ius praetorium ) e agora
duma forma directa, embora, por via processual..
Expedientes do pretor baseados no seu Impérium.
Solene – Era feito com a invocação e a presença espiritual dos deuses, tanto dos admitidos
pelo stipulator como pelos admitidos pelo promissor.
Formal – Este negócio tinha uma forma jurídica, devia ser realizado entre presentes, mas
sobretudo porque devia ser usada uma formula própria « sacramental ».
Verbal – oral – Deviam empregar-se palavras não escritas, mas orais. É o tipo dos negócios
verbais – verbis contrahere.
Abstracto – É um negócio jurídico, em que se prescinde da sua causa jurídica. Não quer
dizer que o negócio jurídico abstracto não tenha causa jurídica, e nem mesmo que seja
completamente independente dela, simplesmente não é invocada, abstrai-se dela.
d) « ob aetatem » - Era concedida aos menores de 25 anos ( quer fossem f. f., quer
paterfam. ), relativamente aos negócios jurídicos realizados por eles próprios ou
pelos representantes – que fossem lesivos em si mesmos, dos interesses desses
menores.
Espécies.
Finalidades:
4- Interdicta – Era uma ordem sumária, dada pelo pretor baseada no seu « imperium », para
resolver de momemto uma situação que tem a protegê-la pelo menos uma aparência
jurídica, ficando porém essa ordem condicionada a uma possível apreciação ulterior.
O interdicto era concedido ou a pedido de um interessado ou em caso de interesse
publico, a pedido de qualquer cidadão e então esses interdicta denominavam-se «
interdictos populares ».
Espécies de « Interdicta »