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Estudo da História da Língua Portuguesa, Gabriel de Ávila Othero
In t r o d u ç ã o a o
Estudo da
História da
L ín g u a
P o r t u g u e sa
G a b ri e l d e Á v i l a
Ot h e r o
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Estudo da História da Língua Portuguesa, Gabriel de Ávila Othero
In t r o d u ç ã o a o
Estudo da
História da
L ín g u a
P o r t u g u e sa
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Ot h e r o
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Estudo da História da Língua Portuguesa, Gabriel de Ávila Othero
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Estudo da História da Língua Portuguesa, Gabriel de Ávila Othero
ÍNDICE
Apresentação
3ª PARTE – Suplementos
Origens de alguns nomes
Fatos e curiosidades sobre a língua portuguesa
Referências Bibliográficas
Sobre o autor e sua obra
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Estudo da História da Língua Portuguesa, Gabriel de Ávila Othero
APRESENTAÇÃO
O autor
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Estudo da História da Língua Portuguesa, Gabriel de Ávila Othero
1ª PARTE
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Estudo da História da Língua Portuguesa, Gabriel de Ávila Othero
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Estudo da História da Língua Portuguesa, Gabriel de Ávila Othero
O sintético; Os da 4ª conjugação (–ire) passaram para a 3ª (-
R 6. O imperfeito do subjuntivo confundia- ĕre);
F se com o infinitivo; 4. Preferia o uso de perífrases ao invés da voz passiva
O 7. Tinha adjetivos triformes e bi-formes; sintética;
L 8. Fazia uso do superlativo absoluto 5. A forma perifrástica foi utilizada tanto para o
O sintético; infectum como para o perfectum;
G 9. Utilizava, também, o compara-tivo 6. O imperfeito do subjuntivo passou para um tempo
I sintético; do perfectum;
A 10. Não havia artigos. 7. Com o desaparecimento do neutro, os adjetivos
triformes passaram a ser biformes e os biformes, a
uniformes;
8. Passou a utilizar o superlativo absoluto analítico;
9. Também fazia uso do comparativo analítico;
10. Criou o artigo.
F 1. Utilizava bastante ditongos e hiatos; 1. Acontecia a oclusão de ditongos e hiatos, passando
O 2. Várias eram as palavras que a utilizar vogais;
N começavam por grupo conso-nantal; 2. Prótese (ver METAPLASMOS) do i que,
É 3. As palavras tinham a tendência de posteriormente, transformava-se em e;
T terminar em consoante. 3. Tendência de eliminar consoantes nos finais das
I palavras.
C
A
1. Preferência por palavras sim-ples; 1. Preferência por palavras compostas;
2. Preferência por palavras de cunho 2. Preferência por palavras de cunho popular.
erudito.
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Estudo da História da Língua Portuguesa, Gabriel de Ávila Othero
¬ A ROMANIZAÇÃO DA PENÍNSULA IBÉRICA E AS INVASÕES
BÁRBARAS
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Estudo da História da Língua Portuguesa, Gabriel de Ávila Othero
Os povos bárbaros, apesar de terem conquistado a Península
Ibérica, adotaram o latim como língua própria, alterando-o, assim,
significativamente. Além do mais, as escolas foram fechadas, e a nobreza
romana desapareceu, levando consigo o latim culto e ajudando para a
transformação do latim na península.
No fim do império visigótico, em 711, chegam os árabes à Península
Ibérica. Com um exército de 12.000 homens comandados por Tárique, os
árabes invadem e conquistam a parte sul e central da península. A cultura
árabe era muito superior à dos povos conquistados. Assim, uma vez
instalados, os árabes desenvolveram a arte, as ciências, a astrologia, as
letras, a matemática e a física, além de mostrar novas formas de trabalhar
com o aço e com a madeira e inovar as táticas de guerra e as armas
bélicas. Apesar da dominação cultural, a língua latina ainda era a língua do
povo, a língua corrente. Poucas foram as influências árabes na língua.
Alguns habitantes da península (que falavam um latim vulgar já bastante
alterado), passaram, porém, a adotar também o árabe – eram os
moçárabes.
A reconquista cristã veio do norte e noroeste da Península Ibérica e
talvez um dos maiores responsáveis pela reconquista tenha sido D.
Henrique, pai de Afonso Henriques.
Os árabes foram expulsos completamente apenas em 1492,
deixando marcas significativas e presentes até hoje na culinária, nas artes,
na arquitetura e nas ciências. Porém, como vimos, muito pouco foi legado
ao vocabulário da língua portuguesa.
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Quando D. Henrique morre, D. Teresa planeja se casar com D.
Fernando, nobre galego, passando assim, o território do condado às mãos
da Espanha. O filho de D. Teresa – Afonso Henriques – não aprova a
decisão da mãe: rebela-se e a vence. Em 1140, Afonso Henriques estende
os limites do território mais para o sul, funda Portugal e proclama-se rei,
tornado-se então, o primeiro rei de Portugal.
A língua utilizada primeiramente é o galego-português. Em 1189, a
língua portuguesa é “reconhecida como língua”, quando utilizada para fins
literários, com a cantiga intitulada A Ribeirinha, de Paio Soares de
Taveirós, dedicada à D. Maria Pais Ribeiro, “por alcunha ‘a Ribeirinha’”.
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Estudo da História da Língua Portuguesa, Gabriel de Ávila Othero
3. Período histórico: começa no século XII, com textos redigidos
integralmente em português. Esse período subdividi-se em dois:
a) período arcaico: do século XII ao século XVI. Começa
com a publicação da cantiga de Paio Soares de Taveirós,
Cantiga da Ribeirinha, e segue através de poesias
trovadorescas reunidas em cancioneiros e, na prosa,
conta principalmente com produções de cronistas, como
Fernão Lopes, considerado o primeiro historiador
moderno de Portugal.
b) período moderno: vai do século XVI até os dias atuais. O
marco inicial é a publicação de Os Lusíadas, de Luiz Vaz
de Camões, em 1572. Epopéia épica que exalta todo o
valor do povo português, é considerada por muitos, ainda
hoje, como a maior obra literária da nossa língua. No séc.
XVI ainda aparece a primeira gramática da língua
portuguesa do Padre Fernão de Oliveira, a Gramática da
Lingoagem Portugueza.
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Língua B
Língua C
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¬ AS LÍNGUAS ROMÂNICAS
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2ª PARTE
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Estudo da História da Língua Portuguesa, Gabriel de Ávila Othero
¬ BREVES CONCEITOS DE LINGÜÍSTICA HISTÓRICA
Para melhor ler, consultar e entender essa obra, é bom ter claro em
mente alguns breves conceitos de Lingüística. Conceitos esses que abaixo
estão descritos sucinta, objetiva e – espero – claramente. Para quem
deseja ir mais a fundo nos estudos lingüísticos, sugiro que consulte
algumas das obras referidas nas Referências Bibliográficas.
¬ METAPLASMOS
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Estudo da História da Língua Portuguesa, Gabriel de Ávila Othero
principalmente. Afinal a língua é móvel, dinâmica e não algo estanque que
não muda.
Para estudar os metaplasmos, foi adotado um esquema prático,
fazendo uma primeira divisão em quatro grandes grupos – metaplasmos
por acréscimo, por supressão, por transposição e por
transformação. Vamos a eles:
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Estudo da História da Língua Portuguesa, Gabriel de Ávila Othero
3) Apócope: consiste na supressão de um fonema no final da
palavra.
Ex: mare > mar
amat > ama
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Ex: semper > sempre
super > soper > sober > sobre
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assimilador assimilado
Ex: persicum > persico > perseco > persego > pêssego
assimilado assimilador
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Ex: rotundo > rodondo > redondo
dissimilador dissimilado
dissimilado dissimilador
Surdas Sonoras
[p] [b]
[t] [d]
[k] [g]
[f] [v]
[s] [z]
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13) Metafonia: é a mudança de timbre de uma vogal por influência
de outra. Acompanhe o quadro evolutivo normal das vogais do latim para o
português.
DITONGOS
ae é é
oe ê ê
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b) palumbam > palumba > palomba > paomba > poomba >
pomba
- desnasalização do a
- evolução da vogal (u > o)
- síncope do l intervocálico
- assimilação vocálica regressiva total (ao > oo)
- crase (oo > o)
f) populum > populo > popolo > pobolo > poboo > pobo > povo
- desnasalização do u e evolução da vogal (u > o)
- evolução da vogal (u > o)
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- dissimilação consonantal progressiva parcial
- síncope do l intervocálico
- crase (oo > o)
- sibilação (b > v)
i) sanativum > sanativo > sanadivo > sãadivo > saadivo > sadivo
> sadio
- desnasalização do u e evolução da vogal (u > o)
- sonorização (t > d)
- síncope do n intervocálico e nasalização
- desnasalização do a (ã > a)
- crase (aa > a)
- síncope do v intervocálico
l) coenam > cenam > cena > cẽa > cea > ceia
- monotongação (oe > e)
- desnasalização do a
- síncope do n intervocálico e nasalização do e
- desnasalização do e
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- ditongação (ea > eia)
o) fratrem > fratre > frate > frade > frae > frai > frei
- desnasalização do e
- dissimilação consonantal progressiva total
- sonorização (t > d)
- síncope do d intervocálico
- oclusão (ae > ai)
- assimilação vocálica regressiva parcial (ai > ei)
p) medicinam > medicina > medizina > meizina > mezina > mezĩa
> mezinha
- desnasalização do a
- sonorização (c > z / [s] > [z])
- síncope do d intervocálico
- monotongação (ei > e)
- síncope do n intervocálico e nasalização do i
- palatização
q) matrem > matre > mate > made > mae > mãe
- desnasalização do e
- síncope do r intervocálico
- sonorização (t > d)
- nasalização do a e oclusão (ae > ãe)
r) spinam > spina > ispina > espina > espĩa > espinha
- desnasalização do a
- prótese
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- evolução da vogal (i > e)
- síncope do n intervocálico e nasalização do i
- palatização
u) aurificem > aurifice > ourifice > ourivice > ourivise > ourivese >
ourives
- desnasalização do e
- assimilação vocálica regressiva parcial (au > ou)
- sonorização (f > v)
- sonorização (c > s / [s] > [z])
- evolução da vogal (i > e)
- apócope
w) memorare > memorar > memrar > membrar > nembrar >
lembrar
- apócope
- síncope do o
- epêntese
- dissimilação consonantal regressiva parcial
- dissimilação consonantal regressiva parcial
x) calvariam > calvaria > calavaria > calavaira > caavaira >
cavaira > caveira
- desnasalização do a
- suarabácti
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- hipértese
- síncope do l intervocálico
- crase (aa > a)
- assimilação vocálica regressiva parcial (ai > ei)
¬ FORMAS CONVERGENTES
origem X >
origem Y >Palavra
origem N >
...
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As formas convergentes podem ter origem em:
a) Duas ou mais palavras, com um campo semântico
diferente, latinas
Ex: sanu > sano > são (= sadio)
sunt > são (= verbo ser, eles são)
sanctu > sancto > santo > sãto> são (= santo)
b) Em línguas diferentes
Ex: lĩmã (árabe) lima (latim)
fruta ferramenta
lima (port.)
capão (port.)
¬ FORMAS DIVERGENTES
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> palavra 1
Origem > palavra 2
> palavra 3
...
- divergentes fonético-históricas
- divergentes de vestígios casuais
- hereditárias
- divergentes de flexão gênero-
numérica
FORMAS
DIVERGENTES
- de empréstimo
- divergentes de prefixação
- de formação interna - divergentes de sufixação
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a) Divergentes fonético-históricas: como vimos, em épocas
diferentes e em regiões diversas e afastadas geograficamente, o
tratamento histórico dos fonemas pode mudar.
Ex: plagam > plaga
plagam > plaga > praga
plagam > plaga > chaga
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Por outro lado, as palavras neutras, no plural, terminadas em -a
originaram, na nossa língua, palavras femininas.
Ex: ova > ova
Latim Vulgar
Acusativo plural: ovam (as ovas) Æ plural analógico
Diverg. Diverg.
de gênero de número
¬ FORMAS SINCRÉTICAS
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a) b > v / v > b
Ex: travesseiro / trabesseiro
assovio / assobio
vergamota / bergamota
b) ou > oi / oi > ou
Ex: loiro > louro
coisa > cousa
oiro > ouro
¬ ANALOGIA
Ex:
termo passivo: terremoto
termo ativo: terra
termo analógico: terramoto
- O termo terremoto, por analogia, é modificado para terramoto,
uma vez que terremoto é um tremor de terra.
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termo analógico: vassoura
- Por analogia ao verbo varrer, o vocábulo versoriam, virou,
em português vassoura, quando sua evolução natural seria:
versoriam > versoria > versoira > vessoira >
vessoura
[ > vassoura ]
- desnasalização do a
- hipértese
- assimilação consonantal regressiva total
- assimilação vocálica progressiva parcial
- analogia com o verbo varrer
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3ª PARTE
- Suplementos –
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NOME: ORIGEM:
Alfredo do Saxão, duende-conselheiro
Adolfo do visigótico, adal (nobre) + wulf (lobo)
Amanda aquela que quer ser amada, em Latim
André do grego, másculo, varão
Arnaldo do germânico, águia que voa alto
Basílio do grego, rei
Beltrão do anglo-saxão, corvo brilhante
Bernardo do germânico, forte como um urso
Bruna do germânico, morena
Carlos do latim, fazendeiro
Carmen poema, em Latim
César do latim, o dos cabelos longos
Cícero plantador de grão-de-bico, em Grego
Cláudio do Latim, aquele que anda com dificuldade
Débora do hebraico, abelha
Dolores do espanhol, dores, pesar
Dulce do Latim, meiga, doce
Fátima do árabe, donzela
Felipe do grego, o amigo dos cavalos
Fernando do germânico, inteligente, protetor
Flávio do Latim, cabelos da cor de ouro
Francisco do Latim, francês
Gérson do hebraico, peregrino
Gilberto do germânico, arqueiro certeiro
Gustavo do sueco, bastão de guerra
Helena do grego, tocha, iluminadora
Hélio do grego, Sol
Jéssica do hebraico, cheia de riqueza
Jonas do hebraico, pombo
Juraci do Tupi, mãe das conchas
Kelly do irlandês, donzela guerreira
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Leandro do grego, homem-leão
Letícia do Latim, alegria
Lisandra do grego, aquele que salva o homem
Lúcia do Latim, a iluminada
Marcelo do latim, Marcelinho
Márcio do Latim, que tem relação com Marte
Margarida do Latim, pérola
Mari do mar, em Latim
Marta do aramaico, senhora
Mônica do grego, sozinha
Neide do grego, nadadora
Nestor do grego, o salvo
Ofélia do grego, serpente
Otávio do Latim, o oitavo filho
Pâmela do grego, muito doce
Paulo do Latim, pequeno, humilde
Raquel do hebraico, ovelha
Regina rainha, em Latim
Rodrigo do visigótico, hroth (glória) + ric (poderoso)
Silena do grego, zombadora
Silva da selva, em Latim
Sílvio do Latim, da selva
Sofia do grego, sabedoria, ciência
Soraia do árabe, estrela da manhã
Teresa ceifadora, caçadora, em Grego
Tomas do aramaico, gêmeo
Ulisses do grego, o irritado, o nervoso
Valter do alemão, comandante de exército
Vera verdade, em Latim
Vinícius do Latim, aquele que tem a voz agradável
Xavier do basco, proprietário de casa nova
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¬ FATOS E CURIOSIDADES SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Sobre o autor e sua obra
G a b r i e l d e Á v ila
O th e r o
Bibliografia:
Artigos publicados:
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_____. (2000). A Internet consagra o português falado.
Entrelinhas, ano 1, n. 0, Outubro. São Leopoldo: UNISINOS.
Livros
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