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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO FORMAL APLICADA A

TRABALHADORES DA INICIATIVA PRIVADA

Alexandre Catelan Araujo Alves


alexandre@ambientediario.com.br

Desafios Ambientais e Respostas no Campo Jurídico Institucional


Rachel Biderman

Resumo
Este trabalho pretende abordar a efetiva aplicação da Educação Ambiental a
públicos que não estejam inseridos no processo de educação formal ou em programas
oferecidos por organizações sociais direcionados à frequência voluntária, como cursos de
jardinagem e reciclagem, roteiros e trilhas naturais. Ao avaliarmos o volume potencial
bruto de pessoas atendidas, observa-se uma grande possibilidade de abrangência quando
focamos o público formado por funcionários e colaboradores de empresas privadas ou de
capital misto que, normalmente, não serão atendidos pelas formas mais usuais dos
programas de educação ambiental.

Palavras-Chave: Educação ambiental, Cidadania, Responsabilidade social empresarial

Introdução
Desde a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, organizada
pela UNESCO e realizada na cidade de Tbilisi (Georgia - 1977), quando foi elencada como
de fundamental importância para “[...] estimular a formação de comportamentos positivos
em relação ao meio ambiente e à utilização de seus recursos pelas nações” (SMA, 1994,
p.28), muito tem sido feito para tornar a educação ambiental viável e de abrangência
universal.

No Brasil, a partir da publicação da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei


9795/99), passa a ser definida como ferramenta necessária e justificada, frente aos desafios
de se lidar com a emergente problemática ambiental. Para atingir estes objetivos, muitos
programas e diretrizes delimitam sua forma de aplicação e abrangência, como a
necessidade de aplicação formal e não-formal, através de ações comunicativas em suas
mais diversas formas e a transdisciplinaridade, quando aplicada a conteúdos didáticos no
ambiente da educação formal.

No entanto, quando avaliamos o universo de ações ligadas à educação ambiental,


observamos que, à exceção de ações de educomunicação, conectadas a campanhas
publicitárias diversas, muito pouco tem sido direcionado a programas permanentes
voltados ao público adulto, que não esteja inserido nos programas de educação formal, ou
interessado em sua participação voluntária nos programas oferecidos por organizações
sociais e instituições ligadas ao poder público e à academia.
1. Ambiente propício

A ascendência das questões ambientais, no conjunto de preocupações de grande


parte da população, formada por consumidores de produtos e serviços de todos os tipos e
direcionados a todas as classes sociais, acabou por trazer os assuntos relacionados ao meio
ambiente, em toda a sua complexidade, para dentro das empresas.

Neste sentido, a forma como o negócio se comporta e se posiciona sob a ótica


socioambiental, cada vez mais influencia a aceitação ou recusa de seus produtos/serviços
por seus consumidores/usuários, ainda que a questão custo/benefício continue a ser o
principal fator decisivo no processo de compra.

A crescente repercussão deste posicionamento empresarial e a conscientização


individual de seus funcionários e colaboradores, associadas à edição da Política Nacional
dos Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), que traz obrigatoriedades relacionadas ao
descarte adequado dos resíduos gerados na empresa, bem como a responsabilidade
ambiental compartilhada do uso e descarte dos produtos vendidos, acabam por formar um
ambiente extremamente propício à adoção de ações de treinamento voltadas às questões
ambientais que, sem substituir o foco dos negócios, possam ser adicionadas das diretrizes e
temas previstos para a educação ambiental não formal.

2. Vantagens à empresa

Atualmente, por conta das demandas geradas pela implementação de legislação


aplicável às atividades das empresas, bem como pela adoção voluntária por estas de
diversas normas padronizadoras, como a ISO 9001, ISO 140000, Leed (para construções
sustentáveis) e RoHS (para exclusão de produtos tóxicos em processos produtivos), entre
tantas outras, já é uma realidade consolidada a prática contínua de ações de treinamento e
capacitação de funcionários e colaboradores, ações tais que podem ser aproveitadas como
agentes facilitadores para a introdução de um programa permanente de educação
ambiental.

Assim, a utilização dos recursos já previstos, cujos conteúdos possam ser


enriquecidos com a temática ambiental, nos mesmos moldes em que a educação ambiental
formal apóia-se na transdisciplinaridade, configura-se como uma oportunidade também
para as empresas, que poderão, além de enriquecer seu trabalho de responsabilidade social,
estender a toda a sua força de trabalho as políticas socioambientais que porventura existam
em sua filosofia, de maneira interativa e pouco impactante aos seus custos operacionais.

Se, nesta forma, o planejamento do trabalho de educação ambiental tiver sido bem
direcionado e adequadamente previsto, a empresa poderá substituir a imposição
verticalizada de seu posicionamento socioambiental, pela conscientização coletiva e
horizontalmente distribuída entre todos os seus funcionários e colaboradores.
3. Linguagem e temas

Para maximizar a assimilação da mensagem, a linguagem utilizada deve adequar-se


ao grupo ouvinte. No mesmo sentido, a escolha dos temas abordados deve refletir o
cotidiano e o ambiente vizinho à residência, ao local de trabalho, ou ainda ao percurso de
deslocamento dos funcionários e colaboradores que formam o grupo.

Observa-se que, da mesma forma e intensidade em que a questão das queimadas na


Amazônia possa parecer distante demais e pouco interessante para um grupo de operários
de uma indústria em Diadema, na Grande São Paulo, tratar do lixo acumulado numa das
ruas do bairro, que sofre com enchentes a cada verão, provoca reação diametralmente
oposta, trazendo a atenção dos ouvintes e discussões extremamente produtivas.

No entanto, apesar de os temas cotidianos trazerem muita atenção e resultados


satisfatórios, o educador não deve, sob nenhum pretexto, deixar de abordar temas
diferenciados, que possam ampliar o conhecimento dos participantes e provocar a
expansão de seus horizontes ou a ampliação de sua consciência ambiental.

O desafio aqui está em mesclar a questão do lixo depositado na porta de casa com
as vantagens econômicas, ambientais e sociais da formação de uma horta comunitária, no
terreno desocupado de algum vizinho, que possa beneficiar-se dos resíduos orgânicos
gerados pela comunidade, que não serão mais dispensados como lixo, solucionando
também a questão original.

Observações demonstram que, em grupos cultural e socialmente heterogêneos, a


introdução de assuntos desafiadores costumam gerar desdobramentos interessantes e
discussões enriquecidas com as experiências pessoais dos participantes.

Conclusão

O ambiente de trabalho nas empresas da iniciativa privada constitui-se em um


ótimo palco para a disseminação da educação ambiental, com a possibilidade de
abrangência de um incrível número de pessoas, que não poderiam ser atendidas por outras
ações no mesmo sentido.

Se, para a sua aplicação, forem utilizados os processos usuais de treinamento e


capacitação já adotados por estas empresas, ao mesmo tempo em que fossem respeitadas as
diretrizes previstas para a educação ambiental, seria possível atingir seus objetivos, sem o
incremento de custos, de qualquer natureza.

Para as empresas, além da oportunidade de disseminação de sua cultura e


posicionamento socioambiental, assim como o incremento das ações de responsabilidade
social empresarial, dependendo da temática abordada e da heterogeneidade dos grupos
ouvintes, pode resultar, inclusive, num ambiente de trabalho mais estável e de maior
coesão social entre os funcionários, ao mesmo passo em que o crescimento de sua
consciência ambiental é alcançado, uma das principais metas pretendidas pela aplicação da
educação ambiental.
Referencias

SMA – Secretaria do Meio Ambiente. Educação Ambiental e Desenvolvimento -


Documentos Oficiais. Coordenadoria de Educação Ambiental. São Paulo, 1994.

Bibliografia consultada

BRASIL. Lei 9.795/99. Dispõe sobre Educação Ambiental e institui a


Política Nacional de Educação Ambiental, e dá outras providências. DOU
28/04/1999.

BRASIL. Programa Nacional de Educação Ambiental. Ministério do Meio Ambiente e


Ministério da Educação, 2003.

BRASIL. Proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental.


MEC - Coordenação-Geral de Educação Ambiental, 2001.

BRASIL. Resolução CONAMA 422/2010. Estabelece diretrizes para as campanhas,


ações e projetos de Educação Ambiental, conforme Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, e
dá outras providências. CONAMA, 2010

DIAS, Genebaldo F. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 6ª edição. São Paulo.


Gaia, 2000.

REIGOTA, Marcos. O que é Educação Ambiental. 2ª edição. São Paulo. Brasiliense, 2010.

REIGOTA, Marcos. Fundamentos Teóricos para a Realização da Educação Ambiental


Popular. Em Aberto. Brasília, v. 10, n. 49, págs. 35 – 40, jan./mar. 1991.

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