Sie sind auf Seite 1von 3

Reagir ou não reagir.

O que fazer durante uma abordagem criminosa?

O Risco de vitimização, em nossa sociedade, é distribuído de maneiras diferentes. Grosso modo,


quem tem mais posses tem maior probabilidade de atrair o ladrão. Porém o risco, tanto para o
abastado, quanto para o pobre, é igual quando se fala em reação.

As estatísticas têm demonstrado que não vale a pena reagir, quando somos abordados por um
criminoso armado. Geralmente os resultados, para a vítima, são catastróficos, com desfecho
doloroso.

Quando o assunto é segurança nada é 100% garantido — 93% de nossas atitudes devem ser focadas
na prevenção; 5% na reação e 2% na sorte.

Sorte de não entrar no raio de ação do criminoso. Pois se isto ocorrer é porque falhou a prevenção.

Sabe o que provoca falhas na prevenção?

A distração propicia falha na prevenção. A distração abre o apetite do ladrão e é tudo que ele espera
de sua vítima: — DISTRAÇÃO.

De repente, você é interceptado e abordado por um ladrão!

— Pára! É um assalto! Perdeu!

Nesse momento você é tomado de pavor, medo e pânico. Se sente literalmente impotente frente à
adversidade imprevista.

É um momento ímpar, de profundo “estresse”, em que o mundo parece desaparecer. O bandido te


apavorando, sob extrema compressão de tempo e relativo “estresse”, também.

E o que fazer neste momento?

Se não souber o que fazer, não faça nada. Fique quieto. Apenas obedeça ao ladrão. Afinal de contas
ele só quer o que é seu.

Nessa hora, o relógio parece parar, o tempo não passa e os seus instintos mais primitivos de
preservação passam a dominar o seu “eu”, QUASE te induzindo a uma reação física. A natureza
animal desperta em cada um de nós para nossa defesa e proteção.

Mas por que QUASE nos induz à reação? Digo quase, porque o instinto atual de preservação nos
força ou abriga a agir racionalmente em razão das adversidades. Na sociedade moderna a razão
deve prevalecer sobre a emoção. E porque, hoje, para se preservar é melhor não reagir.

A reação é uma atitude de altíssimo risco, pois há um desequilíbrio entre as forças em combate. O
que no campo militar se conhece como “conflito assimétrico”, ou seja, de um lado você, isolado,
acuado, estressado e desprotegido e, do outro lado, um bandido com uma arma na mão, te
aterrorizando. É um embate desigual entre um fraco e outro muito mais forte e, ainda por cima,
armado. Isso sem contar o comparsa que lha dá a cobertura, já que o covarde nunca anda sozinho.
Por isso, tanto a polícia, os especialistas, a mídia, seus pais, seu cônjuge, seus filhos, seus netos e
tantos outros, aconselham a NUNCA REAGIR.

Nunca reaja numa situação de roubo, pois isto pode significar a sua morte. As estatísticas têm
comprovado que não compensa reagir. O resultado na maioria das vezes é letal sim!

Além de uma série de fatores que vão desde a observação da intenção e o comportamento do
criminoso, a avaliação do risco, para reagir é necessário ter conhecimento de técnicas de defesa,
preparo físico e psicológico e habilidades que somente se adquire por meio de um longo,
sistemático e intensivo treinamento. Mesmo assim, ainda é temerária a reação frontal ou embate
contra uma pessoa com o dedo no gatilho.

A reação anda de mãos dadas com a sorte. Reação sem sorte é morte! Desta forma, se a reação é
representada por 5% das ações de defesa e a sorte por 2%, temos um resultado para a probabilidade
de sucesso na reação de 0,1 em 100 ou 1 em 1000.

Vejam bem — UMA POSSIBILIDADE EM MIL de ser bem sucedido na reação.

Portanto, mais uma vez, não reaja jamais!

Já que estamos falando em reação, faço o seguinte comentário sobre os tipos de reação. Há dois
tipos de reação: Ativa e Passiva.

A reação ativa se caracteriza pelo confronto físico de ataque ao oponente, no momento em que
aquele, com uma arma na mão, te aborda alhures, com o único fim de roubá-lo. Você vai pra cima
do cara, toma a arma, domina-o, amarra as mãos dele com seu cinto, dá uns sopapos... Ei! Acorda.
Isso é fantasia, só acontece em filmes e ficções. Na vida real você perde a vida. Por isso não reaja!

A reação passiva pode ser caracterizada pelo fato de você fugir do criminoso, que te toma de
assalto. Não faça isso, pois você estará frustrando a ação daquele “trabalhador”, que planejou a
ação, se preparou, e na hora “H” você “resolve atrapalhar tudo”. Então como resposta, recebe um
tiro ou dois nas costas, cabeça, onde pegar. A não ser que você corra mais rápido que uma bala, à
velocidade aproximada de, no mínimo, 200m/s, dependendo da arma e munição. Por isso, não corra,
não vai ser um bom resultado para você.

Bom — você pode estar dizendo: “já que não posso ir pra cima, não posso dar as costas e correr,
então vou fingir estar passando mal ou desmaiar. Grave erro. Justamente em um momento crítico
você que dar uma de ator. Você pode tentar enganar um inocente qualquer, mas não se esqueça que
você está lidando com uma pessoa fria, cuja malandragem faz parte do curso da sua vida criminosa
e aí vem você querendo dar uma de malandro. Não vai dar certo, a dissimulação como reação pode
exacerbar o ânimo violento do ladrão e você poderá sofrer agressões, coronhadas ou até perder um
dentes.

Agora piorou! Não pode ir pra cima do “mala”, não pode correr e sem chance de fingir. O que fazer
então?

Se não pode reagir, responda com equilíbrio emocional.

• obedeça ao bandido.
• entregue o que ele está te pedindo.
• deixe o pensar que ele está no controle da situação.
• fique calmo e não expresse sentimentos de vingança.
• não peça calma, diga que você esta tranqüilo.
• não minta, pois isso pode desencadear um a série de hostilidades contra você. Se tem
dinheiro entregue. Se te for perguntado se o carro tem segredo, diga a verdade.
• não negocie bens materiais, pois isso só faz o bandido ficar mais nervoso e irritado com
você.
• não tente puxar conversa, pois isto o bandido pode entender que você quer assumir o
controle. Só responda o que te for perguntado.
• faça movimentos suaves, pois as mãos da vítima é o maior perigo para aquele que está com
a arma na mão. O bandido pode estar sob efeito de droga ou álcool e seus reflexos tendem a
ser lentos. Por isso só mexa sua mão quando o tiver certeza que o ladrão está certo que você
não vai reagir.

Não reaja, dê o que o bandido quer, pois ele irá embora e você poderá recuperar seus bens.

E muito mais que isso. Você sairá vivo. Isso é o que importa.

NÃO REAJA NUNCA. A VIDA É UM BEM PRECIOSO.

Autoria: Abraão Matias da Silva.

Major da Polícia Militar do Estado de São Paulo

Das könnte Ihnen auch gefallen