Turbulência, crise e caos são as palavras que estão na ordem do dia. Num mundo on-line o tempo e o espaço encurtam-se, o local e o global misturam-se, núcleo e periferia confundem-se. Bem-vindo à era da complexidade. O mundo está a mudar com grande rapidez e a velocidade da mudança impacta as organizações de forma determinante. Estamos a percorrer com grande velocidade uma estrada que não conhecemos, desafiando a nossa capacidade de reacção. Como continuar a conduzir nesta estrada e continuar competitivo? Dispersas, entre as dicotomias unidade-multiplicidade, certeza-incerteza, ordem- desordem, local-global e funcionando com relações de multicausalidade, intercausalidade e retrocausalidade, as empresas procuram encontrar o caminho de forma inovadora, através da implementação de projectos de consultoria para reestruturação competitiva, nas mais diversas áreas. As intervenções de consultoria, sejam elas para implementação de programas de qualidade e produtividade, sejam para implementação de novos sistemas de gestão/informação ou de diferentes abordagem ao mercado, são desafios de difícil concretização. Isto porque os impactos psicossociais dessas mudanças, não são devidamente considerados. O que acaba por dificultar a gestão de todo o processo de mudança organizacional. Os principais entraves, apontados aos projectos de consultoria, são: a resistência dos níveis intermédios de gestão; o desconhecimento das metodologias de implementação; o clima organizacional desfavorável; a falta de formação técnica e comportamental que permita compreender a necessidade de mudança e aumentar a segurança do individuo num determinado saber-fazer e a dificuldade do indivíduo se auto-restruturar cognitiva e emocionalmente, possibilitando a criação de conceitos completamente novos. Face à dificuldade de compreender e dominar o complexo, a tendência é utilizar uma atitude reducionista e privilegiar as partes em detrimento do todo. No entanto, para uma maior probabilidade de sucesso na actividade de consultoria, torna-se urgente uma mudança de paradigma, da vertente técnica, estruturada e mecanicista do projecto para uma visão holística, abrangente e universal que coloque o individuo no centro do pensamento complexo e de um mundo de pessoas inteligentes. A actividade de consultoria vai ter que gerir pessoas capazes de influenciar os seus contextos. A mudança só é conseguida através das pessoas, cérebros activos saudáveis, devidamente estimulados, que desenvolvam e utilizem as suas potencialidades. A formação surge, assim, como uma actividade imprescindível e indissociável da actividade de consultoria. Desenhada com o objectivo de optimizar as habilidades cerebrais melhorando as respostas comportamentais das pessoas e o valor acrescentado que estas podem aportar aos diversos projectos e ambientes em que actuam, a formação é fundamental para o resultado de qualquer reestruturação competitiva através de um projecto de consultoria. Para concluir, a formação orientada para promover um maior envolvimento das pessoas nos projectos de consultoria é um aspecto determinante para o seu sucesso.