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PROC. Nº TST-E-ED-RR-1070/2002-004-02-00.0
ACÓRDÃO
(Ac. SBDI-1)

EMBARGOS. RECURSO DE REVISTA. CONHECIMENTO. SUBMISSÃO DA DEMANDA À


COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. ART. 625, D, DA CLT. OBRIGATORIEDADE.
PRESSUPOSTO DE CONSTITUIÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DO
PROCESSO. Na forma do que dispõe o art. 625-D da CLT, onde houver Comissão de
Conciliação Prévia de empresa ou sindical deve o trabalhador submeter a seu conhecimento
para fins de conciliação o fato ou os fatos geradores de litígio com a empresa. Trata-se de
pressuposto de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo, sem o qual,
deve-se extinguir o processo, sem julgamento do mérito. Ausência de violação dos arts. 5º,
inciso XXXV, e 114 da CF/88. Embargos não conhecidos.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Embargos em Embargos de Declaração em Recurso


de Revista n° TST-E-ED-RR-1070/2002-004-02-00.0, em que é Embargante ANTONIO PARADA
DOS SANTOS e são Embargadas MEMOCONTA ENGENHARIA DE AUTOMAÇÃO LTDA. E
OUTRA.
A 4ª Turma da Corte, em processo oriundo do 2º Regional, por intermédio do Acórdão de
fls.347-350, conheceu do Recurso de Revista interposto pelas Reclamadas, por divergência
jurisprudencial e, no mérito, deu-lhe provimento para extinguir o processo, sem julgamento do mérito,
com base no inciso IV do art. 267 do CPC.
Embargos Declaratórios opostos pelo Reclamante (fls. 367-378), que foram rejeitados (fls.
381/382).
O Reclamante interpõe Embargos à Seção Especializada em Dissídios Individuais (fls. 401-416),
postulando a reforma do julgado. Impugnação às fls. 429-436.
O processo não foi enviado à Procuradoria-Geral, para emissão de parecer, pela ausência de
obrigatoriedade (RI/TST, Art. 82, inciso I).

É o relatório.

VOTO

1. CONHECIMENTO
Satisfeitos os pressupostos comuns de admissibilidade, examino os específicos dos Embargos.
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1.1 RECURSO DE REVISTA. CONHECIMENTO. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO DE


CONSTITUIÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO.
SUBMISSÃO DA DEMANDA À COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. ART. 625, D, DA
CLT.

A Turma conheceu do Recurso de Revista interposto pelas Reclamadas, por divergência


jurisprudencial, e, no mérito, deu-lhe provimento para extinguir o processo, sem julgamento do mérito,
com base no inciso IV do art. 267 do CPC.
Argumentou que a submissão da demanda à comissão de conciliação prévia, na forma do que
dispõe o art. 625, d, da CLT, é pressuposto processual para o ajuizamento da ação trabalhista, caso não
seja bem sucedida a conciliação, ou seja, pressuposto de constituição e de desenvolvimento válido e
regular do processo, pelo que a sua ausência implica extinção do processo, sem julgamento do mérito.
Postula o Embargante a reforma do julgado. Alega que a Decisão afronta a norma contida no
inciso XXXV do art. 5º da CF/88, que garante ao jurisdicionado o acesso direto ao Judiciário, a fim de
reparar lesão ou ameaça a direito. Sustenta que, à luz dos princípios da aproveitabilidade dos atos
processuais, da transcendência e da instrumentalidade do processo, não se pode olvidar que a
inobservância das disposições contidas no caput do art. 625-D da CLT não se traduz em nulidade,
porquanto suprida a tentativa conciliatória pelo Juiz, em audiência, incorrendo qualquer prejuízo à
parte (arts. 794 e 796, a, da CLT). Consigna que obstar o regular prosseguimento do feito para atender
a uma burocracia, e sem qualquer efeito prático, porquanto possível a conciliação em Juízo, caracteriza
afronta aos princípios da celeridade e economia que norteiam a Justiça do Trabalho. Aponta violação
do art. 114 da CF/88, ao argumentar que não se pode supor a criação de uma nova condição da ação ou
pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, como substitutivo de
jurisdição ou como meio de derrogar a competência desta Justiça Especializada para conciliar os
dissídios. Invoca, também, dano irreparável aos seus direitos trabalhistas.
Não lhe assiste razão, entretanto. O art. 625-D da CLT é expresso ao dispor que qualquer
demanda trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação
de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria.
Assim, é extreme de dúvida que, onde houver Comissão de Conciliação Prévia de empresa ou sindical
deve o trabalhador submeter a seu conhecimento para fins de conciliação o fato ou os fatos geradores
de litígio com a empresa. Trata-se, efetivamente, de pressuposto de constituição e de desenvolvimento
válido e regular do processo, sem o qual, deve-se extinguir o processo, sem julgamento do mérito,
porque alçado a uma nova condição da ação. Não se há de falar que o referido preceito legal obsta o
acesso do empregado à Justiça (art. 5º, inciso XXXV, da CF/88), porque, em verdade, o que este
preceito exige é que, antes de ir a Juízo apresentar sua reclamação, deve o empregado recorrer à
Comissão de Conciliação se ela existir. Tem o empregado a liberdade de aceitar, ou não, a proposta
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que ponha fim ao dissídio. Frustrada a tentativa de conciliação, abre-se-lhe o caminho de acesso ao
Judiciário. Também não se há de falar em violação dos arts. 794 e 796 da CLT, porque no caso não se
trata de nulidade ocorrida no processo, mas de ausência de pressuposto de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo, que ensejou, não a nulidade deste, mas a extinção, sem
julgamento do mérito. Não se configura, ainda, violação do art. 114 da CF/88, porque a norma contida
no art. 625-D da CLT não derrogou a competência da Justiça do Trabalho para conciliar os dissídios,
que continuam sendo da competência da Justiça do Trabalho. Registre-se que a Emenda Constitucional
45 retirou do plano constitucional a competência para conciliar, uma vez que, segundo a CF/88,
compete à justiça do trabalho conciliar e julgar (art. 114); na forma da nova emenda, compete à Justiça
do Trabalho processar e julgar (art. 114, caput), função conciliatória, no entanto, que continua com
respaldo infraconstitucional (CLT, art. 652, a).
Os seguintes precedentes da Corte tratam da obrigatoriedade de submissão da demanda à
Conciliação Prévia:

RECURSO DE REVISTA AUSÊNCIA DE SUBMISSÃO DA DEMANDA À COMISSÃO DE


CONCILIAÇÃO PRÉVIA EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO –
FALTA DE PRESSUPOSTO PROCESSUAL - VIOLAÇÃO AO ARTIGO 625-D DA CLT. A
submissão da demanda à Comissão de Conciliação Prévia não constitui mera faculdade da
parte reclamante. Trata-se de imposição da Lei nº 9.958/2000, que incluiu o artigo 625-D na
Consolidação das Leis do Trabalho, dispondo que a aludida submissão representa verdadeiro
pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo. Recurso de Revista
conhecido e provido. (RR-1724/2003-008-17-00.0, 3ª Turma, Relatora Ministra Maria Cristina
Irigoyen Peduzzi, DJ de 27/10/2006).

COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. DEMANDA TRABALHISTA. SUBMISSÃO.


OBRIGATORIEDADE. CARÊNCIA DE AÇÃO. 1. A Lei 9.958/00 introduziu na CLT o artigo
625-D, que elevou a submissão de demanda trabalhista às Comissões de Conciliação Prévia
como condição necessária para o ajuizamento de ação trabalhista. 2. Assim, a ausência de
provocação da Comissão de Conciliação existente, anteriormente à propositura da
reclamatória, enseja a extinção do processo, sem julgamento do mérito. 3. Recurso de revista
conhecido e provido. (RR-2.667/2002-034-02-00, Relator Ministro João Oreste Dalazen, 1ª
Turma, DJ- 17/02/2006).

RECURSO DE REVISTA. OBRIGATORIEDADE DE SUBMISSÃO DA DEMANDA À


COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. ART. 625-D DA CLT. PRESSUPOSTO
PROCESSUAL NEGATIVO. IMPOSIÇÃO LEGAL. O art. 625-D da CLT, que prevê a submissão
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de qualquer demanda trabalhista às Comissões de Conciliação Prévia (quando existentes na


localidade), antes do ajuizamento da reclamação trabalhista, constitui pressuposto processual
negativo da ação laboral (a dicção do preceito legal é imperativa será submetida, e não
facultativa, poderá ser submetida). Outrossim, o dispositivo em tela não atenta contra o acesso
ao Judiciário, garantido pelo art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, uma vez que a passagem
pela CCP é curta (CLT, art. 625-F), de apenas 10 dias, e a Parte pode esgrimir eventual motivo
justificador do não-recurso à CCP (CLT, art. 625-D, § 4º). In casu, é incontroversa nos autos a
existência da Comissão e o Reclamante ajuizou a ação sem o comprovante de frustração da
conciliação prévia (CLT, art. 625-D, § 2º) e sem justificar o motivo da não-submissão da
controvérsia à CCP. Assim, a ausência injustificada do documento exigido pelo art. 625-D, § 2º,
da CLT, importa na extinção do processo sem julgamento do mérito, com base no art. 267, IV,
do CPC. Recurso de revista provido. (TST-RR-663/2004-009-12-00, 4ª Turma, Rel. Min. Ives
Gandra Martins Filho, DJ de 28/10/2005) .

Em face do exposto, não conheço dos Embargos.

ISTO POSTO
ACORDAM os Ministros da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal
Superior do Trabalho, por maioria, não conhecer dos Embargos, vencidos os Exmos. Ministros
Horácio Raymundo de Senna Pires, Rosa Maria Weber Candiota da Rosa.

Brasília, 28 de novembro de 2006.

CARLOS ALBERTO REIS DE PAULA


Ministro Relator

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