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Bases da Avaliação da Função Renal

(Filtração Glomerular)
Os rins são órgãos encarregados da manutenção da homeostasia corporal com o controle da
maior parte dos constituintes dos líquidos orgânicos. As funções básicas deste sistema são:

1. Hidrostasia: controlar os níveis de água e solutos eletrolíticos do meio corporal;


2. Filtrar o sangue e excretar os produtos terminais do metabolismo corporal;
3. Manutenção do equilíbrio ácido-básico;
4. Produção e liberação de hormônios (renina e eritropoietina).

Para a avaliação da função renal, é minimamente necessário a realização dos seguintes


exames: determinação dos valores bioquímicos séricos da Uréia e da Creatinina; e a Urinálise.

Uréia:

A uréia é produzida no fígado e é (nos mamíferos) o principal produto final do catabolismo


protéico. Em situações em que ocorre diminuição da filtração glomerular, observa-se maior retenção
da uréia. Isso ocasiona um aumento da concentração sangüínea. Entretanto, somente ocorrerá
azotemia renal primária quando 75% dos nefrons de ambos os rins estão afuncionais.
A concentração de uréia é afetada por fatores extra-renais como ingesta protéica elevada e
jejum muito prolongado. Devido a essas interferências, a uréia não é um bom indicador do
funcionamento renal quando analisada unicamente. Para se analisar a função renal, esse
parâmetro deve ser interpretado juntamente aos níveis de creatinina, proteína e densidade urinárias.

Causas de elevação dos níveis de uréia sangüínea:


 Não atendimento ao Jejum de 12 horas antes da coleta (erro pré-analítico)
 Aumento da síntese por Ingestão protéica elevada;
 Catabolismo tecidual, Febre e trauma tecidual generalizado;
 Hemorragia Gastro-entérica;
 Aplicação de glicocorticóide;
 Diminuição do fluxo renal (azotemia pré-renal);
 Diminuição da pressão glomerular;
 Insuficiência cardíaca;
 Quando ¾ ou mais dos nefrons estão afuncionais;
 Ruptura e/ou obstrução do trato urinário

A redução dos níveis de uréia pode ocorrer pela:


 Diminuição da produção como em casos de Insuficiência hepática,
 Na cirrose, no Shunt porta-sistêmico
 Redução da proteína dietética e hipoproteinemia.

Creatinina:
A creatinina é formada através do metabolismo da creatina muscular. O nível sanguíneo não
é afetado pela dieta, embora elevado metabolismo muscular possa aumentar os níveis de creatinina
na circulação. A creatinina é totalmente excretada pelos glomérulos, não havendo a reabsorção
tubular.
A creatinina pode estar elevada no soro devido a fatores pré-renais, renais e pós-renais como:
 Diminuição do fluxo sangüíneo renal,
 Aumento significativo da atividade muscular (em menos de 4 horas antes do exame),
 Diminuição da taxa de filtração glomerular (afecção renal)
 Ruptura e/ou obstrução do trato urinário.
Urinálise:
A urinálise é um exame complexo, capaz de oferecer valiosas informações acerca do
funcionamento de vários sistemas orgânicos, além do sistema renal. Mesmo em se tratando de
sistema renal, A urinálise pode subsidiar o diagnóstico discriminatório de afecções que sejam nos rins
ou nas vias urinárias inferiores. Mantendo o foco na avaliação da função renal, alguns parâmetros da
urinálise são básicos e portanto trataremos aqui estes de forma muito objetiva:

a. Volume (mL)
Como em animais a obtenção de urina padrão de 24 horas é muito difícil, o volume é na
verdade a quantidade de urina recebida pelo laboratório. O volume mínimo para a realização
adequada do exame é de 10 mL.

b. Cor
A cor da urina deve sempre ser considerada associada à densidade específica e volume
urinário. A intensidade da coloração urinária depende da concentração de urocromos, e varia
inversamente com o volume urinário.
A coloração normal da urina pode variar do amarelo-palha ao âmbar claro, e em eqüinos até a
tonalidade amarronzada. Entre as cores mais importantes, relacionadas à capacidade de função
glomerular são:
 Pálida ou amarelo-clara: geralmente é uma urina diluída com densidade baixa. Pode ser vista
em urina de animais com boa a exagerada ingestão de líquidos, o que é normal, ou pode
estar associada à poliúria patogênica. Neste caso, pode ser observada na doença renal
terminal, Diabetes, hiperadrenocorticismo, fase poliúrica da nefrose tóxica.
 Amarelo-escura ao âmbar: urina concentrada com densidade elevada, associada à oligúria.
Pode ser associada à febre, desidratação, diminuição de ingestão hídrica, nefrite aguda (fase
oligúrica), nefrose tóxica.

c. Densidade

Representa a concentração dos sólidos em solução urinária e retrata o grau de reabsorção


tubular ou da concentração renal. Os valores normais de densidade específica urinária variam entre
limites muito amplos. De um modo geral, pode-se considerar uma variação entre 1015 e 1045, sendo
que uma única determinação fora destes limites não significa, obrigatoriamente, alteração renal.
Portanto, deve ser interpretada junto ao grau de hidratação e ingestão hídrica recente do animal.
Quanto à classificação, a urina pode ser denominada como:
 Hipostenúria (menor ou igual a 1007),
 Isostenúria (entre 1008 a 1012) e
 Hiperstenúria (acima de 1030 para cães e 1035 para gatos).

Em algumas doenças renais, observa-se a perda da capacidade renal de concentrar a urina,


reduzindo a densidade.

As causas mais freqüentes de alterações na densidade específica urinária estão


representadas no quadro abaixo:

Não patológico ( transitório ) Patológico


ingestão excessiva de água Diabetes melito
Terapia diurética Diabetes insípido
Fluidoterapia Nefrite aguda e crônica
Adm. de ACTH / corticóides Pielonefrite
Hipostenúria Hepatopatias
Hiperadrenocorticismo

2. Exame Químico:

a. Proteínas (mg/dl)
A proteinúria deve ser sempre interpretada em associação com a densidade específica e
outros dados clínicos e laboratoriais. Em condições normais a quantidade de proteína na urina é muito
pequena e geralmente não detectáveis.
O grau de proteinúria não é necessariamente proporcional à severidade da doença,
especialmente nas de causa renal. As causas de proteinúria são relacionadas abaixo:

PROTEINÚRIA FISIOLÓGICA
- Exercício muscular excessivo
- Convulsões
- Ingestão excessiva de proteínas
- Função renal alterada nos primeiros dias de vida

PROTEINÚRIA PATOLÓGICA
Origem Significado Patologias
Pré-renal - Doença primária não renal. Hemoglobinúria
Mioglobinúria
γ - Globulinúria
Renal - Aumento da permeabilidade capilar Nefrose / Cistos renais
- Doença tubular com perda funcional Glomerulonefite
- Sangue ou exsudato inflamatório renal Nefrite / Pielonefrite
Neoplasias / Hipoplasia
Pós-renal - Infecções do trato urinário inferior Pielite / Ureterite
- Hematúria pós-renal Cistite / Uretrite
- Obstrução por cálculos (urolitíase) Vaginite / Postite
- Presença de sêmen na urina.

b. Glicose (mg/dl)
A urina normal é isenta de glicose, pois a glicose filtrada pelo glomérulo é totalmente
reabsorvida pelos túbulos contorcidos proximais. A glicosúria ocorre sempre que a glicemia excede a
capacidade de reabsorção renal.
A glicosúria pode estar associada à hiperglicemia no Diabetes, no Hiperadrenocorticismo, no
tratamento parenteral com glicose e frutose, na pancreatite necrótica aguda, na ingestão excessiva de
açucares e administração parenteral de adrenalina.
Nos casos em que se observa glicosúria não associada a hiperglicemia pode-se relacionar a
nefropatias congênitas ou hereditárias e a doenças renais com comprometimento da porção tubular
proximal.

3. Exame do Sedimento:

O exame do sedimento deve ser padronizado e para um exame representativo, deve-se utilizar
idealmente e sempre que possível, o volume de 10mL de urina fresca e centrifugá-la a 1500rpm por 5
a 10 minutos.

a. Células epiteliais de descamação


Normal quando ausente ou discreta presença. Quando em quantidade elevada
(>5células/campo) podem indicar lesão local ou difusa.

Causas prováveis de elevada quantidade de células epiteliais na urina


Renais Degeneração tubular aguda, intoxicação renal, isquemia renal e processo
Inflamatório
Pelve pielite, pielonefrite

Vesicais cistite, cateterização agressiva


Uretrais uretrite, cateterização agressiva

b. Hemácias
As hemácias são menores que os leucócitos e normal quando na quantidade de 1 a 2 por
campo de observação no microscópio e quando superior a 5/campo pode ser considerado hematúria.
A hematúria, que pode ser macro ou microscópica está relacionada a Inflamações do trato urinário
(pielonefrite, ureterite, cistite, pielite, prostatite), traumas (cateterização, cistocentese, neoplasias
renais vesicais ou prostáticas), congestão passiva renal, infarto renal, certos parasitas (Dioctophima
renale, Sthefanurus sp, Dirofilariose), intoxicação (cobre e mercúrio), distúrbios hemostáticos, estro e
pós-parto.

c. Leucócitos
Apresentam-se como células granulares maiores que as hemácias, porém menores que as
células epiteliais. Normal quando 1 a 2 por campo e quando maior que 5/campo é considerado
leucocitúria ou piúria. Em pH alcalino, os leucócitos tendem a apresentar-se sob a forma de grumos.
As causas de leucocitúria podem ser inflamações renais (nefrite, glomerulonefrite,
pielonefrite), inflamações do trato urinário inferior (uretrite, cistite) e inflamações do trato genital
(vaginite, prostatite e metrite).

d. Cilindros
São constituídos primariamente de mucoproteína e proteína que aderem-se ou não a outras
estruturas; normal quando ausentes. Representam moldes dos túbulos onde são formados, como nos
ductos coletores, túbulos contorcidos e alça de Henle. A formação dos cilindros dá-se na porção renal
tubular, onde a urina atinge concentração máxima e acidez, o que favorece a precipitação de
proteínas e mucoproteínas.
Qualquer lesão tubular presente no momento da formação dos cilindros pode refletir na
composição dos mesmos. Deste modo os cilindros são classificados conforme o material que
contém.
IMPORTANTE: os cilindros não se mantêm em urinas de baixa densidades ou em pH
alcalino.

Tipos de cilindros urinários, composição e interpretação


Tipo Composição Interpretação
hialino Mucoproteínas e proteínas Geralmente associados à
proteinúria, Processos
transitórios como febre e
congestão, Doença renal
inicial ou de pouca
intensidade.
hemático Muco + hemácias Hemorragia glomerular e
tubular,
Glomerulonefrite aguda,
Nefropatia crônica em fase
evolutiva.
leucocitário Muco + leucócitos Associados à inflamação
renal, Pielonefrites e
abscessos renais.
epiteliais Muco + restos Semelhante à presença de
celulares células isoladas, Inflamações
renais.

Céreo/gorduroso/granuloso Muco + glóbulos de gordura e Fase final da degeneração


outras estruturas. Cilindros tubular, Lesão tubular crônica
angulares, devido à grande com necrose de células
permanência tubular. tubulares
e. Bactérias
Normal quando a quantidade é discreta e deve ser interpretado considerando o método de
colheita. Normalmente a urina é estéril até atingir o pólo distal da bexiga e observa-se em cães que há
uma população bacteriana normal maior na extremidade distal. Cuidado com falsa bacteriúria por
tempo prolongado de exposição da amostra de urina previamente ao exame. Uma grande quantidade
de bactérias em amostra de urina fresca sugere infecção bacteriana em algum ponto do trato urinário,
especialmente quando associada a outros sinais de inflamação como piúria, hematúria e proteinúria.

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