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CONHECIMENTO CIENTÍFICO E INFORMAÇÃO DIGITAL

CONHECIMENTO CIENTÍFICO E INFORMAÇÃO DIGITAL

Maria Helena Sleutjes e Karen Stefan Dutra

RESUMO
Apresenta o contexto do conhecimento científico no mundo da informação
digital demonstrando as alterações que estão ocorrendo com o
conhecimento tradicional, bem como a força da tecnologia da informação
no mundo contemporâneo. Define e analisa as questões relativas a
dados, informações e conhecimento. Discorre sobre a expansão do
conhecimento e surgimento de novas necessidades profissionais no campo
informacional.

PALAVRAS-CHAVE: INFORMAÇÃO – INFORMAÇÃO DIGITAL –


COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA.

ABSTRACT
This article shows the scientific knowledge context in the world of digital
information, analyzing the alterations that being occur in the traditional
knowledge, as well as the domain of the information technology in the
contemporary world. Define and analyze questions about information and
knowledge, shows the knowledge growth and the require of new
professionals in the information field.

KEY-WORDS: INFORMATION – DIGITAL INFORMATION – SCIENTIFIC


COMUNICATION

SUMÁRIO
1. Introdução
2. Dado, informação e conhecimento
3. Informação digital

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4. O saber pela ciência


5. O saber expandido
6. Conclusão
7. Referências

1. Introdução

Toda a estrutura do mundo percebida ou não, é informação. E a


informação é como um pequeno bit do conhecimento que só terá
importância quando for capaz de estabelecer conexões com informações
memorizadas, isto é, informações armazenadas em suportes naturais
(cérebro humano) ou artificiais (documentos, livros, fitas, cds, memórias
do computador) para ampliar ou criar outra informação.

No mundo contemporâneo, informações não faltam, mas a mera


disponibilização da informação não basta. E esta consciência é urgente
para que se possa virar a página da concepção tradicional das bibliotecas
e centros de informações.

Se informações não faltam, a quantidade acabou se tornando uma solução


e um problema. Um levantamento realizado por uma equipe de
pesquisadores da Universidade da Califórnia, Berkeley, estimou que
apenas em 2002 foi gerado um volume de informações correspondente a
cinco exabytes (um exabyte é igual a um bilhão de gigabytes). E que isso
corresponde ao dobro das informações geradas apenas três anos antes.
Portanto, não somente a quantidade de informação gerada é brutal como
está crescendo exponencialmente.

Por isso, existe hoje uma grande incapacidade de lidar com o excesso de
informações, de tal forma que este mal já tem nome -SEI – Síndrome do
Excesso de Informação. As informações existem, se acumulam e muitas
vezes não são utilizadas. Um profissional dinâmico, num clipping semanal
personalizado pode receber informações de mais de 100 jornais e revistas
de sua área de atuação e seria impossível ler tudo isso semanalmente
para apreender as informações relevantes.
Os profissionais, no entanto, querem estar “up to date” para
sobreviverem num mundo competitivo e feroz, reafirmando a tão velha e
comprovada frase de Bacon: “informação é poder”. Só que este poder
hoje, vai um pouco mais além da simples obtenção da informação, pois
consiste em conseguir obter a informação adequada, aquela que é
realmente capaz de fazer a diferença.

Desta forma, o que passa a ser importante para as pessoas não é a


quantidade de informações obtidas, mas a obtenção de informações que
representem acréscimos.

O aprender saiu do limite da escolaridade tradicional e abre uma gama


contínua e permanente de trocas de informações que deverá ir se
configurando na apreensão de conhecimentos. Seria um processo de
informação para a vida toda. Então, a informação tradicional organizada

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e padronizada vai perdendo a sua força e a informação digital ( tal como


se encontra, organizada e não organizada), nascida da tecnologia, filha
dileta da ciência, acaba abalando os alicerces metodológicos da própria
mãe.

1. Pensamento, informação e conhecimento

Conforme Zaidznajder (1994) as operações mentais são combinações


das múltiplas formas do juntar e separar. Dentre elas pode-se citar as
associações de idéias, comparações, avaliações, indagações, reflexões,
conclusões, análises, abstrações, memorizações, teorizações, sínteses,
capacidade de imaginar, prever, refutar, afirmar, negar, absorver idéias,
priorizar e transmitir, que são formas do pensar.
Todas essas operações têm por base alguns conceitos tais como:
Medir – contar o número de vezes que algo está contido em algo.
Contar – ordenar segundo as intensidades.
Enumerar – sintetizar a idéia de ordem com a intensidade.
Qualificar – explicar a natureza da coisa.
Construir – juntar articuladamente.
Articular – juntar estabelecendo relações.
Experenciar – vivenciar uma situação que deixa marcas (dor, prazer,
envolvimento)
Perceber – conjunto simultâneo de sensações organizadas (conteúdo
psicológico).
Sentir – estimulação de um determinado sentido.
A mente pode ser comparada a um campo a ser semeado com estas
várias formas de pensamentos e estes pensamentos seriam as
sementes, e as plantas seriam as respostas que o indivíduo consegue
obter.
Neste sentido é fundamental compreender a diferença entre dado e
informação. Um dado é uma representação simbólica quantificada ou
quantificável. Então, pode-se entender que uma palavra ou um texto é
um dado, já que as nossas letras formam um sistema numérico ( de base
26) e portanto quantificado. Mas uma foto seria um dado ou uma
informação ? Seria um dado se não for atribuída a ela um conceito,
porque é também possível quantificá-la reduzindo-a a símbolos – pode
digitalizá-la em um scanner e armazená-la em um computador,
imprimindo-a posteriormente de modo que praticamente não se a distinga
do original, sem atribuir a ela nenhum conceito. Se o conceito sobre esta
foto for atribuído ela se transforma automaticamente em informação.

Os conceitos então, ou as informações, são pensamentos e palavras


carregados de conteúdo. Cada conceito seria uma espécie de foco que
permite entender uma série de outros conceitos. Isto seria informação
que traz sempre subjacente a idéia de rede.

Assim os dados se transformam em informações se seu receptor


conseguir compreender o seu conteúdo, isto é, associar a eles,
mentalmente, um significado. Se a mensagem não for compreendida, ela
não será uma informação, mas simplesmente um dado. Já, conhecimento

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é algo que vai além da informação pois exige além da formulação do


conceito ou significado, uma correlação. O conhecimento é um degrau que
está além da informação. Seria aquilo que o ser humano vai dotando de
significado mas especialmente, vai correlacionando com o que existe em
sua memória. Isto se constitui no conhecimento de cada um.

Para Piaget conhecimento seria a junção do pensamento lógico e racional


com a sensação e a emoção, e isto só se alcança acessando na memória
este estoque.

As informações que o intelecto humano vai selecionando e


correlacionando com o que existe na memória, se constitui na bagagem
de conhecimento de cada um. Esta seleção depende da formação, do
arcabouço racional e emocional de cada indivíduo. É uma escolha
subjetiva e varia de pessoa para pessoa. O conhecimento portanto, pode
ser considerado uma missão pessoal.

Dependendo da habilidade desse nosso intelecto e da forma como adquire


e seleciona as informações e depois as utiliza em sua vida prática, pode
se classificar as forma-pensamentos dentro de um quadrante, o
quadrante o conhecimento aplicado: Artesanal – Artístico
Engenhoso – Criativo

De acordo com Conti (2004), pode-se afirmar que alguém tem


conhecimento quando pode efetuar associações baseadas em uma
vivência pessoal dos objetos envolvidos. Desta forma, pode-se ler muito
sobre o Egito, obtendo-se muitas informações sobre esta cidade mas o
conhecimento sobre a mesma só se poderá obter visitando-a
pessoalmente mas este nunca será um conhecimento completo. O
conhecimento está sempre num “continuum” e assim, seria algo que não
poderia ser ensinado completamente, apenas incentivado. O professor
então, seria um transmissor de informações e somente quando
transformasse a teoria em prática juntamente com seus alunos, através
de “experiementos” (experiência vivenciada) estaria entrando no domínio
do conhecimento.

Conhecimento científico então, seria a explicação ou elucidação da


realidade decorrente de um esforço de investigação para descobrir algo
que está oculto ou que ainda não é compreendido. Quando esta
compreensão ou reconhecimento é obtido pela maioria, valida-se este
conhecimento e hoje, sabe-se que estas validações serão sempre
temporárias.
Durante muito tempo o ser humano pensou em compreender a realidade
retendo informações hoje, é imprescindível que a informação circule
livremente para que o conhecimento humano possa avançar pois, quanto
mais competente for o entendimento do mundo mais satisfatória deverá
ser a ação do sujeito que dispõe de informações. É preciso, portanto,
que se compreenda de uma vez que informação é para circular.
Platão afirmou que o homem possui um conhecimento inato e sabe
porque já experimentou, e assim todo o conhecimento encontra-se no

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ser humano, precisando apenas ser acionado. O homem vem buscando


respostas através de muitas práticas e pesquisas sobre os meios pelos
quais poderia acionar estes conhecimentos. Sabe-se, entretanto, que uma
mente passiva (receptiva e não analítica, fragmentada) encontra muita
dificuldade para estabelecer contato com seus estoques e dificilmente
criará outros estoques. Uma mente ativa (senhora da situação,
integradora e unificante) poderá estabelecer cada vez mais este contato
com seus estoques, pois sua rede é forte, sendo capaz de iluminar idéia
após idéia. Este é o conceito subjacente à idéia de redes com as quais
temos que lidar constantemente.
Levy (1999) trata da informação e do conhecimento como elementos
propulsores da evolução humana, promovendo o ato da criação e da
invenção. Segundo Zadsnajder (1994) cada indivíduo vai formando ao
longo de sua existência , uma rede de pensamentos ou um conjunto de
conceitos articulados que pode ser expandida, através de estudos,
leituras, reflexões, experiências. Esta rede pode também se cristalizar,
dificultando a compreensão e o desenvolvimento do próprio indivíduo. A
responsabilidade principal do trabalhador do conhecimento virtual, está
em colocar seu conhecimento, habilidades, experiências e energias para
dar suporte ao desenvolvimento do conhecimento como valor. Isto
porque não existe criatividade desarticulada. A pessoa criativa é aquela
que conseguiu desenvolver ao longo de sua existência uma boa rede e
sabe como utiliza-la. Podem existir redes de pensamentos pouco
desenvolvidas ou pouco articuladas que não darão frutos significativos O
mais importante no tocante a informação e ao conhecimento na
atualidade é a ampliação da capacidade destas redes.

2. Informação Digital

Do papiro à Internet se poderia dizer que a matéria prima é a mesma


informação, e que só mudou o suporte. Ledo engano. A informação
digital é algo tão revolucionário que deixa de ser suporte para interferir na
própria informação, determinando-a e conduzindo-a.

Conforme Coadic (2004), informação digital é conhecimento comunicado


por meio de mensagens (signo), inscrita sobre um suporte digital (sinais
digitais e ópticos). Digitalizar uma informação seria traduzi-la em
números e todos os números podem ser expressos em linguagem binária
sob a forma de 0 ou 1 ( sim ou não). Mas esta simplicidade básica torna
se um desafio pois o mundo digital é o mundo da constante dinâmica
( tecnologia e ambiência). O digital é o meio das metamorfoses que
transforma a todos em analfabetos tecnológicos sempre.. E apesar disso,
existe na atualidade um movimento contagiante de disponibilização de
informações tradicionais na Internet que pode ser considerado até
polêmico em virtude da passagem do particular ao coletivo.

Os sistemas digitais ajudam a calcular, correlacionar, combinar,


relacionar, ordenar, classificar e selecionar e tudo isso aumenta a

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capacidade de escolhas e o poder de percepção, ampliando a inteligência.

Mas é interessante que se perceba que ao recriar ou transferir


informações advindas de livros, periódicos ou outros documentos
eletrônicos, através de comandos fáceis como COPIAR, RECORTAR,
COLAR, estará havendo um ganho em termos de velocidade e uma perda
em termos de profundidade e reflexão.

A informação digital flexível e sem fronteiras é acessível de qualquer lugar


e em qualquer momento mas perde literalmente o controle de seu

No mundo digitalizado usa-se, absorve-se, assimila-se, manipula-se,


transforma-se, produz-se e transmite-se informações mas existem
também algumas dificuldades. Uma delas é o número ilimitado de fontes.
O desconhecimento dos mecanismos de filtragem das informações e da
forma como estas informações foram organizadas, sem falar da
insegurança quanto a apropriação indevida de idéias que é hoje uma
espada sobre a cabeça dos autores que lutaram a vida inteira por direitos
autorais e que agora observam este castelo ruir por terra, e ele irá ruir
completamente pois neste novo paradigma o importante para a
informação não será sua propriedade mas sua constante sua circulação.
Segundo Negroponte (1995) o “valor de um bit é determinado em grande
parte por sua capacidade de ser utilizado e reutilizado diversas vezes
Muda o paradigma e por isso devem mudar as cabeças.

3. O saber pela ciência

O saber pela ciência nasce do esforço do cientista em criar, criticar ou


contribuir para um consenso racional de idéias.
Partindo da premissa de que o cientista funciona alternadamente como
gerador e usuário da informação, a informação científica pode ser dividida
em quatro partes:
- coleta de fatos ou dados, fase de experimentação e observação que só
pode ser efetivada com o registro ou manutenção de informações em
memória artificial adequada;
- geração de conhecimento novo ou ampliação do conhecimento
existente, fase de transformação dos dados obtidos que se dará a partir
da comparação constante e ocasional do trabalho criativo com o estado
geral do conhecimento existente;
- trabalho de informação, fase de comunicação dos resultados que é o
registro do trabalho em suporte adequado. É na verdade, o trabalho de
pesquisa transformado em material documental. Os suportes mais
utilizados são os artigos de periódicos, relatórios e comunicados técnicos,
teses e dissertações. Esta disseminação deve promover e maximizar a
utilização científica e técnica dos conhecimentos ali registrados.
- Representação da documentação científica, etapa que estabelece a
inclusão destas informações em índices, catálogos, abstracts, bases de
dados e portais, visando organizar e facilitar a recuperação destas
informações.

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Aqui cabe ressaltar que estas informações científicas mesmo que possam
ser recuperadas “on line” continuam sendo canais formais da informação
já que são produtos de uma metodologia pré-estabelecida e criteriosa.
Não se pode esquecer que a valência do sistema de informação científica
se dá através dos canais formais de registro e disseminação das
informações que permitem maior seleção, melhor avaliação e síntese das
informações transmitidas, no entanto estes canais são mais lentos e
atingem um público bastante específico.
.
Pode-se dizer que a informação quando caminha do informal para o
formal estaria passando por um processo que funciona como um filtro de
qualidade. Este era todo o “feeling” da informação científica, a validação.
Quando faz o caminho inverso, se massifica, se popularizava e perde o
caráter científico, seu grande valor. Mas esta concepção está mudando.
Os pilares que apoiavam o saber pela ciência: ordem, separatividade e
lógica foram severamente abalados pelas descobertas da física quântica e
a certeza absoluta está em franca crise. Conforme Conti (1004), no saber
pela ciência, o paradigma emergente é o pensamento complexo derivado
do pensamento sistêmico e estratégico. Este pensamento complexo exige
que os cientistas possuam capacidade para examinar o todo e não
somente as partes. E eles terão ainda que aprender como lidar com
isto. Capacidade para lidar com incertezas através de algumas
ferramentas como a estatística e a computação. Capacidade para
considerar os fatores de perturbação existentes em todo e qualquer
sistema, mesmo que não possam ser compreendidos racionalmente.

Assiste-se assim, uma luta, mesmo dentro da ciência, contra todas as


formas de dogmatismo e autoridade ( embora muitos não queiram
admitir), o que significa dizer que se o conhecimento é sempre limitado,
seus resultados nunca serão exatos e as leis científicas precisam ser
encaradas como probabilísticas, apenas probabilísticas. (CONTI, 2004).

O conhecimento científico marcha em direção a um saber mais


abrangente e para se aproximar desta nova realidade deverá funcionar
como um rio que vai absorvendo outros conhecimentos (criando
afluentes). O diálogo com outros saberes é hoje irreversível para a
ciência, assim como a vulgarização da informação científica, tornando
mais clara para os indivíduos. Mas isto só será possível quando as
universidades se sentirem produtoras de conteúdos virtuais relevantes
para o ensino e para a pesquisa.

4. O saber expandido

O saber expandido é aquele que não mais se limita ao nível de


escolaridade do indivíduo, sobrepujando a escola mas não dispensando
esta escola; sobrepujando a informação científica mas não dispensando
esta informação; sobrepujando o saber tradicional e tornando o saber um
processo multifacetado e contínuo.
Neste saber expandido a tecnologia da informação ocupa um papel

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primordial. Deixa de ser mero instrumento no sentido técnico tradicional


mas algo tecnologicamente novo e diferente. Algo indispensável na vida
das pessoas.

As tecnologias tradicionais funcionavam como apêndices para aumentar o


alcance dos braços, da visão, dos movimentos, etc. e agora passam a
ampliar o potencial cognitivo do ser humano ( mente/cérebro) fazendo
com que um grande número de agentes cognitivos humanos possa se
interligar a um mesmo processo de construção de conhecimentos.
Assim as máquinas interagentes de sistemas artificiais se transformam
em agentes cooperativos ( amigáveis) com as quais se estabelece
parcerias na pesquisa e nas experiências de aprendizagem. Isto significa
que as tecnologias de informação se transformaram em elementos
constituintes ou instituintes das formas de ver e organizar o mundo.
Incorporadas no dia a dia das pessoas, passam então, estas tecnologias, a
ter um papel ativo e co-estruturante das formas do aprender e conhecer.

Neste contexto é fascinante acompanhar a grande transformação no papel


da memória das pessoas que lidam com as redes de informação. AS
memórias artificiais e auxiliares provocam o desafio – poder caminhar na
direção do que realmente interessa num universo informativo no qual já
existe quase tudo. O ser humano hoje pode passar horas e horas, dias
inteiros navegando num mar de informações de dimensões
intransponíveis.

Percebe-se que a construção do conhecimento não é mais um produto


unilateral de seres humanos especiais (cientistas, pesquisadores, sábios e
escritores) mas uma vasta cooperação cognitiva distribuída, da qual
participam seres humanos comuns que possuem acesso a esta nova
tecnologia. Conforme Levy (1999) o uso da virtualização, cada vez mais
presente no dia a dia do ser humano, amplia as potencialidades humanas,
criando um novo modo de aprender e de pensar.

Uma grande mudança na forma de exercer as atividades intelectuais


evidencia, nascendo uma nova forma de utilização da
informação denominada “information literacy” termo ainda sem
correspondente em língua portuguesa, que seria a habilidade de acessar
informações além de compreender matérias, textos, ler criticamente, usar
materiais complexos e aprender por si mesmo. Poderia-se falar de
alfabetização informacional ou um termo mais adequado seria
competência em informação, tanto assim que se pode afirmar que o
analfabeto do século XXI será o ciber-analfabeto.

As habilidades informacionais não mais se restringem às bibliotecas e aos


materiais científicos bibliográficos. O foco atual extrapola este sentido e se
encaminha em todas as direções tentando focar o ser humano e sua
capacidade de aperfeiçoamento.

E neste contexto, três habilidades se tornam fundamentais:


- domínio da tecnologia de informação – é preciso aprender e praticar os
mecanismos de busca em sistemas e ambientes eletrônicos que se

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alteram e se aperfeiçoam a cada dia, e esta é hoje a real função do


bibliotecário. E aqui as bibliotecas possuem um papel que seria
fundamental. Mas para exercerem este papel é preciso que abandonem
primeiro o paradigma tradicional focado no tratamento e guarda da
informação e iniciem uma ampla reflexão sobre suas culturas
organizacionais e os modelos mentais subjacentes a esta cultura, que em
sua maioria são preservadores e não disseminadores. Avaliem para mudar
as dificuldades de comunicação com seus ambientes institucionais e
especialmente, avaliam a interação com esta nova realidade. Enfim,
tomem conhecimento do quanto serão afetadas por estas transformações
informacionais. As bibliotecas precisam urgentemente perder
verticalidade e ganhar agilidade, flexibilidade que privilegiem a
disseminação da informação.

- domínio dos processos cognitivos – isto envolve interpretação e busca


de significados e se refere a cada indivíduo e seu processo de
compreensão da informação numa conjugação com seu universo de
valores construído. Ao contrário do que pareça esta capacidade exigirá
um grau de apreensão da realidade cada vez mais elevado e os novos
conhecimentos que estão sendo gerados acerca do funcionamento do
cérebro e da mente contribuirão para tornar este domínio mais potente.
-
- Obter conhecimento continuamente - diz respeito as ligações que se
estabelecem entre habilidades, conhecimentos e valores que determinam
a aprendizagem. Este aprender a aprender vai exercitar a capacidade de
intervir na realidade e necessita de atitude investigativa, autonomia crítica
e busca criativa.Segindo Belluzo (2001) este domínio, seria o
estabelecimento de um conceito fundamental para um novo existir que
teria por base o desenvolvimento de uma “cultura de pesquisa
construtiva” .

5. CONCLUSÃO

Se o mundo está se alterando drasticamente em virtude do alcance da


penetração da informação, da velocidade com que se adquire novos
conhecimentos e da importância da geração de idéias, há que se preparar
o homem para esta nova condição.

Competência em informação e arquitetura da informação são dois


importantes campos novos na área de ciência da informação porque
deverão formar indivíduos com a missão de organizar padrões de dados e
transformar o que é cada vez mais complexo (informações necessárias)
em algo claro e objetivo.

De acordo com a American Library Association, para ser competente em


informação, uma pessoa deve ser capaz de reconhecer quando uma
informação é necessária e deve ter a habilidade de localizar, avaliar
efetivamente esta informação.

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Ser competente em informação e penetrar neste mundo do saber


expandido é, sobretudo, saber determinar a natureza e a extensão de
suas necessidades de informação.
Saber trocar idéias sobre estas necessidades. Identificar as fontes de
informações apropriadas para satisfazer a estas necessidades, sabendo
que elas estarão se alterando continuamente.
Conhecer o nível de profundidade destas necessidades.
Saber manusear as fontes potenciais de informação e estar familiarizado
com várias mídias de informação ( jornais, revistas, tv, Internet,
pessoas).
Saber acessar redes formais e informais. Estruturar e implementar e se
necessário, redefinir estratégias de buscas planejadas e efetivas.
Elaborar mapas mentais, esquemas e anotações.
Avaliar criticamente as informações obtidas quanto à relevância,
objetividade, pertinência, lógica, ética para incorpora-las ao seu próprio
sistema de valores.
Construir novos conceitos. E sobretudo, assumir responsabilidade sobre
seu próprio aprendizado.

6. Referências

AGNER, Luiz; SILVA, Fábio. Uma introdução à disciplina de arquitetura


de informação: conceitos e discursos. In: CONGRESSO INTERNACIONAL
DE PESQUISA EM DESIGN, 2. Rio de Janeiro: ANPED, 2003. Anais...
Rio de Janeiro:ANPED, 2003.

BELLUZO, R.C.B. A information literacy como competência necessária à


fluência científica e tecnológica na sociedade da informação: uma questão
de educação. In: SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNESP,
7. Bauru:2001. Anais...Bauru:UNESP, 2001.

COADIC, Yves-Françis de. Princípios científicos que direcionam a ciência


e a tecnologia da informação digital. Transinformação.
Campinas, v.16, n.3, p. 205-213, set/dez, 2004.

CONTI, Vivaldo Luiz. O conhecimento e a construção do novo cosmos


social. Transinformação. Campinas, v.16, n.3, p.215-230, set/dez.,
2004.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

NEGROPONTE, N. A vida digital. Rio de Janeiro: Companhia das Letras,


1995.

SANTOS, B.S. Um discurso sobre as ciências. Porto:Afrontamento,


1997.

SETZER, Valdemar W. Dado, informação, conhecimento e competência.


Folha Educação. n.27,p. 6-7, out/nov., 2004.

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ZAIDZNAJDER, l. A travessia do pós-moderno. Rio de Janeiro:


Gryphus, 1994.

Maria Helena Sleutjes

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exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Você pode utilizar os textos desde
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Publicado em 24/05/2006 às 12h39

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Comentários

24/05/2006 13:46 - Maria Amanajás

O texto fala sobre o conhecimento científico, e ele cita uma parte importante, qúe é da
quantidade de de informaçoes que o investigador tem a sua disposição.Lembrado que
onhecimento cientifico é aquele conhecimento que se busca com um objetivo como por
exemplo; a cura da AIDS.

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